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Movimento Estudantil

Estudantes do Colégio Pedro II fazem protesto exigindo aulas 100% presenciais.

por MEPR
Publicado em fevereiro 17, 2022
2 minutos de leitura
“Já fomos vacinados. Queremos aulas presenciais! Volta CPII!” pôde ser lido em faixa erguida durante o ato em frente ao Colégio Pedro II, unidade São Cristóvão. Foto: Banco de dados AND

No dia 07 de Fevereiro os estudantes secundaristas do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, iniciaram uma semana de protestos simultâneos na frente das 8 unidades da Instituição Federal. A organização iniciou-se após o Conselho Superior (CONSUP) decidir por manter as aulas remotas no ano letivo de 2022. Os estudantes, indignados por estarem há dois anos assistindo aula online, repudiaram a decisão arbitrária do Reitor Oscar Halac que, a propósito, desrespeita a reivindicação da maioria da comunidade escolar, incluindo servidores e responsáveis de alunos.

Cerca de 500 pessoas participaram da manifestação exigindo retorno imediato das aulas presenciais no Colégio Pedro 2. Foto: Banco de dados AND


Desse modo, os secundaristas foram às ruas pedir ‘’Abaixo a EaD, aulas presenciais já!’’. Os atos em todos os campi tiveram duração de 3 horas e logo após todas as unidades se uniram no centro da cidade do Rio em uma manifestação unificada com outras instituições federais que reivindicavam a mesma pauta.

Na mesma semana o reitor do colégio realizou uma reunião do CONSUP e aprovou um ensino híbrido com 50% do alunado por semana. Os estudantes não aceitaram a decisão e organizaram um ato na frente da reitoria no dia 12/02, com as palavras de ordem ‘’50% NÃO! 100% SIM! Queremos aulas presenciais!’’. O ato teve participação de 500 pessoas, incluindo pais de alunos, professores e apoiadores.

No entanto, mesmo após o rechaço dos estudantes quanto a imposição da EaD, denunciando seu caráter tecnicista e privatista de ensino, o Reitor não recuou e publicou uma nota oficial afirmando que a decisão só será mudada mediante nova votação dos conselheiros eleitos. Os estudantes afirmam que não houve novas eleições para conselheiros nos últimos anos e denunciam o estrutura burocrática dos setores do colégio e a falta de comunicação da reitoria com os estudantes e pais de alunos.

Visto que suas reivindicações não foram ouvidas, os secundaristas convocaram mais um ato simultâneo nos campi da instituição no dia 14/02. Na cidade de Niterói, onde fica localizado o campus do CP2-Barreto, os alunos confeccionaram faixas e cartazes, fizeram falas de denúncia à posição da direção de alguns dos campi e professores, que votaram ‘’não’’ pela volta presencial plena e afirmaram que se não houver aula presencial para todos, organizarão uma ocupação em todas as unidades.

Estudantes do Colégio Pedro II exigem o retorno de 100% das aulas. Foto: MEPR

Os estudantes também denunciaram que durante os intervalos e ao fim das aulas não podem circular pelo colégio, organizar reuniões e nem fazer atividades extracurriculares. E apontam ‘’a EaD serve justamente para isso, sucatear o ensino público e impedir a livre organização política dos estudantes’’.

Ao fim do ato, os representantes do Grêmio Estudantil e do Movimento Estudantil do CP2 propuseram aulas públicas e manifestações combativas, além de um positivo balanço sobre o ato.

Estudantes se reunem para fazer balanço sobre o ato. Foto: MEPR


O Colégio Pedro II é uma instituição tradicional de ensino público e uma das mais antigas escolas do Brasil. No Rio de Janeiro é reconhecida como um colégio de renome por seu ensino, e sobretudo pela combatividade dos estudantes durante a ditadura Vargas e a ditadura militar de 1964, na luta contra as imposições do Banco Mundial-FMI na educação e por uma nova sociedade.

ABAIXO A EaD E O ENSINO HÍBRIDO!
PELO RETORNO PRESENCIAL JÁ!
FORA OSCAR HALAC, 50% NÃO! 100% SIM!
REBELAR-SE É JUSTO!

Movimento Estudantil

RJ: Pais e alunos de colégios federais protestam pela volta do ensino presencial

por MEPR
Publicado em fevereiro 14, 2022
4 minutos de leitura

Reproduzimos a matéria a seguir publicada por Jornal A Nova Democracia.

Estudantes protestam no Rio de Janeiro pela volta do ensino presencial. Foto: Banco de Dados AND

Estudantes de escolas federais, juntamente com seus familiares, fizeram um combativo protesto, no dia 7 de fevereiro, exigindo a volta do ensino presencial nas instituições escolares Colégio Pedro II (CPII) e no Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), localizados no Rio de Janeiro. A data marcou também a volta a aula presencial nas escolas da rede municipal e estadual.

No CPII, o retorno às aulas presenciais estava previsto no mesmo dia, porém foi cancelado após uma decisão do Conselho Superior do Colégio Pedro II (Consup). Pais e alunos ficaram revoltados e organizaram o dia de protestos. Ficou decidido que ocorreriam atos simultâneos com os alunos fazendo agitações em frente às unidades em que estudam. Sendo assim, houve concentrações nas unidades do Pedro II de Niterói, São Cristóvão, do Centro e do Humaitá. Os alunos do Cefet se concentraram em frente à unidade Maracanã. Responsáveis de estudantes do Colégio Aplicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CAp-Uerj) também estavam participando das manifestações, tendo realizado uma manifestação em 27/01 exigindo a volta das aulas presenciais.

No centro do Rio, ato exige aulas presenciais!

Por volta de 12h, os estudantes saíram de suas unidades em passeatas com destino final a Cinelândia, no Centro do Rio. Eles tomaram as ruas com seus cartazes e palavras de ordem exigindo a reabertura imediata das escolas e o retorno das aulas presenciais. Ao chegarem na Cinelândia, os cerca de 500 estudantes se posicionaram nas escadarias da Câmara Municipal e exibiram grandes faixas com os dizeres: Volta 100% CP II e Educação é essencial. Neste momento, professores, estudantes e pais fizeram falas.

Estudantes marcham com cartazes exigindo retorno das aulas presencias no colégio federal Pedro II. Foto: Banco de dados.

Estudantes marcham com cartazes exigindo retorno das aulas presencias no colégio federal Pedro II. Foto: Banco de Dados AND

Estudantes marcham com cartazes exigindo retorno das aulas presencias no colégio federal Pedro II. Foto: Banco de Dados AND

Estudantes marcham com cartazes exigindo retorno das aulas presencias no colégio federal Pedro II. Foto: Banco de Dados AND

Os estudantes e responsáveis denunciaram o fechamento das escolas e a consequente manutenção do Ensino à Distância (EaD). Eles argumentam que estão tendo um déficit gigantesco no ensino e que os anos letivos de 2020 e 2021 foram perdidos. Atualmente os alunos estão indo às escolas somente de 15 em 15 dias, onde ficam apenas 3h.

