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Movimento Estudantil

PE: Diretório academico de FIlosofia da UFPE rompe com a UNE e puxa manifestação vitoriosa em assembleia estudantil

maio 22, 2025
Movimento Estudantil

RJ: Luiz Inácio/MEC: tirem suas mãos da UFRJ!

maio 21, 2025
Movimento Estudantil

PE: Estudantes da UFPE repelem fascistas em evento da extrema-direita

maio 20, 2025
Movimento Estudantil

RO: Militantes do MEPR penduram faixa em apoio à Área Revolucionária Gedeon José Duque

maio 18, 2025
Movimento Estudantil

Manifestação contra os cortes de verbas da educação ocorre em Niterói.

por MEPR
Publicado em outubro 17, 2022
1 minuto de leitura

No último dia 11/12 terça-feira, ocorreu em Niterói a manifestação contra os recentes cortes de verbas anunciado pelo governo federal do genocida Bolsonaro e seus generais, que coloca as universidades públicas em condições cada vez mais sucateadas e em alguns casos com risco de fechamento.

A manifestação teve concentração por volta das 17:00h na praça Cantareira em frente ao campus Gragoatá, e como em toda manifestação, dois campos se demarcaram entre os estudantes independentes que puxavam palavras de ordem contra os cortes, por greves de ocupação, e que estavam na manifestação para se manifestar de fato e mostrar toda sua repulsa e indignação aos ataques contra a educação pública, e os que estavam para fazer da manifestação um carnaval fora de época cantando vitória antecipada com a possível eleição do pelego-mor Luíz Inácio, fazendo dancinhas e mandando os estudantes ficarem de joelhos para levantar fazendo festa, como se o clima de uma manifestação em meio aos ataques contra a educação e o povo fosse esse.

A manifestação puxada pelas organizações e centros acadêmicos da UNE sequer foram até o terminal rodoviário onde se encontravam os trabalhadores voltando para casa, ao contrário, pararam a manifestação em frente ao Shopping no centro de Niterói.

Durante toda manifestação, houve os que tentaram dar passagem até para a polícia passar entre os blocos da manifestação, que logo foi repudiado pelos estudantes que bloquearam as passagens laterais e mantiveram o seguimento da manifestação nas ruas.

Por fim foi demarcado uma linha clara entre os estudantes e os centros acadêmicos independentes e combativos, e os que apostam todas suas fichas na política eleitoreira, vende pátria e privatista.

MEPR participa de bloco de diretórios acadêmicos independentes da UFF.

É GREVE, É GREVE DE OCUPAÇÃO! NEM SUCATEAMENTO NEM PRIVATIZAÇÃO.

REBELAR-SE É JUSTO.

Movimento Estudantil

Pichação contra farsa eleitoral é feita em NIterói.

por MEPR
Publicado em outubro 14, 2022
1 minuto de leitura
Movimento Estudantil

Contra os cortes de verbas do MEC do governo de Bolsonaro e Militares: GREVE DE OCUPAÇÃO!

por MEPR
Publicado em outubro 6, 2022
1 minuto de leitura

Depois do primeiro turno da farsa eleitoral, Bolsonaro anuncia corte bilionário de 2,4 do MEC. nas instituições federais de educação. Os cortes totalizam R$ 328,5 milhões contigenciados de imediato das IFE´s. Este é mais uma ataque vil do governo militar contra as universidades e a ciência nacional. O montante seria destinado ao funcionamento das universidades como pagamento de professores, funcionários e permanência estudantil. Com este corte, algumas universidades já anunciam que não vão conseguir manter seu funcionamento.

Basta do imobilismo da UNE eleitoreira e a sua burocracia, que com medo do levante da juventude, tenta apagar a chama da juventude as vésperas do segundo turno, semeando ilusão entre os estudantes que o segundo turno mudará a situação.

Contra mais este ataque devemos levantar alto a bandeira da greve de ocupação em todas as escolas, universidades e IF´s. Organizando assembléias, manifestações e organizar em cada local de ensino a justa revolta dos estudantes, professores e trabalhadores da educação.

CONTRA OS CORTES DE VERBAS: GREVE DE OCUPAÇÃO!

REBELAR-SE É JUSTO!

Teoria

O Oportunismo e a Falência da II Internacional – Lenin , 1916

por MEPR
Publicado em outubro 1, 2022
21 minutos de leitura

I

A II Internacional deixou realmente de existir? Os seus representantes mais autorizados, como Kautsky e Vandervelde, negam-no obstinadamente. Nada aconteceu além de uma ruptura das relações; tudo está bem; tal é o seu ponto de vista.

A fim de esclarecer a verdade, vejamos o manifesto do congresso de Basileia de 1912, que se refere precisamente à atual guerra mundial imperialista e foi adotado por todos os partidos socialistas do mundo. Deve-se assinalar que nenhum socialista ousará, em teoria, negar a necessidade de uma avaliação histórica concreta de cada guerra.

Agora que a guerra eclodiu, nem os oportunistas declarados nem os kautskistas se resolvem nem a negar o manifesto de Basileia nem a confrontar com as suas exigências o comportamento dos partidos socialistas durante a guerra. Porquê? Pois porque o manifesto os desmascara inteiramente a uns e a outros.

Nele não há nem uma única palavrinha sobre a defesa da pátria, nem sobre a diferença entre a guerra ofensiva e a guerra defensiva, nem uma palavra sobre tudo que afirmam agora aos quatro ventos os oportunistas e os kautskistas(1) da Alemanha e da quádrupla Entente. O manifesto não podia falar disso, dado que aquilo que ele diz exclui absolutamente qualquer emprego desses conceitos. Ele indica de maneira absolutamente concreta uma série de conflitos econômicos e políticos que prepararam esta guerra durante decênios, que se tinham revelado plenamente em 1912 e provocaram a guerra de 1914. O manifesto recorda o conflito russo-austríaco a propósito da “hegemonia nos Balcãs”, o conflito entre a Inglaterra, a França e a Alemanha (entre todos estes países!) a propósito da sua “política de conquista na Ásia Menor”, o conflito austro-italiano a propósito da “aspiração ao domínio” na Albânia, etc. O manifesto define numa palavra todos esses conflitos como conflitos no terreno do “imperialismo capitalista”. Deste modo, o manifesto reconhece com toda a clareza o caráter espoliador, imperialista, reacionário, escravista desta guerra, isto é, o caráter que transforma a admissibilidade da defesa da pátria numa insensatez do ponto de vista teórico e num absurdo do ponto de vista prático. Está em curso uma luta dos grandes tubarões para devorar “pátrias” estrangeiras. O manifesto tira as conclusões inevitáveis de fatos históricos indiscutíveis: esta guerra não pode ser “justificada por qualquer pretexto de interesse popular”; ela é preparada “a bem dos lucros dos capitalistas e das ambições das dinastias”. Seria “um crime” se os operários “começassem a disparar uns contra os outros”. Assim diz o manifesto.

A época do imperialismo capitalista é a época do capitalismo maduro e mais que maduro, do capitalismo que está em vésperas da sua derrocada, que amadureceu o suficiente para dar lugar ao socialismo. O período de 1789 a 1871 foi a época do capitalismo progressista, em que na ordem do dia da história estava o derrube do feudalismo e do absolutismo, a libertação do jugo estrangeiro. Nesse terreno, e só nele era admissível a “defesa da pátria”, isto é, a defesa contra a opressão. Este conceito poderia ainda hoje ser aplicado a uma guerra contra as grandes potências imperialistas, mas seria absurdo aplicá-lo à guerra entre as grandes potências imperialistas, à guerra na qual se trata de saber quem pilhará mais os países balcânicos, a Ásia Menor, etc. Não é por isso de espantar que os “socialistas” que reconhecem a “defesa da pátria” na presente guerra evitem o manifesto de Basileia como o ladrão evita o lugar do roubo. É que o manifesto demonstra que eles são sociais-chauvinistas, isto é, socialistas em palavras e chauvinistas na realidade, que ajudam a “sua” burguesia a pilhar países estrangeiros, a subjugar outras nações. O que é essencial na noção de “chauvinismo” é a defesa da “sua” pátria mesmo quando as ações desta visam escravizar as pátrias alheias.

Do reconhecimento de uma guerra como guerra de libertação nacional decorre uma tática, do seu reconhecimento como guerra imperialista decorre outra. O manifesto aponta claramente essa outra tática. A guerra “provocará uma crise econômica e política” que deverá ser “aproveitada”: não para atenuar a crise, não para defender a pátria mas, pelo contrário, para “sacudir” as massas, para “apressar a queda do domínio do capital”. Não se pode apressar aquilo cujas condições históricas ainda não amadureceram. O manifesto reconhecia que a revolução social é possível, que as premissas para ela amadureceram, que ela virá precisamente em relação com a guerra: as “classes dominantes” temem “a revolução proletária”, declara o manifesto, invocando o exemplo da Comuna de Paris e da revolução de 1905 na Rússia, isto é, os exemplos das greves de massas, da guerra civil. É uma mentira afirmar, como faz Kautsky, que a atitude do socialismo para com esta guerra não foi esclarecida. Esta questão não só foi discutida como foi decidida em Basileia, onde foi adotada a tática da luta proletária revolucionária de massas.

