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Movimento Estudantil

PE: Estudantes da UFPE repelem fascistas em evento da extrema-direita

maio 20, 2025
Movimento Estudantil

RO: Militantes do MEPR penduram faixa em apoio à Área Revolucionária Gedeon José Duque

maio 18, 2025
Movimento Estudantil

Alvorada do Povo: A respeito da “remoção” da faixa em apoio a revolução agrária na USP

maio 17, 2025
Movimento Estudantil

PE: em nota pública, Associação Pernambucana de Anistiados Políticos (APAP) denuncia perseguição política aos estudantes do IFPE campus Recife

maio 8, 2025
Movimento Estudantil

PE: Estudantes da UFPE repelem fascistas em evento da extrema-direita

por MEPR Autor
Publicado em maio 20, 2025
2 minutos de leitura

A matéria a seguir nos foi enviada por companheiros da UFPE, e se trata de manifestação contra a extrema direita ocorrida no dia 25 do último mês.

Estudantes da UFPE demarcaram firme posição na luta de classes, desmoralizando a extrema direita. Os estudantes realizaram um ato combativo e impediram a apresentação de um trabalho de extrema direita que utilizava Olavo de Carvalho como assunto central.

O contexto se dá a partir de uma série de queixas e denúncias dos estudantes de filosofia por conta de anúncio da apresentação de um trabalho intitulado: “Olavo de Carvalho: um Aristotélico nos trópicos” no “I Encontro de Filosofia Brasileira” que aconteceria nos dias 23, 24 e 25 de abril. Os estudantes se apresentaram indignados com a organização do evento por permitir a participação de um trabalho anticientífico e ignorante que toma como base principal um recente livro do Olavo de Carvalho: “A vingança de Aristóteles”. O Diretório Acadêmico de Filosofia lançou uma nota nas redes sociais tomando posição contra a apresentação do olavista e convocando um ato combativo de 8h na frente do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, CFCH, no dia 24 abril.

Os estudantes iniciaram o ato em frente ao CFCH, local onde sediaria o evento filosófico. Mesmo com chuva, os manifestantes se mantiveram firmes, entoando palavras de ordem como: “Fascistas, Fascistas, Não passarão!”, “Fora Fascistas da UFPE!” e “Vamos esmagar, Vamos esmagar, o imperialismo no Brasil! Não vai sobrar, nenhum fascista pra contar”. Chegada a hora início do evento (8h50), os manifestantes marcharam até o terceiro andar do prédio e ocuparam o auditório com bandeiras e uma faixa com a seguinte consigna: “FORA FASCISTAS DA UFPE. NÃO PASSARÃO!”. Logo provocadores da extrema direita foram de encontro aos estudantes, com xingamento, alegações e perguntas provocativas: “Não é vocês que defendem a democracia?”, “Vocês que são os fascistas!”. Os manifestantes tomaram as provocações como incentivo para gritar mais alto e com mais altivez. “Ô olavista, seu lambe botas, revolução vai bater na sua porta”.

Após a ocupação no auditório, os manifestantes bloquearam a entrada do mesmo. Nesta altura, mais elementos de extrema direita, provocadores e seguidores fiéis do Olavo de Carvalho, se somaram aos grunhidos reacionários, atacando verbalmente os estudantes em defesa de suas posição reacionárias. Os fascistas ficaram todo o tempo acuados e na defensiva, contudo ainda houve uma tentativa falha de tomar a faixa da mão dos estudantes à força, mas logo desistiu ao ver a movimentação da autodefesa estudantil com suas pesadas bandeiras. Após mais de uma hora de manifestação combativa, os estudantes seguiram em direção ao corredor marchando em bloco e proclamando palavras de ordem, colocando amedrontando uma vez mais os reacionários provocadores que gritavam para não encostar neles numa tentativa humilhante e vergonhosa de provocar os manifestantes para se vitimizar. Os estudantes seguiram em direção a saída do prédio deixando para trás uma mensagem no quadro do auditório que dizia: “VOLTAREMOS MAIS FORTES E PREPARADOS”, e uma barricada de cadeiras na frente do mesmo impedindo a passagem.

IR AO COMBATE SEM TEMER, OUSARLUTAR OUSAR VENCER!

REBELAR-SE É JUSTO!

Movimento Estudantil

RO: Militantes do MEPR penduram faixa em apoio à Área Revolucionária Gedeon José Duque

por MEPR
Publicado em maio 18, 2025
1 minuto de leitura

Atendendo ao chamado do Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) na campanha nacional em defesa da Revolução Agrária, militantes do MEPR penduram uma faixa no prédio do Restaurante Universitário e Pró-Reitoria da UNIR, erguendo a bandeira de um dos casos mais expressivos da justa luta pela terra em Rondônia nos últimos anos: o acampamento Gedeon José Duque.

Assim como em diversas outras áreas camponesas no estado, a área Gedeon tem sido alvo de ofensivas perversas da imunda aliança entre latifúndio e Velho Estado, que organizados em grupos como o “Invasão Zero”, têm financiado e acobertado a atuação criminosa do bando chefiado por Gesulino Castro. Este chefe de pistolagem é um bandido condenado por ser mandante da “Chacina de Buritis”, e tem sido denunciado como o principal responsável pelos ataques recentes à Área Gedeon e a áreas vizinhas. Além disso, o criminoso é conhecido por um comprovado e farto histórico de diversos outros ataques a camponeses a mando do latifúndio, em atuação conjunta com a PM do estado.

Os camponeses da área, em um retrato exemplar de coragem, vêm repelindo os ataques e seguem sem desistir da luta por suas terras. Sem apoio de nenhuma das “autoridades” omissas e covardes desse Velho Estado, reconstroem suas casas e renovam seus ânimos, mesmo após os truculentos ataques e as falsas propagandas imundas do inimigo, que através do monopólio de imprensa reacionário, mentem dizendo que os camponeses estão perdendo esta luta. Os verdadeiros democratas e nós do Movimento Estudantil Popular e Revolucionário propagandeamos a verdade: a vitória é do povo, e quem está perdendo e perderá definitivamente é o latifúndio!

Sabendo que a Universidade deve servir ao povo e que é nosso papel enquanto organização revolucionária ser caixa de ressonância e propagandear a revolução agrária, a faixa foi colocada para apoiar os bravos camponeses e para convocar todos os progressistas e democratas a apoiarem a luta pela terra e contra o latifúndio, que é a principal causa de miséria e atraso da nação.

Seguimos entoando o canto dos justos e lutando junto a todos aqueles que combatem esse Velho Estado nas trincheiras de luta pela terra, especialmente para aqueles do Acampamento Gedeon José Duque que persistem resistindo à repressão e à violência.

DERRUBAR OS MUROS DA UNIVERSIDADE! SERVIR AO POVO

NO CAMPO E NA CIDADE!

VIVA A REVOLUÇÃO AGRÁRIA!

MORTE AO LATIFÚNDIO!

VIVA A ÁREA GEDEON JOSÉ DUQUE!

Coordenação Regional do MEPR – Rondônia

Movimento Estudantil

Alvorada do Povo: A respeito da “remoção” da faixa em apoio a revolução agrária na USP

por MEPR
Publicado em maio 17, 2025
2 minutos de leitura

Nota inicial: Reproduzimos a seguir nota da Alvorada do Povo, sobre a remoção da faixa em defesa da revolução agrária na USP, prática fascista, nefasta e oposta a verdadeira tradição democrática e revolucionária do movimento estudantil em nosso país.

Uma grande campanha em defesa da revolução agrária foi desencadeada em todo o Brasil, por diversas organizações estudantis e de juventude, dentre elas nós da Alvorada do Povo. Sabemos que o único caminho das massas camponesas, indígenas e quilombolas no qual podem obter vitórias é o da resistência armada contra o latifúndio, as hordas da extrema-direita bolsonarista e o velho Estado burguês-latifundiário. É a Revolução Agrária em curso, como primeira etapa de uma grande Revolução Democrática ininterrupta ao socialismo, para construir o Brasil Novo.

Já faz algumas semanas que todos que passam pelo vão da FFLCH-USP leem a consigna de “Viva a Revolução Agrária!”, em uma grande faixa vermelha fixada pelos ativistas da Alvorada do Povo ao tomar parte dessa campanha.

Para surpresa daqueles que estavam no vão da FFLCH-USP, no dia 14 de maio, um elemento desconhecido da faculdade, retirou essa faixa da Alvorada do Povo. No momento dessa retirada, estudantes que passavam pelo local chegaram a questionar esse ato reprovável.

O ato desse elemento, acabou sendo ofuscado pelo fato de que, nesse mesmo dia, uma patotinha bolsonarista da chamada “União Conservadora” apareceu na USP para causar tumultos, criando factoides direitistas para ficarem “famosos” na Internet ao estilo mamãe falei. Removeram algumas faixas que mencionavam a extrema-direita e o Bolsonaro, filmou sua pantomima desde o início, e fugiu choramingando contra a Universidade pública, sempre de câmera ligada, é claro, continuando o mesmo modus operandi como têm sido nesses ataques histéricos contra as mobilizações do movimento estudantil.

