A comunidade acadêmica da Universidade de Brasília (UnB), partidos e organizações fizeram um ato antifascista contra as tentativas de intimidação e invasão feitas por um grupelho de extrema-direita que buscava fincar suas garras na universidade e levantar sua bandeira com ideias reacionárias e antipovo.
Os bolsonaristas, covardes como são, haviam anteriormente invadido a UnB vazia, durante as férias, para filmar os centros acadêmicos, os grafites e cartazes que ficam espalhados pelo campus Darcy Ribeiro. Em seus perfis nas redes sociais espalharam mentiras afirmando que os espaços da universidade são para orgias entre alunos e professores, mostraram cartazes em apoio a Palestina como “referências ao terrorismo” e criaram toda sorte de espantalhos reacionários em ataque a universidade pública. Nada de novo.
A comunidade acadêmica logo se manifestou e marcou para o dia 24/03 um ato antifascista, mesmo dia que os “galinhas verdes” marcaram sua manifestação pela anistia dos golpistas da bolsonarada.
O agitador reacionário, Wilker Leão, tentou tumultuar o primeiro dia de aula, mas acabou expulso pelos estudantes na base dos socos e pontapés, precisando do suporte dos vigilantes para bater suas asas por outro lugar. Cenas como essas ocorreram aos montes ao longo do dia em todas as tentativas dos bolsonaristas, que sequer alunos são, de entrar na Universidade e fazer suas agitações e provocações.
No fim da tarde, os estudantes já reunidos na entrada Instituto Central de Ciências (ICC-Norte) realizaram uma marcha pelo prédio para impedir a entrada dos bolsonaristas por qualquer lado que tentassem. Mas o oportunismo, que sofre com a maldição reversa do Rei Midas, tudo que tocam vira merda, buscou transformar o ato em mero espetáculo de discursos vazios.
Foram muitas falas dos nobres representantes do oportunismo ligados à UNE sobre “resistência” e combate ao fascismo. No entanto, na prática, evitaram a todo custo o combate direto com os reacionários, temendo por sua segurança, até mesmo chamando a Polícia Militar para fazer a segurança do campus. A mesma PM assassina, que dia sim e dia também, estão lado a lado dos reacionários para bater em estudantes e professores nas justas lutas por seus direitos.

No momento certo, estudantes independentes junto ao MEPR, romperam com a direção oportunista do ato e tomaram a dianteira, indo em direção ao que restava dos grupos bolsonaristas, arrastando até um número de estudantes organizados nas bases dos revisionistas. A mera aproximação, com o medo de uma surra necessária, causou a fuga e desistência dos bolsonaristas em permanecer na UnB. Onde um dos cabecilhas do
movimento, Victor Jansen, saiu chorando nas redes sociais suas mentiras de que foram “ameaçados de morte”, em mais uma tentativa de lacrar para seu público e conseguir palco para suas choramingas reacionárias.
No fim do ato, manifestantes atearam fogo em bandeiras de Israel e do imperialismo ianque, bradando aos quatro ventos “estado de israel, estado assassino! Viva a lua do povo palestino!” e “Fora israel das terras palestina, fora ianques da america latina!”. A ação causou burburinho entre a extrema-direita e todo tipo de choro dos reacionários nas redes sociais.
Cartazes com uma nota assinada pelo MEPR contra os ataques da extrema-direita e denunciando o falso antifascismo dos oportunistas, ao lado de um cartaz de um soldado sionista capturado pela Resistência Palestina que afirmava “Seja na UnB ou na Palestina, sionistas e fascistas encontrarão resistência!”, foram espalhados pela UnB. A nota completa da Coordenação Regional do Distrito Federal pode ser lida a seguir:
PÔR OS GALINHAS VERDES PRA VOAR
A carestia cada vez maior da população, causada pelo falido governo de falsa-esquerda de Luiz Inácio, que atende a todos os interesses do latifúndio, vêm reacendendo ainda mais o fascismo à moda brasileira, o bolsonarismo e todos os seus “galinhas verdes”, desejosos de sua anistia na bolsonarada de 8 de janeiro, para retomarem seus planos de um golpe contrarrevolucionário preventivo, com uma reedição do golpe militar fascista de 64.