É uma revoltante hipocrisia passar em silêncio, totalmente ou nas partes mais essenciais, o manifesto de Basileia e em lugar dele citar discursos de dirigentes ou resoluções de certos partidos que, em primeiro lugar, foram proferidos antes de Basileia, em segundo lugar não eram decisões dos partidos de todo o mundo, em terceiro lugar referiam-se a diferentes guerras possíveis, mas não à presente guerra. O fundo da questão está em que a época das guerras nacionais entre as grandes potências européias foi substituída pela época das guerras imperialistas entre elas e em que o manifesto de Basileia teve pela primeira vez de reconhecer oficialmente esse fato.

Seria um erro pensar que o manifesto de Basileia é uma declamação oca, uma fraseologia oficial, uma ameaça pouco séria. É assim que gostariam de apresentar a questão aqueles que esse manifesto desmascara. Mas isso é falso. O manifesto é apenas o resultado de um grande trabalho de propaganda de toda a época da II Internacional, é apenas um resumo de tudo aquilo que os socialistas lançaram entre as massas em centenas de milhares de discursos, artigos e apelos em todas as línguas. Ele apenas repete aquilo que escreveu, por exemplo, Jules Guesde em 1899, quando fustigava o ministerialismo(2)dos socialistas em caso de guerra: ele falava da guerra provocada pelos “piratas capitalistas” (En garde!, p. 175); apenas repete aquilo que escreveu Kautsky em 1909 em O Caminho do Poder, onde reconhecia o fim da época “pacifica” e o inicio de uma época de guerras e revoluções. Apresentar o manifesto de Basileia como fraseologia ou como um erro significa considerar como fraseologia ou como um erro todo o trabalho socialista nos últimos 25 anos. A contradição entre o manifesto e a sua não aplicação é tão intolerável para os oportunistas e kautskistas porque ela revela a profundíssima contradição no trabalho da II Internacional. O caráter relativamente “pacifico” do período de 1871 a 1914 alimentou o oportunismo primeiro como estado de espírito, depois como tendência e finalmente como grupo ou camada da burocracia operária e dos companheiros de jornada pequeno-burgueses. Estes elementos só podiam submeter o movimento operário reconhecendo em palavras os objetivos revolucionários e a tática revolucionária. Eles só podiam conquistar a confiança das massas através da afirmação solene de que todo o trabalho “pacifico” constitui apenas uma preparação para a revolução proletária. Esta contradição era um abcesso que alguma vez haveria de rebentar, e rebentou. Toda a questão consiste em saber se se deve tentar, como fazem Kautsky e C.a, reintroduzir de novo esse pus no organismo em nome da “unidade” (com o pus) ou se, para ajudar à completa cura do organismo do movimento operário, se deve, o mais depressa possível e o mais cuidadosamente possível, livrá-lo desse pus, apesar da temporária dor aguda causada por esse processo.

E evidente a traição ao socialismo por parte daqueles que votaram pelos créditos de guerra, entraram para os ministérios e advogaram a idéia da defesa da pátria em 1914-1915. Só os hipócritas podem negar este fato. É necessário explicá-lo.

II

Seria absurdo encarar toda a questão como uma questão de pessoas. Que relação tem isso com o oportunismo se pessoas como Plekhánov e Guesde, etc.? – interrogava Kautsky (Neue Zeit, 28 de Maio de 1915). Que relação tem isso com o oportunismo se Kautsky, etc.? – respondia Axelrod em nome dos oportunistas da quádrupla Entente (Die Krise der Sozialdemokratie(3), Zurique, 1915, p. 21). Tudo isso é uma comédia. Para explicar a crise de todo o movimento é necessário examinar, em primeiro lugar, o significado e c o n ó m i c o desta política, em segundo lugar as ideias que estão na sua base, e em terceiro lugar a sua ligação coma história das tendências no socialismo.

Em que consiste a essência econômica do defensismo durante a guerra de 1914-1915? A burguesia de todas as grandes potências trava a guerra com o fim de partilhar e explorar o mundo, com o fim de oprimir os povos. Um pequeno circulo da burocracia operária, da aristocracia operária e de companheiros de jornada pequeno-burgueses podem receber algumas migalhas dos grandes lucros da burguesia. A causa de classe profunda do social-chauvinismo e do oportunismo é a mesma: a aliança de uma pequena camada de operários privilegiados com a “sua” burguesia nacional contra as massas da classe operária, a aliança dos lacaios da burguesia com esta última contra a classe por ela explorada.

O conteúdo político do oportunismo e do social-chauvinismo é o mesmo: a colaboração das classes, a renúncia à ditadura do proletariado, a renúncia às ações revolucionárias, o reconhecimento sem reservas da legalidade burguesa, a falta de confiança no proletariado, a confiança na burguesia. O social-chauvinismo é a continuação direta e o coroamento da política operária liberal inglesa, do millerandismo e do bernsteinianismo(4)

A luta entre as duas tendências fundamentais no movimento operário, o socialismo revolucionário e o socialismo oportunista, abrange toda a época de 1889 a 1914. E também hoje existem em todos os países duas correntes principais quanto à questão da atitude para com a guerra. Deixemos a maneira burguesa e oportunista de invocar os indivíduos. Tomemos as tendências numa série de países. Tomaremos dez Estados europeus: Alemanha, Inglaterra, Rússia, Itália, Holanda, Suécia, Bulgária, Suiça, Bélgica e França. Nos primeiros oito países a divisão em tendências oportunista e revolucionária corresponde à divisão em sociais-chauvinistas e internacionalistas. Na Alemanha os pontos de apoio do social-chauvinismo são os Sozialistische Monatshefte e Legien e C.a; na Inglaterra os fabianos e o Partido Trabalhista (o ILP fez sempre bloco com eles, apoiou o seu órgão e sempre foi mais fraco nesse bloco do que os sociais-chauvinistas, enquanto no BSP os internacionalistas constituem três sétimos); na Rússia essa corrente é representada pela Nacha Zariá (agora Nache Delo), pelo Comitê de Organização, pela fração da Duma dirigida por Tchkheidze; na Itália pelos reformistas encabeçados por Bissolati; na Holanda pelo partido de Troelstra; na Suécia pela maioria do partido, dirigida por Branting; na Bulgária pelo partido dos “amplos” (5); na Suiça por Greulich e C.ª Foi precisamente entre os sociais-democratas revolucionários de todos estes países que se ergueu já um protesto mais ou menos vivo contra o social-chauvinismo. Apenas dois países constituem excepção: a França e a Bélgica, onde no entanto o internacionalismo também existe, mas é muito fraco.

O social-chauvinismo é o oportunismo acabado. Ele amadureceu para uma aliança aberta, freqüentemente vulgar, com a burguesia e os estados-maiores. E é precisamente essa aliança que lhe dá uma grande força e o monopólio da imprensa legal e da mistificação das massas. E absurdo considerar ainda hoje o oportunismo como um fenômeno interno do partido. É absurdo pensar em aplicar a resolução de Basileia em conjunto com David, Legien, Hyndman, Plekhánov e Webb. A unidade com os sociais-chauvinistas é a unidade com a sua “própria” burguesia nacional, que explora outras nações, é a cisão do proletariado internacional. Isso não significa que a ruptura com os oportunistas é imediatamente possível em toda a parte, significa apenas que ela amadureceu historicamente, que ela é necessária e inevitável para a luta revolucionária do proletariado, que a história, que conduziu do capitalismo “pacifico” ao capitalismo imperialista, preparou essa ruptura. Volentem ducunt fata, nolentem trahunt. (6)

III

Os representantes inteligentes da burguesia compreenderam-no muito bem. Por isso elogiam tanto os atuais partidos socialistas, à frente dos quais se encontramos “defensores da pátria”, isto é, os defensores da pilhagem imperialista. E por isso que os governos gratificam os chefes sociais-chauvinistas ora com postos ministeriais (em França e Inglaterra) ora com o monopólio da existência legal sem obstáculos (na Alemanha e na Rússia). É por isso que na Alemanha, onde o partido social-democrata era o mais forte e onde a sua transformação em partido operário nacional-liberal contra-revolucionário foi mais evidente, as coisas chegaram a tal ponto que o ministério público vê na luta entre a “minoria” e a “maioria” uma “incitação ao ódio de classe”! Por isso os oportunistas inteligentes se preocupam acima de tudo com a preservação da anterior “unidade” dos velhos partidos, que prestaram tão grandes serviços à burguesia em 1914-1915. Um dos membros da social-democracia alemã, que publicou em Abril de 1915, sob o pseudônimo de Monitor, um artigo na revista reacionária Preussische Jahrbucher, exprime com uma franqueza digna de agradecimento as concepções desses oportunistas em todos os países do mundo. Monitor considera que para a burguesia seria muito perigoso que a social-democracia se deslocasse ainda mais para a direita: “Ela deve manter o caráter de partido operário com ideais socialistas. Porque no dia em que ela renunciar a isso, surgirá um novo partido, que adotará o programa rejeitado pelo velho partido anterior e lhe dará uma formulação ainda mais radical” (Preussische Jahrbucher, 1915, n.0 4, pp. 50-5 1).