Coincidentemente ou não, o grupelho que removeu a faixa da Alvorada do Povo e essa patota bolsonarista tiveram a mesma prática no mesmo dia. Pode ser visto em todos os vídeos do ocorrido que os elementos da “União Conservadora” nenhum momento sequer passaram perto do local de onde a faixa da Alvorada do Povo estava hasteada. Para quem conhece o vão da FFLCH, vendo a foto mais ampla de onde ela estava fixada, fica claro que não foi retirada pelos bolsonaristas histéricos.

Além da faixa, o grupelho que se voltou contra a Revolução Agrária, arrancou vários materiais da Alvorada do Povo e, no local, colocaram os seus, coisa que nem a extrema-direita estava fazendo na Universidade.

O direito do movimento estudantil de se mobilizar, organizar e politizar foi conquistada ao custo de muito sangue derramado daqueles que lutaram e lutam em defesa do povo, especialmente na heroica resistência ao regime militar fascista. A Universidade é um ambiente, onde pululam correntes políticas dos mais variados tipos, onde é normal que existam divergências. Portanto, nenhuma divergência política entre aqueles que lutam, é justificativa para que se remova material político de outras organizações dos ambientes universitários. Aqueles que fazem isso cumprem o papel sujo da reação. Essa é uma prática tipicamente fascista, que nós, da Alvorada do Povo, repudiamos veementemente.

Sabemos quem arrancou a faixa de “Viva a Revolução Agrária” da Alvorada do Povo, e não foram os bundões metidos a influencer de direita. Esse ataque contra a Revolução Agrária, aos camponeses em luta e a nossa Organização não ficará sem resposta.

Viva a Revolução Agrária!
Morte ao Latifúndio!

Alvorada do Povo, 15 de maio de 2025.

Movimento Estudantil

PE: em nota pública, Associação Pernambucana de Anistiados Políticos (APAP) denuncia perseguição política aos estudantes do IFPE campus Recife

por MEPR Autor
Publicado em maio 8, 2025
1 minuto de leitura

Frente ao caso de perseguição sistemática aos estudantes do Grêmio Livre Breno Roberto (gestão Ventania) no IFPE campus Recife, foi publicado em rede social da APAP nota em solidariedade aos estudantes perseguidos. Em um dos casos de perseguiçaõ aos estudantes, publicamos matéria enviada pelos companheiros do Movimento Ventania que pode ser lido Aqui.

Em nota a APAP ressalta a importância do movimento estudantil combativo na luta contra a ditadura militar fascista, e o direito que os estudantes conquistaram de ter sua organização política e seus representantes. A publicação foi postada no instagram da associação e pode ser lida Aqui.

Movimento Estudantil

Iniciando a semana

por MEPR Autor
Publicado em maio 6, 2025
1 minuto de leitura

Em Santa Catarina, estudantes paralisam UFSC contra demissão em massa dos trabalhadores terceirizados

No último dia 29, de acordo com matéria publicada por AND estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) fizeram uma paralisação contra a demissão em massa dos trabalhadores terceirizados da universidade. A demissão foi anunciada pela reitoria como parte da política de corte de gastos. 

Os estudantes montaram barricadas nas três principais entradas da universidade para impedir a passagem de carros e ônibus e distribuíram panfletos para os alunos e trabalhadores que chegavam a pé. Os panfletos explicavam o histórico de precarização da UFSC, das péssimas condições de trabalho dos terceirizados, e a incerteza desses trabalhadores sobre a continuidade de seus empregos. 

Muitos alunos e trabalhadores que passaram pelas barricadas pararam para escrever cartazes em rechaço à precarização da universidade e apoiar a luta popular.

A matéria pode ser lida na integra Aqui.

Estudantes ocupam reitoria da UEM (Universidade estadual de Maringá)

No último dia 29/04 (quarta-feira), após não obterem nenhuma resposta da reitoria às demandas urgentes referentes à infraestrutura, contratação de funcionários e à solução para as filas do Restaurante Universitário (RU), os estudantes decretaram a ocupação da reitoria.

“Hoje, os estudantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM) ocuparam o prédio da reitoria após não obterem nenhuma resposta da reitoria às demandas urgentes referentes à infraestrutura universitária, à contratação de funcionários e à solução para as filas do Restaurante Universitário (RU), deflagrando assim, a ocupação da reitoria. Os estudantes estão em luta por melhorias na universidade para poderem estudar, ensinar e pesquisar. A greve com ocupação é a tática mais justa e avançada do movimento estudantil, e, em âmbito nacional, tem obtido resultados concretos. Cabe aos estudantes tomar em suas mãos o futuro da educação pública e gratuita.”


Movimento Estudantil/Nacional

Campanha nacional em defesa da Revolução Agrária [Atualizado 06/05]

por MEPR
Publicado em maio 5, 2025
1 minuto de leitura

Nós organizações revolucionárias estudantis e de juventude, convocamos uma campanha nacional em defesa da Revolução Agrária. Como parte da nossa luta de derrubar os muros das Universidades, servindo ao povo no campo e na cidade, erguemos alto a bandeira da luta principal que se desenvolve no Brasil hoje, que é entre camponeses pobres sem terra ou com pouca terra contra o latifúndio.

Temos visto um crescimento acelerado dos crimes cometidos pelo latifúndio em conjunto com as forças policiais do velho Estado contra os camponeses em luta, assim como um crescimento de tomadas de terras em todo o Brasil, diante da crise de decomposição crescente do capitalismo burocrático em nosso país.

Vamos fazer das Universidades e demais locais de atuação verdadeiras caixas de ressonância dessa luta, rompendo o cerco montado pelo monopólio de imprensa das classes dominantes que conta com o apoio do oportunismo, onde buscam tergiversas sobre as verdadeiras contradições existentes no Brasil.

Caso alguma Organização tenha interesse em tomar parte ativa na campanha basta entrar em contato. Estamos disponbilizando duas versões de cartazes assinados para cada movimento que faz parte dessa convocação. Assim como reforçamos a necessidade de colocação de faixas com a consigna de “Viva a Revolução Agrária!”, e agitações sobre o tema nos mais variados espaços.

As fotos e vídeos da atividade serão centralizadas no e-mail do MEPR: meprbrasiloficial@proton.me, assim como a publicação destes será pelo site do movimento.

Viva a Revolução Agrária!

Morte ao Latifúndio!

Alvorada do Povo
Coletivo Estudantil Filhos do Povo
Coletivo Estudantil Carcará
Movimento Estudantil Popular Revolucionário
Mangue Vermelho

Maranhão:

Em marcha no Centro de São Luís pelo Dia Internacional da Mulher Proletária, junto a outras organizações, o CEFP fez a defesa ativa da revolução agrária e do fim da escala 6×1. Veja notícia completa clicando aqui.

Rio de Janeiro:

Faixas encontradas na UFRJ e na UERJ.

Fundão Letras – UFRJ
IFCS – UFRJ
IFCS – UFRJ
UERJ

Rio Grande do Sul:

Cartazes encontrados na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) no Campus Centro e Campus do Vale.

São Paulo:

Faixa encontrada na USP Butantã:

Faixas e cartazes encontrados na Unicamp em Limeira e Campinas:

Faixa encontrada na USP Leste:

Paraná:

Registros feitos em Maringá:

Registros feitos na UFPR (Curitiba):

Internacional

Internacional: Defender os cinco de Durham (RSU)!

por MEPR
Publicado em maio 3, 2025
2 minutos de leitura

Publicamos a seguir tradução não-oficial da nota da RSU (Revolutionary Student Union) sobre a detenção de cinco estudantes ocorrida durante uma importante mobilização estudantil na
Universidade Central da Carolina do Norte. Nós do MEPR tomamos parte ativa dessa campanha de solidariedade. A publicação original pode ser acessada clicando aqui.

DEFENDER OS CINCO DE DURHAM!

A União Revolucionária de Estudantes (RSU) se solidariza com os estudantes e a comunidade da Universidade Central da Carolina do Norte (NCCU), que, na quarta-feira, 16 de abril, foram reprimidos pela polícia armada em um ato público. Esse ato foi convocado pela organização de membros da RSU, os Panteras Estudantes (Student Panthers), em resposta à redução, retirada e insuficiência da moradia para estudantes do campus.

Muitos dias antes do ato, a Vice Presidente da Universidade Central da Carolina do Norte, Angela Coleman, enviou uma mensagem ameaçando promover ações judiciais e prisões contra a Organização e os estudantes na universidade. Para tentar dissuadir os estudantes de protestarem, o governo estudantil organizou um evento paralelo sancionado pela universidade. Apesar dessa tentativa de cooptar e conter a justa rebelião das massas, os Panteras Estudantes (Student Panthers) dirigiram centenas de estudantes, membros da comunidade estudantil e uma paralisação da faculdade para exigir adequadas condições de moradia estudantil.

