UJC-reformista e seus devaneios eleitoreiros na Pedagogia
Qual é o critério que permite determinar se um jovem é ou não revolucionário? Apenas existe um critério: verificar se esse jovem quer ou não ligar-se às grandes massas operárias e camponesas e se, efetivamente, se liga a elas. Se ele quer ligar-se aos operários e camponeses, e se o faz, efetivamente, então é um revolucionário; no caso contrário, é um não revolucionário ou contrarrevolucionário. Se hoje ele se liga às massas de operários e camponeses, hoje ele é um revolucionário. Mas se amanhã ele deixar de ligar-se a elas ou passar a oprimir as pessoas simples do povo, então será um não revolucionário ou um contrarrevolucionário.
(Presidente Mao Tsetung, A orientação do movimento da juventude, 1939)
Recentemente, a UJC, apêndice do PCBrasileiro, atacou o MEPR de burocratismo e oportunismo, numa nota na qual dizem fazer um balanço sobre o 37º ENEPe, realizado em julho de 2017 na cidade de Petrolina (PE). Na introdução de sua nota, esses reformistas fazem um breve retrospecto da história de luta na pedagogia relatando a ruptura com a Une em 2004 e a ocupação do MEC em Brasília, em 2006. Da parte da UJC, a acusação de “burocratismo” ao MEPR é no mínimo risível, afinal, onde estavam eles durante a referida ocupação do MEC em 2006? Possivelmente em alguma salinha de departamento de alguma universidade, pois nessa manifestação eles não estavam não! Esses revisionistas nem conhecem essa história direito, nem sabem que nessa ocupação do MEC houve confronto com a Polícia, que houveram prisões e processos que só foram encerrados recentemente, no primeiro semestre de 2017. Senhores burocratas de gabinete, vocês sabem quem foram os presos, quem foram os processados? Todos eram militantes do Movimento Estudantil Popular Revolucionário.
Os revisionistas da UJC, que acusam o MEPR de oportunismo, em sua “breve história da pedagogia”, relatam a ruptura com a Une, em 2004, mas onde estavam eles naquele momento? Na Une, ora bolas! Estavam lá na Une governista, transformada em sub-secretaria do MEC. E não poderia ser diferente, pois em 2002, o PCBrasileiro, aliado ao PT e ao Pecedobê, ajudou, com muito poucos votos é verdade, a eleger Lula a presidente da república. Ajudaram a eleger o Lula que havia escrito a famosa “carta aos banqueiros”, onde se comprometia, caso eleito, a cumprir religiosamente o pagamento dos juros da dívida externa ao FMI e ao monopólio financeiro internacional. Lá estavam eles no congresso da Une em 2003, por isso não sabem nada do que ocorria na luta da pedagogia, por isso não sabem que foi o histórico ENEPe de Natal/RN, de 2004, que aprovou o rompimento com o governismo; não sabem nada das prisões, dos processos de 2006; não sabem, também, que o ministro da educação que mandou prender os estudantes da pedagogia em 2006 era Fernando Haddad. Sabem, porém, que talvez este seja o candidato do PT nas eleições de 2018 e que, muito provavelmente, contará com o apoio dessa sigla oportunista eleitoreira.
E a UJC não só estava na Une em 2003, em 2005, etc…, como continua lá até hoje, referendando as posições da UJS-Pecedobê. Oportunistas são aqueles que querem aprovar o retorno do movimento estudantil da Pedagogia para essa falida entidade. Queriam isso no 37º ENEPe, mas foram rotundamente derrotados, e nem sequer tiveram coragem de apresentar essa proposta na plenária. Mas se alguém se der ao trabalho de ler a tese da UJC ao 55º Congresso da Une, verá que dentre as propostas deles está “fortalecer a Une através das Executivas e Federações de curso”. O que eles querem, portanto, é que a pedagogia retorne ao pântano da Une e se converta em um trampolim eleitoral para seus futuros candidatos-derrotados da próxima farsa eleitoral.
Revisionista calejado, reformista escolado e obstinado eleitoreiro – esse é o PCBrasileiro e a UJC; aí reclamam que o MEPR os tratam como se fossem iguais ao Pecedobê e a UJS. Iguais não, mas para usar um termo caro aos lukacsianos (ou heideggerianos?) são “ontologicamente” quase-idênticos. Utilizam-se do nome de comunistas, do símbolo da foice e o martelo para enganar e iludir a juventude rebelde. No entanto, essas direções nada têm de comunistas! A UJC se esforça para dizer que não é reformista, no entanto, o programa “estratégico” do PCBrasileiro é uma cópia do programa “socialista” do Pecedobê. Isso porque, na verdade, essas duas siglas copiam o programa revisionista do restaurador do capitalismo na URSS, isto é, o programa do traidor Nikita Kruschov, que defende, justamente, a tese máxima do reformismo: a crença em uma “transição pacífica” do capitalismo para o socialismo.