Estudantes protestam no Rio de Janeiro pela volta do ensino presencial. Foto: Banco de Dados AND

Estudantes protestam no Rio de Janeiro pela volta do ensino presencial. Foto: Banco de Dados AND

Outro problema enfrentado pelos estudantes é o corte de bolsas, situação que está obrigando grande parte dos estudantes de origem pobre a abandonar a escola e procurar emprego, aumentando o número de evasão escolar.

Segundo o Censo Escolar, entre 2019 e 2021, o ensino infantil perdeu 653 mil matrículas. E entre as crianças mais pobres, o porcentual das que não sabiam ler e escrever saltou de 33,6% para 51% entre 2019 e 2021.

Estudantes e familiares seguram cartazes exigindo volta do ensino presencial. Foto: Banco de Dados AND

Estudantes e familiares protestam em frente ao Campus Centro do colégio Pedro II. Foto: Banco de Dados AND

Durante o ato, uma equipe do AND esteve presente recolhendo depoimentos de pais e estudantes. A presidente do Grêmio estudantil Lucimar Brandão do Colégio Pedro II campus Centro, Ana Catarina, afirmou o seguinte:

— A forma como o Reitor e o Consup estão administrando essa situação, não dá mais, não há mais desculpas plausíveis para isso.

Sobre a organização do ato, a estudante disse que foram os próprios estudantes que decidiram se mobilizar após receberem a notícia de que as aulas híbridas iriam continuar. Os jovens ficaram revoltados e realizaram uma assembleia que decidiu pela manifestação.

A psicóloga Susana Santana foi ao ato para prestar apoio à luta dos estudantes e pelo direito de estudar de sua sobrinha, Camily Vitória, que é aluna do Colégio Pedro II. Ela denunciou o ensino remoto e fez a defesa das escolas como um lugar de socialização fundamental não somente para as crianças mas para todo o país:

— As crianças estão há dois anos sem ensino, sem estudar, só com ensino remoto, que ao meu ver é só para inglês ver. As crianças não aprendem, tem dificuldades.

Ainda segundo ela:

— A escola se faz com alunos convivendo uns com os outros, promovendo debates sociais, isso faz parte do desenvolvimento da nossa Nação. Com o ensino remoto, o governo está bloqueando o desenvolvimento do nosso País. Isso é mau trato, falta de respeito. Estão negligenciando o direito à educação!

Como o CPII e o Cefet são escolas federais, toda sua administração é feita diretamente pelo Ministério da Educação (MEC), órgão do governo federal. Por conta disto, os estudantes criticaram o governo militar genocida de Bolsonaro/generais pelo seu total descaso com o ensino público, com os sucessivos ataques a Educação como a imposição do Ensino Híbrido, cortes de verbas, favorecimento do ensino privado e a criação do famigerado “Novo Ensino Médio”.

Apoiadores da Revista Veias Abertas estiveram presentes no protesto e entregaram folhetos exigindo a reabertura das escolas e universidades.

Pichação em muro próximo ao campus do Gragoatá. Foto: Banco de Dados AND.

Movimento Estudantil

PR: Estudantes da UFPR realizam ato exigindo o retorno das aulas presenciais

por MEPR
Publicado em fevereiro 13, 2022
8 minutos de leitura

Nota publicada pelo Jornal A Nova Democracia, dia: 08/02/2022.

Marcha até a Praça Santos Andrade durante o ato do dia 27/01. Foto: Banco de Dados AND

No último dia 27 de janeiro, estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foram às ruas para demonstrar sua insatisfação com a manutenção da modalidade de educação à distância (EaD) no início do atual período universitário. O ato foi encabeçado pela Frente Estudantil Contra a EaD e contou com a participação de diversos setores do movimento estudantil combativo. 

O Comitê de Apoio ao Jornal A Nova Democracia de Curitiba (PR) também marcou presença a fim de realizar a cobertura do evento e propagandear a imprensa popular e democrática.

A EaD é uma tortura, exigimos a reabertura!

Agitador com a edição 245 do jornal AND em mãos. Foto: Banco de Dados AND

Inicialmente, os estudantes se reuniram no Campus Reitoria, local onde houve a exposição de faixas com as consignas Aula presencial já! Abaixo a EaD! e Defesa da ciência e das aulas presenciais: pelo fim da EaD e do ensino híbrido!. Nesse momento, foram realizadas intervenções denunciando os rotineiros ataques às universidades públicas – vide os sucessivos cortes orçamentários, como o de 15,3% recentemente anunciado pelo Governo Federal – e exigindo o imediato retorno das aulas presenciais.

Em suas falas, os agitadores também ressaltaram o importante papel do movimento estudantil combativo em levar a cabo a justa luta dos universitários contra o projeto de desmonte da educação pública conduzido pelo velho Estado brasileiro. Alguns comerciantes locais demonstraram apoio ao ato, como constatado através da doação de biscoitos aos manifestantes, por exemplo.

Faixa estendida pela Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia (ExNEPe). Foto: Banco de Dados AND

Posteriormente, foi realizada uma marcha entre os campi Reitoria e Prédio Histórico (Praça Santos Andrade), na qual os estudantes, portando faixas e bandeiras, bradaram firmemente diversas palavras de ordem que enfatizavam o derradeiro papel da universidade: servir ao povo. Chegando à Praça Santos Andrade, os manifestantes reuniram-se nas escadarias em frente ao Prédio Histórico e deram continuidade ao ato.

Antes do término, os organizadores revelaram a intenção de boicotar a EaD e de realizar atividades presenciais durante as primeiras duas semanas de fevereiro, como aulas e palestras públicas ministradas pelos próprios estudantes ou por professores democratas.

É nossa, é nossa, a universidade, para servir ao povo consciência de verdade!

RECHAÇAR AS ILUSÕES COM A BUROCRACIA UNIVERSITÁRIA E LANÇAR-SE PARA A LUTA!

Para uma luta estudantil combativa e efetiva se fazem necessários debates constantes e intensa organização. Por isso, dias antes do ato, em 23 de janeiro, em reunião convocada pela Frente Estudantil Contra a EaD, diversos estudantes reuniram-se no Campus Reitoria para discutir e organizar o evento do dia 27. O Comitê de Apoio esteve presente através da montagem de uma banca para venda de livros, quadros e jornais A Nova Democracia.

A ação direta para exigir o retorno imediato das aulas presenciais tornou-se ainda mais necessária após a publicação de uma nota oficial redigida pela UFPR em 18 de janeiro e publicada sem qualquer consulta prévia aos estudantes. No documento, a instituição afirmou que a alta do número de casos de Covid-19 – devido à rápida propagação da variante ômicron – retardaria em duas semanas o início das aulas presenciais, previsto para o dia 31/01/2022. Todavia, nada garante que serão apenas duas semanas e que os mesmos argumentos infundados não serão utilizados para estender a EaD. Essa equivocada e injustificável imposição da burocracia universitária é, na verdade, uma medida que dá as costas ao povo e à ciência, visto que inúmeros médicos e especialistas já haviam confirmado a plena possibilidade de retorno das atividades presenciais. Além disso, a ômicron não representou um aumento expressivo no número de óbitos e internamentos no Paraná, estado no qual mais de 70% da população já está imunizada com as duas doses da vacina contra a Covid-19.