Antes mesmo de os protestos iniciarem, uma força-tarefa de aplicação da lei e da ordem de vários departamentos em conjunto foi organizada e a polícia cercou o local do protesto. Durante o protesto, a polícia brutalmente derrubou, algemou e deteu cinco pessoas. Um representante da Universidade Central da Carolina do Norte alegou que o ato teria sido organizado e realizado por um “número significante de pessoas que não são estudantes da NCCU”. Apesar das claras tentativas de dividir os estudantes da comunidade estudantil, está claro que a administração está falhando no seu malabarismo para criar falsas narrativas para cobrir o fato de que os estudantes estão furiosos com suas respostas inefetivas.

A polícia considerou que o ato como uma “baderna”. Isso demonstra a real face da NCCU, do Departamento de Polícia da NCCU e o Departamento de Polícia da cidade de Durham: que eles consideram que uma concentração de estudantes jovens pretos violento por natureza. Está claro que a supremacia branca e a opressão nacional está fundido com a medula do sistema da UNC. O Ato de 1789, que estabeleceu a primeira universidade estatal, foi escrita majoritariamente por donos de escravos, e os estudantes pretos foram banidos de cursarem a maioria das universidades da UNC até finais da década de 1950.

Essa ação contra os estudantes acontece durante uma longa série de prisões, deportações e demais formas de repressão contra principalmente estudantes imigrantes. A repressão contra estudantes, especialmente oprimidos e discriminados por sua nacionalidade, etnia ou condição de imigrante só está aumentando nacionalmente. Essa crescente repressão sobre os estudantes recai mais pesadamente sobre a classe operária e massas oprimidas nos Estados Unidos e é parte da ofensiva capitalista que se intensifica tanto aqui quanto internacionalmente. Isso demanda organização em defesa e proteção daqueles sob maior risco. Nós da RSU consideramos essa demanda muito seriamente e nossos camaradas de Durham têm cumprido papel exemplar no que se refere a organizar as massas em torno de suas reivindicações. É importante agora mais do que nunca realizar essa campanha de defesa.

Justas manifestações por moradia adequada e por reivindicação das massas não é um crime!

Nós convocamos todas as pessoas e organizações a se solidarizarem com a RSU e os Panteras Estudantes (Student Panthers) na demanda para que a Universidade Central da Carolina do Norte assegure a imunidade acadêmica para todos os presos, bem como para que derrube toda e qualquer pena, e para atender ao chamado por moradia adequada!

DEFENDER OS CINCO DE DURHAM!

TODO PODER AO POVO!

Assinado por:

Revolutionary Student Union
New Labor Organizing Committee
People’s Defense Committee
Revolutionary Maoist Coalition

Nacional

SP: Convocatória para ato unificado do 1º de maio

por MEPR
Publicado em abril 25, 2025
3 minutos de leitura

A Liga Anti-Imperialista Internacional (LAI), a Liga Operária e o Movimento Classista dos Trabalhadores da Educação (Moclate), convocaram ato unificado no 1º de maio, Dia do Internacionalismo Proletário, do qual tomamos parte e reforçamos a convocação. Abaixo publicamos a convocatória na íntegra:

CONVOCAÇÃO DE ATO UNIFICADO

Crianças passando fome; vilas e favelas sendo despejadas em nome do lucro dos ricaços; trabalhadores, adolescentes e mesmo crianças sendo assassinados e torturados pelas forças policias; jornadas de trabalho cada vez mais extenuantes e com salários estagnados; criminalidade galopante nas cidades e no campo; preços absurdos de alimentos da cesta básica; falta de oportunidades de emprego e condições de vida cada vez mais duras para as famílias. Estes são apenas alguns dos sintomas do apodrecimento do sistema político e econômico vigente no nosso país e no mundo. São todas consequências da dominação das potências imperialistas como os Estados Unidos sobre os países oprimidos da América Latina, África e Ásia, como o Brasil.

Em nosso país e no mundo temos visto todos os tipos de crimes sendo cometidos pelas classes dominantes e seus governantes lacaios contra as massas populares, como a aplicação da odiosa escala 6X1 que obriga os trabalhadores e trabalhadoras a sobreviverem sem ter possibilidade de descansar, de ter lazer, estudar ou se dedicar à sua família, e isto por salários de miséria que não garantem nem o básico. Assim como trabalhadores de setores como o industrial e o telemarketing têm se levantado na luta pelo fim do 6X1, também os entregadores de aplicativo vêm dando exemplo de combatividade, independência e classismo organizando greves nacionais e obrigando os patrões a ouvirem suas vozes e elevando sua organização pelos seus direitos trabalhistas fundamentais.

Temos testemunhado também um aumento vertiginoso do genocídio contra o povo pobre e preto brasileiro, nas favelas e periferias das grandes cidades e também no campo contra os camponeses e indígenas em sua luta sagrada pela terra. A cada ano vemos aumentar o número de pessoas assassinadas pelo velho Estado simplesmente por serem pobres, enquanto os verdadeiros bandidos engravatados seguem impunes.

Nesta situação de grave crise geral, precisamos mais do que nunca levantar alto a bandeira do 1 o de Maio – Dia do Internacionalismo Proletário – como uma bandeira sagrada de todos os homens e mulheres trabalhadores e oprimidos do mundo em luta por seus direitos, nos inspirando no exemplo heroico que tem sido dado pelo povo palestino de resistir ao opressor até a última gota de sangue, independente das dificuldades, com a certeza num amanhã de esperança e justiça para as massas populares. O 1 o de maio não é dia de festinha ou de bajulação, é dia de luta! Muito ao contrário do que querem nos fazer crer os pelegos da falsa esquerda e os engravatados ladrões da direita. Jamais baixaremos nossas bandeiras, nossa causa é sagrada e no nosso caminho de luta sem quartel contra o imperialismo e todos os seus lacaios certamente triunfaremos!

A Liga Anti-Imperialista, a Liga Operária e o MOCLATE convocam os estudantes, trabalhadores, operários, ambulantes, progressistas, revolucionários de São Paulo e todos aqueles revoltados com a situação de nosso país e do mundo sob dominação das potências imperialistas a se somarem ao ato político pelo fim da escala 6X1, em apoio ao Breque dos Apps, pelo fim das chacinas e despejos criminosos nas favelas de todo o país, exigindo justiça para Ngagne Mbaye e levantando todo nosso apoio e solidariedade ao heroico povo palestino. O ato acontecerá na Praça da Liberdade (saída da estação de metrô Japão-Liberdade) às 14h30 do dia 1o de Maio. Também participaremos do ato unificado puxado pelo VAT às 9h da manhã na Avenida Paulista pelo fim da escala 6X1 e convocamos a todos os apoiadores desta luta para que o façam.

Apelamos para que todas as organizações, associações, entidades e indivíduos progressistas, democráticos e revolucionários que concordem com a necessidade de resgatar a tradição de luta independente e combativa no 1o de maio se somem ao nosso manifesto, participem ativamente desta luta e a divulguem o mais amplamente possível. A luta contra o imperialismo e pelos direitos fundamentais de todos os trabalhadores é uma luta dura e prolongada e só poderá triunfar por meio da união de forças verdadeiramente progressistas em defesa das bandeiras sagradas de luta de todos os povos e classes oprimidas do mundo. REBELAR-SE É JUSTO!

TODO APOIO AO ‘BREQUE DOS APPS’!

PELO FIM DA ‘ESCALA 6X1’!

TODO APOIO À RESISTÊNCIA NACIONAL PALESTINA!

JUSTIÇA POR NGAGNE MBAYE!

PELO FIM DAS CHACINAS NAS FAVELAS DE TODO O PAÍS!

LAI – Liga Anti-Imperialista

Liga Operária

MOCLATE – Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação

Clique aqui para baixar a convocatória.

Teoria

Lênin, a Águia das Montanhas (Stálin, 1924)

por MEPR
Publicado em abril 23, 2025
15 minutos de leitura

Nota inicial: Há 155 anos no dia 22 de abril nascia o grande Lênin, titã do proletariado internacional. Nós do Movimento Estudantil Popular Revolucionário, erguemos alto a bandeira desse grande chefe, que dirigindo o Partido Comunista da União Soviética (PCUS-B), empreendeu a Grande Revolução Socialista de Outubro que abriu uma nova era na história da humanidade, a era das revoluções proletárias. Aproveitamos para publicar esse importante discurso de Stálin sobre Lênin, pronunciado na solenidade organizada pelos alunos da Escola Militar do Kremlin, a 28 de janeiro de 1924.