Monitor acertou em cheio. Os liberais ingleses e os radicais franceses sempre quiseram precisamente isso: frases de ressonância revolucionária, para enganar as massas, para que estas tenham confiança em Lloyd George, Sembat, Renaudel, Legien e Kautsky, em homens capazes de pregar a “defesa da pátria” na guerra de rapina.

Mas Monitor representa apenas uma das variedades do oportunismo: aberta, grosseira, cínica. As outras atuam dissimuladamente, subtilmente, “honestamente”. Engels disse uma vez: os oportunistas “honestos” são os mais perigosos para a classe operária…(7) Eis um exemplo:

Kautsky escreve na Neue Zeit (de 26 de Novembro de 1915):

“Cresce a oposição contra a maioria; o espírito das massas é de oposição.” “Depois da guerra (só depois da guerra? N. L.) as contradições de classe agudizar-se-ão de tal modo que o radicalismo entre as massas se imporá.” “Depois da guerra (só depois da guerra? N. L.) arriscamo-nos a que os elementos radicais fujam do partido e refluam para um partido de ações de massas antiparlamentares (entenda-se: extraparlamentares).” “Assim, o nosso partido decompõe-se em dois campos extremos, que nada têm de comum entre si.” A fim de salvar a unidade, Kautsky procura convencer a maioria no Reichstag a autorizar a minoria a pronunciar alguns discursos parlamentares radicais. Isto significa que Kautsky quer, por meio de alguns discursos parlamentares radicais, reconciliar as massas revolucionárias com os oportunistas, que “nada têm de comum” com a revolução, que já há muito dirigem os sindicatos e que agora, apoiando-se na sua estreita aliança com a burguesia e com o governo, se apoderaram também da direção do partido.

Em que é que isto difere, no fundo, do “programa” de Monitor? Em nada a não ser nas frases melosas que prostituem o marxismo.

Na reunião da fração do Reichstag de 18 de Março de 1915, o kautskista Wurm “preveniu” a fração para não “esticar demasiado a corda; nas massas operárias cresce a oposição contra a maioria da fração; é necessário manter-se no centro marxista” (?! sem dúvida uma gralha: deve ler-se “monitoria”) (Klassenkampf gegen den Krieg! Material zum “Fali Liebknecht”. Ais Manuskript gedruckt(8), p. 67). Deste modo, vemos que o fato de que as massas são revolucionárias foi reconhecido em nome de todos os kautskistas (o chamado “centro”) já em Março de 1915!! E oito meses e meio mais tarde Kautsky de novo apresenta a proposta de “reconciliar” as massas, que querem lutar, com o partido oportunista, contra-revolucionário, e isto com a ajuda de algumas frases de sonoridade revolucionária!!

A guerra tem muitas vezes a utilidade de pôr a nu a podridão e rejeitar o convencionalismo.

Comparemos os fabianos ingleses com os kautskistas alemães. Eis o que escrevia acerca dos primeiros um verdadeiro marxista, Friedrich Engels, em 18 de Janeiro de 1893: “… um bando de ambiciosos que têm entendimento suficiente para verem a inevitabilidade do revolucionamento social, mas para quem é, no entanto, impossível confiar este trabalho gigantesco ao proletariado imaturo… medo da revolução é o seu princípio fundamental…” (Correspondência com Sorge, p. 390).

E em 11 de Novembro de 1893 escreve: ….. estes burgueses enfatuados que querem por benevolência condescender em libertar o proletariado de cima para baixo, desde que este queira ser tão inteligente para assim compreender que uma massa bruta inculta não pode libertar-se a si própria e não chega a nada a não ser pela benevolência desses advogados, literatos, atemorizados e destas comadres sentimentais…” (ibidem, p. 401).

Em teoria Kautsky olha os fabianos com desprezo, como o fariseu o pobre publicano. Porque ele jura pelo “marxismo”. Mas qual é na prática a diferença entre eles? Assinaram ambos o manifesto de Basileia e atuaram ambos em relação a ele como Guilherme II em relação à neutralidade belga. Enquanto Marx durante toda a sua vida fustigou as pessoas que procuram abafar o espírito revolucionário dos operários.

Kautsky opôs aos marxistas revolucionários a nova teoria do “ultra-imperialismo”. Por ultra-imperialismo ele entende a eliminação da “luta dos capitais financeiros nacionais entre si” e a sua substituição pela “exploração conjunta do mundo pelo capital financeiro internacional” (N. Z., 30 de Abril de 1915). Mas acrescenta: “ainda não dispomos das premissas suficientes para decidir se esta nova fase do capitalismo é realizável”. Assim, é com base apenas em suposições sobre uma “nova fase”, sem ousar declarar abertamente que ela é “realizável”, que o inventor dessa “fase” rejeita as suas próprias declarações revolucionárias, rejeita as tarefas revolucionárias e a tática revolucionária do proletariado agora, na “fase” da crise já iniciada, da guerra, de uma agudização maldita das contradições de classe! Não será isto o mais ignóbil fabianismo?

O líder dos kautskistas russos, Axelrod, vê “o centro de gravidade do problema da internacionalização do movimento libertador do proletariado na internacionalização da prática quotidiana”: por exemplo, “a legislação sobre a proteção do trabalho e a legislação do seguro social devem ser objeto de ações e da organização internacionais dos operários” (Axelrod, A Crise da Social-Democracia, Zurique, 1915, pp. 39-40). É perfeitamente claro que não só Legien, David, os Webb, mas também o próprio Lloyd George, Naumann, Briand e Miliukov aderirão inteiramente a esse “internacionalismo”. Tal como em 1912, Axelrod está disposto, em nome de um futuro muito, muito distante, a proferir as frases mais revolucionárias, se a futura Internacional “atuar (contra os governos, em caso de guerra) e levantar uma tempestade revolucionária”. Vejam lá como nós somos corajosos! Mas quando se trata de apoiar e desenvolver agora a efervescência revolucionária que começa entre as massas, então Axelrod responde que essa tática das ações revolucionárias de massas “ainda teria alguma justificação se estivéssemos imediatamente em vésperas de uma revolução social, como aconteceu, por exemplo, na Rússia, onde as manifestações estudantis de 1901 anunciavam a aproximação de batalhas decisivas contra o absolutismo”. Mas no presente momento tudo isso é uma “utopia”, “bakuninismo”, etc., inteiramente no espírito de Kolb, David, Sudekum e Legien.

O inefável Axelrod esquece simplesmente que em 1901 na Rússia ninguém sabia nem podia saber que a primeira “batalha decisiva” teria lugar quatro anos mais tarde – não esqueça: quatro anos mais tarde – e não seria “decisiva”. E no entanto só nós, marxistas revolucionários, tínhamos razão nessa altura: nós ridicularizámos os Kritchevski e os Martinov, que apelavam imediatamente ao assalto. Nós apenas aconselhávamos os operários a expulsarem por toda a parte os oportunistas e a apoiar, intensificar e alargar com todas as suas forças as manifestações e outras ações revolucionárias de massas. A situação atual na Europa é perfeitamente análoga: seria insensato apelar ao assalto “imediato”. Mas seria vergonhoso intitular-se social-democrata e não aconselhar os operários a romper com os oportunistas e consolidar, aprofundar, alargar e intensificar com todas as suas forças o movimento revolucionário e as manifestações que se iniciam. A revolução nunca cai do céu já pronta, e no início da efervescência revolucionária nunca ninguém sabe se esta conduzirá e quando a uma revolução “verdadeira”, “autêntica”. Kautsky e Axelrod dão aos operários conselhos velhos, gastos, contra-revolucionários. Kautsky e Axelrod alimentam as massas com a esperança de que a futura Internacional será já certamente revolucionária – trata-se apenas de presentemente proteger, encobrir e embelezar a dominação dos elementos contra-revolucionários: os Legien, os David, os Vandervelde, os Hyndman. Pois não é evidente que a “unidade” com Legien e C.a constitui o melhor meio de preparar a “futura” Internacional revolucionária?