O PCBrasileiro se autointitula como o continuador dos fundadores de 1922 e a UJC fala que tem 90 anos de história. Mas qual a verdadeira história dessas siglas? Eles, de fato, representam uma tradição: a tradição reformista, pacifista e traidora, a linha de direita que predominou por muitos anos na direção do Partido Comunista no Brasil e a mais tradicional fração de direita de sua história. Representam aqueles que negam o valor do histórico Levante Popular de 1935, que negam a importância histórica da resistência armada ao regime militar fascista instalado pelo golpe reacionário em 1964, particularmente, a importância da heroica Guerrilha do Araguaia. O atual secretário-geral do PCBrasileiro, em artigo de 2009, afirma que foi a estratégia da “frente ampla” defendida pelos reformistas, no período do regime militar, de atuar dentro do MDB, que foi a responsável pela derrota da “ditadura dos generais”. Isso é pisar no heroísmo dos jovens revolucionários brasileiros, que nos anos de 1960 e 1970, entregaram de maneira heroica suas vidas na luta contra o regime militar fascista pró-ianque e pela revolução brasileira. O fato de que a maioria das organizações da resistência armada ao regime militar basearam-se em concepções pequeno-burguesas, não tira o glorioso mérito de seus feitos (a pequena burguesia foi o setor mais ativo na resistência), pois foi a resistência armada o que mais fez expor a natureza reacionária do regime militar. O que lhes faltou foi manejar a linha militar proletária, questão que a Guerrilha do Araguaia brigou heroicamente por aplicar. A correta avaliação desse período tem que partir obrigatoriamente de que a luta armada foi extremamente justa e necessária para derrotar o regime fascista e o que demandava era sua correção e continuidade e não a capitulação. O PCBrasileiro, ao contrário, da mesma forma que no dia seguinte do golpe aportou a brilhante análise de que o “golpe era uma quartelada que cairia em alguns dias” e que covardemente acusou Marighela de aventureiro e Lamarca de agente do imperialismo ianque, após o fim do regime militar buscou falsificar a história para dizer que seu imobilismo e pacifismo foi o que derrotou os militares.
O PCBrasileiro e a UJC, ultimamente têm falado em “revolução” e em “poder popular”, velha demagogia para atrair gente jovem e transformá-la em cabos eleitorais. Essa sigla eleitoral, após seu histórico de traição à luta das massas populares, não tem nenhuma ligação nem com a classe operária nem com os camponeses, no lugar da foice e do martelo deveriam adotar como símbolo o dedo e a urna eletrônica. Alguém já ouviu falar de alguma luta de ocupação urbana ou rural organizada pelo PCBrasileiro? De alguma greve operária com a participação deles? No máximo o que fazem é se estruturarem em alguns departamentos de universidade, trata-se na verdade de um partido acadêmico que tem por verdadeiro programa a utopia de transformar as universidades em centros irradiadores de um “poder” “popular” de faz de conta.
Parafraseando Marx, “do mesmo modo que não podemos julgar um indivíduo pelo que ele diz de si mesmo”, não podemos julgar uma organização política pela qualificação que essa declara ter. Como nos ensina Lenin, “a prática social é o único critério da verdade”. Portanto, o que determina se um partido ou organização é ou não comunista, não é a sua inscrição no Tribunal Superior Eleitoral, mas a sua prática na luta de classes. O que determina se uma organização de jovens é ou não revolucionária, não é o discurso que faz de si mesma, mas a sua prática, e nesse caso, como nos ensina o Presidente Mao, a sua ligação ou não com as massas de operários e camponeses constitui o seu caráter distintivo. A comprovação do caráter revolucionário da juventude, portanto, não é o seu discurso, mas suas práticas, isto é, se sua prática na luta de classes golpeia ou não as classes dominantes do país e o imperialismo. A autodenominação de comunista, da parte da UJC é para enganar incautos, sua prática não arranha nem a superfície da dominação da grande burguesia, dos grandes latifundiários e do imperialismo no nosso país. Falam que são comunistas, mas cadê? A história julga pelo que se é e não pelo que se diz de si mesmo.
Nesse ano de 2017, quando se celebram 100 anos da Grande Revolução Socialista de Outubro, nada melhor do que resgatar a verdadeira tradição comunista. Qual é o grande ensinamento da Revolução Bolchevique? O socialismo só pode ser construído pela derrubada violenta das classes dominantes, pela conquista do Poder e pela instauração da Ditadura do Proletariado; essa ditadura da maioria, se sustenta na aliança operária e camponesa e é dirigida pelo seu partido de vanguarda que, para dirigir a revolução, se organiza como partido revolucionário clandestino.