LÊNIN, A ÁGUIA DAS MONTANHAS

Camaradas, disseram-me que vocês organizaram uma reunião em memória de Lênin aqui esta noite e que fui convidado como um dos oradores. Não creio que haja necessidade de fazer um discurso fixo sobre as atividades de Lênin. Seria melhor, penso eu, limitar-me a alguns fatos para trazer à tona algumas das características de Lênin como homem e líder. Pode, talvez, não haver nenhuma conexão inerente entre esses fatos, mas isso não é de vital importância no que diz respeito a obter uma ideia geral de Lênin. De qualquer forma, não posso fazer mais do que acabo de prometer.

A ÁGUIA DAS MONTANHAS

Conheci Lenin pela primeira vez em 1903. É verdade que não era um conhecimento pessoal, mas era por correspondência. Mas isso causou uma impressão indelével em mim, que nunca me deixou em todo o meu trabalho no Partido. Eu estava exilado na Sibéria na época. Meu conhecimento das atividades revolucionárias de Lênin desde o final dos anos noventa, e especialmente depois de 1901, após o aparecimento do Iskra, me convenceu de que tínhamos em Lênin um homem de extraordinário calibre. Naquela época, eu não o considerava apenas um líder do Partido, mas seu verdadeiro fundador, pois só ele compreendia a essência interna e as necessidades urgentes de nosso Partido.

CONHECI Lênin pela primeira vez em 1903. Certamente, este conhecimento não foi pessoal, mas por correspondência. Deixou em mim, porém, uma impressão indelével que não se apagou em todo o tempo em que venho atuando no Partido. Encontrava-se então na Sibéria, deportado. Ao conhecer a atuação revolucionária de Lênin nos últimos anos do século XIX e, sobretudo, depois de 1901, depois da publicação da “Iskra”, convenci-me de que tínhamos em Lênin um homem extraordinário. Não era então a meu ver, um simples chefe do Partido; era seu verdadeiro criador, porque só ele compreendia a própria natureza e as necessidades urgentes de nosso Partido. Quando o comparava com os outros chefes do nosso Partido, me parecia sempre que os companheiros de luta de Lênin — Plekhanov, Mártov, Axelrod e outros — estavam cem furos abaixo dele; que Lênin, em comparação com eles, não era simplesmente um dos dirigentes, mas um chefe de tipo superior, uma águia das montanhas, sem medo na luta e conduzindo audazmente o Partido para diante, pelo caminho ainda inexplorado do movimento revolucionário russo. Esta impressão acabou por penetrar tão fundamente em meu espírito que senti a necessidade de escrever a respeito a um íntimo amigo meu, emigrado no estrangeiro, pedindo-lhe sua opinião. Ao cabo de algum tempo, quando já estava deportado na Sibéria — era em fins de 1903 — recebi uma resposta entusiasta de meu amigo, bem como uma carta simples, mas profunda, escrita por Lênin, a quem meu amigo havia mostrado minha própria carta. A missiva de Lênin era relativamente curta, mas continha uma crítica audaz e corajosa das atividades práticas de nosso Partido, assim como uma exposição magnificamente clara e concisa de todo o plano de trabalho do Partido para o futuro próximo. Só Lênin sabia escrever sobre as questões mais complexas com tanta simplicidade e clareza, concisão e audácia, que suas frases não pareciam que falavam, mas que disparavam. Esta pequena carta, simples e audaz, convenceu-me mais ainda de que tínhamos em Lênin a águia das montanhas de nosso Partido. Não posso perdoar-me haver queimado aquela carta de Lênin, assim como muitas outras, seguindo o costume do velho militante na ilegalidade.

Datam daquele momento as minhas relações com Lênin.

A MODÉSTIA

ENCONTREI-ME pela primeira vez com Lênin em dezembro de 1905, na Conferência bolchevique de Tamerfors (Finlândia). Esperava ver a águia de nosso Partido, o grande homem, grande não só do ponto de vista político, mas também, se quiserem, do ponto de vista físico, porque imaginava Lênin como um gigante de postura imponente e majestosa. Foi muito grande a minha decepção quando vi um homem completamente simples, de estatura menor que a mediana, e que não se diferenciava em nada, absolutamente em nada, dos demais mortais…

É costume que “um grande homem” deve chegar tarde às reuniões, enquanto os assistentes esperam sua aparição com o coração ansioso; que, quando o grande homem vai aparecer, os membros da reunião avisem: Pss…, silêncio, já vem! Parecia-me que este cerimonial não era supérfluo, que se impunha, que inspirava respeito. Foi multo grande a minha decepção quando soube que Lênin havia chegado a reunião antes dos delegados e que, afastado a um canto, prosseguia, sem afetação alguma, a mais banal das conversações com os delegados mais simples da Conferência. Não nega que isto me pareceu então certa violação de algumas normas imprescindíveis.

Só mais tarde compreendi que essa simplicidade e essa modéstia de Lênin, que esse desejo de passar desapercebido, ou, em todo caso, de não chamar a atenção, de não salientar sua alta posição, eram traços que constituíam um dos lados mais fortes de Lênin, como novo chefe das novas massas, das massas simples e comuns das camadas mais baixas e profundas da Humanidade.

A FORÇA DA LÓGICA

MAGNÍFICOS foram os discursos que Lênin pronunciou naquela Conferência: sobre os problemas do momento e sobre a questão agrária.

Infelizmente, não foram conservados. Foram discursos inspirados, que acenderam clamoroso entusiasmo em toda a Conferência. A extraordinária força de convicção, a simplicidade e a clareza de argumentos, as frases breves e inteligíveis para todos, a falta de afetação, de gestos teatrais e de frases de efeito, ditas para produzir impressão; tudo isso distinguia favoravelmente os discursos de Lênin dos discursos dos oradores “parlamentares” comuns.

Mas não foi este aspecto dos discursos de Lênin o que mais me cativou então, mas a força invencível de sua lógica, que um pouco secamente, mas em troca a fundo, se assenhoreia do auditório eletriza pouco a pouco e depois o cativa, como se diz, sem reservas. Recordo que muitos delegados diziam:

“A lógica nos discursos de Lênin é como tentáculos poderosos que prendem a gente por todos os lados e dos quais não há meio de livrar-se: é preciso render-se ou sofrer um completo fracasso”.

Creio que esta particularidade dos discursos de Lênin é o aspecto mais forte de sua arte oratória.

SEM CHORADEIRA

ENCONTREI Lênin pela segunda vez em 1906, em Estocolmo, no Congresso do nosso Partido. Sabe-se que nesse Congresso os bolcheviques ficaram em minoria e sofreram uma derrota. Pela primeira vez vi Lênin no papel de derrotado. Não se parecia em nada a esses chefes que, depois de uma derrota, choramingam e perdem o ânimo. Ao contrário, a derrota fez com que Lênin centuplicasse sua energia. Impulsionando seus partidários para novos combates, para a vitória futura. Falo da derrota de Lênin. Mas, qual era sua derrota? Era preciso ver os adversários de Lênin, os vencedores do Congresso de Estocolmo, Plekhanov, Axelrod, Mártov e os demais: não pareciam, nem de longe, verdadeiros vencedores, porque Lênin, com sua crítica implacável do menchevismo, não lhes deixou, como se costuma dizer, nem um osso inteiro. Lembro-me de como nós, delegados bolcheviques, depois de nos termos reunidos num grupo compacto, observávamos Lênin e lhe pedíamos que nos aconselhasse. Nos discursos de alguns delegados se notava o cansaço, o desânimo. Lembro-me de como Lênin, contestando aqueles discursos, murmurou entre dentes e em tom mordaz:

“Não choraminguem, camaradas, venceremos sem dúvida alguma porque temos razão”.

O ódio aos intelectuais chorões, a fé nas próprias forças, a fé na vitória, de tudo isto nos falava Lênin então. Percebia-se que a derrota dos bolcheviques era passageira, que os bolcheviques haviam de vencer num futuro multo próximo.

“Não choramingar em caso de derrota”. É precisamente esse o aspecto particular da atividade de Lênin que permitiu agrupar em torno de si um exército dedicado à causa até o fim e cheio de fé em suas próprias forças.

SEM PRESUNÇÃO

NO CONGRESSO seguinte, em 1907, em Londres, foram os bolcheviques que obtiveram a vitória. Vi então Lênin pela primeira vez no papel de vencedor. Geralmente, a vitória embriaga a certa espécie de chefes, enche-os de vaidade, torna-os presunçosos. Na maioria de tais casos, põem-se a cantar vitória e a descansar sobre os louros. Mas Lênin não se parecia em nada a esta espécie de chefes. Ao contrário, era precisamente após a vitória que mantinha uma vigilância particular e permanecia em guarda. Lembra que Lênin repetia então com insistência aos delegados:

“Primeiro, não se deixar embriagar pela vitória; nem tão pouco envaidecer-se dela; segundo, consolidar o êxito obtido; terceiro, acabar com o inimigo, porque está somente vencido, mas ainda não aniquilado”.

Caçoava mordazmente dos delegados que afirmavam levianamente que “se havia acabado para sempre com os mencheviques”. Não lhe era difícil demonstrar que os mencheviques tinham ainda raízes no movimento operário e que devia-se combate-los com habilidade, evitando sobre-estimar as próprias forcas e, sobretudo, menosprezar as do inimigo.