Estudantes reunidos no Campus Reitoria para o ato do dia 27/01. Foto: Banco de Dados AND

A mesma UFPR aprovou, em 27 de janeiro, através da Resolução Nº 01/22-COUN, a “comprovação de esquema vacinal completo contra a Covid-19 como condicionante para o acesso e permanência nos campi (…) [e] demais instalações da UFPR no retorno das atividades acadêmicas presenciais”. Contudo, é no mínimo estranho e contraditório saber que a mesma instituição que aprovou corretamente o necessário passaporte vacinal é a mesma que adiou o retorno das aulas presenciais. Ora, a manutenção da EaD nada mais é do que uma postura anticientífica e obscurantista, visto que se baseia na negação da eficiência da mesma vacina que consta no passaporte vacinal.

Como atividade introdutória para a reunião, foi realizada a leitura coletiva do Editorial semanal de AND “Universidades de costas para o povo”, que apregoa a defesa da ciência como instrumento de transformação social e clama uma importante tomada de decisão à luta de classes no ambiente universitário. Após a leitura, os organizadores cederam espaço para que cada estudante presente tivesse a oportunidade de realizar uma fala aos demais. Muitos contaram a respeito da péssima experiência vivenciada com a EaD e o Ensino Remoto Emergencial (ERE) durante a pandemia de Covid-19, período no qual os universitários foram extremamente prejudicados por ficarem sem suporte, ensino qualificado ou permanência estudantil digna – tanto que a evasão e o trancamento cresceram significativamente em 2020 e 2021. Os depoimentos comprovaram que a EaD imposta pela UFPR não passou de um grande pacto de mediocridade, no qual os professores fingem ensinar e os alunos fingem aprender. Além disso, outros estudantes aproveitaram para exigir voz ativa e presença efetiva dos estudantes nas decisões da UFPR, denunciando a postura injustificável do Reitor Ricardo Marcelo Fonseca e de toda a burocracia universitária.

Leia também: Editorial semanal – Universidades de costas para o povo – A Nova Democracia

Dentre os presentes, haviam também pessoas de outras cidades ou estados brasileiros, que voltaram a Curitiba exclusivamente devido ao vergonhosamente adiado início das aulas presenciais. Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), um importante indicador do movimento de preços e da “inflação do aluguel”, encerrou 2021 com alta acumulada de 17,78%. Neste âmbito, a injustificável e unilateral decisão da UFPR atinge diretamente esses estudantes que não têm garantia alguma de permanência e precisam arcar com o elevado e crescente preço do aluguel.

Estudantes em frente ao Prédio Histórico, na Praça Santos Andrade. Foto: Banco de Dados AND

A REABERTURA DOS RESTAURANTES UNIVERSITÁRIOS É VITÓRIA DA LUTA ESTUDANTIL COMBATIVA!

Os Restaurantes Universitários (RUs) da UFPR são essenciais para a permanência de milhares de estudantes na capital paranaense, e haviam sido fechados arbitrariamente antes mesmo da suspensão do calendário acadêmico de 2020, no estágio inicial da pandemia de COVID-19. Desse modo, milhares de estudantes que frequentavam e dependiam dos RUs foram deixados desamparados e largados às traças nos últimos dois anos. Durante esse período, a burocracia universitária (PRA, PRAE e Reitoria) negou-se a reabri-los sob a justificativa de ter disponibilizado o Auxílio Refeição Emergencial no valor mísero de R$ 250,00. Todavia, esse “auxílio fome” não garante sequer uma cesta básica – que passa dos R$ 600,00 em Curitiba – e atingiu um número baixíssimo de universitários.

Leia também: PR: Estudantes se mobilizam em ato pela reabertura do RU na UFPR

Observando a supracitada negligência da UFPR, o movimento estudantil combativo organizou-se em uma campanha pela reabertura dos RUs. As ações que tiveram início por meio de panfletagens em terminais de ônibus, aulas públicas e manifestações atingiram seu ápice na greve de ocupação realizada no RU Central (Campus Reitoria), em novembro de 2021. Durante a ocupação, que durou dois dias, os grevistas da Frente Estudantil e demais organizações democráticas consertaram uma pia estragada, serviram refeições aos estudantes e realizaram atividades políticas e culturais (cine-debate, produção de cartazes, debates etc.). Recentemente, após a pressão exercida pela luta estudantil com a vitoriosa tática da greve de ocupação, a UFPR confirmou a plena reabertura dos RUs a partir da retomada do calendário acadêmico, em 31 de janeiro, exigindo o passaporte vacinal e garantindo aos universitários, pelo valor de R$ 1,30, a possibilidade de alimentar-se no local ou preparar marmita, o que também havia sido uma demanda dos manifestantes. A vitoriosa ocupação do RU Central e o avanço da mobilização presencial combativa garantiram a reabertura dos Restaurantes Universitários.

Leia também: PR: Estudantes ocupam o Restaurante Universitário na UFPR

Faixas com as consignas “Pela reabertura do RU! Abaixo a privatização da universidade pública!” e “RU ocupado!”. Foto: Frente Estudantil Contra a EaD

A greve de ocupação deixou a burocracia universitária tremendo como varas verdes. Durante o ato do dia 27/01, os prédios Dom Pedro I e Dom Pedro II, do Campus Reitoria, estavam inexplicavelmente fechados, barrando a entrada dos estudantes e demonstrando o medo da realização de uma nova ocupação estampado no rosto do fisiocrata Ricardo Marcelo e demais burocratas. De acordo com a Ordem de Serviço Nº 001/2019, que jamais foi revogada, o horário padrão de funcionamento dos campi universitários é das 7:00 às 23:00, fato esse que foi confirmado pela Coordenação de Acompanhamento e Avaliação dos Serviços Terceirizados (CAAST), vinculada à Pró-Reitoria de Administração (PRA). Mesmo procurados para esclarecer a situação ocorrida, nenhum órgão correlacionado à UFPR pareceu disposto a responder o verdadeiro motivo do fechamento dos prédios – nem mesmo a Superintendência de Comunicação Social e Marketing (Sucom) ou a Ouvidoria Geral.

Funcionários do Campus Reitoria contaram diferentes versões do ocorrido: um deles disse que o bloqueio das portas foi um pedido dos vigilantes pois temiam uma nova ocupação, outro afirmou que o fechamento ocorreu devido à casos suspeitos de Covid-19 entre os servidores. Contudo, nenhuma dessas versões pôde ser confirmada: a CAAST negou que os vigilantes estivessem envolvidos no ocorrido e, quanto às suspeitas de Covid-19, não há nenhuma comprovação de que fossem suficientes para o fechamento dos prédios – além disso, ainda haviam funcionários por lá, o que não faria sentido caso houvesse sido tomada alguma medida sanitária de segurança. Desse modo, a evidente omissão de informação por parte da UFPR faz parecer que não há justificativa plausível e comprovada para que a entrada dos estudantes em um local público que é seu por direito fosse bloqueada.