Isso é o que foi confirmado pela experiência histórica. E muito ao contrário da cantilena dos revisionistas que cacarejam sobre o “fracasso das experiências socialistas do século XX”, as derrotas da revolução proletária tem o selo é do revisionismo que, através do golpe de Estado, usurpou o partido, o exército e o Estado para restaurar o poder da burguesia e o capitalismo. Na base disto vigem três leis universais do desenvolvimento da história: 1) a de que a violência é sua pateira; 2) a de que nenhuma classe na história se sustentou no poder nas primeiras investidas, que nos inícios das revoluções a restauração é mais ou menos inelutável. Portanto, a revolução proletária é algo ainda muito novo, apenas se iniciou, mas cada derrota temporária se deu após a revolução atingir patamar mais alto do conhecimento. E, 3) a de que não existe derrota definitiva para o proletariado: ou seja, a revolução proletária e o luminoso comunismo triunfarão inevitavelmente! Isso é o marxismo, isso é o marxismo-leninismo, que desde a restauração capitalista na URSS deveniu-se em marxismo-leninismo-maoísmo. Negar esses princípios só tem um nome: revisionismo!
Nós do Movimento Estudantil Popular Revolucionário e da Unidade Vermelha – Liga da Juventude Revolucionária defendemos a necessidade da Reconstituição do Partido Comunista do Brasil, como necessidade imprescindível para a vitória de uma verdadeira revolução em nosso país. Esse Partido não será reconstituído em disputas eleitorais farsantes e corruptas, muito menos em gabinetes universitários, somente no fogo da luta de classes, do impulsionamento da luta operária e camponesa. O Brasil já vive uma guerra civil reacionária movida pelo genocida Estado brasileiro contra o povo, milhares de seus filhos e filhas, jovens negros, principalmente, são mortos nas periferias das grandes cidades; no campo, centenas de camponeses seguem sendo assassinados a mando do latifúndio. O que cabe aos revolucionários, aos verdadeiros comunistas, é transformar essa guerra civil em uma guerra revolucionária. Mas há que ter decisão para isso, forjar nos fatos esse compromisso com a classe. É isso que temos feito, nós do MEPR, desde nossa fundação há 16 anos; é isso que tem feito a UV-LJR desde 2013. Aproveitamos, para render aqui nossa homenagem, ao companheiro Renato Nathan, jovem camponês e um dos fundadores do MEPR, que depois de concluir seus estudos tornou-se importante liderança da Liga dos Camponeses Pobres e foi assassinado pelo latifúndio em Rondônia no dia 09 de abril de 2012. É da cor do sangue de companheiros como Renato o vermelho de nossa bandeira.
O 37º ENEPe foi de fato muito vitorioso. Foi um ENEPe marxista, combativo e de massas. Nele foi aprovado um importante plano de lutas – que será cumprido e servirá de referência para os estudantes de todo o Brasil. A UJC, em sua notinha, não fala uma vez sequer nesse plano de lutas nem no Dia Nacional de Luta da Pedagogia que irá acontecer no dia 23 de novembro. Não dedica uma linha sequer sobre a luta contra a “regulamentação da profissão do pedagogo” imposta pelo reacionário governo Temer, que já passou por duas votações e precisa ser imediatamente barrada! Isso é o que eles chamam literalmente de “micropolítica”, claro, pois a “macropolítica” para eles é a farsa eleitoral. Assim como falsificam a história de luta dos comunistas brasileiros, a nota da UJC conta mentiras deslavadas de agressões e de secundaristas votando na plenária final do 37º ENEPe. Falam que o MEPR quer aparelhar a Pedagogia… quem entende de aparelhamento são esses oportunistas de PT, Pecedobê e PCBrasileiro, que fizeram da Une uma porca parideira de políticos burgueses e corruptos da laia de Aldo Rebelo, Vaccareza, Lindberg, Orlando Silva & cia. A UJC não conhece nada da história de luta da pedagogia, quem contou para eles o que aconteceu por aqui nas últimas décadas, esqueceu de dizer que o rompimento com a Une, em 2004, não foi temporário, mas que representa a fundação de um novo movimento estudantil, que se manteve independente durante todos esses anos e será cada vez mais combativo. O dia 23 de novembro, Dia Nacional de Luta da Pedagogia, será um importante marco nessa luta, do papel que a Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia cumprirá como contraposição completa à Une reformista, que na condição de ex-governista perdeu as sinecuras e os holofotes palacianos – mas não sua natureza oportunista. Cada um é livre para escolher de que lado irá sambar!
Ousar lutar, ousar vencer!
(Presidente Mao Tsetung, Livro Vermelho, 1967)
Servir ao povo de todo o coração! Tropa de choque da revolução!
Viva a luta estudantil independente, classista e combativa!