“Não se envaidecer com a vitória”. É esse precisamente o traço particular do camarada Lênin que lhe permitia avaliar com lucidez as forças do inimigo e assegurar o Partido contra qualquer surpresa.

FIDELIDADE AOS PRINCÍPIOS

OS CHEFES de um partido não podem deixar de valorizar a opinião da maioria de seu partido. A maioria é uma força com a qual um chefe não pode deixar de contar. Lênin o compreendia tão bem como qualquer outro dirigente do Partido. Mas Lênin nunca foi prisioneiro da maioria, sobretudo quando essa maioria não se apoiava sobre uma base de princípios. Houve momentos na história de nosso Partido em que a opinião da maioria ou os interesses momentâneos do Partido chocavam-se com os interesses fundamentais do proletariado.

Em tais casos, Lênin, sem vacilar, punha-se ao lado dos princípios contra a maioria do Partido. Mas ainda, não temia em casos semelhantes intervir literalmente só contra todos, julgando, como dizia amiúde, que “uma política de princípios é a única política certa”.

Os dois fatos seguintes são particularmente característicos a este respeito:

PRIMEIRO FATO. Era durante o período de 1909 a 1911, quando o Partido, desfeito pela contrarrevolução, estava em plena decomposição. Era o período em que ninguém tinha fé no Partido, em que não só os intelectuais, mas em parte os operários, desertavam em massa do Partido; período em que se repelia toda atividade clandestina, período do liquidacionismo e do desmoronamento. Não só os mencheviques, mas também os bolcheviques estavam divididos então numa série de frações e correntes distintas, desligadas em sua maioria do movimento operário. Sabe-se que foi precisamente naquele período que nasceu a ideia de liquidar inteiramente as atividades clandestinas do Partido, de organizar os operários num partido legal, liberal, stolypiniano. Lênin foi então o único que não se deixou ganhar pelo contágio e que manteve no alto a bandeira do Partido, reunindo, com uma paciência assombrosa, com uma tensão sem precedentes, as forças do Partido dispersas e desfeitas, combatendo no interior do movimento operário todas as tendências hostis ao Partido, defendendo o princípio do Partido com um valor extraordinário e uma perseverança incrível.

Sabe-se que, mais tarde, Lênin saiu vencedor daquela luta pela manutenção do princípio do Partido.

SEGUNDO FATO. Era no período de 1914 a 1917, em plena guerra imperialista, no momento em que todos os partidos socialdemocratas e socialistas, ou quase todos, levados pelo delírio patriótico geral, se haviam posto a serviço do imperialismo de seus países. Era o período em que a II Internacional inclinava suas bandeiras ante o Capital, em que inclusive homens como Plekhanov, Kautski, Guesde, etc., não resistiram à onda de chauvinismo; Lênin foi então o único homem, ou quase o único, que empreendeu decididamente a luta contra o social-chauvinismo e o social-pacifismo, pôs a nu a traição dos Guesde e dos Kautski e estigmatizou a indecisão dos “revolucionários” que nadavam entre duas águas. Lênin compreendia que era seguido por uma insignificante minoria, mas para ele aquilo não tinha uma importância decisiva, porque sabia que a única política certa, voltada para o futuro, era a do internacionalismo consequente; porque sabia que a política de princípios era a única política acertada.

Sabe-se que naquela luta por uma nova Internacional, Lênin também saiu vencedor.

“Uma política de princípios é a única política certa”. Tal era precisamente a fórmula com a ajuda da qual Lênin tomava de assalto as novas posições “inexpugnáveis”, ganhando para o marxismo revolucionário os melhores elementos do proletariado.

A FÉ NAS MASSAS

Teóricos e líderes de partidos, homens familiarizados com a história das nações e que estudaram a história das revoluções do início ao fim, são por vezes acometidos por uma doença vergonhosa. Essa doença chama-se medo das massas, descrença no poder criativo das massas. Isso, por vezes, dá origem, nos líderes, a uma espécie de atitude aristocrática em relação às massas, que, embora não sejam versadas na história das revoluções, estão destinadas a destruir a velha ordem e construir a nova. Esse tipo de atitude aristocrática deve-se ao medo de que os elementos se descontrolem, de que as massas possam “destruir demais”; deve-se ao desejo de desempenhar o papel de um mentor que tenta ensinar as massas a partir dos livros, mas que se mostra avesso a aprender com as massas.

Lênin era o completo oposto desses líderes. Não conheço nenhum outro revolucionário que tivesse uma fé tão profunda no poder criativo do proletariado e na eficácia revolucionária de seu instinto de classe quanto Lênin. Não conheço nenhum outro revolucionário que pudesse açoitar os críticos presunçosos do “caos da revolução” e da “rebelião das ações não autorizadas das massas” tão implacavelmente quanto Lênin. Lembro-me de que, durante uma conversa, um camarada disse que “a revolução deve ser seguida pela ordem normal das coisas”, Lênin comentou sarcasticamente:

“É uma pena que as pessoas que querem ser revolucionárias se esqueçam de que a ordem mais normal das coisas na história é a ordem revolucionária das coisas”.

Daí o desprezo de Lênin por todos que desprezavam as massas com arrogância e tentavam ensiná-las por meio de livros. E daí o preceito constante de Lênin: aprender com as massas, tentar compreender suas ações, estudar cuidadosamente a experiência prática da luta das massas.

A fé no poder criativo das massas — esta era a característica da atividade de Lênin que lhe permitia compreender o processo espontâneo e direcionar seu movimento para o canal da revolução proletária.

O GÊNIO DA REVOLUÇÃO

Lênin havia nascido para a revolução. Foi realmente o gênio das explosões revolucionárias e o grande mestre da arte de dirigir as revoluções. Nunca se sentia tão à vontade, tão feliz como na época das comoções revolucionárias. Mas isto não quer dizer, de modo algum, que Lênin aprovava na mesma medida toda comoção revolucionária, nem tão pouco que se pronunciava sempre em qualquer circunstância a favor das explosões revolucionárias. De maneira alguma.Quer dizer somente que nunca a perspicácia genial de Lênin se manifestava com tanta plenitude, com tanta precisão, como nos momentos de explosões revolucionárias. Nos dias de viragens revolucionárias florescia literalmente, adquiria o dom da dupla visão, adivinhava com antecipação o movimento das classes e os ziguezagues prováveis da revolução como se os lesse na palma da mão. Com razão se dizia no Partido: “Ilitch sabe nadar nas ondas da revolução como o peixe na água”.Daí a clareza “assombrosa” das palavras de ordem táticas de Lênin e a audácia “vertiginosa” de seus planos revolucionários.Dois fatos particularmente característicos e que destacam aquela peculiaridade de Lênin me vêm agora á memória.PRIMEIRO FATO. Era a véspera da Revolução de Outubro, quando milhões de operários, camponeses e soldados, impulsionados pela crise na retaguarda e na frente, exigiam a paz e a liberdade; quando os generais da burguesia preparavam a instauração de uma ditadura militar, com o objetivo de levar a guerra “até o fim”; quando toda a pretensa “opinião pública” e todos os pretensos “partidos socialistas” eram hostis aos bolcheviques e os qualificavam de “espiões: alemães”; quando Kerenski tentava afundar o Partido dos bolcheviques na ilegalidade e o havia conseguido em parte; quando os exércitos, ainda poderosos e disciplinados, da coalizão austro-alemã se erguiam ante os nossos exércitos cansados e em estado de decomposição, e os “socialistas” da Europa ocidental continuavam mantendo tranquilamente o bloco com seus governos, com o objetivo de prosseguir “a guerra até à vitória completa”…O que significava desencadear uma insurreição naquele momento?Desencadear uma insurreição em tais condições era arriscar tudo. Mas Lênin não temia arriscá-lo, porque sabia e via com seu olhar clarividente que a insurreição era inevitável, que a insurreição venceria, que a insurreição na Rússia prepararia o fim da guerra imperialista, que a insurreição na Rússia poria de pé as massas esgotadas do Ocidente, que a insurreição na Rússia transformaria a guerra imperialista em guerra civil, que desta insurreição nasceria a República dos Soviets, que a República dos Soviets serviria de baluarte ao movimento revolucionário no mundo inteiro.Sabe-se que aquela previsão revolucionária de Lênin foi depois cumprida com uma precisão sem par.SEGUNDO FATO. Era nos primeiros dias que se seguiram à Revolução de Outubro, quando o Conselho de Comissários do Povo tentava obrigar o general rebelde Dukonin, generalíssimo dos exércitos russos, a suspender as hostilidades e a entabular negociações com os alemães visando um armistício. Recordo como Lênin, Krylenko (o futuro chefe supremo) e eu fomos ao Estado Maior Central de Petrogrado para nos pormos em contato com Dukonin pelo cabo direto. Era um momento angustioso. Dukonin e o Grande Quartel General se haviam negado categoricamente a cumprir a ordem do Conselho de Comissários do Povo. Os quadros de comando do exército se encontravam inteiramente em mãos do Grande Quartel General. Quanto aos soldados ignorava-se o que diria aquele exército de 12 milhões de homens, submetido às chamadas organizações do exército, que eram hostis ao Poder dos Sovietes. Em Petrogrado mesmo, como se sabe, se incubava então a insurreição dos alunos das escolas de guerra. Além disso, Kerenski avançava no trem de guerra sobre Petrogrado. Recordo que, depois de um momento de silencio junto ao aparelho, o rosto de Lênin se iluminou de não sei que lua extraordinária. Via-se que Lênin já havia tomado uma decisão:”Vamos à estação de rádio, disse Lênin, ela nos prestará um bom serviço; destituiremos, por ordem especial, o general Dukonin; em seu lugar nomearemos o camarada Krylenko chefe supremo e nos dirigiremos aos soldados por cima das cabeças do comando, exortando-os a isolar os generais, cessar as hostilidades, entrar em contacto com os soldados austro-alemães e tomar a causa da paz em suas próprias mãos”.Era um “salto no desconhecido”. Mas Lênin não tinha medo daquele “salto”; ao contrário, antecipava-se a ele, porque sabia que o exército queria a paz e que a conquistaria varrendo todos os obstáculos postos em seu caminho, porque sabia que aquele meio de estabelecer a paz teria repercussão sobre os soldados austro-alemães e reavivaria o desejo de paz em todas as frentes sem exceção.É sabido que também aquela previsão revolucionária de Lênin foi cumprida mais tarde da maneira mais exata.Uma perspicácia genial, uma faculdade de compreensão, de adivinhar tais eram precisamente as qualidades próprias de Lênin que lhe permitiam elaborar uma estratégia certa e uma linha de conduta clara nas viragens do movimento revolucionário.

