A luta pela assistência estudantil e contra a AEDA da FOME deu um salto com a manifestação realizada nesta quinta-feira (5/9). Mais de 100 estudantes tomaram as principais ruas do entorno da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Tirando do papel a definição de fazer um protesto fechando as ruas com pneus em chamas, o ato defendeu efetivamente a permanência dos 5 mil estudantes que já estão sofrendo com o corte da Bolsa Apoio Vulnerabilidade Social (BAVS) neste mês de setembro.
Com panfletos, faixas, cartazes e bandeiras, o ato teve início por volta de 18h30. Os estudantes, professores e técnico-administrativos se reuniram na entrada da Faculdade de Enfermagem que, assim como a REItoria, está ocupada pelos estudantes.
Luta radicalizada
Mesmo com ameaças dos assassinos da Polícia Militar e seus auxiliares – os pelegos eleitoreiros – o ato tomou as ruas e terminou com uma altiva resposta à covarde agressão da PM. Desde os primeiros momentos, o Movimento Estudantil Combativo impediu a passagem dos carros, chamando a atenção dos trabalhadores para a revoltante situação da assistência estudantil.
O bloco do Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) levantou alto a consigna UERJ SEM BOLSAS É FOGO!, colocando em prática a deliberação do conjunto de estudantes na assembleia, quando aprovaram que o trajeto do ato na Radial Oeste com pneus em chamas.
Palavras de ordem foram cantadas, denunciando o governador inimigo da educação, Cláudio Castro. A REItoria de Gulnar/Deusdará também foi desmascarada durante o ato. Eleita com um discurso de “esquerda”, estão criminalizando os estudantes, levantando mentiras (como de que “os estudantes se enriquecem com as bolsas”) e apostando na desmobilização popular. Tiveram o que mereceram! Um boneco com o rosto da REItoria e do vice-REItor foi incendiado.
O ato foi uma clara demonstração que a luta só vai parar com a vitória dos estudantes: a revogação da AEDA 0038 e a garantia da permanência estudantil para todos e todas!
As pedras voam e eles gritam!
Assim que se levantou a barricada de pneus em chamas, o ânimo dos presentes no ato aumentou visivelmente. Estudantes independentes foram para a linha de frente. Enfrentaram a PM com mastros e uma viatura foi obrigada a recuar. Outros pneus foram colocados, aumentando a barricada em chamas. Em nenhum momento, as palavras de ordem cessaram: denunciando a PM que mata pobre todo dia, muitos estudantes se mantiveram mobilizados.
A exceção foram os dirigentes do movimento Correnteza (UJR/PCR), que cumpriram a risca seu papel desmobilizador. Desde o início do ato, esses pelegos agiram na base da truculência e do autoritarismo, tentando impedir que estudantes independentes seguissem com suas faixas e bandeiras. Controlando uma tal de “comissão de segurança” que agiu como leão para cima dos estudantes e um gatinho diante dos assassinos da Polícia Militar. Depois que as barricadas se levantaram, essa gente já tinha recolhido suas bandeiras e entrado com o rabo entre as pernas pra dentro da universidade. Fracassaram!
Proibidos de entrar no campus, os assassinos da PM lançaram bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral dentro da UERJ. Foram respondidos por pedras lançadas pelos estudantes cansados de tanta repressão.
O Novíssimo, por sua vez, não contribuiu com nenhuma ação efetiva para a combatividade da manifestação. Pelo contrário: não toparam fechar todas as pistas da Radial Oeste e, além de, na hora H, esconderem-se atrás de nosso bloco, acusaram nossos militantes de realizarem uma “ação isolada das massas”. Para quem tinha dúvida de quais bandeiras iriam ser renunciadas, o ato da UERJ é bastante ilustrativo.
Nenhum estudante em luta se engana mais: a única saída para a ocupação da REItoria é manter a bandeira da combatividade nas alturas. Nenhuma ilusão com a atual REItoria: possuem a mesma prática da extrema-direita bolsonarista! Nenhuma confiança com o oportunismo, que já começa a se unir com os estudantes de direita contra a “paralisação”!
Ir ao combate sem temer: ousar lutar, ousar vencer!
Movimento Estudantil Popular Revolucionário – Setembro de 2024