A juventude revolucionária escolhe o caminho da luta presencial combativa e classista e não o da conciliação! Fascistas não passarão!
Abaixo o imobilismo dos pós-modernos e oportunistas, traidores do povo!
Estamos vivendo a mais grave crise econômica, política, social e sanitária de todos os tempos. O Brasil já ultrapassou o horrendo número de 460 mil mortos pela covid-19, números que se assemelham a guerras mundiais, e mais de 16 milhões e 500 mil infectados. O sistema de saúde no país entrou em colapso, pessoas estão morrendo nas filas dos hospitais esperando por atendimento, não sendo possível identificar 1ª, 2ª ou 3ª ondas, já que em nenhum momento houve de fato uma queda significativa de casos/óbitos. Pilhas de cadáveres se acumulam em valas comuns, como no caso de Manaus. Já não bastasse a letalidade desse vírus, soma-se a isso a política de genocídio do governo militar de Bolsonaro, estando à frente do Ministério da Saúde durante o maior período da pandemia o general da ativa Pazuello, substituído por um novo coveiro com diploma de medicina, já sendo o quarto ministro da saúde a ocupar o posto macabro.
Enquanto Bolsonaro tagarela seus disparates populistas, supostamente de defesa do emprego e da sobrevivência econômica do povo, dá de ombros para as milhares de vidas perdidas diariamente. Sua preocupação com a economia é restrita apenas aos grandes burgueses, aos latifundiários, nunca foi com o trabalhador ambulante, o dono do espetinho, enfim, com o povo trabalhador. Vivemos a máxima desvalorização humana e a máxima valorização das coisas, dos produtos, das milhares de quinquilharias que o sistema imperialista produz e precisa comercializar a qualquer custo, inclusive ignorando milhões de mortes numa pandemia. Pandemia esta que se assemelha a uma guerra mundial, gerando maior concentração de riquezas e destruição de forças produtivas, além do incremento das políticas contrainsurgentes.
Desde o início da pandemia nós, jovens revolucionários, seguimos lutando para manter firme os nossos compromissos com o povo. Compreendendo esse momento dramático que vive as amplas massas em nosso país, lutamos para quebrar os muros das escolas e universidades e servir ao povo no campo e na cidade, encarnando com firmeza essa nossa consigna. Com as massas mais profundas do nosso país, participamos ativamente da construção de comitês sanitários, realizamos centenas de ações de solidariedade e atuamos ativamente com a parcela mais pobre do nosso povo na luta por suas reivindicações: vacina, alimentação, auxílio emergencial de 1000 reais, saneamento básico, saúde, lazer, esporte e moradia. Compreendemos todos os riscos de atuar presencialmente, não somos negacionistas, pelo contrário, manejamos a ciência em todos seus âmbitos, principalmente na luta para transformar essa sociedade, e em toda a nossa atuação lutamos para garantir todas as medidas sanitárias necessárias. Tomamos essa decisão por entender que na maior crise que o mundo e o nosso país já enfrentou, não poderíamos estar em outro local que não fosse com as massas, não para “combater o vírus” (palavra de ordem dos monopólios de imprensa), e sim nos organizando para nos proteger do vírus e combatendo e resistindo aos ataques desse governo militar genocida de Bolsonaro.