Internacional

Liga Anti-Imperialista: Convocatória Pública (2024)

por MEPR
Publicado em abril 21, 2025
18 minutos de leitura

Nota inicial: Publicamos a convocatória pública da Liga Anti-Imperialista (LAI), traduzida para o português de forma não-oficial pelo blog Servir ao Povo.

CHAMADO À OPINIÃO PÚBLICA DO COMITÊ FUNDADOR DA LIGA ANTI-IMPERIALISTA

Anti-imperialistas do mundo, uni-vos!

ORGANIZEMOS UMA LUTA UNIDA CONTRA AS GUERRAS DE AGRESSÃO IMPERIALISTAS, AS GUERRAS INJUSTAS, TODAS AS FORMAS DE ATRASO E FASCISMO. ENVIEMOS O IMPERIALISMO E TODAS AS FORMAS DE REAÇÃO À LATA DE LIXO DA HISTÓRIA! LIGA ANTI-IMPERIALISTA

Nossa convocatória ao proletariado internacional, aos povos oprimidos do mundo, às forças anti-imperialistas, aos revolucionários e democratas!

Como todos os grandes sistemas soberanos de exploração que existiram na história, o sistema imperialistas debate-se em crises econômicas, políticas, sociais e militares. Luta para sobreviver apesar das suas incessantes guerras predatórias, da sua opressão e exploração ilimitadas.

Nosso mundo se encontra em um momento de turbulência, profunda inquietude e mudança. Há apenas trinta anos, o imperialismo, especialmente o imperialismo ianque (EUA), proclamava o “fim da história”! Com a “Pax Americana”, declarou que a “paz eterna” era uma realidade. Através de uma gigantesca propaganda, difundiu-se por todo o mundo que a partir de agora se abriria o caminho para um futuro cheio de paz, democracia e prosperidade, garantido pela “polícia mundial”. A evolução dos acontecimentos desde estas palavras até hoje demonstrou que o “paraíso” prometido pelos imperialistas é um inferno na terra para as massas oprimidas dos povos do mundo. Desde a promessa dos imperialistas da “vida no grande paraíso”, não se passou um só dia sem guerra e destruição. Nunca na história da humanidade houve tanta comida e tanta fome. Mais de 25 mil pessoas morrem de fome todos os dias. Segundo dados oficiais, 280 milhões de pessoas em 59 países sofrem de fome extrema, enquanto mais de 1 bilhão de pessoas sofrem de grave escassez de alimentos.

Por outro lado, uma enorme riqueza está concentrada nas mãos de poucos. Os 26 maiores multimilionários têm tanta riqueza quanto as 800 milhões de pessoas mais pobres. Enquanto os operários e trabalhadores do mundo perdem rapidamente o seu poder aquisitivo e o seu direito ao trabalho, se cria cada vez mais riqueza através de uma maior exploração em benefício dos monopólios. Enquanto as cinco pessoas mais ricas duplicaram a sua riqueza nos últimos três anos, 500 milhões de pessoas caíram na pobreza.

A dominação dos imperialistas em todos os países semifeudais, semicoloniais e atrasados e as políticas agrícolas aplicadas estão provocando o despejo massivo de camponeses em todo o mundo. A terra agrícola é saqueada continuamente pelos grandes monopólios agrários e os grandes latifundiários, e a terra agrícola se concentra nas mãos de alguns poucos monopólios agrários internacionais e grandes latifundiários. A questão camponesa, isto é, a questão da terra, aumentou enormemente. Os maiores exploradores da agricultura mundial, os 1%, cultivam mais de 70% das terras agrícolas do mundo. Os camponeses pobres, os pequenos proprietários e os camponeses sem terra, que constituem quase metade da população mundial, possuem 30% das terras agrícolas do mundo e produzem ao menos 70% dos alimentos consumidos em todo o mundo. As políticas agrícolas impostas pelos imperialistas pioraram a situação dos camponeses pobres e sem terra, em particular através do aumento da exploração e do confisco de terras. As massas camponesas, cuja pobreza aumentou, que lutam contra a fome e foram expulsas das suas terras, são obrigadas a viver em barracos pobres nas cidades. Especialmente nos países semifeudais e semicoloniais, o domínio dos imperialistas e as políticas agrárias aplicadas estão provocando o despejo massivo de camponeses em todo o mundo. As crescentes ondas de migração nas zonas rurais são uma consequência do semifeudalismo e do semicolonialismo causados pela dominação imperialista.

Desde a Cúpula da Terra no Rio de Janeiro em 1992, as emissões aumentaram 60% em vez de diminuir. Especialmente nos países oprimidas, foram criadas novas zonas para que os imperialistas aumentem a sua exploração sob o pretexto de proteger o “meio ambiente natural”. As indústrias e os recursos naturais destes países foram ainda mais destruídos e a situação das massas, especialmente dos camponeses e dos povos indígenas, piorou.

As guerras que começaram apenas em 2001 – Iraque, Líbia, Afeganistão, etc. – causaram direta e indiretamente a morte de 4,7 milhões de pessoas. Na atualidade, mais de 110 milhões de pessoas em todo o mundo se viram deslocadas por guerras, perseguições e conflitos de todo tipo. A guerra de agressão sionista contra o povo palestino não é uma exceção, nada mais é do que a verdadeira face do imperialismo e da reação mundial. Só a ocupação sionista assassina de Gaza provocou a morte de mais de 35.000 palestinos desde outubro de 2023, para além dos mais de dez mil desparecidos sob os escombros. Na Palestina foram mortos mais jornalistas, médicos e trabalhadores humanitários do que nos vinte anos da Guerra do Vietnã ou nos oito anos da Guerra do Iraque.

O imperialismo é reacionário em todos os âmbitos, é uma perda de direitos. É uma reação permanente que abre o caminho ao fascismo. As leis e tratados internacionais sobre genocídio, crimes de guerra e os chamados direitos humanos são jogados ao mar pelos seus criadores e só são aplicados quando os interesses dos diversos imperialistas estão em jogo. A supressão da solidariedade com a Palestina na Europa, Estados Unidos e outros países demonstrou que, nos países imperialistas, os direitos democráticos básicos de liberdade de expressão, reunião e organização, dos quais as sociedades burguesas tanto se orgulham, são facilmente violados. Nem sequer os direitos mínimos dos presos políticos confinados nos cárceres do imperialismo e seus sequazes em todo o mundo estão garantidos. Há também centenas de milhares de perseguidos, detidos, assassinados e desaparecidos.

O imperialismo existiu ao custo de guerras terríveis e destrutivas para a imensa maioria da humanidade. Por todas as suas contradições e putrefação, o sistema imperialista não desparecerá por si só. Apesar de todas as suas contradições e putrefação, o sistema imperialista não desparecerá por si só.

Só através da organização e da luta de bilhões de pessoas em todo o planeta será possível erradicar os imperialistas e os seus lacaios da face da terra. As massas são as criadoras da história e nada pode ser alcançado sem elas. A tarefa dos setores avançados do povo, comunistas, revolucionários, democratas, operários e camponeses conscientes, intelectuais progressistas e a juventude é unir-se à maioria do povo, superar as vacilações e mobilizar a luta da imensa maioria.