Durante os últimos dois anos marcados pela pandemia de Covid-19, a EaD mostrou-se como fator decisivo para a instauração do imobilismo em parte do movimento estudantil. Além disso, a manutenção dessa falha modalidade de ensino serve apenas ao velho Estado e seu projeto político de desmantelamento e privatização das universidades públicas brasileiras. Logo, deve ser combatida com vigor e prontidão. Os atos contra a EaD no Paraná e em todo o Brasil mostram com clareza que apenas a luta presencial e combativa permitirá que os estudantes garantam seu direito de ensinar, estudar e aprender, rumando, assim, a uma universidade democrática e a serviço do povo.

Movimento Estudantil

LIBERDADE

por MEPR
Publicado em fevereiro 12, 2022
1 minuto de leitura

Não ficarei tão só no campo da arte,

e, ânimo firme, sobranceiro e forte,

tudo farei por ti para exaltar-te,

serenamente, alheio à própria sorte.

Para que eu possa um dia contemplar-te

dominadora, em férvido transporte,

direi que és bela e pura em toda parte,

por maior risco em que essa audácia importe.

Queira-te eu tanto, e de tal modo em suma,

que não exista força humana alguma

que esta paixão embriagadora dome.

E que eu por ti, se torturado for,

possa feliz, indiferente à dor,

morrer sorrindo a murmurar teu nome.

Carlos Marighella – 1949

Movimento Estudantil

(RJ) MEPR realiza pichação em defesa do ensino presencial.

por MEPR
Publicado em fevereiro 6, 2022
1 minuto de leitura

Na região de Niterói próximo ao campus do Gragoatá, o Movimento Estudantil Popular Revolucionário demarcou a posição dos estudantes mais pobres exigindo o fim do ensino à distância imposto pelo MEC e pela REItoria desde o início da pandemia, contra o ensino híbrido, e pela defesa do retorno presencial.

Pichação em muro próximo ao campus do Gragoatá. Foto: MEPR
Movimento Estudantil

Marighella e a promessa não cumprida

por MEPR
Publicado em fevereiro 5, 2022
6 minutos de leitura

Escrito por José Ribamar, publicado por A Nova Democracia.

Apesar dos erros, Mariguella rompeu com o pacifismo do PCBrasileiro e traçou a via da luta armada.

O filme Marighella, de Wagner Moura, finalmente estreou nos cinemas. Em que pese os limites da obra, já analisados na matéria O ‘cinema anistia’ e Marighella, de Wagner Moura, disponível no portal de AND, o interesse renovado pela figura deste revolucionário traz a oportunidade para que possamos, desde esta tribuna, comentar uma vez mais sobre os seus posicionamentos e sua linha política.

Partido e luta armada

À época em que rompe com o PCBrasileiro, Marighella era um quadro histórico importante, ex-prisioneiro político e ex-deputado. Homem de partido até então, marxista-leninista, manteve-se fiel à linha do partido até onde pôde. O engessamento da luta interna imposta pela camarilha prestista e a capitulação da agremiação frente à luta de classes após o golpe fascista de 1964 foram condições para impulsionar a saída não somente de Marighella, como de outros militantes que agruparam-se em diversas organizações, entre estas, a que se conforma como Ação Libertadora Nacional (ALN). 

O posicionamento de Marighella foi reflexo da luta contra o burocratismo, o pacifismo e o revisionismo nos quais havia se chafurdado a direção do PCBrasileiro sob influência das teses de Nikita Kruschev e do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), de 1956 – notadamente a da “transição pacífica” ao socialismo –, culminando no seu V Congresso (1960), reformista e revisionista, que colocava a classe e o povo à reboque da grande burguesia (tomada como “burguesia nacional”).

Em sua Carta à Comissão Executiva do Partido Comunista Brasileiro (1966), assim Marighella se colocava: “Depois de tanto se ter falado que a violência das classes dominantes se responderia com a violência das massas, nada foi feito para que as palavras coincidissem com os atos. Esquece-se o prometido e continua-se a pregar o pacifismo. Falta o impulso revolucionário, a consciência revolucionária, que é gerada pela luta. A saída do Brasil (a experiência atual está mostrando) só pode ser a luta armada, o caminho revolucionário, a preparação da insurreição armada do povo, com todas as consequências e implicações que daí resultarem”. Isso, para Marighella, devia-se à sua defesa de que “a questão mais importante, a fundamental, é a questão do poder”, ou seja, sua tomada de posição pela doutrina marxista contra o revisionismo, e não de um simples desespero frente ao fascismo dos gorilas, sobretudo após o Ato Institucional Número 5 (AI-5) de 1968, como o filme retrata.

Todavia, diferente dos quadros que em 1962 iriam iniciar a luta pela Reconstrução do Partido Comunista do Brasil, conformando-o enquanto verdadeiro partido marxista-leninista, a ruptura de Marighella teria um conteúdo ideológico-político muito menos abrangente. Apoiando-se no castrismo, através de sua aproximação com a Organização Latino-americana de Solidariedade (Olas), Marighella negou a necessidade da direção do Partido Comunista sobre a luta armada. Considerando-o uma “máquina pesada demais”, generalizou o que é burocratismo de uma direção revisionista como sendo universal a todo Partido Comunista. No lugar da organização de vanguarda do proletariado, ele defendeu “frentes”, em uma posição essencialmente correspondente às “organizações político-militares” impulsionadas por Cuba. Isso conduziu a uma concepção militarista de revolução e pequeno-burguesa sobre sua direção, em que “a ação que faz a vanguarda” e que a organização partidária seria “perda de tempo”1.

Ainda assim, a ALN foi uma organização revolucionária que reuniu milhares de brasileiros que buscavam romper com a estagnação do revisionismo e desenvolver a luta armada contra o regime militar como a única condição para se instaurar um governo verdadeiramente popular e democrático, no rumo do Socialismo. O problema nesse ponto era, portanto, falta de clareza ideológico-política, com certo ecletismo teórico. Essas limitações de Marighella estavam suficientemente claras àqueles que, naquela época, buscavam no pensamento mao tsetung as soluções para seus problemas, aos quais Marighella não se juntou devido às suas limitações ideológicas.

Cidade e campo

Tendo em conta o campesinato como “fiel da balança”, Marighella centrou também sua crítica ao revisionismo de Prestes sobre a questão agrária, da qual era um ávido estudioso2, identificando a relação de fundo dela com o eleitoralismo e o pacifismo. “A subordinação e a perplexidade ante a burguesia e sua liderança impelem ao menosprezo do campesinato na revolução brasileira. Daí a causa porque o trabalho no campo jamais constitui atividade prioritária. (…) Entretanto, o camponês é o fiel da balança da revolução brasileira, e sem ele o proletariado terá que gravitar na órbita da burguesia, como acontece entre nós, na mais flagrante negação do marxismo. Sem o camponês, o Partido não fará outra coisa senão acordos políticos e acordos eleitorais de cúpulas, para não falar em barganhas”3.

