No último dia 09/11, quarta feira, diretórios acadêmicos independentes e estudantes combativos organizaram o Dia de lutas pela assistência estudantil na UFF. A luta principal que se dá em torno da abertura de um dos restaurantes universitários no período da noite, que por se manter fechado, acarreta filas enormes e joga os estudantes para a escolha entre assistir aula ou comer, serviu também para mobilizar e politizar os estudantes a respeito da pauta histórica da UFF-Niterói por passe livre estudantil intermunicipal, e também pelas pautas particulares de cada curso da universidade, cada vez mais sucateados.
Ao longo do dia os estudantes fizeram faixas exigindo a abertura imediata do “bandejão 1” no período da noite, e ao longo de toda semana mobilizaram os estudantes com passagens em sala, colagem de cartazes e panfletagem nas filas do RU.
Esta pauta tão importante que poderia ter sido impulsionada por toda universidade e seus setores do movimento estudantil foi ignorada pelos oportunistas que encontram novamente em mais um período de campanha eleitoral esse ano, dessa vez a de DCE, que independentemente da gestão oportunista e pelega que assuma disputada entre ujs e ujr/ujc, embora tenham prometido a abertura do bandejão 1, ignoraram a luta objetiva pela reabertura do mesmo.
Ao fim do dia os estudantes se organizaram em uma assembleia com mais de 40 estudantes de diversos cursos que puxaram um ato na reitoria da universidade, e se colocaram em unanimidade pela luta através da greve de ocupação como única luta capaz de garantir nossos direitos dentro da universidade e assegurar nossa permanência na universidade. O ato foi puxado para o dia 30 de novembro em frente à reitoria da UFF.
UERJ
NA UERJ, os estudantes independentes, coletivos e centros acadêmicos fizeram reunião sobre a questão da assistência estudantil e a perseguição aos movimentos estudantis dentro da UERJ. Para o dia 10/11 foi tirado um mutirão de colaço, panfletagem e passagem em sala sobre os últimos ataques a educação do MEC de Bolsonaro e generais e os problemas práticos do dia a dia da UERJ. Foi destacado pelos centros acadêmicos que o trabalho de campo que têm sido prejudicado desde o retorno presencial após dois anos da universidade fechada. A UERJ, que conta com um orçamento bilionário, mantém a AEDA 006/2010 assinada pelo convicto inimigo dos estudantes REItor Ricardo Vieiralves, que no seu ART 10 delimita:
“Art. 10º – O estudante que participar de trabalho de campo ou apresentar trabalho nos eventos descritos no art. 2º faz jus a uma diária no valor de R$ 52 (cinqüenta e dois) reais, nos deslocamentos realizados dentro do Estado do Rio de Janeiro, e a R$ 70,00 (setenta), nos deslocamentos para fora dos limites do Estado.
§ 1º. O auxílio financeiro a título de diária só é concedido nos deslocamentos superiores a 100 km de distância do Campus de origem do estudante, desde que o pernoite se realize face à duração do evento.” (destaque nosso)
A realidade hoje dos estudantes da UERJ é uma maior inclusão dos estudantes da baixada, zona oeste e de outros estados, que além de não poderem contar com um alojamento, não podem contar com o passe livre universitário para se deslocar até a UERJ. Apesar do local de fácil acesso, no centro da cidade, com trem, metrô e muitas linhas de ônibus, o BUU (Bilhete Único Universitário) não cobre a passagem do principal meio de transporte do uerjiano: o trem. Neste caso, 100km da UERJ até o local do trabalho de campo, não pode ser contado em relação a casa dos estudantes, que não podem simplesmente dormir na UERJ e nem voltar para suas casas e estar no dia seguinte novamente no campo. Esta delimitação, assim como as outras, prejudicam a pesquisa e a extensão dos cursos de Ciências da Natureza, da Terra e Humanas.
Recentemente, denunciamos também a perseguição aos estudantes em panfletagens, colaços e agora com a instalação de câmeras nos corredores, elevadores e caminhos comuns como no bandejão. Os estudantes também ligaram essa perseguição a situação política que aponta para um recrusdecimento da luta de classes, com os apelos golpistas da extrema-direita e a organização clara da burocracia universitária em tentar identificar os estudantes mais ativos e perseguí-los dentros do campus Maracanã. Os estudantes denunciaram que essa perseguição só faria crescer mais a atuação do movimento estudantil independente e combativo, rompido com as ilusões eleitoreiras e burocráticas.
PELO DIREITO DE ENTRAR E PERMANECER!
EM DEFESA DA CIÊNCIA NACIONAL, PELO ENSINO, PESQUISA E EXTENSAO!
REBELAR-SE É JUSTO!