Texto retirado do site do Jornal A Nova Democracia. Escrito por: Comitê de Apoio – Dourados (MS)
No dia 25 de agosto, estudantes, professores e técnicos protestaram contra a intervenção do Ministério da Educação na reitoria da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), em Dourados, no Mato Grosso do Sul.
O ato começou às 9h em frente ao prédio da reitoria da UFGD, no centro da cidade. A manifestação foi convocada pelo Sindicato Nacional de Docentes do Ensino Superior (Andes-SN) e pelo Sindicato dos Docentes das Universidades Federais (Aduf-Dourados).
Durante o ato, os estudantes combativos ergueram alto faixas e cartazes com os dizeres Contra o fechamento das universidades: greve de ocupação! e A intervenção serve à privatização: defender a universidade pública, gratuita e a serviço do povo.
O protesto marcou o repúdio pelos mais de 800 dias de intervenção na autonomia universitária por parte do governo militar genocida de Bolsonaro.
Em consonância com atos em outras universidades, a ação pública denunciava a supressão da democracia universitária iniciada em 11/06/2019. A intervenção na UFGD foi seguida por movimentos similares na Universidade Federal do Rio de Janeiro (Unirio) e na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) no mesmo mês. Tais decisões políticas eram um prenúncio dos ataques tanto à liberdade curricular e científica das universidades quanto dos cortes que viriam nos anos seguintes.
Desde que a intervenção na UFGD foi decretada, os professores e estudantes combativos têm realizado atos contra o processo. Inicialmente, a professora Mirlene Damazio foi apontada pelo então ministro Abraham Weintraub como reitora interventora (ou pro tempore, nos dizeres burocráticos). No início de 2021, em um jogo político entre a prefeitura de Dourados e o governo federal, Mirlene foi retirada em favor de Lino Sanabria, novo interventor. Os estudantes combativos, impulsionados principalmente pela Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia (ExNEPe), têm realizado atos contra a intervenção, a imposição da EAD e o sucateamento da universidade.