Portanto, para Marighella, a guerrilha urbana não era um fim em si mesma, mas servia como forma tática de “acumular” forças e preparar o início da “guerrilha rural”, que era estrategicamente a principal. No documento Sobre problemas e princípios estratégicos, de 1969, Marighella pontua que a “cidade é a área de luta complementar” e que se, “por qualquer equívoco, a luta na cidade for encaminhada como luta decisiva, a luta estratégica na área rural, onde estão os camponeses, ficará relegada a um plano secundário. Vendo a pouca ou nenhuma participação dos camponeses na luta, a burguesia se aproveitará de tal circunstância para torpedear a revolução e deixá-la a meio caminho. Quer dizer, para manobrar com o proletariado, desprovido do apoio de seu aliado fundamental, o camponês, e tratará de conservar intacta a máquina burocrático-militar do Estado”. Essa guerrilha rural iria incorporar os camponeses, sendo o embrião do “exército revolucionário de libertação nacional”.

Na prática, a ALN não alcançou nunca tal “acúmulo”, levando à situação em que ano após ano Marighella se pronunciava anunciando que “esse será o ano da guerrilha rural”4 – promessa nunca cumprida. A guerrilha urbana nunca conseguiu, por tais erro de concepção, passar para seu “segundo estágio”5, consolidando a “aliança operário-camponesa”; resultando em seu isolamento e subsequente liquidação por ação da polícia política e da capitulação. Tal estratégia, obviamente, era incorreta (como demonstrou o fim desta organização), porém guarda seu valor pela importância com que toma o campo para a luta armada, para desenvolver a “guerra revolucionária do povo”6.

“Guerrilheiro”, publicação da ALN, 1970

Em defesa de um revolucionário

O resgate histórico de Marighella, de seus acertos e erros, de suas justezas e incompreensões, perpassa por reconhecer nele um revolucionário, um comunista convicto e dedicado na luta pela conquista do Poder. O filme de Wagner Moura, em que pese suas boas intenções, contribui para uma leitura romantizada – impulsionada dentro e fora do Brasil pelo revisionismo e pela burguesia – de um Marighella proto-anarquista em desespero existencial após assistir ao suposto fim da democracia (burguesa). Ali, a luta armada justifica-se não como uma necessidade que toda revolução precisa enfrentar, mas sim como tática de autopreservação, cujo fim é o retorno à “democracia” precedente. Essas loas à democracia burguesa eram posição, não de Marighella, que defendia o estabelecimento de “um governo revolucionário do povo”7, mas a da linha oportunista de direita do PCBrasileiro, com a qual ele rompeu!

Na sociedade brasileira, desde a chamada redemocratização, se convencionou uma verdadeira conversão de revolucionários em “ídolos inofensivos”. Aproveitando-se da memória e reconhecimento histórico que têm as massas por figuras como Marighella, o oportunismo e o revisionismo, tal como a burguesia, impulsionam suas imagens quase que na função de um mito fundador da redemocratização: esta Nova República, portanto, o velho Estado como existe, seria a recompensa histórica do sacrifício abnegado dos revolucionários.

Clarificar o conteúdo político da luta de Carlos Marighella é, portanto, essencial para fazer um balanço correto de seu lugar na história; para lutar contra o esvaziamento de sua obra teórico-prática numa perigosa romantização; para sua defesa como grande revolucionário.


Notas:

1- Como escrito no Pronunciamento do Agrupamento Comunista de São Paulo (1968)

2- A título de exemplo temos o documento Alguns Aspectos da Renda da Terra no Brasil (1958), no qual Marighella caracteriza corretamente que no campo brasileiro desenvolve-se uma economia atrasada, baseada nos “métodos feudais e semifeudais de exploração” e no monopólio feudal da terra, conservados com a “penetração e o domínio do imperialismo no país”. Marighella chega a conclusões em alguns aspectos parecidas com a tese maoista do capitalismo burocrático no campo, que seria definida plenamente pelo Partido Comunista do Peru na segunda metade do século XX.

3- Carta… (1966)

4- Rádio Libertadora

5- O terceiro seria o da “guerra de movimento”, como posto em Algumas Questões Sobre as Guerrilhas no Brasil (1967)

6- Sobre problemas e princípios estratégicos (1969)

7- Rádio Libertadora

Movimento Estudantil

Dois poemas do bolchevique ucraniano Pavlo Tychyna

por MEPR
Publicado em fevereiro 4, 2022
2 minutos de leitura

Pavlo Tychyna (1891-1967)foi um poeta ucraniano soviético, membro do Partido Comunista da União Soviética (bolchevique) e compositor da letra para o Hino da República Soviética da Ucrânia. Os dois poemas escolhidos estão contidos no compêndio Poesia Soviética (1987) e foram traduzidos para o espanhol por Francisco de Oráa. A tradução ao português foi realizada pela redação de AND.

Publicado por: Jornal A Nova Democracia

RONDÓ

I

Deixo a oficina onde trabalho:

vai desfilar a massa operária!

A cidade toda grita em coro:

“Liberdade!” se ouve ao redor

Ri no céu o sol de ouro:

Corrida de cavalos de fumaça…

Deixo a oficina onde trabalho

e à concentração me somo.

Paisagem minha, primavera

minha, que trovejas em meu peito…

“Ao mundo a coroa operária,

que a eterna união marcha em reta!”

Deixo a oficina e me incorporo.

II

Do monte, em marcha à cidade

descem os álamos guerreiros…

Partindo o mundo, em voz de aço

invocamos a liberdade.

Liberdade! Fora os chorões

lamentando o destino como cães!

Sob o vento sombrio do monte,

os álamos em batalhões…

Fugirão as nuvens ao clamor

valente, seu eco roda por

fábricas, terras e caminhos.

E sob o rápido torvelinho

os álamos em batalhões.

ME AFIRMO

Sou Povo cuja força justa

por ninguém foi submetida

Me dizimou a peste e a desgraça alçou seu chicote

e tenho aqui outra vez minha força florescida.

Não me humilho ante nada para viver, me imponho.

Pra viver hei de romper grilhões.

Me afirmo, me estabeleço:

sigo vivendo a vida plena!

Me engoliste, invasora, executaste

meus filhos e minhas filhas inocentes,

o ferro, o pão, o carvão tu roubaste

cada vez mais ferozmente!

Acreditou que deixei-me devorar?

Cais na grama, surpreendida…

Me afirmo, me estabeleço, minha alma existe:

sigo vivendo a plena vida!

Meus filhos, da terra querida combatentes,

por sua proeza vou glorificar:

acodem prontamente seus pais ao libertá-los,

acodem os seus filhos ao salvá-los!

Nos campos da Rússia e em Ucrânia

e nos campos bielorrussos, meu clamor os alcança:

liquidam inimigos de arrogante insânia:

chegou a hora da vingança!

Não me dobro, ainda que esteja ferido:

o dia da vitória que clamo já estou vendo

Me afirmo, me estabeleço, estou erguido,

sigo vivendo!

Colherás um novo trigo nos campos da guerra

o verá com assombro o mundo:

que espigas! Ah, que terra!

Como não sentir júbilo profundo?

Júbilo sinto, ao céu a voz alço,

chamo meus gaviões à festa… Me estribo, 

me afirmo, me estabeleço, de minhas raízes me calço,

sigo vivendo, vivo!

