RJ: VIVA A HEROICA RESISTÊNCIA ESTUDANTIL DA UERJ! FORA GULNAR!

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O dia 20 de setembro de 2024 já entrou para a história do Movimento Estudantil da UERJ como o dia em que os estudantes deram um olé no Batalhão de Choque e todo seu aparato de guerra. Os genocidas, treinados para matar o povo preto e pobre nas favelas entraram na UERJ após convite da REItora, mas, o movimento estudantil uerjiano foi gigante: com organização, cumprimos a deliberação da assembleia geral dos estudantes. Com combatividade, garantimos o plano de retirada. Um policial ficou ferido quando se preparava para lançar uma granada contra estudantes pretos e pobres e perdeu um dedo. Nenhum estudante se feriu gravemente.

Companheiros e companheiras: no lugar de sairmos humilhados, fomos nós quem impusemos uma grande derrota moral à PM genocida, mandados pela reitoria e pelo governo fascista.

A reitora Gulnar Azevedo (CRIMINOSA!) bancou da polícia entrar no campus Maracanã e invadir o pavilhão João Lyra. A PM genocida selecionou 300 polícias (os mais genocidas), com mais de 20 carros, 1 arma sônica, 1 tanque israelense e 2 ônibus para prender os estudantes. Prenderam três estudantes e o deputado federal Glauber Braga.

No mesmo dia 20 de setembro, a reitora deu provas de que seguirá a militarização: pediu para que o genocida Cláudio Castro avaliasse a “necessidade de disponibilização permanente” das tropas da PM na universidade.

A partir de agora, se abre na UERJ um momento inédito em nossa história: conquistar a destituição desta reitoria, que fez aquilo que nem mesmo o regime militar fascista de 64 conseguiu fazer. Gulnar e Deusdará só darão passos atrás com nossa luta combativa e independente dos estudantes. Esta luta deve exigir tudo, a começar pelo FORA GULNAR!

OU SE ESTÁ COM OS ESTUDANTES, OU SE ESTÁ COM A REITORIA!

A UERJ está diante de uma escolha política que é ou se solidarizar com a luta dos estudantes, ou cerrar fileiras com a repressão fascista. A comunidade uerjiana não pode se intimidar com as ameaças de criminalização e de repressão. Na realidade, apesar de exigir firmeza, esta não é uma escolha difícil. A justa e legítima ocupação estudantil da UERJ conquistou o que nenhuma outra luta conseguiu nos últimos seis anos: verba de R$ 165 milhões para manter de pé a UERJ. O fato de que o estado do RJ esteja sob RRF (Regime de Recuperação Fiscal) só engrandece a nossa conquista. E, a nível nacional, demonstramos que é possível resistir e ultrapassar os limites impostos pelo caminho burocrático-jurídico de criminalização da luta popular.

A greve de ocupação venceu! Quando a REItoria firmou alianças com os liberais (dentro da universidade) e com o governo de extrema-direita (fora da universidade), ela fez a escolha de não contribuir em absolutamente nada para a luta em defesa de uma UERJ pública, gratuita, com autonomia e ancorada em seus três pilares (ensino, pesquisa e extensão). Na realidade, ela foi um grande obstáculo para esta luta. Precisamente suas ações foram: não reconhecer o Comando de Greve, tentar vencer pelo cansaço o movimento estudantil, e quando viu que os estudantes não recuariam, optou pela judicialização e criminalização.

Queriam proibir a greve de ocupação, falharam. Vão, agora, tentar seguir com as medidas draconianas de proibição de manifestações e intimidação aos que lutaram e seguirão lutando. Novamente, irão falhar.

Essa é a batalha política mais importante da história de nossa universidade. É preciso que todos tomem conhecimento de que a luta estudantil apontou um caminho concreto, vitorioso, que ultrapassou os limites da judicialização (teto de praticamente todas as mobilizações pelo país) e que dá perspectiva de garantia de direitos através da luta. Nós temos duas escolhas: fortalecer este caminho ou apostar no papo-furado de Gulnar Azevedo, Bruno Deusdará, Daniel Pinha e demais inimigos dos estudantes.

FORA ELEITOREIROS: A LUTA É O QUE MUDA, O RESTO SÓ ILUDE!

