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CONSUNI da UFRJ aprova privatização do Campinho de forma autoritária



No dia 17 de novembro, foi aprovado, com maioria no conselho universitário da UFRJ (CONSUNI), o projeto de privatização do “Canecão”, um espaço que já foi uma casa de shows, que, desde 2010, é um prédio abandonado pela reitoria da universidade, no
campinho dentro do campus da Praia Vermelha. Com a falácia de retomada de um espaço cultural, fantasiado de “concessão” (com vigência de 30 anos, com a possibilidade de renovação de contrato), o projeto entrega à iniciativa público-privada o papel de construir um equipamento cultural, em que Canecão poderá ser utilizado pela UFRJ apenas 50 dias do ano e o teatro 180 dias. Além disso, as contrapartidas a serem construídas e entregues (salas de aula e restaurante universitário) estão subjugadas à realização de lucros por parte da empresa. Restringindo o uso de um equipamento que deveria ser público – e de graça -e submetendo seu funcionamento as grandes empresas do setor de entretenimento.

Diante disso, o projeto foi aprovado (com apoio de políticos da esquerda oportunista vende-promessas, como a Tainá de Paula, do PT, e Tatiana Roque, membro do PSB e, inclusive, professora na UFRJ). O DCE e CA’s apenas prorrogaram o resultado inevitável, aplicaram um tipo de luta sem fim esperando que, milagrosamente, conseguissem mudar a opinião dos conselheiros que sempre estão de mãos dadas com a reitoria. Como se forças historicamente inimigas dos interesses dos estudantes, tal qual é o AdUFRJ, fossem virar de lado diante dos discursos prontos. Comprovaram com seus pareceres que o projeto é, pasmem, reacionário!

Assim, tomando uma posição de enfrentamento na reta final de votação do projeto, quase que esperando o funeral para salvar o morto, entregaram de mãos beijadas aos inimigos a chance de evitar a venda, pois que não implodiram a reunião do CONSUNI. A REItora fez questão de chamar os estudantes de baderneiros, discurso da extrema-direita, que nos debates do conselho pregavam, contra os ataques, aos seus convertidos e para os inimigos de sua fé. Mostraram mais uma vez que, os partidos e organizações oportunistas, que ocupam as entidades estudantis, não mobilizam, e sequer teriam a capacidade de mobilizar, a massa estudantil (como se esse fosse realmente seu desejo!), tendo que colocar seus militantes próprios para mostrar alguma força frente a burocracia estudantil, burocracia essa que sabe que não encontra barreiras quando seu inimigo fala manso e legitima os próprios meios pelos quais é atacado.

É necessário ressaltar: as lutas que tentam se estabelecer sem uma forte presença e apoio das massas irão falhar, não estão isentos das tendências gerais presentes em qualquer tipo de terreno onde se manifesta a luta de classes. Enquanto a atitude desse “movimento estudantil” for sempre de defesa frente aos ataques e nunca de contra-ataque, as derrotas vão permanecer ocorrendo, uma atrás da outra; os cortes (vide o orçamento já estabelecido para 2023) e as tentativas de privatização permanecerão, precarizando e destruindo a educação pública. Mas não é como se não fosse esse o objetivo daqueles que tanto capitulam a luta com seu oportunismo, que desmobiliza e age ativamente contra a mobilização estudantil.

Demonstram que o caminho a ser tomado é o da luta combativa, que procura, entre os estudantes, criar e solidificar uma consciência capaz de articular a massa estudantil para as tarefas da luta revolucionária, que passa pela defesa intransigente de uma educação verdadeiramente pública e gratuita, que sirva aos interesses dos estudantes. Rechaçando as velhas práticas de passar por cima das massas estudantis e ignorar sua luta. A ocupação do IFCS de 18/10, que denunciou o atraso do pagamento dos terceirizados, mostrou que bastava passar a vassoura nas teias de aranha de um dos maiores polos de mobilização da UFRJ, que estava esperando o eterno decidir e fazer acordos da UNE. A movimentação fez sacudir os muros do IFCS e botar a posição de que contra os cortes bilionários (como o do dia 28/11) e em defesa dos interesses dos estudantes, só a própria organização dos estudantes e sua mobilização, só ela que leva os professores, técnicos e funcionários a tomarem parte desta luta ao lado dos estudantes, contra a burocracia universitária e os seus interesses ligados aos planos de privatização e entrega da universidade e ciência brasileira.

EM DEFESA DA UNIVERSIDADE PÚBLICA E GRATUITA E DA CIÊNCIA NACIONAL!

CONTRA OS CORTES DE VERBAS: GREVE DE OCUPAÇÃO!

REBELAR-SE É JUSTO!

MEPR

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