Deixará de trovejar o canhão em sua hora,

voltará a seu pacífico modo a vida plena:

traqueteará nos campos a poderosa ceifadora

e soará nas fábricas o anúncio da sirene

De vida poderosa estou me enchendo, cresço

como um sol no azul, sombras derrubo…

Me afirmo, me estabeleço, 

vivo!

Dragão fascista, trema! Te recebe a Morte,

tu, no fosso vencido, com castigo tremendo.

Me estabeleço, me afirmo em meu ser forte

e seguirei vivendo!

Monumento “Cruzando o Dnieper” em Kiev, homenagem os soldados soviéticos que cruzaram o rio Dnieper meio à Grande Guerra Patriótica, em 1943. Foto: Reprodução.
Teoria

(Atualizado) Boletim: Pela abertura imediata das universidades e retorno das aulas presenciais!

por MEPR
Publicado em fevereiro 3, 2022
17 minutos de leitura

Abaixo reproduzimos boletim que produzimos em conjunto com a Alvorada do Povo, para baixar a versão em PDF clique aqui.

Pela abertura imediata das universidades
e retorno das aulas presenciais!


Defender com unhas e dentes o ensino público e gratuito dos ataques do governo militar genocida do fascista Bolsonaro!

1. A criminosa manutenção das universidades fechadas e a vergonhosa capitulação dos oportunistas e da burocracia universitária

Está prestes a completar dois anos (dois anos!) do fechamento das universidades públicas brasileiras. Tal medida, junto à implementação da EaD, desempenhou papel significativo para aprofundar os planos de sucateamento e privatização do ensino superior público em nosso país. Nesse sentido devemos nos perguntar: onde nos trouxe esse caminho burocrático de funcionamento da universidade na pandemia, defendido pelo governo militar, pela burocracia universitária com o concurso dos oportunistas?

Estamos vendo o desmoronamento da universidade diante de nossos olhos. A evasão corrói as universidades públicas brasileiras e será a antessala de justificativas de fechamento de cursos e estruturas, ou sua transformação em EaD. Para pegar um exemplo, só na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), 2000 estudantes “desistiram” (foram expulsos na verdade) da universidade durante a pandemia. Essa situação é geral nas universidades públicas brasileiras. Silenciosamente, muitos estão abandonando a universidade sem que sua direção e órgãos gestores sequer se incomodem minimamente com isso, ainda menos o MEC e sua corja de fascistas e obscurantistas, assim como o oportunismo imobilista encastelado nos departamentos de curso, sindicatos docentes, DCE’s e Centros Acadêmicos. A cada semana que passa mais e mais estudantes são expulsos por falta de condições de se manterem, grande parte em busca de emprego, empurrados pela grave situação de miséria e carestia que assola nosso povo. Situação essa que se torna mais drástica com os acachapantes cortes de bolsas, pesquisas e projetos que não param de ocorrer, além do sucateamento da assistência estudantil, quase inexistente após os criminosos cortes de verbas.

Tal política imposta em todo esse período de pandemia foi, na verdade, uma verdadeira máquina de moer estudantes e professores, esgotando-os física e psicologicamente. O que se propôs foi o pacto da mediocridade, onde o professor fingia que ensinava e os estudantes deveriam fingir que aprendiam. É a aplicação no ensino superior da famigerada lógica da “aprovação automática”, vigente no ensino básico há décadas com graves consequências para a aprendizagem de nossas crianças. Muitos professores cumpriram o papel nefasto de colocar o “protocolo” acima da aprendizagem e bem-estar de seus alunos, como se tudo continuasse normal. Enquanto alguns se acomodaram no pacto da mediocridade, houve professores comprometidos com o ensino e aprendizagem que se desdobraram em jornadas alucinantes de trabalho, resultando em um inevitável adoecimento da categoria. A palavra de ordem que predominou na universidade é “se virem”, tanto estudantes como professores. Não importando que existam muitos estudantes sem internet, ou com problemas de acesso, sem estrutura em suas casas, que tenham acumulado outros afazeres durante a pandemia, como o trabalho ou cuidar da casa, filhos ou parentes enfermos.

Dessa forma, a universidade pública e gratuita vai se igualando à maioria do ensino privado, sendo transformada em mera distribuidora de diplomas, reduzindo drasticamente o processo de ensino e aprendizagem e mais ainda a produção científica nacional. O que obtivemos nesse período? Nada, ou quase nada. A que custo? Ao custo da evasão gigantesca de estudantes, avanço da privatização, implementação da EaD, desmobilização estudantil e retirada de direitos, um custo alto que está cobrando seu preço.

Hoje temos uma enorme parcela dos estudantes que passou quase metade de seu curso na EaD, inclusive sem nunca ter pisado no campus universitário. Isso trará uma enorme defasagem na formação desses estudantes e futuros profissionais, ainda veremos as consequências no futuro.

A manutenção das universidades fechadas, mesmo com o avanço da vacinação, com todas as escolas do ensino básico funcionando, até mesmo shows sendo autorizados, estádios lotados, bares funcionando, corrobora com o corte de verbas e, logo, com seu sucateamento e privatização. Afinal, se as universidades estão paradas e sem funcionamento, por que precisam de verbas? Outro ponto é que, se por um lado o fechamento foi justificativa para a implementação da EaD, a manutenção desse fechamento junto aos cortes de verbas e a posição covarde dos imobilistas, serve para a continuação da EaD e a substituição permanente das aulas presenciais por essa modalidade precarizada e tecnicista, mais barata ao governo e que converge com seus planos de domínio ideológico das universidades, colocando-as dentro de uma lógica privatista e alheia aos interesses do povo e da nação.

Por mais que seja gravíssima a situação da universidade pública, sua burocracia, juntamente com os imobilistas, oportunistas e acomodados, seguem defendendo a atual política de fechamento das universidades e EaD!

Esses oportunistas são cúmplices conscientes dessa destruição levada a termo pelo governo militar genocida do fascista Bolsonaro. Defenderam desde o princípio o caminho burocrático de trancar as universidades com um cadeado, impor a EaD para todos os estudantes dizendo que era a única forma possível de funcionamento do ensino durante a pandemia. Essa foi a posição de capitulação dos oportunistas fazendo coro com o terrorismo psicológico encabeçado pela rede Globo do “fique em casa a qualquer custo, e deixe o povo se virar” (política que vai no mesmo sentido da de Bolsonaro de “morra quem tem que morrer”). Atacaram ferozmente o movimento combativo e revolucionário que se colocou a lutar presencialmente pelo direito dos estudantes e do nosso povo, taxando-o de “espalhador de vírus”. De dentro do conforto de suas casas, não só não fazem nada como tentam impedir os que se atrevem a lutar. Esses hipócritas (tendo muitos deles saído de casa nas eleições para distribuir panfletos e fazer campanhas para seus candidatos durante a pandemia) compartilhavam nas redes sociais saudações às rebeliões na Colômbia, Chile, EUA, mas criticavam quem queria fazer o mesmo aqui.

