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RJ: Luta combativa na UERJ enfrenta criminalização

Na última semana, os estudantes derrotaram a tentativa de desocupação por parte da REItoria mais anti-democrática da história da UERJ. Gulnar e Deusdará, que seguiram o caminho da criminalização dos estudantes e tinham marcado o dia para a desocupação, saíram mais enfraquecidos do que já estavam: os estudantes em luta iniciaram uma ampla campanha em defesa de sua luta.

Após a Procuradoria Geral da universidade lançar um ultimato marcando data para a desocupação (quinta-feira, 12/9 às 10h), os estudantes em luta imediatamente convocaram todos todas e todos para iniciaram uma vigília imediatamente. O resultado foi que mais de 200 estudantes adentraram os portões da UERJ na data da suposta desocupação, após uma expressiva manifestação contra a criminalização de quem luta.

Mas não só: a ditadora Gulnar sofreu grande derrota quando veio a decisão da juíza. A administração central estava pedindo reintegração de posse imediata, com o uso de força repressiva, além de citar nominalmente cinco estudantes, um servidor e estabelecer uma multa diária de R$ 10 mil para cada ocupante. Pela força de nossa luta combativa e independente, o judiciário rejeitou o pedido de reintegração de posse e solicitou uma reunião de negociação entre os citados e a REItoria.

Até aqui o regime ditatorial imposto na UERJ atuou com truculência diante da maior luta da história recente de nossa universidade: cancelando sessões do CONSUN, recusando-se a comparecer nas reuniões com o Comando de Greve e criminalizando os estudantes no jornalão lixo O Globo e através de pedido de reintegração de posse. Agora, porém, o tiro saiu pela culatra e ela terá que se sentar para negociar com os estudantes.

Uma grande campanha contra a criminalização dos estudantes e servidores em luta na UERJ está em curso. Novas e maiores mobilizações estão em curso, e são parte inseparável da luta pela revogação da AEDA 0038/24, a AEDA da FOME.

Luta ganha fôlego

Para os que achavam que a luta iria parar, que estávamos chegando ao fim da luta, e que seria o momento de abaixar nossas bandeiras, a semana que passou na UERJ foi uma surpresa. Mas não para os estudantes em luta.

No dia 4/9 o vice-REItor, Bruno Deusdará, se recusou a receber o ofício do Comando de Greve para negociação. Seis dias depois, a REItoria lançou uma nota afirmando que buscaram negociar e que “seguirão amplaiando a participação discente”. MENTIROSOS! Nessa altura, já estava sendo feita o INACEITÁVEL pedido de reintegração de posse, criminalizando o conjunto de estudantes e citando nominalmente estudantes pobres, pretos e que estão ocupando a universidade.

A verdade é que a intransigência da REItoria mobilizou mais estudantes. Rapidamente, assembleias de curso foram marcadas, relatos de estudantes revoltados com a ausência da bolsa para pagar as contas de setembro encheram as páginas das redes sociais e novas pessoas somaram-se à luta.

Enquanto isso, a Ocupação cresceu. Na quinta-feira, um grande ato no portão 5 levantou a denúncia contra a criminalização provocada pela REItoria. Mais de 100 estudantes participaram com faixas, cartazes e palavras de ordem (entre eles um grande bloco de estudantes da ocupação da Enfermagem). Ao mesmo tempo, dezenas de estudantes chegavam a todo instante para reforçar os piquetes, mesmo com as ameças dos seguranças “capas-pretas”. O burburinho que corre nos corredores é que nem servidores públicos são, e que devem ser seguranças privados contratados por fora com o dinheiro desviado.

Enquanto os estudantes pobres reforçavam a luta, aprendendo (na prática) como se organiza uma verdadeira luta popular, a REItoria realizava a “marcha da família com deus da UERJ” juntamente com a pró-reitora do Instituto Millenium.