“A aspiração de transformar a guerra mundial em guerra civil seria uma loucura”, declara o líder dos oportunistas alemães, David (Die Sozialdemokratie und der Weltkrieg – A Social-Democracia e a Guerra Mundial, 1915, p. 172), respondendo ao manifesto do Comitê Central do nosso partido de 1 de Novembro de 1914 (9). Nesse manifesto diz-se, entre outras coisas:

“Por maiores que pareçam as dificuldades dessa transformação num ou noutro momento, os socialistas nunca renunciarão a um trabalho preparatório sistemático, perseverante, constante nesse sentido, desde que a guerra se tornou um fato.”

(Também citado por David, p. 171.) Um mês antes da publicação do livro de David o nosso partido publicou resoluções nas quais a “preparação sistemática” era explicada do seguinte modo:

1. Recusa dos créditos. 2. Ruptura da paz civil. 3. Criação de organizações ilegais. 4. Apoio às manifestações de solidariedade nas trincheiras. 5. Apoio a todas as ações revolucionárias de massas. David é quase tão corajoso como Axelrod: em 1912 não considerava “loucura”, em caso de guerra, a referência à Comuna de Paris.

Plekhánov, representante típico dos sociais-chauvinistas da Entente, raciocina sobre a tática revolucionária do mesmo modo que David. Chama-lhe “alucinofarsa”. Mas ouçamos Kolb, oportunista confesso, que escreveu: “O resultado da tática das pessoas que rodeiam Liebknecht seria uma luta levada até ao ponto de ebulição no seio da nação alemã” (Die Sozialdemokratie am Scheidewege – A Social-Democracia na Encruzilhada, p. 50).

Mas o que é uma luta levada até ao ponto de ebulição, senão uma guerra civil?

Se a tática do nosso CC, que nos seus traços fundamentais coincide com a tática da esquerda de Zimmerwald, fosse uma “loucura”, “um sonho”, “uma aventura”, “bakuninismo” – como afirmaram David, Plekhánov, Axelrod, Kautsky, etc. -, ela nunca poderia conduzir à “luta no seio da nação”, e muito menos ser levada até ao ponto de ebulição. As frases anarquistas em parte nenhuma do mundo conduziram à luta no seio de uma nação. Em contrapartida, os fatos mostram que precisamente em 1915, em conseqüência da crise suscitada pela guerra, cresce a efervescência revolucionária entre as massas, crescem as greves e as manifestações políticas na Rússia, as greves na Itália e na Inglaterra, as marchas da fome e as manifestações políticas na Alemanha. Não será isto o início das ações revolucionárias de massas?

Apoio, desenvolvimento, alargamento, intensificação das ações revolucionárias de massas, criação de organizações ilegais, sem as quais mesmo nos países “livres” não é possível dizer a verdade às massas populares: eis todo o programa prático da social-democracia nesta guerra. Tudo o resto é mentira ou fraseologia, sejam quais forem as teorias oportunistas ou pacifistas com que se enfeite (10).

Quando nos dizem que essa “tática russa” (expressão de David) não convém à Europa, nós respondemos habitualmente indicando fatos. Em 30 de Outubro, em Berlim, apresentou-se na direção do partido uma delegação de camaradas, mulheres de Berlim, e declarou “que agora, com a existência de um grande aparelho organizativo, é possível, muito mais facilmente que no tempo da lei contra os socialistas, difundir brochuras e panfletos ilegais e realizar “reuniões não autorizadas””. “Não nos faltam meios nem vias, mas, visivelmente, falta a vontade” (Berner Tagwacht, 1915, n.0 271).

Será que estas más camaradas foram desviadas do bom caminho pelos “sectários” russos, etc.? Será que as verdadeiras massas são representadas não por estas camaradas mas por Legien e Kautsky? Por Legien, que no seu relatório de 27 de Janeiro de 1915 fulminava a idéia “anarquista” de criação de organizações ilegais; por Kautsky, que se tornou a tal ponto contra-revolucionário que em 26 de Novembro, quatro dias antes da manifestação em Berlim de dez mil pessoas, qualificou as manifestações de rua como uma “aventura”!!

Basta de frases, basta de “marxismo” prostituído à la Kautsky! Depois de 25 anos de existência da II Internacional, depois do manifesto de Basileia, os operários não acreditarão mais em frases. O oportunismo mais do que amadureceu, passou definitivamente para o campo da burguesia, transformando-se em social-chauvinismo: ele rompeu espiritual e politicamente com a social-democracia. Romperá com ela também organizativamente. Os operários reclamam já uma imprensa “sem censura” e reuniões “não autorizadas”, isto é, organizações clandestinas para apoiar o movimento revolucionário das massas. Só uma tal “guerra à guerra” é uma causa social-democrata e não uma frase. E a despeito de todas as dificuldades, das derrotas temporárias, dos erros, dos enganos, das, essa causa levará a humanidade à revolução proletária vitoriosa.

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Notas:

(1)Não se trata aqui da personalidade dos partidários de Kautsky na Alemanha, mas desse tipo internacional de falsos marxistas que oscilam entre o oportunismo e o radicalismo mas na realidade servem apenas de folha de parra ao oportunismo. Ministerialismo: o mesmo que millerandismo, tática oportunista de participação dos socialistas em governos burgueses reacionários. O termo surgiu em relação com a participação em 1899 do socialista francês Millerand no governo burguês de Waldeck-Rousseau.

(2) A questão do millerandismo foi discutida em 1900 no congresso de Paris da II Internacional. O congresso aprovou uma resolução conciliatória proposta por K. Kautsky, a qual condenava a participação dos socialistas no governo burguês , mas admitia a possibilidade dessa participação em casos “excepcionais”. Os socialistas franceses utilizaram esta ressalva para justificar a sua participação no governo da burguesia imperialista no período da Primeira Guerra Mundial.

(3) A Crise da Social-Democracia.

(4) Bernsteinianismo: corrente oportunista na social-democracia internacional surgida no fim do século XIX na Alemanha e designada segundo o nome de E. Bernstein, o mais aberto representante do revisionismo. Bernstein pronunciava-se contra a doutrina da revolução socialista e a ditadura do proletariado, declarando como única tarefa do movimento operário a luta por reformas, pela melhoria da situação econômica dos operário no quadro da sociedade capitalista. Nos congressos do Partido Social Democrata Alemão K. Kautsky criticou o bernsteinianismo, mas não colocou decididamente a questão da incompatibilidade da revisão do marxismo com a permanência de fileiras nas fileiras da social-democracia.

(5) Socialistas “amplos”: na Bulgária o mesmo que “Obschedeltsi” . Corrente oportunista do Partido Social-democrata Búlgaro, que desde 1900 editou a revista Obscho Delo. Depois da cisão do X Congresso (1903) do Partido Social-Democrata, os “obschedelsi” formaram o Partido Social-Democrata Búlgaro, reformista. Durante a Primeira Guerra Mundial os “obschedeltsi” tiveram uma posição chauvinista.

(6) O destino conduz aquele que consente, arrasta aquele que resiste.

(7) F. Engels, Para a Crítica do Projeto de Programa Social-Democrata de 1891.

(8) Luta de Classe contra a Guerra! Materiais para o “Caso Liebknecht”. Publicado como Manuscrito.

(9) Em 1º de Novembro d 1914 foi publicado no jornal Sotsial-Demokrat o manifesto do CC do POSDR A Guerra e a Social-Democracia Russa, escrito Lenin. O manifesto definiu o caráter da Primeira Guerra Mundial como guerra imperialista e elaborou a tática dos bolcheviques: transformação da guerra imperialista em guerra civil. O manifesto condenou o social-chauvinismo dos dirigentes da II Internacional.

(10) No congresso internacional de mulheres em Berna, em Março de 1915, as representantes do CC do nosso partido indicaram a necessidade absoluta de criar organizações ilegais. Isto foi rejeitado. As inglesas riram-se dessas propostas e enalteceram a “liberdade” inglesa. Mas alguns meses mais tarde foram recebidos jornais ingleses, como por exemplo o Labour Leader *, com espaços em branco, e posteriormente chegaram notícias de buscas policiais, de confiscação de brochuras, prisões e sentenças draconianas contra camaradas que na Inglaterra falavam da paz e só da paz!

*The Labour Leader (O Dirigente Operário): jornal semanal inglês, publica-se desde 1891. A partir de 1893 foi órgão do Partido Trabalhista Independente da Inglaterra. Desde 1946 publica-se com o nome de Socialist Leader (Dirigente Socialista).