De outro modo atuou o movimento estudantil combativo, que se lançou convocando os estudantes a lutarem e se mobilizarem presencialmente, defendendo que era sim possível fazer isso com proteção, que isso era científico, mas mais que tudo necessário de ser feito e se comprovava pelas lutas ao redor do país e do mundo. Quem não via e segue sem ver essa realidade (ou propositalmente não queria e nem quer ver) era de fato tão obscurantista e anticientíficos quanto os bolsonaristas com suas cloroquinas. Os grandes protestos em 2021 só vieram comprovar nossa posição, tendo inclusive os oportunistas saído de suas “férias” para tentar desviar as manifestações para seus projetos eleitoreiros. Além disso, defendíamos outro caminho para a universidade: que ela se abrisse a serviço do povo! Que usasse de sua estrutura, capacidade técnica e científica, professores e estudantes, para ajudar o povo a prevenir o contágio e combater a situação de miséria, fruto dos ataques do governo militar genocida de Bolsonaro.

Aqui também fazemos a distinção das pessoas que, durante a pandemia, não se sentiram seguras para atividades presenciais, mas que, no entanto, não condenaram aqueles que lutavam, pelo contrário, os apoiavam e ajudavam na medida do possível; estes em nada têm relação com os imobilistas que apontaram os canhões, chegando ao delírio de tachar de genocidas os que lutavam defendendo a universidade pública e os direitos do povo.

O imobilismo cada mês arranja uma nova desculpa para adiar a volta às aulas presenciais. Falaram que voltariam depois que os professores fossem vacinados, depois destes já imunizados, somente se depois que a maioria da população também fosse, mas depois que se vacinou grande parte da população, a justificativa era o receio pela variante delta, agora falam do impacto das festas do fim de ano… e ainda relativizam a volta com seu discurso “tem que ver pois o vírus ainda está circulando…”. Daqui a pouco só vão querer voltar quando o vírus desaparecer da face da Terra! Jogam assim para adiar ao máximo a volta às aulas presenciais. Desculpas não faltam… a paciência sim!

Esses imobilistas no fundo são anticientíficos. Não confiam na ciência, não confiam na vacinação, nem nas medidas protetivas, muito menos na capacidade de organização das massas para enfrentar os problemas. Então para que servem as medidas? Para que serve a vacina? A máscara, o álcool gel? O que fazem é inclusive colocar em dúvida sua eficácia. Em seu subjetivismo alarmista, relativizam tudo e toda desculpa é valida. Mera demagogia para encobrir sua posição capituladora e imobilista. O vírus continuará circulando e isso é algo natural, assim como ocorre com outras doenças, porém, também sabemos que não estamos na Idade Média e temos sim medidas hoje desenvolvidas pela ciência para combatê-lo de forma eficaz e evitar sua proliferação. Esses charlatões, quando usam dessas desculpas esfarrapadas, vão contra a própria universidade pública que dizem defender. Pois muitos desses estudos sobre o vírus e o combate a ele, protocolos, medidas e mesmo o próprio desenvolvimento de vacinas estão sendo feitos nas universidades públicas.

Na verdade são descarados cínicos e hipócritas. Quantos desses imobilistas que defendem ferozmente a manutenção do fechamento das universidades e a EaD, não os vemos viajando, saindo, indo em bares lotados, festas, inclusive com enorme descuido das medidas protetivas. Sua posição “pela vida” na verdade é unicamente da sua e de seus familiares. Não da vida do povo que estava sofrendo e precisava da universidade, não dos estudantes que passam dificuldades, com bandejões, bibliotecas e espaços das universidades trancados e que até mesmo adoecem. Lembraremos inclusive dos que aprovaram a obrigatoriedade da EaD e sua vinculação com as bolsas, o que fez com que muitos estudantes que não conseguiram acompanhar a EaD fossem expulsos da universidade. Para essas vidas a universidade não moveu um dedo. O nosso povo não parou um dia de trabalhar, enfrentando ônibus lotados e todos os horrores no pior período da pandemia enquanto a universidade lavava suas mãos.

Inclusive muitos desses foram incluídos na prioridade de vacinação, passando na frente de muitos outros trabalhadores. Os professores da rede básica se vacinaram e logo voltaram as aulas presenciais nas escolas, primeiro gradativamente, e depois em muitos estados já 100% presencial, com medidas protetivas, sem grandes picos de contaminação, mostrando a eficiência da vacina e organização dentro da sala de aula. Agora, por que não ocorreu o mesmo com as universidades públicas? Defendíamos sim a vacinação de todos os trabalhadores do ensino, mas inclusive como medida para que se voltasse o quanto antes as aulas presenciais nas escolas e universidades, entendendo a importância disso para os estudantes e o povo. O que ocorreu foi que a parcela de professores universitários acomodados, encastelados em seus departamentos e na burocracia sindical, puderam se manter muito bem protegidos e vacinados em suas casas trabalhando na frente de seus computadores pela EaD, contentando-se em resmungar em lives e tuitaços.

Não há hoje nenhum motivo para não voltar as aulas presencialmente. As escolas voltaram e não houve nenhum pico de contaminação por conta disso. A experiência nas escolas nos mostra que é possível organizar a aula e os espaços de forma a seguir medidas protetivas e se prevenir contra o vírus, ainda mais com a crescente cobertura vacinal de hoje. A própria experiência das universidades também o mostra, várias atividades, práticas e mesmo aulas presenciais foram realizadas durante a pandemia e mais ainda no período recente. Sem falar nas próprias faculdades privadas, que há meses voltaram presencialmente e onde também não se viu crises de contaminação.

Podemos inclusive nos perguntar: porque não há nenhum estudo realizado sobre a disseminação do vírus nessas atividades universitárias? Não existe porque não há interesse. Não há interesse em demonstrar que é possível a universidade funcionar presencialmente hoje, que a organização e medidas protetivas são efetivas e que nessas atividades não houve crise de contaminação. As pesquisas feitas nas escolas sobre a volta às aulas presenciais mostram exatamente isso. Na verdade, o que observamos foi as crianças em grande parte tomando mais cuidados e ficando mais protegidas do que quando estavam fora da escola. Se escolas de periferia e mesmo as escolas em geral conseguiram voltar presencialmente, por que um lugar com muito mais estrutura e recursos, inclusive onde se produz ciência e pesquisas de alto nível, não conseguiria planificar uma volta às aulas presencial? Não ver isso é amesquinhar a ciência e a própria universidade, seus estudantes e trabalhadores do ensino, é não acreditar na capacidade de organização das massas e, por parte dos mais conscientes é, no fundo, defensivismo. Existem essas condições e temos que demonstrar isso!

Todas essas desculpas esfarrapadas escondem o verdadeiro motivo de manter as universidades fechadas e a continuação do EaD. Por um lado, ao governo interessa a desmobilização dos estudantes e professores e a economia de recursos, enquanto destrói a universidade e aproveita para avançar suas medidas privatistas. Por outro, uma parcela importante dos professores se paralisa, se conformando com a atual situação de descalabro. Ao fazerem isso, trocam a universidade pública por algumas comodidades, além do que, no fundo, tal posição é política eleitoreira dos oportunistas que, de olho na farsa eleitoral de 2022, usam da destruição da universidade pública como desgaste do governo atual, para poderem denunciá-lo, não agora que urge fazê-lo, mas na próxima eleição fazendo campanha para seu candidato como o salvador da pátria. Escondendo também sua omissão covarde diante desses graves ataques. A luta pela reabertura das universidades e volta às aulas presenciais é uma luta política em defesa da educação pública gratuita, científica e a serviço do povo e progresso da Nação.

