PE: Diretório academico de FIlosofia da UFPE rompe com a UNE e puxa manifestação vitoriosa em assembleia estudantil

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A matéria a seguir foi enviada por copanheiros do Coletivo Mangue Vermelho.

No dia 20 de fevereiro, ocorreu uma inundação no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFPE, onde foram perdidos diversas caixas com processos do Tribunal Regional do Trabalho em Pernambuco cuja as datas circulavam entre 1945 e 1988, que eram objeto de pesquisa do Laboratório de História e Memória do Trabalho da UFPE. Imediatamente, os estudantes se organizaram em grupos e comissões para sanar todos prejuízos causados. Foram movidas dezenas de pastas, documentos e caixas para tentar salvar parte da história que ficava no laboratório afetado.

Essa inundação gerou forte comoção na massa estudantil, que se organizou para salvar os documentos através de uma articulação de entidades de base do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), chamada “Ocupe o CFCH”. Logo em seguida os estudantes, através do “Movimento Ocupe o CFCH” puxaram uma assembleia com mais de 100 estudantes presentes aprovando uma manifestação. Esse encaminhamento não foi fácil, o oportunismo, principalmente Correnteza, UJC e UJS usava da desculpa de ser “uma semana antes do carnaval” para para não ter ato, ao mesmo tempo em que os oportunistas do MRT/Faísca levantava discussão pelega e imobilista sobre o que a UNE deveria fazer ou não sobre o acontecimento. Mesmo com a tentativa de sabotagem, o Coletivo Mangue Vermelho fez uma importante intervenção defendendo a manifestação, ganhando a posição com os estudantes e garantindo que a proposta fosse aprovada.

Estudantes confeccionam cartazes para a manifestação.

Após o fim do carnaval, a UJC imobilizou todas suas forças para esfriar luta dos estudantes contra o sucateamento do prédio, colocando que “ter atos vai desmobilizar luta” e que os estudantes deveriam focar em “atividades de massificação”. Diante do imobilismo da pelegada da UNE, o Diretório Acadêmico de Filosofia (DAFil) convocou uma assembleia para definir os rumos da mobilização em defesa do CFCH, convocando os estudantes e DA’s dos demais cursos.

A assembleia foi realizada dia 13/03, onde além dos estudantes Filosofia foram vários estudantes de outros cursos de ciências humanas e da natureza, totalizando mais de 50 presentes. Durante a discussão, os estudantes apontaram como a UNE e seus agregados tornaram a assembleia anterior demagógica e enfadonha, somente fazendo propaganda para suas organizações e esquecendo do principal: um prédio sucateado em derrocada de tanta precarização. Imediatamente, a UNE, representada ali pelo Movimento Correnteza fez questão de defender a “histórica tradição de luta”, que a culpa da entidade estar do jeito que está é “culpa da majoritária (UJS) e jogar contra propostas combativas dos estudantes.

A assembleia teve duas deliberações. A primeira foi a construção de um abaixo assinado com as seguintes reivindicações: I. Relatório de vistoria técnica da Defesa Civil sobre as condições de segurança do prédio do Centro de Filosofia e Ciências Humanas em até 15 dias após a entrega do documento; II. Criação de uma Comissão Mista para fiscalizar o cumprimento destas reivindicações, composta por estudantes e trabalhadores da educação (TAEs, professores e terceirizados) sendo ao menos metade dos integrantes dessa comissão estudantes eleitos por seus pares; III. Destinação prioritária imediata de recursos para solucionar os problemas de infraestrutura do CFCH. A segunda foi uma manifestação convocando todos os DA’s, organizações e estudantes da Universidade para entregar para a reitoria o abaixo assinado em ato.


Em meio a discussão o DAFil (Diretório Acadêmico de Filosofia) criticou a UNE e o seu papel imobilista dentro do movimento estudantil, defendeu o caminho combativo para o continuar da luta e propôs para votação o rompimento do Diretório Acadêmico com a UNE. Imediatamente, o Movimento Correnteza, com apenas um estudante do curso de filosofia e outros dois militantes de outras universidades e cursos, fizeram suas defesas pela legitimidade da UNE, dizendo que era uma entidade revolucionaria mas que a majoritária (UJS) “era ruim”. Os estudantes de Filosofia não se deixaram levar por esse velho discurso barato e não somente votaram a favor do rompimento como também defenderam seus votos, uma estudante de filosofia até alegou “enquanto vocês falam de disputar, vamos ater nossa discussão as novas formas de luta que de fato possam surtir algum efeito na vida dos estudantes pobres”.

O DAFil então, por maioria, aprova em seu estatuto a adição do artigo rompendo com a UNE. Inserindo que “O Diretório Acadêmico de Filosofia não reconhece a União Nacional dos Estudantes (UNE) como entidade que representa os estudantes. Sendo vedada a sua participação pólitica em espaços do Diretório.”

Estudantes em assembleia votam rompimento formal com a UNE em clausura estatutária e gravam vídeo anunciando seu rompimento.

A manifestação, em seguida, também foi triunfante sendo ainda mais massiva que a anterior demonstrando que na verdade, a atuação deles dentro do movimento estudantil só serve ao imobilismo. Foram recolhidas mais de 800 assinaturas solicitando que a reitoria se comprometesse em divulgar o laudo da vistoria técnica, rompesse com seu projeto privado e imediatamente enviasse verbas para serem gastas, sob supervisão dos estudantes no CFCH.


COM INDEPENDÊNCIA, CLASSISMO E COMBATIVIDADE, VARRER OS OPORTUNISTAS DO MOVIMENTO ESTUDANTIL!

ABAIXO O IMOBILISMO DA UNE!

VIVA O MOVIMENTO ESTUDANTIL COMBATIVO.

OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!