Movimento Estudantil

Juventude combativa faz o MEC do governo militar genocida de Bolsonaro recuar na aplicação da resolução 02/2019 BNC-FP!

por MEPR
Publicado em setembro 29, 2022
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No dia 15 de setembro manifestações combativas e massivas fizeram o MEC tremer. A sua tentativa de aplicar com urgência a BNC-FP nas universidades públicas foi rechaçada por milhares de estudantes e professores do país todo. O vitorioso ato levou o MEC a “repensar” a aplicação da BNC-FP. Que tem como objetivo esvaziar o caráter científico da formação dos professores e atacar a formação do Pedagogo Unitário, fragmentando sua atuação nas escolas como articulador e organizador deixando esses estudantes, em sua maioria mulheres pobres, para disputar subempregos.

Por isso, Centros Acadêmicos, Coletivos e DCE’S convocaram atos em defesa da revogação da resolução 02/2019 e foram atendidos por milhares de estudantes e professores em todo o Brasil. Foram conformados Comandos de Lutas, Grupos de Trabalhos e Atos nas universidades públicas e escolas, ameaçadas pela BNCC.

Dois exemplos de grande mobilização e combatividade foram as manifestações da UEM com cerca de 150 estudantes e da UFMG, em ato, os estudantes e professores defenderam a tática da greve de ocupação contra os cortes de verbas e em defesa da formação do Pedagogo Unitário.

Esta enorme mobilização é mais uma prova que o movimento independente e combativo é o único que tem conseguido vitórias em defesa da educação pública e gratuita. A UNE imobilista, eleitoreira e conciliadora, se mantém calada frente ao corte de verbas bilionário e ataques a universidade e escola públicas, torcendo para estes serem logo aplicados no governo de Bolsonaro e esquecendo sua aprovação no governo Dilma/PT.

Vendem aos jovens a ilusão de que com a eleição do pelego mor, Luis Inácio, serão revogados os cortes na educação e as “reformas” antipovo, como a contrarreforma do “novo” ensino médio, elaborada no governo do PT. Assim, mantém as amarras sobre os jovens com suas ilusões eleitoreiras, torcendo os dedos para que não haja levantamentos da juventude contra esses ataques, único caminho real de mudança que se apresenta.

Já a juventude combativa sem temer e ousando vencer os ataques dos inimigos que fazem da política hoje seus quartéis antipovo, que agora prorroga a aplicação da BNC-FP diante deste fogo que tomou as ruas, escolas e universidades do Brasil. Neste momento de grave crise de decomposição do imperialismo e do capitalismo burocrático, para avançar na luta contra a BNC-FP, BNCC e a contrarreforma do “Novo” Ensino Médio, é preciso organizar os estudantes em todos os cursos, diretórios/centros acadêmicos, DCEs e grêmios de escolas construindo debates, colaços e grupos de trabalho/comando de lutas somando-se aos professores para barrar de vez estes ataques, desfraldando a bandeira de greve de ocupação para fazer a universidade servir ao povo.

CONTRA A PRIVATIZAÇÃO, GREVE GERAL DE OCUPAÇÃO!

VIVA A JUVENTUDE COMBATIVA!

REBELAR-SE É JUSTO!

Movimento Estudantil

NOTA EM SOLIDARIEDADE AOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

por MEPR
Publicado em setembro 28, 2022
2 minutos de leitura

O Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) saúda a todas/os profissionais de enfermagem que em grande onda de luta, vem sacudindo o país pela exigência do piso salarial da categoria.

Desde 1955, quando a profissão foi regulamentada, as/os profissionais lutam pelo estabelecimento de um piso salarial e jornada máxima semanal. Em especial, com a atuação da equipe de enfermagem durante a pandemia de COVID-19 a categoria tem debatido e mobilizado a população acerca das condições insalubres de trabalho e salário que vivem, e desde então, grandes manifestações e paralisações ocorrem, espalhadas pelo país com o objetivo de conquistar o piso.

Com isso, em 04 de setembro de 2022, após pressão das/dos profissionais, sem saída, o ultrarreacionário Jair Bolsonaro sancionou a Lei n. º 14.434/2022, que estabelece o piso salarial da categoria, convertendo tal feito para sua campanha eleitoral. Tanto foi, que ele apenas fez isso, após vetar o reajuste anual do salário, ou seja, aprovou um salário congelado, sem considerar os índices inflacionários que exercem efeito sobre os preços de todos os  itens básicos de sobrevivência. Demonstração concreta que este energúmeno preocupa-se apenas com sua reeleição.

Como prova de que todos os três poderes são parte de um Estado antipovo, no Judiciário a Lei do piso foi vetada, não pelo fato absurdo dela não contemplar o reajuste anual, e sim, por acatar a choraminga dos setores privados de saúde, os quais afirmam “não ter verbas” para arcar com a aplicação do Piso. Essa é a expressão máxima de como os direitos dos trabalhadores são tratados como mera mercadoria num balcão de negócios.

Os planos de saúde privados tiveram lucro líquido de 50%, faturando receita de R$ 217 bilhões, segundos dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Eles, juntamente com os setores farmacêutico, de energia e agronegócio, foram os que mais lucraram na pandemia.

Expressão da existência de uma casta de privilegiados é quando o STF veta o Piso para mais de 2,5 milhões de trabalhadores essenciais para a saúde, mas não titubeiam ao aprovar o gordo reajuste de 18% para os próprios salários, que foi de R$ 39,1 mil para R$ 46,3 mil, gerando um impacto de R$ 1 milhão somente sobre o vencimento dos ministros e, ao estender aos demais membros do judiciário, o prejuízo previsto é de R$ 1,6 bilhão em 2023.

Desta forma, é evidente que apenas o caminho de luta assegurará as/os profissionais de enfermagem o direito de ter um salário decente. Exortamos à toda a categoria a manter-se organizada e mobilizada. Em especial, destacamos o importante papel da greve, que Lênin já apontava da seguinte maneira:

   Quando os operários se negam a trabalhar, todo esse mecanismo ameaça paralisar-se. Cada greve lembra aos capitalistas que os verdadeiros donos não são eles, e sim os operários, que proclamam seus direitos com força crescente. Cada greve lembra aos operários que sua situação não é desesperada e que não estão sós.

  1. V. I. Lênin, 1899. Sobre as greves.

Convictos de que o caminho é a luta,  solidarizamo-nos com os/as profissionais de enfermagem e, desde  já, declaramos total apoio à construção de  um movimento de greve como tática para a vitória. Não abaixem suas bandeiras, ao contrário, levantem-nas com mais resistência e rebeldia. Pois, a história de lutas dos povos do mundo, apontam-nos que foi dessa forma que o proletariado conquistou seus direitos.

Todo apoio aos profissionais de enfermagem!

Pelo piso salarial com reajuste anual e 30 horas já!

Rebelar-se é justo!

Teoria

Orientação do Movimento da Juventude – Mao Tse Tung

por MEPR
Publicado em setembro 24, 2022
17 minutos de leitura

4 de Maio de 1939

(Discurso pronunciado pelo Presidente Mao Tse Tung num comício de massas da juventude, em Ien-an, em comemoração do XX aniversário do Movimento de 4 de Maio.)

Hoje é o dia do XX aniversário do Movimento de 4 de Maio. Neste comício, organizado para comemorá-lo e que reúne toda a juventude de Ien-an, eu desejaria abordar algumas questões relativas a orientação do movimento da juventude da China.

