No dia 17 de setembro, ocorreu a primeira audiência de conciliação no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro entre estudantes, REItoria e Judiciário. Da parte dos estudantes, estiveram presentes os cinco estudantes citados pela Procuradoria Geral da UERJ, e um conjunto de pró-REItores, além da própria Gulnar Azevedo.
Simbólico da ditadura de Gulnar/Deusdará, a primeira vez em que os estudantes tiveram voz para falar de suas reivindicações foi numa audiência fora da Universidade. Isso não ocorreu por conta da juíza, que no mesmo dia despachou uma medida de reintegração de posse. Mas sim por conta da luta estudantil que na última semana colocou 200 estudantes e derrotou a “santa aliança” de PT/PSOL e extrema-direita na REItoria da UERJ.
Durante a audiência, a REItoria afirmou que os estudantes ameaçam trabalhadores, causam sofrimentos psíquicos neles. Não parece haver limites para o fascismo de Gulnar, que chegou mesmo a afirmar que os estudantes a ameaçaram de morte! Mentiras seguidas de mentiras.
Ainda na audiência, a juíza insistiu na saída negociada. Chegou mesmo a propor uma reunião com o representante do governo estadual para tratar da continuidade das bolsas estudantis até o fim do ano – sendo rechaçada pela REItora.
Um dia antes, um abaixo-assinado insuflado pela “santa aliança” veio a público. Nele, de forma desesperada, a REItoria tenta defender que “Gulnar e Deusdará” são conhecidos por sua trajetória em defesa do ensino público. MENTIRA!
A única movimentação que a REItoria atual fez, em 9 meses, foi a de acabar com a assistência estudantil. E, diante da luta estudantil (que conseguiu mais de R$ 150 milhões), optou primeiro pela enganação. Depois, pela criminalização.
Está claro para todos os estudantes em luta na UERJ que a REItoria não defende a educação pública, gratuita e à serviço do povo. Ao invés de cumprir com o seu papel de defender a UERJ dos ataques do governo genocida de Cláudio Castro, prefere se aliar à ele. Cortando todos os canais de diálogo, parecem mesmo estar de “birra” para sair por cima diante de estudantes tratados como monstros. Mas já fracassaram! A escolha política de aliar-se com professores do Instituto Millenium é a comprovação de que seu caminho é a universidade elitista, que coloca os estudantes pobres para fora.
Não houve um só momento em que professores de diferentes cursos deixaram de prestar seu apoio indo à ocupação, dando a sua solidariedade de modo ativo. Não deixamos de dialogar com os servidores e com os trabalhadores terceirizados – muitos destes se encorajaram com a luta estudantil e denunciaram assédio moral e atraso de salário.
O único caminho que conseguiu alguma vitória, não só na UERJ, mas em todo o País, é a luta combativa através da GREVE DE OCUPAÇÃO. Em 54 dias, os estudantes conseguiram algo que na greve da educação não conseguiu: verbas que garantem o funcionamento. Com a greve de ocupação, os estudantes aprendem que o co-governo estudantil não é apenas possível, mas necessário!
Ocupar e Resistir!
Rebelar-se é justo!
Movimento Estudantil Popular Revolucionário – MEPR
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