Assim como no âmbito da luta por um ensino público, gratuito e a serviço do povo, levantamos alto a bandeira de luta contra a EaD, mostrando o caráter reacionário e privatista dessa medida, estimulada por grandes monopólios como o grupo Cogna, pavimentando o caminho da privatização do ensino público no país, em especial do ensino superior. Aliás, importante ressaltar aqui como o governo financiou medidas para facilitar a imposição da EaD, distribuindo ‘tablets’ e ‘notebooks’, chegando inclusive a pagar planos de internet e chip de celular para que os estudantes tivessem acesso. É no mínimo curioso como o mesmo governo que pregou desde o início que nada deveria ser fechado e tudo deveria funcionar normalmente, tenha se empenhado tanto em manter a EaD no ensino fundamental, médio e superior. Seguimos em luta enfrentando a EaD, puxando o boicote ativo, mobilizando por vacinação para todos professores e demais trabalhadores do ensino e ampla testagem dos estudantes, para abrir escolas e universidades para o povo, não para ter aulas seguindo o calendário do ano letivo regular, e sim com projetos de extensão para ligar o conhecimento científico da Universidade às necessidades do povo, para arrecadação e distribuição de alimentos, reforço de conteúdos que já foram transmitidos presencialmente em turmas reduzidas, aulas online somente optativas e não obrigatórias, garantia de alimentação para todos os alunos e aulas públicas de instrução sanitária (seguindo todas medidas de distanciamento) para reforçar as medidas de controle sanitário e organizar toda a comunidade para brigar por melhores condições de infraestrutura das escolas e universidades para que na retomada das aulas tenham condições de aplicar as medidas de controle sanitário.
Por termos tomado a decisão de seguir o caminho da luta fomos duramente atacados, chegando inclusive a sermos acusados de genocidas por distribuir máscaras, álcool em gel e cestas básicas junto das massas. Ataques esses originados principalmente dos imobilistas pós-modernos, corrente essa que é dirigida diretamente pelos monopólios de imprensa e humanistas de ocasião (João Dória, Eduardo Paes, Alexandre Kalil, Ronaldo Caiado, Ratinho Jr, Eduardo Leite e etc), que acusam todos aqueles que não estão deitados em cima da cama assistindo netflix e pedindo comida por aplicativos de serem espalhadores de vírus, dizendo que só é pra sair de casa se for para ‘trabalhar’. Para essas pessoas pouco importa se os trabalhadores estão amontoados no transporte público, se as geladeiras estão vazias e nosso povo está passando fome, se as torneiras não possuem água potável, se os esgotos estão a céu aberto, se existem casas minúsculas que abrigam famílias inteiras e os filhos do povo estão largados a própria sorte nos rincões do nosso país enquanto seus pais vão à luta pelo prato de comida. Se arvoram defensores da vida, questionamos: que vida? Desde quando largar o povo a própria sorte e sofrimento é defesa da vida? Esses ataques não passam de uma maneira rasteira e podre de justificar o próprio imobilismo e individualismo, acham que diante de tantos crimes cometidos contra o povo, basta simplesmente fazer ‘tuítaços’ e aguardar as eleições de 2022 para que tudo seja resolvido.
Desde que foram anunciados os cortes escabrosos na verba das universidades federais e estaduais, se colocou de imediato a necessidade da mobilização presencial jogando para luta inclusive setores que antes faziam coro com o imobilismo. Ainda assim grupelhos pós-modernos e eleitoreiros (crentes de que basta ficar em casa e aguardar a farsa eleitoral de 2022) já iniciaram, ainda na fase de mobilização, a disparar ataques contra todos que estavam dispostos a ir as ruas para a lutar, igualando as manifestações aos atos fascistas dirigidos pela extrema-direita bolsonarista. Aqui é importante destacar, todas as pessoas que ainda que não se sentem seguras para atividades presenciais, mas não condenam aqueles que lutam, pelo contrário apoiam e ajudam na medida do possível, em nada tem relação com os imobilistas que apontam os canhões chegando a chamar manifestantes de genocidas.