Primeiro, o 4 de Maio é agora proclamado Dia da Juventude Chinesa, o que está perfeitamente justo(1). É altamente significativo que, neste ano, depois de se terem passado vinte anos sobre o “4 de Maio”, tal data seja por fim proclamada Dia da Juventude em toda a China. Isso mostra que a revolução democrática popular chinesa, dirigida contra o imperialismo e o feudalismo, atingirá dentro em breve um ponto de viragem. Ao longo dos últimos decênios, a revolução democrática popular anti-imperialista e antifeudal foi sofrendo várias derrotas, mas agora a situação vai mudar e a mudança conduzirá a vitória, não a urna nova derrota. Agora a revolução chinesa marcha em frente, marcha para a vitória. A situação anterior em que sofríamos derrota sobre derrota não pode continuar, nem nós podemos tolerar que continuemos que conseguir chegar a um ponto de viragem em direção a vitória. Mas será que chegamos já a esse ponto de viragem? Não, ainda não chegamos lá, ainda não chegamos a vitória. Contudo, podemos conquistá-la. É precisamente na atual Guerra de Resistência contra o Japão que nos esforçaremos por atingir o ponto de viragem da derrota em vitória. O Movimento de 4 de Maio era dirigido contra um governo de vende pátrias, um governo conluiado com o imperialismo e traidor dos interesses da nação, um governo que oprimia o povo. Era ou não preciso lutar contra esse governo? Se o não fosse, o Movimento de 4 de Maio teria sido um erro. Claro que é absolutamente necessário lutar contra tais governos, há que derrubar os governos vende pátrias. Vejam: muito tempo antes do Movimento de 4 de Maio, já o Dr. Sun Yat-sen se tinha levantado contra o governo da época. Ele lutou contra o governo dos Tsins e derrubou-o. Acaso não tinha razão para agir assim? Penso que sim, tinha toda a razão. E tinha porque lutava, não contra um governo resistente ao imperialismo, mas sim contra um governo que estava conjurado com este; não contra um governo revolucionário, mas sim contra um governo que esmagava a revolução. O Movimento de 4 de Maio foi revolucionário exatamente porque contribuiu para abater um governo vende pátrias. É assim que a juventude inteira da China deve considerar o Movimento de 4 de Maio. Neste momento em que a totalidade do, povo se põe entusiasticamente de pé para lutar contra a agressão japonesa, nós estamos plenamente resolvidos a esmagar o imperialismo nipônico e, ao mesmo tempo, a não tolerar a intervenção de novos vende pátrias, nem permitir que a revolução sofra outra derrota, pois estamos premunidos com a experiência das derrotas do passado. Salvo algumas exceções, a juventude da nação está toda desperta e compenetrada da necessidade de vencer a todo o custo: é o que atesta a proclamação do “4 de Maio” como Dia da Juventude. Nós avançamos pelo caminho da vitória e, desde que todo o povo faça em comum um esforço, a revolução chinesa triunfará infalivelmente na Guerra de Resistência contra o Japão.

Segundo, contra quem é dirigida a revolução chinesa? Quais os seus alvos? Todos sabem que, por um lado, se dirige contra o imperialismo e, por outro, contra o feudalismo. Contra quem está atualmente dirigida a revolução? Contra os imperialistas japoneses, contra os traidores. Se vocês querem a revolução, devem obrigatoriamente lutar pela liquidação dos imperialistas japoneses e dos traidores. E quem faz a revolução? Qual a força principal desta? A gente simples da China. As forças motrizes da revolução são o proletariado, a classe camponesa e todos os elementos das outras classes que estejam dispostos a lutar contra o imperialismo e o feudalismo. São essas as forças revolucionárias anti-imperialistas e antifeudais. Mas no meio de tantos indivíduos, qual é a força principal, a espinha dorsal da revolução? Os operários e os camponeses, que perfazem noventa por cento da população do país. Qual é o caráter da revolução chinesa? Que revolução fazemos na atualidade? Fazemos a revolução democrático-burguesa, nada do que fazemos sai dos limites dessa revolução democrático-burguesa. Dum modo geral não devemos destruir no momento o sistema burguês de propriedade privada; o que importa é destruir o imperialismo e o feudalismo. É o que se chama revolução democrático-burguesa. Mas a burguesia é impotente para concluir essa revolução. A revolução só pode ser concluída pelos esforços do proletariado e das grandes massas populares. Qual é pois o objetivo que a revolução deve atingir? O seu objetivo é a derrocada do imperialismo e do feudalismo e a criação duma república democrática popular. Essa república democrática popular é a república fundada nos Três Princípios do Povo revolucionários. É diferente da China atual, semicolonial e semifeudal, e diferente também da China futura, em que se instaurará o regime socialista. No regime socialista não há lugar para capitalistas mas, no regime de democracia popular, a existência dos capitalistas tem ainda de ser admitida. Mas haverá então permanentemente na China lugar para capitalistas? Não, está fora de dúvida que, no futuro, não haverá lugar para eles. Isso acontecerá tanto na China como no resto do mundo. Nem na Inglaterra, nem nos Estados Unidos, nem na França, nem no Japão, nem na Alemanha, nem na Itália, em parte nenhuma haverá lugar para os capitalistas. A China não pode constituir exceção a essa regra. A União Soviética é um país que passou já ao socialismo. No futuro, o mundo inteiro seguirá o exemplo da União Soviética. Não há qualquer dúvida sobre isso. No seu desenvolvimento, a China caminhará necessariamente para o socialismo. É uma lei irresistível contra a qual nada se pode fazer. Contudo, na etapa atual, nós não construímos o socialismo, nós destruímos o imperialismo e o feudalismo, acabamos com a situação atual da China que é a de país semicolonial e semifeudal e criamos um regime de democracia popular. É por esse objetivo que deve bater-se a juventude do nosso país.

Terceiro, o que é que nos ensina a experiência passada da revolução chinesa? Essa é outra questão importante que a juventude precisa de compreender. Estritamente falando, na China a revolução democrático-burguesa anti-imperialista e antifeudal começou com o Dr. Sun Yat-sen, e já conta mais de cinquenta anos. Quanto a agressão dos Estados capitalistas estrangeiros contra a China, ela dura há já quase um século. Ao longo desses cem anos registou-se primeiro a Guerra do Ópio contra a agressão inglesa e, depois, a Guerra do Reino Celestial dos Taipins, a Guerra Sino-Japonesa de 1894, o Movimento Reformista de 1898, o Movimento de Ihotuan, a Revolução de 1911, o Movimento de 4 de Maio, a Expedição do Norte e a guerra travada pelo Exército Vermelho. Embora essas lutas sejam diferentes umas das outras, o seu objetivo comum foi rechaçar o inimigo estrangeiro ou mudar a situação existente. Mas só com o Dr. Sun Yat-sen é que a revolução começou a definir-se, mais ou menos claramente, como democrático-burguesa. Em cinquenta anos, a revolução iniciada por Sun Yat-sen obteve alguns êxitos e sofreu alguns fracassos. Vejamos: a Revolução de 1911 derrubou o imperador. Não terá sido isso um êxito?

Mas houve no entanto um fracasso, que consistiu no fato de a Revolução de 1911 se ter limitado a derrubar o imperador, permanecendo a China na situação anterior, sob o jugo do imperialismo e do feudalismo não sendo pois realizadas as suas tarefas anti-imperialistas e antifeudais. Que objetivo visava o Movimento de 4 de Maio? Esse movimento estava igualmente dirigido contra o imperialismo e o feudalismo, mas também fracassou, permanecendo a China na mesma situação em que se encontrava antes, subjugada pelo imperialismo e pelo feudalismo. A mesma sorte teve a revolução da Expedição do Norte; obteve um êxito e também fracassou. Desde que o Kuomintang passou a luta contra o Partido Comunista(2), a China voltou a ser o reino do imperialismo e do feudalismo. Isso tinha que provocar necessariamente a guerra, uma guerra que o Exército Vermelho travou durante dez anos. Mas essa luta de dez anos também só realizou as tarefas da revolução em parte do território chinês, não em toda a extensão do país. Se fazemos o balanço da revolução nas últimas dezenas de anos, vê-se que só alcançamos vitórias temporárias e parciais, não uma vitória definitiva em todo o país. Como dizia o Dr. Sun Yat-sen:

“A revolução ainda não se concluiu, os camaradas devem continuar a despender esforços.”

Agora, a questão é esta: por que é que, após dezenas de anos de luta, a revolução chinesa não atingiu ainda os seus objetivos? Quais as razões disso? Eu penso que há duas: a primeira é que as forças inimigas têm sido demasiado fortes; a segunda é que as nossas próprias forças têm sido demasiado fracas. Como uma das partes era forte e a outra fraca, a revolução não triunfou. Ao afirmar que as forças inimigas têm sido demasiado fortes, queremos dizer que as forças do imperialismo (o fator principal) e do feudalismo têm sido demasiado fortes. E ao dizer que as nossas forças têm sido demasiado fracas queremos dizer que apresentam pontos fracos nos domínios militar, político, econômico e cultural; mas a nossa fraqueza e o subsequente fracasso no cumprimento da tarefa anti-imperialista e antifeudal são devidos principalmente ao fato de as massas trabalhadoras, operários e camponeses, que constituem noventa por cento da população, não terem sido ainda mobilizadas. Quando se faz o balanço da revolução nas últimas dezenas de anos, vê-se que o povo chinês não estava inteiramente mobilizado e os reacionários se erguiam invariavelmente contra tal mobilização, sabotando-a. Ora, não é possível derrubar o imperialismo e o feudalismo a não ser com a mobilização e organização do conjunto das massas operárias e camponesas, que perfazem noventa por cento da população do país. O Dr. Sun Yat-sen, no seu testamento, dizia:

“Durante quarenta anos, devotei-me a causa da revolução nacional, para conquistar para a China a liberdade e a igualdade. A experiência desses quarenta anos convenceu-me inteiramente de que, para alcançar tal objetivo, é necessário despertar as massas populares e unirmo-nos, em combate comum, as nações do mundo que nos tratem em pé de igualdade.”

