No dia 18 de setembro, os estudantes ocupados da Universidade do Estado do Rio de Janeiro decidiram que não deixarão sua ocupação mesmo após a decisão judicial pedida pela REItora Gulnar de reintegração de posse. A votação foi apertada, e contou com uma tentativa de manobra por parte dos pelegos que compõem a “oposição da UNE”. A tentativa de “rodo”, porém, foi rapidamente aplastada pelo movimento independente e combativo, que após aprovar, convocou todos a estarem na UERJ nno dia seguinte em defesa da resistência estudantil.
O divisor de águas foi a defesa contundente da greve de ocupação e da democracia universitária. Questões que só podem ser resolvidas através da resistência ativa do movimento estudantil.
A reintegração de posse é um gigantesco ataque. Injusto, covarde e também ilegal. Tentando limitar os espaços que os estudantes podem e não podem se manifestar, o que fazem Gulnar/Deusdará/Castro/Judiciário é impedir, na prática, a continuidade da única luta que conquistou vitórias nos últimos anos.
A assembleia iniciou com um informe de professores do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) que organizam um pré-vestibular social em uma favela no RJ. Os vestibulandos estavam animados para ter a experiência da universidade em sua plenitude, ou seja, em luta.
Em seguida, as falas se iniciaram. A maior parte delas dava conta do fato de que um grave precedente seria aberto se a Ocupação da REItoria não resistisse.
Em nossa intervenção, nós do MEPR demonstramos que a luta da UERJ já se expandiu, rompendo com limites estudais. Tratando da assistência estudantil, apontou um caminho comprovado de como defender a educação pública, gratuita e de qualidade. E enfrentando a “santa aliança” do PT/PSOL (na REItoria) com a extrema-direita, podemos apontar para todo o país que não é com política de conciliação que se garante direitos. Mas com organização, combatividade e enfrentamento!
Parte dos oportunistas pediam a “atenção” para a traição do DCE enquanto demarcavam contra um tal de “aventureirismo”. Outros defendiam que era preciso “deixar a luta de cabeça em pé para ocupar a ALERJ”. Ficou claro que seus interesses, além de eleitoreiros (pois querem desocupar para entregar santinhos pedindo voto) são também inconsequentes com a luta estudantil mais importante em curso no Brasil de hoje.
Os estudantes já haviam compreendido que a luta não para com a judicialização. Um dia antes, em plenária extraordinária, a Associação Brasileira de Advogados do Povo – Gabriel Pimenta (Abrapo) nos concedeu um informe jurídico após o qual conseguimos apontar que, embora a justiça não represente nada além do que os interesses das classes dominantes, a atuação da REItoria naquele espaço nos dava mais e mais condições de partir para a ofensiva: afinal de contas, a REItora se recusou a sentar-se com o Secretário de Ciência e Tecnologia para discutir a possibilidade de remanejamento do orçamento da UERJ para garantir as bolsas. Não só. Ela insistiu na criminalização, no ataque ao movimento estudantil independente e combativo e a todos que estão aplicando por 56 dias a tática da greve de ocupação.
De forma que os estudantes concordaram com a posição de que é preciso deixar a REItora se manchar politicamente. Se o Batalhão de Choque da Polícia Militar for chamada, as consequências de tudo o que acontecer será de responsabilidade unica e exclusiva de Gulnar Azevedo, Bruno Deusdará, Daniel Pinha e demais inimigos comprovados dos estudantes.
Atacado por essa gente e pela extrema-direita (que está esperando com enorme sanhaço aguardando o momento de privatizar a UERJ), o movimento independente e combativo já angariou uma enorme vitória na luta pela educação: o governo estadual foi obrigado a entregar R$ 165 milhões para a UERJ.
A intransigência da REItoria de Gulnar/Deusdará escalou nossa luta para um patamar superior, exigindo de nós disposição para bancar a luta pela democracia. E estamos dispostos a derrotá-los, um por um, em seus ataques. SE VIEREM PARA CIMA, TERÃO UMA RESPOSTA!
De nossa, parte, seguimos mais firmes do que nunca para aplicar todas as decisões tiradas em nossa luta: resistir ativamente à reintegração de posse, mesmo com PM, convocar o máximo de estudantes e apoiadores da luta para comparecer na UERJ amanhã (19/09) às 11h e de levantar bem alto a campanha de “FORA GULNAR! ESTUDANTE POBRE FICA!”.
Defender a ocupação é dizer em alto e bom som para todo o país que a luta estudantil pode vencer e garantir a permanência de estudantes pobres, primeiro passo para que a universidade de fato sirva ao povo. Não se trata (como apontam liquidacionistas e capituladores) de um “novo” caminho. É um caminho que é realidade há mais de 100 anos no continente latino-americano. E, em nosso país, por proposição de nossa corrente, ano após ano, o número de ocupações cresce mais e mais.
Sigamos, então, adiante desfraldando nossas bandeiras históricas!
Rebelar-se é Justo!
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