De um lado, os estudantes pobres, sem bolsas e com contas vencidas. Do outro, a burocracia universitária, com salários que passam de R$ 30 mil em dia posando para a TV Globo denunciando práticas “agressivas” e “bárbaras” dos estudantes. Para a REItoria do PT/PSOL, a tática secular de ocupações de universidades é “agressiva”. Mas sobre o fim dos auxílios e bolsas (que na prática bota para fora da UERJ milhares de estudantes); sobre o uso da segurança patrimonial da UERJ como polícia política dentro do campus (tendo agredido estudantes, inclusive estudante PCD); e o lançamento de bombas de gás lacrimogêneo pela PM assassina de Cláudio Castro dentro do nosso campus Maracanã – isso não é “agressivo”.

Finalmente, os estudantes conseguiram uma grande vitória: diante da sanha repressiva da REItoria, levantaram alto a bandeira de que “nossa luta é justa!” e de que só desocuparemos quando tivermos nossos direitos garantidos!

O próximo passo é seguir elevando nossa luta. Derrotar a manobra política do DCE e oportunistas que querem trair nossa luta, sabotando a próxima assembleia estudantil de 16 de setembro. Após a reunião de negociação, é preciso seguir denunciando a tentativa de criminalização do Movimento Estudantil Combativo da UERJ.

Lutar não é crime! Abaixo a ditadura de Gulnar/Deusdará!

Diante do isolamento político após fracassarem as tentativas de impôr à fórceps a retirada das bolsas e auxílios aos estudantes pobres, só restou à REItoria o caminho utilizado desde sempre contra aqueles que se levantam contra todo tipo de injustiça: a criminalização da luta.

Na tarde do dia 12 de setembro, a REItoria ajuizou um pedido de reintegração de posse estabelecendo multa diária de R$ 10 mil para cada ocupante, pedindo para a Justiça reacionária utilizar a força de repressão contra estudantes em luta, além de citar nominalmente cinco estudantes e um servidor.

O que há em comum entre eles é unicamente o fato de apoiarem decididamente o movimento político em defesa da Assistência Estudantil para os estudantes pobres. O precedente aberto pela REItoria da UERJ é gravíssimo. Se não for completamente aplastada, essa manobra pode ampliar-se para a luta estudantil de todo o Brasil.

A ofensiva fascista na UERJ chega, agora, ao seu momento mais agudo. Desde o início da gestão, a REItoria mais antidemocrática da história da nossa universidade está se articulando com setores da extrema-direita dentro da UERJ (com figuras como a nefasta Lucia Helena, do Instituto Millenium). Agora, dá um passo a mais pedindo a desocupação imediata “e à força, se necessário”.

Se a REItoria quisesse negociar, era só ter aceitado a convocação do Comando de Greve e discutir com o conjunto dos ocupantes. Desde o início, a única condição para a negociação era a desocupação. Quem é o intransigente?

Recheada de mentiras, o pedido chega mesmo a citar que na UERJ “impera a baderna”, julgando como verdadeiras tudo o que é veiculado pelo jornalão apoiador do regime militar O Globo e também outros portais igualmente reacionários. A canalha da Gulnar também afirma que há “excesso do direito de manifestação”, demonstrando que, por trás de sua máscara de “REItoria do PT/PSOL”, esconde-se na verdade Cláudio Castro, Bolsonaro, MBL e toda podridão política que impera na política oficial brasileira. Esse sim elementos estranhos à UERJ, como o fascistinha “Mamãe apanhei” que tentou invadir nossa Ocupação na noite de ontem e foi colocado para correr!

O que existe é excesso do direito de manifestação desses elementos antipovo. No dia de ontem, a REItoria Gulnar, após dar nova entrevista para a Globo, organizou a “marcha da família com deus na UERJ” onde estavam presentes, além da professora Millenium, outros professores que agrediram estudantes e convidaram o MBL para dentro da UERJ.

Não vamos aceitar a criminalização de estudantes pobres. São jovens estudantes que lutam para poder ter acesso à educação diante do cenário político de terra arrasada de direitos para o povo brasileiro, com um governo estadual de extrema-direita e um governo federal da coalizão oportunista que concilia com a milicada golpista, pavimentando o caminho para o crescimento do fascismo.

Nenhum passo atrás!

Lutar não é crime!

Rebelar-se é justo!

MEPR

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