Mais de dez anos decorreram já desde a morte desse homem respeitável. Se os acrescentarmos aos quarenta anos de que fala, isso perfaz um total de mais de cinquenta anos. O que é que nos ensina essa experiência de cinquenta e tantos anos de revolução? Fundamentalmente, a verdade que consiste em “despertar as massas populares”. Vocês devem assimilar bem essa lição. A juventude do país inteiro deve assimilá-la com fidelidade. A juventude precisa de compreender inteiramente que a vitória sobre o imperialismo e o feudalismo não é possível senão mobilizando as grandes massas dos operários e camponeses, massas que constituem noventa por cento da população do país. Presentemente, é impossível triunfar do Japão e edificar uma China nova sem mobilizar a totalidade das massas operárias e camponesas do país.

Quarto, voltemos ao movimento da juventude. Há precisamente vinte anos registaram-se na China os grandes acontecimentos em que participaram os estudantes e ficaram conhecidos na história desta por Movimento de 4 de Maio. Esse movimento teve uma imensa significação. Que papel passou então a desempenhar a juventude a partir do “4 de Maio”? Em certo sentido, a juventude desempenhou um papel de vanguarda. Isso foi reconhecido por todos no nosso país, a exceção dos obstinados. Mas o que quer dizer desempenhar o papel de vanguarda? Significa desempenhar um papel de guia, estar nas primeiras filas da revolução. Nas fileiras do povo chinês em luta contra o imperialismo e o feudalismo, existe um contingente de jovens composto de intelectuais e estudantes. É um contingente bastante numeroso e, apesar das perdas sofridas, conta atualmente com vários milhões de homens. Esse contingente de vários milhões de homens representa um exército da nossa frente na luta contra o imperialismo e o feudalismo. É também um exército importante da nossa frente. Mas não se pode contar unicamente com ele.’ Apoiando-se unicamente nele é impossível vencer o inimigo, uma vez que não representa as forças principais. Quem constitui então as forças principais? São as massas operárias e camponesas. Os jovens intelectuais e os estudantes chineses devem ir ao encontro das massas operárias e camponesas que perfazem noventa por cento da população do país, para mobilizá-las e organizá-las. Sem essas forças principais, isto é, sem os operários e os camponeses, apoiando-se unicamente na parte do exército que se compõe de jovens intelectuais e de estudantes, é impossível triunfar do imperialismo e feudalismo. É por essa razão que os jovens intelectuais e os estudantes do país inteiro devem, em absoluto, entrar em contacto estreito com as grandes massas operárias e camponesas, fundindo-se com elas num todo; só então se constituirá um exército poderoso. Esse será um exército de algumas centenas de milhões de homens! Só um exército dessa grandeza poderá tornar possível a captura de posições sólidas do adversário e a destruição dos seus últimos bastiões. Se considerarmos sob este ponto de vista o movimento da juventude no passado, não podemos deixar de notar uma tendência errada: nas últimas dezenas de anos, parte da juventude que participava nesse movimento não se dispunha a ligar-se as massas operárias e camponesas e tomava posição contra o movimento operário e camponês, o que representava uma contracorrente no movimento da juventude. Não se ligando as massas operárias e camponesas, que constituem noventa por cento da população do país, opondo-se radicalmente aos operários e camponeses, essa parte da juventude agia realmente de modo insensato. Era uma corrente justa? Penso que não, pois, tomando posição contra os operários e os camponeses, essa parte da juventude tomava posição contra a própria revolução; por isso é que afirmo que se tratava duma contracorrente no movimento da juventude. Um tal movimento da juventude não pode conduzir a algo bom. Há alguns dias escrevi um pequeno artigo(3) onde dizia:

“O critério decisivo para determinar se um intelectual é revolucionário, não revolucionário ou contrarrevolucionário, consiste em saber se ele quer ligar-se, e se liga de fato, as massas operárias e camponesas.”

Aí enunciei o que constitui, a meu ver, o único critério válido. Que critério permite determinar se um jovem é ou não revolucionário? Como fazer tal distinção? Apenas existe um critério: verificar se esse jovem quer ou não ligar-se as grandes massas operárias e camponesas, e se efetivamente se liga a estas. Se quer ligar-se aos operários e camponeses e o faz efetivamente, é um revolucionário; no caso contrário é um não revolucionário ou um contrarrevolucionário. Se hoje ele se liga as massas de operários e camponeses, hoje é um revolucionário. Mas se amanhã deixa de ligar-se a elas, ou se, pelo contrário, passa a oprimir a gente simples do povo, passa a ser um não revolucionário ou um contrarrevolucionário. Alguns jovens falam muito da sua fé nos Três Princípios do Povo ou no Marxismo, mas isso não prova nada. Vejam: Hitler não se proclamava também “pelo socialismo”?

O próprio Mussolini era “socialista”, há vinte anos! E que representa afinal o seu “socialismo”? Nada mais que fascismo! Acaso Tchen Tu-siu não tinha também “fé” no Marxismo? E o que fez depois? Passou-se para o campo da contrarrevolução. Tcham Cuo-tao também não tinha “fé” no Marxismo? E onde está hoje? Desertou, embrenhou-se num pântano. Alguns intitulam-se pomposamente “adeptos dos Três Princípios do Povo”, dizem-se até seus velhos adeptos. Mas o que é que fazem? Está visto que o seu nacionalismo é a coligação com o imperialismo; para eles, a democracia do povo é a opressão da gente simples, e o bem-estar do povo consiste em sugar o sangue do povo, sugá-lo o mais possível. Só em palavras são partidários dos Três Princípios do Povo. É por isso que quando queremos julgar do valor dum indivíduo, saber se é um falso ou verdadeiro continuador dos Três Princípios do Povo, se é um falso ou verdadeiro marxista, basta-nos ver que ligações tem com as grandes massas de operários e camponeses para tudo ficar rapidamente esclarecido. Esse é o único critério, não há outro. Espero que a juventude chinesa jamais se deixará arrastar por essa sinistra contracorrente, que reconhecerá sem dúvida alguma os operários e os camponeses como seus amigos e marchará em frente, em direção dum futuro radioso.

Quinto, a atual Guerra de Resistência contra o Japão representa uma nova etapa da revolução chinesa, a etapa mais grandiosa, mais vigorosa e mais dinâmica. Nesta etapa, uma grande responsabilidade cabe a juventude. Entre nós, na China, o movimento revolucionário passou em algumas dezenas de anos por toda uma série de etapas de luta, mas nunca foi tão vasto como agora, na Guerra de Resistência contra o Japão. Quando afirmamos que a revolução chinesa apresenta atualmente particularidades que não tinha no passado, e que depois duma série de derrotas há de desembocar na vitória, pensamos precisamente no fato de o conjunto das massas populares chinesas ter dado um grande passo em frente, de que um brilhante testemunho é o progresso da juventude. Essa a razão por que a atual Guerra de Resistência terminará obrigatoriamente numa vitória, não pode deixar de terminar na vitória. Todos sabem que a nossa política fundamental durante a Guerra de Resistência contra o Japão é a constituição da Frente Única Nacional Anti-Japonesa. O objetivo é o esmagamento do imperialismo japonês e a liquidação dos traidores, a transformação da China antiga numa China nova, a libertação de toda a nação da situação semicolonial e semifeudal. Atualmente, o grande defeito do movimento da juventude chinesa é a falta de unidade. Vocês devem perseverar na luta pela unidade, pois só na unidade é que reside a força. Devem proceder de maneira que toda a juventude do país compreenda a situação atual, se una estreitamente e leve a Guerra de Resistência contra o Japão a vitória final.

Sexto e último, quero deter-me no movimento da juventude em Ien-an. O movimento da juventude de Ien-an é um modelo para o movimento da juventude em todo o país. A orientação para o movimento da juventude de Ien-an é a orientação do movimento da juventude em todo o país. Por quê? Porque a orientação do movimento da juventude de Ien-an é justa.