Para esses grupelhos eleitoreiros e pós-modernos egoístas, que ganharam reforço dos monopólios de imprensa com suas análises do ‘erro tático de ir massas para rua’ onde o correto seria ‘esperar Bolsonaro se desgastar e cair sozinho em 2022’, gostaríamos de expressar nosso mais profundo desprezo. Uma nova época da luta de classes em todo o mundo foi inaugurada com a condição similar de guerra mundial imposta pela pandemia, as massas em rebelião nos Estados Unidos contra o assassinato do trabalhador preto George Floyd abriram com fogo o caminho dessa nova época, como despretensiosamente se pronunciou Gianna, filha do George: ‘O papai mudou o mundo’. Durante todo esse período manifestações combativas varreram o mundo de cima a baixo, passando pela Sérvia, Myanmar, Reino Unido, Bélgica, França, Argentina, Chile, Paraguai, recentemente na Colômbia e a heroica resistência do povo palestino. Inclusive soa no mínimo como hipocrisia todo entusiasmo, fotos e vídeos que esses grupelhos publicavam desses protestos, recebendo animados as justas derrubadas de estátuas de colonialistas e escravocratas, e hoje jogam pedras contra aqueles que foram às ruas em nosso país. Aliás, estudos realizados para analisar as infecções por covid-19 nos EUA após os protestos não identificaram nenhuma explosão de casos, isso ocorre porque aqueles que foram às ruas são a parcela das massas que mais toma em consideração as medidas sanitárias de proteção contra o vírus.
Não houve um momento sequer na história de toda a sociedade de classes em que a luta foi suspensa ou paralisada por qual motivo que seja, pois, para que isso ocorresse seria necessário um fenômeno inédito na sociedade, em que milagrosamente a existência e antagonismo das classes fosse paralisada. Não existe isso de que toda a sociedade tem o inimigo comum o vírus do covid-19, isso é ignorar completamente a profunda divisão de classes que existe em todo mundo, não somente em nosso país. Quanto oxigênio faltou nos hospitais privados mais caros do nosso país? Quantos ricaços ficaram sem atendimento médico por superlotação desses hospitais? Quantos pobres viajaram para os EUA para serem vacinados por fora da fila? Quantos milhões lucraram as grandes redes de supermercado (fechando em raríssimos momentos), em contrapartida das lojas de bairro que foram forçadas a fecharem por um longo período? Quantas pessoas do nosso povo tem reserva financeira suficiente para ficar em isolamento permanente na pandemia? Não se precisa de nenhum esforço profundo para ver que essa unidade geral de combate ao vírus não passa de fraseologia oca e demagogia. A maior fortaleza do nosso povo para se proteger do vírus é a sua organização, mais do que nunca se faz necessário reforçar a mobilização, politização e organização das massas, fora desse caminho o que resta ao povo é o genocídio escancarado ou velado.
Os camponeses pobres em luta em Rondônia são um exemplo a seguir por todos nós, vemos centenas de famílias mobilizadas, tomando em suas mãos o direito a um pedaço de terra, mesmo sob o cerco do velho Estado, sofrendo ataques de grupos repressivos policiais e paramilitares, tendo interrompido atendimento a saúde pública, mesmo assim durante mais de um ano de pandemia estão mobilizados impondo diversas derrotas ao latifúndio e ao velho Estado, o que obrigou Bolsonaro a sair para o confronto direto com a Liga dos Camponeses Pobres. A mobilização dos camponeses é o norte para nossa luta, demonstração de valentia, de que nem mesmo a pandemia pode parar a marcha irrefreável de nosso povo para a luta combativa, pois a pandemia ao contrário de amenizar as contradições fundamentais de nossa sociedade, as agravou ainda mais, pois as condições de vida tem sido cada vez mais difíceis e a miséria atinge milhões de famílias.
Não houve um só direito conquistado no nosso país em toda história que não seja no terreno da luta popular, muitas vezes em condições duríssimas. Os mesmos que se colocam hoje contra os que lutam, seriam os que acusariam de irresponsáveis todos aqueles que foram para as trincheiras na primeira grande guerra imperialista boicotar a guerra e mobilizar os soldados para apontarem suas armas contra as classes dominantes locais. Diriam ‘fique em casa e esperem o fim da guerra, depois resolvemos com o governo’, seriam os mesmos que condenariam todos aqueles no mundo inteiro que enfrentaram o nazifascismo. Em nosso país condenariam quem não se trancou em casa no AI-5 e decidiu ir para a luta contra o regime militar fascista, afinal é ‘loucura decidir lutar em condições duras de repressão, o ideal é esperar que as coisas se ajeitem por si mesmas’.
