Na última semana de fevereiro, o MEPR realizou uma plenária na UERJ em meio às férias para debater sobre os próximos passos da luta do movimento estudantil independente face aos recentes ataques à permanência estudantil que os estudantes enfrentam. A plenária contou com a participação estudantes independentes de diversos cursos de diferentes cursos da UERJ e também de outras universidades, além de estudantes secundaristas e de cursos pré-vestibular.
A plenária se iniciou com alto espírito de combatividade, sendo entoada a canção Bella Ciao. Logo em seguida foi feita uma exposição sobre a situação política nacional, sendo destacada a revolução agrária em curso em nosso país como a luta mais avançada e como vanguarda no combate à extrema direita fascista. Como parte da exposição foi passado o minidocumentário produzido pelo Jornal A Nova Democracia que retrata a luta dos posseiros de Barro Branco em Jaqueira-PE que, organizados na Liga dos Camponeses Pobres (LCP), derrotaram o movimento bolsonarista Invasão Zero. O documentário também serviu para ilustrar que o dever dos estudantes é de se ligar às massas camponesas em luta e que é este o único critério para definir se um jovem é ou não revolucionário. Foi destacado o exemplo da estudante de pedagogia da UFPE que foi baleada por pistoleiros enquanto participava de uma missão de solidariedade.
Após esse o primeiro momento de exposição iniciou um momento aberto para falas de estudantes. Já na primeira fala uma estudante, inspirada na luta camponesa, propôs a realização de uma campanha de propaganda da revolução agrária nas escolas e universidades da cidade.
O ponto principal debatido pelos estudantes presentes foi os próximos passos dos estudantes na luta contra a Minuta do Retrocesso que será votada em abril no Conselho Universitário da UERJ e definirá a política de assistência estudantil a ser implementada nesta universidade. Os companheiros do MEPR e demais estudantes independentes vem denunciando que tal Minuta apresenta pontos que representam um verdadeiro ataque a assistência estudantil na UERJ, excluindo o direito ao acúmulo de bolsas (direito este conquistado através da luta combativa em 2015) e estabelecendo quantidades pré determinadas de bolsas e auxílios a serem disponibilizados por período, o que significa que os estudantes teriam que disputar entre si para poder receber os auxílios, como já ocorre atualmente em outras universidades do estado, como a UFRJ.
Também foi denunciado o fato de que as correntes oportunistas do movimento estudantil e as entidades controladas por elas não terem se manifestado publicamente contra a Minuta e nem mobilizado nos cursos onde atuam para a luta contra a mesma, o que expõe claramente a capitulação de tais movimentos à REItoria fascista de Gulnar e Deusdará. Ditos movimentos já capitularam completamente da tarefa de defender a educação com unhas e dentes, e muitos literalmente assumem cargos nas pró-reitorias (como é o caso dos estudantes ligados ao PT e, mais recententemente, também de militante da UJC/Pcbrasileiro) e também fazem reuniões amistosas com a REItoria, como é o caso das correntes do PSOL Afronte e RUA.
Neste sentido, foi tomada por consenso a decisão de organizar e levar à frente a luta contra a Minuta do Retrocesso. Todos os presentes se comprometeram em mobilizar os estudantes de seus cursos e de toda a universidade.