O aprendizado das centenas de estudantes que construíram dia após dia a Ocupação da REItoria da UERJ de 2024 pode ser resumido da seguinte forma: quando o ataque à política de assistência estudantil ocorreu na calada da noite, durante as férias e com uma canetada, a massa de estudantes reagiu com sua justa rebelião. Todas as forças políticas (ou melhor, quase todas) aprovaram a ocupação e passaram a construí-la. Mas, no final, a força mais consequente surgiu do movimento independente e combativo que sustentou por 57 dias a ocupação.

Após 44 dias de luta, os estudantes aprovaram uma manifestação radicalizada na Radial Oeste. A decisão foi justa e na medida. A REItoria estava, então, com a política de enrolação, negando-se a receber o Comando de Greve para ouvir as reivindicações contra a AEDA DA FOME. Para garantir a manifestação combativa, os estudantes enfrentaram a trairagem do Correnteza (UJR e PCR) que, sabendo da organização dos estudantes combativos em garantir os pneus para a barricada em chamas, “esqueceu-se” do principal: o combustível. Foi o campo independente e combativo quem garantiu aquela importante ação, deixando claro que UERJ SEM BOLSAS É FOGO! Para todos os que estavam ali, ficou eivdente que 1) não se tratou de ação isolada, 2) a tal “comissão de segurança” proposta era só para impedir a execução da ação.

Em resposta, a PM genocida atacou brutalmente a manifestação, lançando bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dentro do campus. Já iniciava ali a “pulga atrás da orelha” da REItoria, que, naquele momento, certamente pensou: “Por que não chamar o Choque para enfrentá-los?”. Dali em diante, não houve mais nenhuma reunião do vice-REItor Deusdará.

Em seguida, a REItora marcou a data e o horário da desocupação: 12 de setembro, 10 horas. A combativa comissão de comunicação imediatamente lançou uma série de vídeos com denúncias contundentes da REItoria. Ao mesmo tempo, convidamos o maior número possível de estudantes a comparecerem no dia e horário marcados para garantir a Ocupação.

Dito e feito: neste dia, mais de 200 estudantes fortaleceram os piquetes e derrotaram a milícia privada da Andréia (FASCISTA!), dentre estes mais de 30 estudantes da Ocupação da Enfermagem. Impulsionados por essa luta, fizemos um grande chamado para que todos engrossassem a ocupação.

Durante a preparação para a audiência pública, a REItoria estava apostando alto na nossa divisão, e tinha como instrumento dissuasório a criminalização. Além disso, tivemos que enfrentar manobras do DCE do PT. Mesmo assim, decidimos prosseguir a luta mesmo diante da judicialização e definimos nossas posições para a audiência.

A assembleia estudantil do dia 16 de setembro convocou um grande ato para a audiência pública no dia seguinte. Cercamos de solidariedade nossos companheiros criminalizados e expomos para a população do centro do RJ a justeza de nossa luta. Contudo, a deliberação da assembleia não foi cumprida pelo conjunto das forças políticas, que colocaram pouquíssimo peso. Será que se fosse um ato na ALERJ, o Correnteza/UJR teria jogado peso? (Tirem suas próprias conclusões.)

VIVA A RESISTÊNCIA!

A intransigência da REItora contou com o apoio da Justiça do velho Estado burguês-latifundiário. Após a audiência de mediação, a juíza pediu a reintegração de posse. Era preciso preparar a resistência. Logo após a audiência, a Dra. Maíra da Associação de Advogados do Povo (Abrapo) informou que a REItora insistiu na criminalização e recusou reunir-se para discutir como garantir mais verbas, o que indignou a todos.

Em plenária, todos votamos por “jogar peso na mobilização”. Na assembleia de 18 de setembro, as opiniões das correntes eleitoreiras foram expostas. Defenderam “resistência política” que se resumia em abaixar a cabeça e sair de fininho assim que a PM fosse enviada para a UERJ. PELEGOS! Foram derrotados, por margem estreita, pelo movimento estudantil independente e combativo. Se a reitora queria manchar a sua imagem colocando a PM pra reprimir a luta estudantil, nós deveríamos estar dispostos a defender a nossa greve de ocupação. Isso aumentou a solidariedade, mesmo antes do envio da PM.

Convencidos da justeza de nossa luta, passamos a organizar a resistência. Na quinta-feira (19 de setembro), os seguranças e milicianos agrediram nossos companheiros. Demos uma lição a essa corja, fazendo eles recuarem com as mesmas mangueiras que foram utilizadas contra o movimento estudantil em 2015. Um companheiro batizou muito bem essa ação como uma “reparação histórica”. Estava comprovado que os estudantes combativos iriam mesmo enfrentar quem quer que fosse. Se viessem, iriam levar – esse recado, a REItoria entendeu. Só tinham duas opções: negociar ou enviar a PM. (Aquele que adivinhar a escolha de Gulnar ganha uma bolsa de R$ 5 mil assinada em um projeto fantasma com o Daniel Pinha.)