Sem luta presencial não conquistaremos nada, os cortes de verbas passarão, as universidades entrarão na esteira dos leilões das ditas ‘parcerias público-privadas’, vacinas vão continuar sendo um sonho distante e o genocídio prosseguirá. Somente a luta popular revolucionária decidida é capaz de enfrentar e derrotar o fascismo, eleição nenhuma em nenhum momento da história derrotou o fascismo, é um erro gravíssimo manter o movimento popular na paralisia a espera de um milagre que resolva essa infinidade de desgraças que as amplas massas em nosso país estão submetidas.
Nós, jovens revolucionários, gostaríamos de saudar calorosamente todos aqueles, que mesmo em condições tão difíceis, persistiram no caminho da luta e não o da conciliação. Saudar especialmente a Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia que enfrenta bravamente todo tipo de cerco do velho Estado no Acampamento Manoel Ribeiro, enchendo de ânimo e entusiasmo as massas populares em nosso país e no mundo, tendo naquele território a expressão de um novo Brasil que se aproxima. Saudar a todos que, ainda que não tenham decidido ir para luta presencial, seguem apoiando da forma que conseguem todas as iniciativas e lutas daqueles que tomaram o caminho da luta presencial. Deixamos aqui um recado especial para aqueles que estão rompendo o cerco do imobilismo nesse momento: persistir no caminho da luta presencial, são os que lutam que carregam a verdadeira solidariedade com a situação escabrosa que se encontra o país hoje, são os que lutam que carregam consigo a verdadeira defesa da vida e manejam a ciência em sua totalidade, não uma defesa oportunista e parcial como faz o monopólio de imprensa e os políticos eleitoreiros. Chamamos de defesa oportunista, pois esses mesmos apoiaram e apoiam a privatização da Universidade Brasileira, o fim das bolsas de financiamento de pesquisas e a própria privatização de grandes institutos como o Butantan (não esquecermos que uma das primeiras medidas do governo João Dória em 2019 foi ir atrás de empresas para comprarem o instituto).
Persistir na mobilização presencial para barrar o projeto nefasto de privatização do ensino público no nosso país, principalmente das Universidades, compreendo que a EaD é parte dessa política privatista, sendo assim necessário organizar e promover um vigoroso boicote, vinculando essa luta diretamente à construção de comitês sanitários de defesa popular e brigando pelos projetos de extensão, vinculando a pesquisa e conhecimento científico à necessidade das massas, quebrando os muros das Universidades colocando-as a serviço do povo no campo e na cidade. Aos fascistas que se assanham em querer equivaler o cercadinho bolsonarista com as milhares de massas que foram às ruas, inclusive acusando as manifestações legítimas do povo de espalhadora de vírus (que ironia): a história não falha, não existe outro caminho para o fascismo que não seja a lata de lixo e o museu da história. Lembrem-se sempre: não foi a suástica que tremulou no Kremlin em 1945, foi a bandeira vermelha com a foice e o martelo que tremulou no Reichstag!
Fascistas não passarão!
Abaixo o governo militar genocida de Bolsonaro!
Viva a luta combativa e classista das massas do campo e da cidade!
Viva a luta presencial! Ousar lutar, ousar vencer!
Combater e resistir aos ataques contra os direitos de nosso povo!
Viva a luta popular revolucionária!
Defender com unhas e dentes o ensino público e gratuito, a serviço do povo!
Assinam:
Unidade Vermelha – Liga da Juventude Revolucionária (UV-LJR)
Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR)
Alvorada do Povo (AP)