O imperialismo desperta a profunda ira dos povos do mundo e prepara as condições materiais e morais para a luta das grandes massas populares. Em muitas partes do mundo, os operários e trabalhadores estão organizando protestos e manifestações massivas pelos seus direitos econômicos, democráticos e políticos.

É uma tarefa urgente unir o proletariado internacional, os povos oprimidos e as lutas das nações oprimidas do mundo para alcançar uma ampla unidade nacional e internacional contra a agressão bélica imperialista, as guerras injustas, a reação e o fascismo. As condições são favoráveis para unir a maioria dos povos contra os imperialistas e os seus instigadores.

“Os imperialistas são tigres de papel”. O Poder Unido dos Povos Oprimidos e Explorados do Mundo destruirá o “Tigre de Papel”!

O imperialismo, fase superior do capitalismo, é um sistema monopolista, decadente e moribundo de exploração e saqueio que existe com contradições que inevitavelmente preparam o seu próprio fim. Todo o sistema se baseia na capacidade do capital monopolista de maximizar o lucro. O aprofundamento e ampliação da exploração, a destruição ilimitada da natureza e a aniquilação dos habitats naturais dos seres vivos, o apoio a todo tipo de reação, a criação e apoio de inimizades entre os povos, a prevenção do autogoverno e independência nacional dos povos, as intermináveis guerras injustas para redistribuir os mercados, o enorme aumento dos fundos destinados aos orçamentos de guerra servem apenas a um propósito: garantir a manutenção da dominação do mundo pelos monopólios a todo custo. Desde a transição do capitalismo de livre concorrência ao capitalismo monopolista, vimos duas grandes guerras imperialistas de redistribuição que custaram milhões de vidas para manter este sistema, ocupações diretas por parte dos imperialistas e dezenas de guerras regionais sob a direção e provocação dos imperialistas. Na época em que estamos, estas guerras continuam e continuarão. As guerras injustas e as ocupações são, por um lado, o resultado da política de dominação absoluta dos imperialistas e, por outro, significam a criação de enormes lucros para a indústria bélica. O imperialismo é responsável por bilhões de pessoas que vivem na escravidão, pela opressão de povos inteiros. Os operários e trabalhadores do mundo, os povos oprimidos, carregam o fardo de todo tipo de exploração e brutalidade para a dominação do capital financeiro. Bilhões de pessoas lutam pelas suas vidas nas condições mais duras e sofrem a opressão dos imperialistas e seus lacaios.

O imperialismo norte-americano é a potência hegemônica desde a Segunda Guerra Mundial, a repartilha imperialista do mundo, é o ator principal de todo tipo de exploração, saqueio, guerras injustas e ocupações no mundo. Embora o imperialismo chinês, russo, britânico, alemão, francês, etc. tenha ganho mais influência nos parâmetros econômicos, políticos e militares do mundo em comparação com o passado, o imperialismo norte-americano segue estando no centro do sistema imperialista e é o principal ator que determina o curso dos acontecimentos. Por outro lado, paralelamente à intensificação das contradições entre eles, os imperialistas tentam consolidar as suas posições mútuas repartindo entre si as potências que dependem deles. Portanto, apesar das contradições entre eles, formam diversas alianças econômicas, militares e políticas para garantir a continuidade do sistema e a sua própria posição. Como sempre, são os trabalhadores, os pobres e os povos oprimidos do mundo que são afetados pelas consequências destrutivas do aprofundamento das contradições e desavenças entre os imperialistas e os seus seguidores.

A Grande Revolução de Outubro de 1917 e a onda de novas revoluções democráticas e revoluções socialistas que libertaram um terço da população mundial do sistema imperialista, bem como os reveses do socialismo, prepararam o terreno para os imperialistas continuarem impiedosamente a sua agressão cada vez maior contra os trabalhadores e os povos oprimidos do mundo. No entanto, as condições que dão aos imperialistas e aos seus lacaios uma vantagem relativa estão chegando ao seu fim.

Os centros imperialistas, que propagam as “virtudes” do seu sistema explorador com o argumento de ser um “regime democrático”, aumentam a influência e a autoridade das forças repressivas do Estado burguês, tanto de direito como de fato, e utilizam cada dia mais a violência de Estado contra a população devido aos problemas de governabilidade, agravados pelo aprofundamento da crise geral do imperialismo. Além da polícia e da gendarmaria, as forças do exército também estão sendo utilizadas contra o povo, enquanto os partidos e organizações racistas-fascistas dentro e fora do parlamento estão tornando-se eficazes e as forças de reserva da contrarrevolução estão sendo reforçadas. A crise geral do sistema imperialista e o aprofundamento e ampliação das contradições fazem com que os Estados burgueses acentuem o aparato de violência, o façam mais visível e o utilizem na prática. Isto é um sinal do recrudescimento da luta de classes e de que esta se recrudescerá ainda mais nos próximos períodos e de que os Estados soberanos burgueses se organizarão contra os seus “coveiros”.

À medida que se aprofunda a crise do capitalismo e aumenta o preço imposto aos povos, as manipulações da burguesia sobre o povo perdem cada vez mais o seu efeito, e a classe operária e os povos oprimidos expressam nas ruas, inclusive nos países centrais do sistema imperialista, a sua ira e a sua resistência contra as contradições dominantes. Apesar dos enormes recursos e poder de opressão de que dispõem os imperialistas e os seus lacaios, os operários, camponeses e povos oprimidos, especialmente na Ásia, África e América Latina, resistem gloriosamente ao custo de grandes sacrifícios. A heroica resistência das forças de libertação nacional e anticolonialistas palestinas contra a reação sionista de Israel, apoiada pelos imperialistas com todos os seus meios, é uma das expressões concretas disto. Estes acontecimentos são sinais de que uma nova onda revolucionária está em pleno desenvolvimento. O que ainda não se desenvolveu suficientemente são as organizações que podem assumir e dirigir esta onda progressista. Precisamos criar alianças de forças mais fortes, mais sistemáticas e o mais amplas possíveis. Não temos tempo a perder e nos distrairmos. Os pontos de inflexão históricos requerem intervenções históricas. O ditado de que a história não perdoa lacunas expressa uma realidade. Se não realizarmos as intervenções adequadas, se não encontrarmos os meios e métodos para cumprir o nosso papel subjetivo nestes momentos de ruptura histórica, os imperialistas e os seus lacaios se beneficiarão ao máximo.

A luta anti-imperialista é uma parte direta da luta de classes. A fundação da LAI é uma das formas concretas de intervenção revolucionária nas condições em que a luta de classes se recrudesce e a agressão imperialista e reacionária tenta impiedosamente manter o seu domínio. A linha política da LAI enfatiza a necessidade de uma estrutura anti-imperialista coerente e sublinha a necessidade de uma linha anti-imperialista fundamentada pela concepção científica de mundo do proletariado. Portanto, fará parte da transformação revolucionária e desempenhará um papel ativo e decisivo na luta contra o sistema imperialista que governa o mundo.

A linha política anti-imperialista da LAI tem um caráter mobilizador para uma luta consequente contra o imperialismo. A ira e a resistência das classes e setores alheios ao proletariado contra o imperialismo conterão limitações e ambiguidades devido à sua compreensão do anti-imperialismo e ao significado que atribuem à luta anti-imperialista. A ampliação destes limites e a superação das contradições podem ocorrer paralelamente ao desenvolvimento da concepção de mundo do proletariado nesta luta.

A linha defendida pela LAI representa as justas e legítimas reivindicações dos operários, trabalhadores, camponeses pobres e sem terra, povos e nações oprimidas de todo o mundo. A LAI não está em um estado de oposição geral ou de lamentações sobre a situação existente; pelo contrário, quer mudar esta situação e se posiciona como sujeito ativo da luta para realizar esta mudança.

Em nossa época, a luta anti-imperialista também está estritamente vinculada à luta democrática. Os princípios e valores da democracia à escala mundial desintegraram-se nas mãos da burguesia, e a luta pela democracia e o democratismo consequente adquiriram uma unidade de caráter anti-imperialista. Isto significa uma maior integração dos povos oprimidos nos valores, princípios e linha política da democracia proletária com o seu caráter anti-imperialista consequente.

Neste contexto, a luta democrática à escala mundial também se caracteriza pela resistência à exploração, aos valores, à hegemonia política e à ideologia do imperialismo.

A LAI sublinha que a causa principal da fome, da pobreza generalizada, da desigualdade e das guerras injustas é o sistema imperialista. Este sistema está conduzindo o mundo a uma grande catástrofe. A humanidade assistirá em silêncio este visível declínio e deslizará para a extinção ou resistirá a ela com todas as suas forças. Neste contexto, a LAI se define como parte direta da luta de classes e representa uma das duas linhas fundamentalmente opostas nesta luta.