Julguem vocês próprios: a juventude de Ien-an tem trabalhado pela realização da unidade, e tem trabalhado muito bem. A juventude de Ien-an está unida e é solidária. Em Ien-an, toda a juventude — intelectuais, estudantes, operários, camponeses — está unida. De todos os cantos do país, e mesmo dos países estrangeiros onde vivem cidadãos chineses, vem um grande número de jovens revolucionários para estudar em Ien-an. A maioria dos que assistem a este comício vêm de lugares situados a milhares e até dezenas de milhares de li de Ien-an, e todos — os Tcham e os Li, os jovens e as jovens, os operários e os camponeses — partilham as mesmas aspirações. Não é pois um modelo para o País? A juventude de Ien-an, além de estar unida, fundiu-se também com as massas operárias e camponesas. Isso é uma razão mais para que sirva de modelo ao país inteiro. Mas o que faz a juventude de Ien-an? Estuda a teoria revolucionária; estuda os princípios e os métodos de luta contra os invasores japoneses, para a salvação da pátria; participa no movimento para o desenvolvimento da produção e já desbravou milhares e milhares de mu de terras virgens. Desbravar terras virgens, lavrar os campos, pessoalmente Confúcio não agia assim. Quando ensinava, Confúcio tinha um bom número de alunos: “setenta sábios e três mil discípulos”, um quadro dos mais impressionantes! Mesmo assim eram muito menos alunos do que os que existem em Ien-an, e não estavam dispostos a qualquer movimento de desenvolvimento da produção. Quando os discípulos de Confúcio lhe perguntaram como se cultivavam os campos, este respondeu: “Não sei. Nesse domínio estou abaixo dos camponeses”. Quando lhe perguntaram como se cultivavam os legumes, de novo respondeu: “Não sei. Nesse domínio, estou abaixo do hortelão”. Na China antiga, os jovens que estudavam junto dos sábios não só não estudavam a teoria revolucionária como também não se entregavam ao trabalho. Atualmente, em todos os estabelecimentos de ensino do nosso imenso país, estuda-se pouco a teoria revolucionária e não se estuda o movimento para o desenvolvimento da produção. Só entre nós, em Ien-an, assim como no território das nossas bases anti japonesas situadas na retaguarda inimiga, é que a situação se apresenta fundamentalmente diferente, pelo que respeita a juventude. Entre nós, a juventude representa realmente uma vanguarda da luta contra os invasores japoneses para a salvação da pátria, na medida em que dispõe ao mesmo tempo duma orientação política e dum método de trabalho justos. Por isso é que eu digo que o movimento da juventude de Ien-an constitui um modelo para o movimento da juventude em todo o país.

O comício de hoje reveste grande importância. Já disse tudo o que queria dizer. Espero que vocês estudem a experiência da revolução chinesa destes últimos cinquenta anos, desenvolvam o que há de bom e eliminem os erros cometidos, a fim de que a juventude se una a totalidade do povo e a revolução passe dos fracassos a vitória. O dia em que toda a juventude e todo o povo se puserem em movimento, se organizarem e unirem, será o dia da vitória sobre o imperialismo japonês. Cada jovem deve assumir essa responsabilidade. Atualmente, cada jovem deve tornar-se diferente do que era: deve fazer sua a grande resolução de trabalhar com tenacidade pela união de toda a juventude, pela organização de todo o povo; deve lutar pela vitória sobre o imperialismo japonês; deve lutar para fazer da velha China uma China nova. Essa a esperança que deposito em vocês.

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Notas de rodapé:

(1) Inicialmente, o dia 4 de Maio foi proclamado Dia da Juventude Chinesa na região fronteiriça Xensi-Cansu-Ninsia, por iniciativa das organizações juvenis dessa região. Forçado pelos movimentos o Kuomitang concordou com a data, mas temendo a revolta da juventude resolve mudar o dia. O Partido Comunista da China continuou comemorando o dia 4 de maio como dia da Juventude e oficializou a data durante a República Popular da China

(2) Trata-se dos golpes de Estado contrarrevolucionários tramados em 1927 por Chiang Kai-chek, em Xangai e Nanquim, e por Uam Tsim-vei em Vuhan.

(3) Documento “O Movimento de 4 de Maio” do Presidente Mao Tse Tung.

Movimento Estudantil

“Uma Anedota na Revolução Cultural Chinesa” mostra como eram solucionados os problemas em conjunto durante a Revolução Cultural

por MEPR
Publicado em setembro 22, 2022
1 minuto de leitura

O vídeo é um trecho do documentário “How Yukong Moved The Mountains” (Como Yukong Moveu As Montanhas), feita no período da Grande Revolução Cultural Proletária, de 1966 a 1976. O trecho mostra como os alunos e professores debatem em conjunto sobre o caso de um aluno que descumpre uma regra. O debate vai trazendo a tona as contradições e também as soluções para tal.

Movimento Estudantil

Militares cancelam atividades e fazem guarita para impedir a entrada na UFF- Campus Gragoatá.

por MEPR
Publicado em setembro 21, 2022
3 minutos de leitura

            Neste sábado quem passou em frente a UFF-Niterói se deparou com duas guaritas do exército reacionário impedindo a entrada no campus Gragoatá, no vídeo pode-se ver um caminhão do exército saindo do campus, junto com os soldadinhos altamente armados “defendendo” (de quem?) a UFF da entrada de alunos e moradores. O que foi dito aos alunos era que estava ocorrendo prova de cadetes, mas nada foi explicado oficialmente. Inclusive, conforme a imagem, os auditórios estavam reservados para a reunião do exercito. Não é novidade na UFF, que em 2019 foi anunciado um comitê gestor na reitoria que seria dirigido por um comandante do Marinha, no mesmo ano diversos alunos tiraram fotos de carros do FBI que ficavam no estacionamento, com os crachás de seus agentes expostos para todos verem.

            Ver os maiores inimigos da Educação Pública fazendo guarda para impedir que estudantes entrem em seu local de estudo, não é cômico, e sim uma tragédia escrita há tempos, por esses gorilas que sempre tentam intervir nas Universidades e escolas do pais, por isso exigimos uma explicação do uso dos nossos espaços de educação por essa corja reacionária, vende pátria e anticiência.

O governo militar genocida de Bolsonaro, inimigo da educação, desde seu início indicou interventores para a reitoria nos Institutos Federais de Educação, que não estavam na lista tríplice ou perderam a eleição no corpo estudantil. Como foi o caso da UFGD (Universidade Federal de Grande Dourados) no MS e UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) no RJ. E logo tentou implementar o Future-se, a época seu grande projeto de privatização, barrado nas ruas pelos levantes estudantis combativos de 2019.

            Durante a pandemia, os gorilas no governo aproveitaram a dispersão de alguns setores do movimento estudantil em meio a chantagem do “fique em casa” para fechar completamente as universidades e impedir que seus espaços (bibliotecas, laboratórios) fossem utilizados para ajudar o povo a se proteger do COVID-19. Impulsionando a todo vapor a Educação a Distância (EaD), que antes estava em “consórcios” a parte da universidade, como o CEDERJ nas universidades do RJ. Agora, a EaD vira a única modalidade e deixou como forma de criar raízes o Ensino Híbrido com a desculpa da adaptação ao “novo normal”. As universidades ficaram fechadas até depois da vacinação, e só voltaram por causa da atuação do movimento estudantil combativo, como foi com a ocupação do bandejão da UFPR.

E não é só o ensino superior que é atacado, as escolas “cívico-militares” parceria do MEC, Ministério da Defesa e Forças Armadas que são vitrine do governo militar, já estão implementadas em 130 escolas no país. Ao mesmo tempo que se implementa principalmente nas escolas públicas o “Novo” Ensino Médio (BNCC) ambos com objetivo de cercear a liberdade de cátedra dos professores e direito de acesso ao conhecimento sistematizado pela humanidade.

            Desde a intervenção militar no Rio de Janeiro, laboratório para o resto do país, o exército reacionário sobe nas favelas para chacinar o povo junto com as forças policiais em suas expedições punitivas e encontra resistência do povo e como em março de 2019, confrontos da juventude com a polícia em ato para denunciar as chacina contra o povo.

            Todos esses ataques fazem parte do objetivo de desmobilizar o movimento estudantil combativo que historicamente defendeu os direitos do povo e contra a intervenção militar. Como em 68 com os levantes estudantis contra o regime fascista militar com seu auge na participação estudantil na Guerrilha do Araguaia, ou da participação estudantil nos levantes populares de 2013/14 e as ocupações de 2016 contra os cortes de verbas.

            Mas serão expulsos o exército reacionário e os seus representantes, como foi expulso o terrorista Witzel da UFF em 2019. E a intelectualidade verdadeiramente democrática continuará denunciando os crimes contra o povo, que tem seu direito ao ensino superior impedido enquanto estes se utilizam do espaço da universidade para suas convenções, reuniões e provas, defendendo-se do próprio povo, como foi visto neste sábado. A saída para barrar os ataques nas nossas escolas e universidades é organizar a luta estudantil em cada curso, escola e universidade pela autonomia universitária deflagrando inúmeras greves de ocupações e levantes em defesa da universidade pública e gratuita.

Pela autonomia universitária e o co-governo estudantil!

Defender a educação publica e gratuita com unhas e dentes!

Rebelar-se é justo!

Caminhão do Exército Reacionário saindo do campus Gragoatá da UFF- Niterói
Guarita do Exército Reacionário impede entrada de alunos e moradores
Movimento Estudantil

Boletim: ABAIXO A FARSA ELEITORAL! NÃO VOTE, LUTE!

por MEPR
Publicado em setembro 16, 2022
1 minuto de leitura

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