Buscando aumentar sua popularidade, os “galinhas verdes” vão atrás de espantalhos para bater. Por isso fazem seus vídeos atacando as universidades públicas, pautas democráticas, e cada dia mais retornam ao mais velho espantalho, o fantasma do comunismo. Usam de preconceitos arraigados nesta velha sociedade, propagandeados por todo lixo que é o monopólio de imprensa e a velha cultura burocrática e semifeudal que nos é transmitido desde o nascimento, e com isso buscam conquistar as pessoas para suas verdadeiras pautas antidemocráticas.
Por trás dessa máscara, o bolsonarismo e toda extrema-direita nada mais são que uma maior exploração das massas e uma entrega ainda maior de tudo que é nacional ao imperialismo, principalmente ianque. Assim mostrou a história brasileira.
Mas enquanto o oportunismo se pergunta como as massas caem na armadilha do bolsonarismo, devemos responder: “por causa de vocês que enganam o povo! Vocês que se vestem de esquerda e trocam todo ato, toda greve, toda luta revolucionária por um prato de lentilhas com suas reuniões a portas-fechadas, seus acordos políticos internos, que quem mais ganha sempre são vocês e nunca as massas!”. Combater a extrema-direita sem combater o oportunismo em todas suas formas é mera fraseologia oca!
Esse sério ataque dos bolsonaristas à universidade e às liberdades democráticas dos estudantes deve ser repudiado, e estes “galinhas verdes” devem ser expulsos, não pela burocracia universitária, mas pelos estudantes, que não devem dar paz a fascistas. Não lutamos por uma democracia em abstrato, e nem eles, que querem “se livrar do comunismo”. Se é guerra que os reacionários querem, pois que guerra seja feita! Estamos prontos e preparados para tudo.
Mas a grande mobilização frente esta pauta mostra também a fraqueza do oportunismo que não leva com a mesma seriedade pautas que também são lutas pelos direitos democráticos do povo: onde está a luta unida contra o preço do RU? A luta unida por aumento das bolsas? A luta unida pela expulsão dos professores agressores? A luta unida por vagas nas creches e condições para estudantes mães? A luta unida pelo tão esquecido co-governo estudantil?
Temos a obrigação de pôr todos os “galinhas verdes” para voar, para voltarem ao buraco a que pertencem. Mas temos também a obrigação de lutar por todos os direitos democráticos dos estudantes e de verdadeiramente mobilizá-los, sem acordos a porta-fechada com a reitoria, como é praxe para esse DCE, vendido e oportunista, e para a UNE, inimiga dos estudantes.
Sem uma verdadeira mobilização estudantil, sempre voltarão a aparecer novos “galinhas verdes” de todas as espécies, devido à falência da própria falsa-esquerda de cumprir o trabalho revolucionário de organizar e mobilizar os estudantes para a luta pelos seus direitos e ser tropa de choque da revolução.
Devemos ainda partir desta luta pelos direitos para a conquista do co-governo estudantil, e desta para ainda maiores tomadas do poder. Este é o trabalho para todos os que lutam de maneira independente, combativa e classista, preceitos sob os quais cada dia mais estudantes se organizam no país inteiro, prontos para as tarefas que estão por vir!
A Heroica Resistência Nacional do povo palestino em luta contra o sionismo assassino e a resistência da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) no campo brasileiro contra os crimes do latifúndio, desenvolvendo a Revolução Agrária, são faróis para nossa luta e devemos levantar bem alta e com orgulho essas bandeiras. Não há tolerância para ideias nefastas e atrasadas na UnB, iremos combater com mãos de ferro todos os inimigos do povo!
VIVA A HEROICA RESISTÊNCIA NACIONAL PALESTINA!
VIVA A REVOLUÇÃO AGRÁRIA!
MORTE AO FASCISMO!