A LAI defende seus princípios básicos: resistência ás guerras injustas, apoio às lutas de classe e de libertação nacional, defesa dos presos políticos. A LAI apoia as lutas econômicas e políticas dos trabalhadores, defende os direitos dos camponeses contra a exploração e apoia as lutas pela independência social e nacional. Se opõem à discriminação e defende o direito dos povos oprimidos à autodeterminação.

A LAI está cada vez mais comprometida com os direitos das mulheres, dos jovens e das minorias, e dá ênfase na educação, no desenvolvimento cultural e na proteção do meio ambiente. Aborda questões como o trabalho infantil, a destruição de habitats e o direito à moradia, já que considera que são consequências da exploração imperialista.

A LAI se opõe à privatização generalizada dos sistemas de saúde, denuncia os crimes dos monopólios farmacêuticos e luta pelo acesso universal aos serviços de saúde. A LAI se opõe às políticas de migração repressivas, mas centra-se nas causas profundas da migração forçada e luta contra estas causas.

A LAI rechaça as alianças a serviço da indústria bélica e enfatiza como os problemas ambientais estão vinculados à exploração imperialista. Defende diretamente os objetivos anti-imperialistas no movimento ambientalista e dá prioridade ao bem-estar das pessoas na resolução dos problemas ambientais.

Nossa convocatória a todas as forças anti-imperialistas:

Para o sistema capitalista, tudo serve como mercadoria para obter lucros e utilizá-los para a reprodução ampliada do capital. As pessoas, as comunidades, os demais seres vivos e a própria natureza não têm outro significado para o sistema capitalista senão ser uma mercadora para obter lucros. Estas relações de produção e distribuição são a causa de todos os problemas da humanidade. Este sistema não se limita a realizar-se apenas através da exploração econômica, ou seja, estas relações de produção e distribuição criam formas de homem e de sociedade adequadas para isso. Com a hegemonia ideológica e cultural que cria, cria formas humanas e sociais que lhe obedecem e aceitam o que existe como uma necessidade. Embora seja a origem dos problemas, força os problemas a ocorrerem fora de si mesmo. Objetiva garantir que a solução para os problemas seja desdobrar-se em si mesmo e esperar a ajuda de si mesmo. Portanto, devemos lutar contra o sistema capitalista, devemos lutar em diferentes frentes para centralizar ao máximo todos estes âmbitos de resistência e de luta, para não romper o vínculo entre eles e dirigi-los à fonte principal que cria os problemas.

A pobreza, o desemprego, as condições de trabalho sob escravidão, o acesso aos direitos humanos mais elementares é cada dia mais difícil, as guerras injustas aumentam, dezenas de milhões de pessoas abandonam as suas terras e convertem-se em refugiados. O despejo de milhões de massas camponesas e de povos indígenas das suas terras devido à apropriação de terras agrícolas em interesse dos monopólios internacionais e dos grandes latifundiários, a difusão de organizações racistas, fascistas e religiosas, a destruição inimaginável da natureza, são os resultados visíveis da ordem imperialista de saqueio e pilhagem em que vivemos.

Em todas as regiões do mundo há oposição e resistência a esta situação, que atingiu proporções insuportáveis para a classe operária e as massas oprimidas, exploradas e reprimidas que vivem nestas condições e estão diretamente expostas às práticas deste sistema brutal. Todavia, ainda não possuem uma linha de luta e organização que una as suas forças com uma perspectiva e organização adequadas para lutar contra os seus inimigos comuns. Não podem repelir os ataques dos imperialistas e das classes dominantes que deles dependem, ainda que consigam êxitos, eles são temporários e mesmo a sua forte resistência pode ser esmagada pelos imperialistas e os seus serviçais.

A classe operária e as massas oprimidas e exploradas só podem travar uma luta vitoriosa contra este sistema cruel e apodrecido em que vivem se estiverem unidas sob um ponto de vista e uma direção corretos. Esta é uma realidade necessária e obrigatória para cada país e para o mundo inteiro. Não importa quão forte que seja a opressão e o terror contra as massas que não têm um ponto de vista correto e não se unem sob uma direção correta, não importa quão profunda e insuportável se torne a exploração, esta ordem cruel continuará. A história milenar das sociedades de classes demonstrou esta realidade inúmeras vezes.

Temos a experiência de luta e os êxitos do proletariado internacional e dos povos oprimidos. Sabemos como podemos vencer e porquê perdemos. Na época atual, os imperialistas e os seus lacaios têm dominado o mundo, mas os trabalhadores, os povos e as nações oprimidas do mundo têm sido capazes de derrotá-los muitas vezes e construir o seu próprio poder. Só conseguiram isto unindo as suas forças contra o imperialismo e todo tipo de reação sob uma direção correta. É disso que precisamos hoje também. A organização da LAI é um passo para satisfazer esta necessidade.

Os princípios e objetivos básicos da Liga Anti-Imperialista (LAI) proporcionam um quadro global para uma luta anti-imperialista consequente à escala mundial. A LAI oferece uma compreensão global e baseada em princípios da luta anti-imperialista, abarcando uma ampla gama de questões e unindo diferentes classes e grupos oprimidos em uma causa comum.

A classe operária e os povos oprimidos e reprimidos pagam um alto preço por viverem sob os efeitos da opressão e exploração imperialistas. Enfrentamos a injustiça de classe, o saqueio das nossas terras, a exploração da classe operária, a violação dos direitos da mulher e muitos outros problemas. Mas em vez de lutar separadamente, podemos unir-nos para aumentar a nossa força e oferecer uma resistência unida a este sistema apodrecido.

Os operários e trabalhadores do mundo, os camponeses pobres e sem terra, os povos indígenas que estão sendo despejados das suas terras e do seu habitat em nome de megaprojetos, estão respondendo e lutando contra a agressão dos imperialistas e os seus lacaios. Na luta dos camponeses pobres e sem terra e dos povos indígenas, do Brasil ao México, para proteger as suas terras, na fúria dos trabalhadores do Bangladesh que trabalham para os monopólios imperialistas em condições de escravidão, na forte resistência de milhões de pessoas que enchem as ruas em muitos cantos do mundo contra os massacres do sionismo israelense contra o povo palestino, nas ações da classe operária estadunidense, britânica, grega, indiana e italiana, que se negam a transportar ou tentam impedir o transporte de material bélico. Em suma, os convocamos para que sejam a voz unida e o portador unido desta voz daqueles que lutam contra as consequências do sistema imperialista em quase todo o mundo e levam a sua ira às ruas.

Estamos conscientes do peso histórico que a luta de classes colocou sobre os nossos ombros. Temos a consciência e a fé para derrotar os imperialistas e todos os reacionários. Acima de tudo, acreditamos no poder de bilhões de pobres e oprimidos que anseiam e merecem um mundo mais habitável.

Convocamos à criação de uma organização internacional anti-imperialista (a Liga Anti-Imperialista) que una as amplas massas populares sob a direção do proletariado contra o imperialismo e todas as formas de reação, que apoie firmemente as guerras populares e as lutas de libertação nacional, que sirva às lutas dos povos de todo o mundo, que empreenda a tarefa indispensável de formar uma frente mundial anti-imperialista.

Seguindo este chamado, formamos a barricada anti-imperialista dos povos pobres e oprimidos contra todas as formas de agressão imperialista.

Com esta perspectiva, convidamos todas as forças anti-imperialistas a organizarem-se e a lutarem na LAI.

Unamos as lutas do proletariado internacional, dos povos oprimidos e das nações oprimidas para varrer o imperialismo e os seus sequazes da face da terra!

Contra as guerras de agressão imperialistas, as guerras injustas, o fascismo e todas as formas de reação: Construamos a Liga Anti-Imperialista!

ORGANIZEMO-NOS NA LIGA ANTI-IMPERIALISTA, AMPLIEMOS JUNTOS A LUTA ANTI-IMPERIALISTA!

COMITÊ ORGANIZADOR DA LIGA ANTI-IMPERIALISTA:
PARTİZAN (TURQUIA)
FRENTE REVOLUCIONÁRIA DE DEFESA DOS DIREITOS DO POVO (BRASIL)
FRENTE DE DEFESA DAS LUTAS DO POVO (EQUADOR)
CORRENTE DO POVO-SOL ROJO (MÉXICO)

1 de junho de 2024

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Somente um novo movimento estudantil, popular e revolucionário pode impulsionar as massas estudantis para servir ao povo, servir aos interesses de nosso país e à humanidade, através do único caminho possível: o de mobilizar-se para a revolução, pela transformação completa de nossa sociedade, pela destruição de todo este sistema apodrecido, de exploração, miséria e opressão e pela construção de um novo poder de nova democracia que marche ininterruptamente para So socialismo, o poder das massas populares, baseado na aliança da classe operária com os camponeses pobres.

Liga Anti-Imperialista

O MEPR é uma das organizações de todo o mundo que é parte ativa do processo de construção da Liga Anti-Imperialista (LAI).

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