Em julho deste ano, completam-se 110 do nascimento da comunista e grande pintora mexicana Frida Kahlo. Este é um momento bastante oportuno para desmascarar a mercantilização da sua imagem e resgatar o conteúdo revolucionário comunista da sua vida e da sua arte.
“Filha da Revolução Mexicana”, como ela dizia, e entusiasta da Grande Revolução Socialista de Outubro, Frida foi uma importante revolucionária de seu tempo. Militante da Juventude Comunista, aos 21 anos ingressa no Partido Comunista do México no qual irá militar até o final da sua vida. Ao lado de quadros históricos da Internacional Comunista, como a camarada Tina Modotti, Frida militou no Partido Comunista juntamente com Diego Rivera, também pintor e precursor do muralismo mexicano, e vários outros companheiros.
É a militância no Partido que lhe dará condições para suportar toda um vida de dores e sofrimentos, em função de graves problemas de saúde. Em uma de suas mais belas pinturas, “O marxismo dará saúde aos doentes”, de 1954, Frida pinta a si mesma soltando suas muletas e segurando um pequeno livro vermelho, sob o rosto do Grande Karl Marx ao alto que estrangula o abutre imperialista (ver imagem abaixo). Ancorada na ideologia proletária, Frida afirmou que depois de conhecer o marxismo, se libertou da dor.
Desde criança, Frida enfrentou doenças graves como a poliomelite e a epilepsia e aos 18 sofreu um trágico acidente em um bonde, fraturando vários ossos e tendo seu corpo atravessado por uma barra de ferro. Após este acidente, Frida ficou condenada a uma vida debilitada, passando por diversas cirurgias, viveu muitos anos utilizando coletes de gesso para sustentar seu corpo e acabou tendo os pés amputados, anos mais tarde, por complicações de saúde. Sua morte precoce se deu com o agravamento do seu quadro enfermo.
No entanto, Frida, mesmo nas condições de graves limitações físicas, dedicou a sua vida ao seu povo e à revolução. Em suas pinturas, ao mesmo tempo em que procurava sempre afirmar a identidade nacional e a cultura popular mexicana, Frida expressava as dores causadas pelas doenças e pelo grave acidente que sofrera, assim como reafirmava a todo momento a sua ideologia revolucionária. Seus principais quadros deixam claro sua fé nas massas e na revolução.
Sua última pintura – e que permaneceu inacabada, ela aparece altiva e orgulhosa ao lado da imagem do Camarada Stalin (ver imagem abaixo). Em seu diário pessoal e em vários quadros cita e retrata os grandes revolucionários comunistas: Marx, Engels, Lenin, Stalin e Mao Tsetung. Em uma de suas reflexões que registrou em seu diário, Frida expressa sua preocupação de que sua arte servisse cada vez mais à revolução:
“Estou muito preocupada com a minha pintura, acima de tudo, por que quero transformá-la em algo útil, até agora tenho simplesmente veiculado uma atitude honesta de mim mesma, mas que infelizmente está muito longe de servir ao Partido. Tenho que lutar com todas as minhas forças para assegurar que a única coisa positiva que a minha saúde me permite fazer beneficie também a revolução, a única razão de viver.”
Quando veio a falecer, Frida teve seu caixão honrosamente coberto pela bandeira do Partido Comunista.