Neste sábado quem passou em frente a UFF-Niterói se deparou com duas guaritas do exército reacionário impedindo a entrada no campus Gragoatá, no vídeo pode-se ver um caminhão do exército saindo do campus, junto com os soldadinhos altamente armados “defendendo” (de quem?) a UFF da entrada de alunos e moradores. O que foi dito aos alunos era que estava ocorrendo prova de cadetes, mas nada foi explicado oficialmente. Inclusive, conforme a imagem, os auditórios estavam reservados para a reunião do exercito. Não é novidade na UFF, que em 2019 foi anunciado um comitê gestor na reitoria que seria dirigido por um comandante do Marinha, no mesmo ano diversos alunos tiraram fotos de carros do FBI que ficavam no estacionamento, com os crachás de seus agentes expostos para todos verem.
Ver os maiores inimigos da Educação Pública fazendo guarda para impedir que estudantes entrem em seu local de estudo, não é cômico, e sim uma tragédia escrita há tempos, por esses gorilas que sempre tentam intervir nas Universidades e escolas do pais, por isso exigimos uma explicação do uso dos nossos espaços de educação por essa corja reacionária, vende pátria e anticiência.
O governo militar genocida de Bolsonaro, inimigo da educação, desde seu início indicou interventores para a reitoria nos Institutos Federais de Educação, que não estavam na lista tríplice ou perderam a eleição no corpo estudantil. Como foi o caso da UFGD (Universidade Federal de Grande Dourados) no MS e UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) no RJ. E logo tentou implementar o Future-se, a época seu grande projeto de privatização, barrado nas ruas pelos levantes estudantis combativos de 2019.
Durante a pandemia, os gorilas no governo aproveitaram a dispersão de alguns setores do movimento estudantil em meio a chantagem do “fique em casa” para fechar completamente as universidades e impedir que seus espaços (bibliotecas, laboratórios) fossem utilizados para ajudar o povo a se proteger do COVID-19. Impulsionando a todo vapor a Educação a Distância (EaD), que antes estava em “consórcios” a parte da universidade, como o CEDERJ nas universidades do RJ. Agora, a EaD vira a única modalidade e deixou como forma de criar raízes o Ensino Híbrido com a desculpa da adaptação ao “novo normal”. As universidades ficaram fechadas até depois da vacinação, e só voltaram por causa da atuação do movimento estudantil combativo, como foi com a ocupação do bandejão da UFPR.
E não é só o ensino superior que é atacado, as escolas “cívico-militares” parceria do MEC, Ministério da Defesa e Forças Armadas que são vitrine do governo militar, já estão implementadas em 130 escolas no país. Ao mesmo tempo que se implementa principalmente nas escolas públicas o “Novo” Ensino Médio (BNCC) ambos com objetivo de cercear a liberdade de cátedra dos professores e direito de acesso ao conhecimento sistematizado pela humanidade.
Desde a intervenção militar no Rio de Janeiro, laboratório para o resto do país, o exército reacionário sobe nas favelas para chacinar o povo junto com as forças policiais em suas expedições punitivas e encontra resistência do povo e como em março de 2019, confrontos da juventude com a polícia em ato para denunciar as chacina contra o povo.
Todos esses ataques fazem parte do objetivo de desmobilizar o movimento estudantil combativo que historicamente defendeu os direitos do povo e contra a intervenção militar. Como em 68 com os levantes estudantis contra o regime fascista militar com seu auge na participação estudantil na Guerrilha do Araguaia, ou da participação estudantil nos levantes populares de 2013/14 e as ocupações de 2016 contra os cortes de verbas.
Mas serão expulsos o exército reacionário e os seus representantes, como foi expulso o terrorista Witzel da UFF em 2019. E a intelectualidade verdadeiramente democrática continuará denunciando os crimes contra o povo, que tem seu direito ao ensino superior impedido enquanto estes se utilizam do espaço da universidade para suas convenções, reuniões e provas, defendendo-se do próprio povo, como foi visto neste sábado. A saída para barrar os ataques nas nossas escolas e universidades é organizar a luta estudantil em cada curso, escola e universidade pela autonomia universitária deflagrando inúmeras greves de ocupações e levantes em defesa da universidade pública e gratuita.
Pela autonomia universitária e o co-governo estudantil!
Defender a educação publica e gratuita com unhas e dentes!
Rebelar-se é justo!