Na sexta-feira, a preparação estava toda ela feita. Desde a rota de fuga, até a confecção de porretes e outros artifícios que seriam utilizados para impedir que qualquer estudante fosse agarrado pelos porcos.

De madrugada, os dirigentes do Correnteza (UJR e PCR) pularam fora. Foi melhor mesmo, pois já não podiam atuar como a barragem que são, não podiam mais impedir a imparável corrente da rebelião popular. E quando o Choque já se preparava para invadir o campus, na hora H, a juventude trotsquista do MRT também saiu. Com mãos para o alto, rendidos para a PM, comprovaram que são somente isso: faísca e fogo de monturo. Um novíssimo grupo também apareceu com uma intervenção teatral. Depois de terem votado contra a greve, ficaria feio não terem nenhum vídeo jactando-se pela combatividade alheia. Além disso, propuseram que a saída se desse pelo portão 5, defendendo que as câmeras dos monopólios segurariam as hordas fascistas (???), e também defenderam que a única ferramenta que possibilitaria a nossa saída ficasse na mão do Rebeldia – sim! A juventude da organização que toda a militância de esquerda no RJ conhece como P2TU.

No fim, prevaleceu a organização dos que de fato estavam na luta e decidiram coletivamente (desde antes) a melhor forma de resistir de maneira ativa. Apenas três estudantes foram presos. Os companheiros mantiveram-se firmes e serenos, denunciando a todo o tempo a polícia, o governo e a REItoria. Postura exemplar!

O conjunto dos estudantes (e todo o movimento popular brasileiro) vibrou com a retirada estratégica. Muitos se animaram ainda mais quando viram a pichação deixada pelos nossos companheiros de que VOLTAREMOS MAIS FORTES E MAIS PREPARADOS!

A LUTA ESTÁ APENAS COMEÇANDO!

O que se coloca, agora, é organizar a próxima etapa de nossa luta: a campanha FORA GULNAR pela conquista da verdadeira democracia universitária. Quem não luta pelos seus direitos não é digno deles, e, se os estudantes da UERJ são, hoje, a vanguarda da defesa da educação pública, gratuita e a serviço do povo, nada mais justo do que avançamos pela paridade em todos os Conselhos (departamentais e o Universitário).

Esta é a única garantia de que não haverá criminalização, de que conquistaremos novamente nosso direito à permanência com uma política de assistência estudantil efetiva e que a UERJ não será privatizada pelas classes dominantes reacionárias.

O co-governo estudantil jamais existiu na UERJ, sendo pouquíssimos os cursos onde os estudantes têm de fato poder decisório nos conselhos. Em geral, reina a vontade de um burocrata encastelado que se modifica a cada período através das eleições para departamento. Tais eleições para definir os conselheiros são o suprassumo do autoritarismo: um voto de professor chega a valer o voto de 50 estudantes. É óbvio que, num semelhante sistema político, a maioria não tem poder. E essa maioria, nas universidades, tem nome: ESTUDANTES.

O apelo por um Congresso Estatutário da UERJ só faz sentido se o movimento estudantil encampar a defesa política do co-governo estudantil.

Não vamos aceitar nunca mais as cenas que se procederam naquele fatídico dia 20 de setembro de 2024 e que chocaram a todo o Brasil.

Não iremos recuar da nossa luta. Tudo o que aprendemos está para sempre gravado na história do movimento estudantil da UERJ. O que temos que fazer é seguir desenvolvendo essa luta heroica, porque combativa e consequente do início ao fim.

Todo ataque aos que lutam será aplastado pela força dos estudantes.

Convidamos a todos os estudantes e trabalhadores da universidade. Esta é uma luta não só de professores e técnico-administrativos, mas também das(os) terceirizadas(os) que, apesar de manter todo o funcionamento da UERJ, são humilhadas(os) por uma chefe de segurança corrupta, que, sabe de todos esquemas de corrupção existentes (quantos mil reais o estacionamento conquista a cada jogo do Maracanã?).

Nenhum passo atrás!

Abaixo a ditadura de Gulnar, Deusdará, Pinha e Cláudio Castro!

Rebelar-se é justo!