O documentário de 1964 é encomendado pelo imperialismo ianque como contrapropaganda reacionária para denunciar a ação dos revolucionários e verdadeiros democratas no campo brasileira, falando sobre a distribuição da terra, organizando os camponeses e denunciando os crimes do latifúndio. Além disso, o documentário segue Francisco Julião na sua divulgação das revoluções proletárias e como trataram a questão do campo. Fala sobre a Revolução Chinesa e a questão camponesa tratada pelo PCCh e o Presidente Mao. Na China, para conquistar o poder, no final da guerra civil, começou o incentivo a tomada de terra pelos camponeses e a sua redistribuição. Já no início dos anos 50, durante a República Popular da China, o PCCh começou o plano de transformação do campo com as cooperativas de produção agrícola incentivando a produção coletiva. Em 1953, o governo chinês afirmou que terras agrícolas de 47 milhões de hectares, haviam sido redistribuídas para mais de 300 milhões de camponeses.
O documentário mostra a realidade de vários camponeses e também algumas cenas de reuniões e manifestações nos anos 1960, antes do golpe do regime militar fascista, que em sua primeira atitude colocou as Ligas Camponesas na ilegalidade e perseguiu, torturou e matou diversos camponeses e ativistas.
Recentemente, , a comandante do Comando Sul do Estados Unidos (Southcom), Laura Richardson, esteve em vários países da América Latina, como o Brasil, para se reunir com chefes de Estado e os altos mandos das Forças Armadas reacionárias locais desenvolvendo a “cooperação” do USA e dos países. Estas visitas tiveram a desculpa do combate ao tráfico e combate ao desmatamento, mas se encaixa no contexto de maior intervenção militar do USA na América Latina e o combate aos levantamentos populares para conjurar o perigo da Revolução no seu quintal.
A comandante esteve na Colômbia, antes mesmo da reunião com Petro, presidente oportunista do país, com o ministro da Defesa, Hélder Giraldo, para discutir a conformação de uma “cooperação militar-para-militar”. “O presidente oportunista, novamente cumprindo o papel de serviçal do imperialismo ianque, propôs a criação de uma força militar binacional para atuar na Amazônia contra os “incêndios”. Para esse objetivo, Petro destacou a necessidade de estabelecer “mecanismos econômicos e sociais, por um lado, e mecanismos militares e operacionais, pelo outro” – uma dominação integral. ” como foi destacado pela matéria do Jornal A Nova Democracia.
Nesta reunião, a comandante do Comando Sul do Pentágono disse que já possui um esboço desta força para o Brasil, com a desculpa do controle a Amazônia. Essa atenção ao Norte do país não é uma preocupação ecológica, mas um plano de dominação e controle aos recursos naturais da região e a maior concentração de conflitos agrários, resultado do secular latifúndio e a enorme massa camponesa sem acesso a terra. A atuação da Liga dos Camponeses Pobres na região, principalmente em Rondônia, já foi até ameaçada de guerra do arquirreacionário Jair Bolsonaro no primeiro de maio de 2021 em reunião com latifundiários e empresários.
A luta pela terra no Brasil continua sendo o ponto de viragem da política e a massa camponesa pobre sem terra ou com pouca terra segue se organizando e combatendo o velho estado latifundiário-burguês com ocupações de terra, como foi registrado em 2020 “em torno de 66% do total de assassinatos no campo ocorreram na Amazônia. Mesma localidade que concentrou 77% dos conflitos agrários no mesmo ano. Em Boca do Acre, no Amazonas, mais de 3,5 mil famílias estiveram envolvidas em disputa pela terra; em Altamira, Pará, o número foi de 7,1 mil famílias; em Porto Velho, Rondônia, foram 5 mil.”¹
A ação temerosa do Pentágono cumpre uma função do plano único do imperialismo ianque: a manutenção de sua dominação da América Latina. Como superpotência imperialista hegemônica única, o USA se empenha em concentrar sua atuação no subcontinente, principalmente após a derrota no Afeganistão. É chave para manter o controle do estado de capitalismo burocrático serviçal do imperialismo a manutenção da concentração de terras na mão dos latifundiários e a guerra contra os camponeses para conjurar o perigo da Revolução Agrária, Democrática e Anti-Imperialista. Neste caso, continua valendo o que disse o Presidente Mao Tsetung: “No mundo inteiro os Estados Unidos estabeleceram centenas de bases militares distribuídas por inúmeros países. … Todas as bases militares em território estrangeiro representam cordas amarradas ao pescoço do imperialismo norte-americano. Essas cordas foram fabricadas pelos próprios norte-americanos e não por outros, assim como foram eles próprios que as amarraram à volta do seu pescoço, entregando as pontas ao povo chinês, aos povos dos países árabes e a todos os povos do mundo que amam a paz e se opõem à agressão. Quanto mais tempo os agressores norte-americanos permanecerem nessas regiões, tanto mais se apertarão essas cordas que os estrangulam. Se os grupos capitalistas monopolistas norte-americanos persistem na sua política de agressão e guerra, um dia inevitavelmente virá em que serão enforcados pelos povos de todo o mundo. O mesmo destino espera os cúmplices dos Estados Unidos”.
1- https://anovademocracia.com.br/noticias/18259-temendo-grandes-levantes-camponeses-ianques-avancam-militarizacao-na-america-latina