Nossas universidades públicas foram sequestradas pelos oportunistas e o governo militar genocida que a está demolindo e privatizando. Esses canalhas colocaram cadeados e a fecharam criminosamente. Substituíram nossa universidade por frias telas de computador. Os oportunistas e a casta deles que se encontra em seus pequenos feudos, encastelados na burocracia universitária e sindical, agem como se a universidade fosse deles, como se pudessem decidir sobre quando voltar e o que fazer, tudo a revelia dos estudantes e do povo. Assim como impuseram de forma antidemocrática o fechamento e a EaD, também da mesma forma decidem sobre sua continuidade.

A voz dos estudantes é muito clara, queremos a volta presencial e queremos já! Queremos nossas universidades de volta! Não aguentamos mais a EaD! Não aguentamos mais ficar em casa enquanto as universidades estão fechadas e juntando poeira!

2. Voltar às aulas presenciais é chave para avançar a mobilização estudantil e barrar os ataques do governo militar genocida do fascista Bolsonaro!

Diante de todos esses ataques e problemas, a EaD, junto ao fechamento das universidades, corroborou enormemente na desmobilização da luta estudantil, afetando-a como nunca antes na história, e conseguindo, com isso, dificultar a resistência aos ataques ao ensino público e aos direitos do nosso povo. Não tenhamos dúvidas que os cortes de 1 bilhão no orçamento da educação e agora a retirada de 92% do orçamento da CAPES e 600 mil bolsas dos programas de PIBID e Residência Pedagógica, além de outros ataques, certamente teriam uma resistência enormemente maior se as universidades estivessem abertas e as aulas houvessem voltado presencialmente.

A volta às aulas presenciais na situação de hoje não só é possível, como extremamente necessária. Inclusive só conseguiremos barrar a evasão e outros problemas com a volta às aulas presenciais. O estudante, para combater todas as dificuldades inerentes a vida acadêmica e ainda mais as que estão fora desse âmbito, só o consegue se tem vínculo com a universidade, vínculo esse que foi debilitado enormemente pela pandemia, isolamento e EaD. Que vínculo pode se estabelecer pelas aulas online, atrás de computadores e celulares? E é nas aulas presenciais onde podemos ter contato com nossos colegas, tirar dúvidas das matérias, ter apoio tanto no plano acadêmico como pessoal, além do próprio aprendizado.

Voltar as aulas presencialmente também é fundamental para defendermos a democracia na universidade, e impedir que a burocracia universitária tome decisões contra os estudantes e a própria universidade pública, como corte de bolsas, projetos, reformulação de curso, mudanças de currículos, avançando medidas privatistas sem resistência ou às escondidas. É muito mais fácil restringir a democracia, já débil, em reuniões online. Para isso é chave que estejamos dentro das universidades, cobrando diretamente as direções, coordenações de curso e reitorias.

Além disso, enfrentamos dificuldades na mobilização estudantil no segundo semestre de 2021, mesmo com progressiva taxa de vacinação. A volta das aulas presenciais está intimamente ligada à luta presencial. Faz parte da luta presencial dos estudantes. Nosso princípio é trabalhar, viver, e lutar com as massas. Isso de modo inseparável. No caso dos estudantes, trabalhar é estudar. Se uma dessas partes é debilitada, a outra também estará. Só conseguiremos dar um salto na mobilização estudantil quando estivermos estudando e vivendo junto com os estudantes e isso só pode ser feito dentro das universidades e nas salas de aula, presencialmente. É exatamente isso que a EaD e o fechamento das universidades nos retira. Com isso cumpre importante papel na dispersão e desmobilização de um dos contingentes de massas mais sensível nos momentos de crise. É por isso que se trata de verdadeira medida contrainsurgente por parte do governo militar genocida de ataque brutal à mobilização estudantil. Atacam a organização da juventude, impedindo que esta enfrente com mais contundência o maior ataque as universidades públicas em décadas!

Em toda história do nosso país, estudantes e professores se levantaram contra as medidas antipovo dos mais variados governos de turno. Nunca se calaram, nunca ficaram sentados, ajoelhados, assistindo ataques contra o povo. O fechamento da universidade também é um grave ataque ao povo, sendo que sua abertura é importantíssima para a luta popular em geral. Além disso, as universidades são caixas de ressonância da luta de classes. São tribunas aos quais os estudantes sempre usaram para denúncia e defesa dos direitos do povo, como os que tem ocorrido contra os camponeses, indígenas e quilombolas na luta pela terra. Nos retiraram também esse importante espaço e devemos retomá-lo!

3. Lutar pela reabertura imediata das escolas e universidades é a principal tarefa dos estudantes hoje!

A situação que temos hoje nas instituições públicas de ensino superior é que grande parte delas não voltaram ao funcionamento presencial. Algumas jogaram a volta para daqui a três, quatro meses, e outras nem apresentaram uma data ainda. Grande parte não possui um plano concreto de volta e está enrolando. Quanto mais demorar, mais evasão haverá, mais problemas, mais cortes. Por acaso a situação será melhor daqui a alguns meses? Tudo indica que será pior. Algumas reitorias de universidades já anunciam descaradamente à comunidade acadêmica que não há verbas para voltar presencialmente neste ano. O que é tal declaração se não a comprovação do que falamos? Quem tenha ouvidos que ouça. A situação é grave e não podemos ser passivos nesse momento, muito menos confiar cegamente nas meias palavras das reitorias e direções das universidades sobre a volta às aulas presenciais.

Quanto mais tempo passar, mais ameaçada ela estará. Quem sabe o que ocorrerá nos próximos meses? Nada impede que por conta das festas de fim de ano, carnaval, falta de verbas, entre outros, se arranjem desculpas para manter o fechamento e a EaD, ou seja, qualquer motivo pode ser usado para colocar a volta às aulas presenciais em risco. Inclusive a própria posição canalha dos oportunistas, como foi o caso da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul, onde a reitoria havia deliberado pela volta presencial, mas o sindicato dos professores entrou na justiça contra a decisão, ganhando e adiando-a para 7 meses depois! Sem a pressão dos estudantes, unindo-se aos professores e demais trabalhadores verdadeiramente democráticos, qualquer desculpa pode ser usada para adiar esta volta e manter o fechamento e a EaD indefinidamente.

Recentemente, o CNE elaborou um documento para a adequação das universidades para a manutenção do ensino híbrido, após a pandemia na educação básica e superior, pretendendo aprovar neste início de ano como um documento orientador para a “adequação das instituições de ensino superior para as demandas do século 21”. Esta é mais uma prova que, quanto mais demorar a volta presencial, mais medidas serão implementadas para dificultar ou restringir a volta presencial e atacar as universidades públicas. Há o risco concreto das aulas presenciais ainda não voltarem, por isso se faz urgente levantar imediatamente a bandeira da “reabertura imediata das escolas e universidades!”.

Há ainda os que apontam inúmeros problemas como impeditivos para a volta presencial, tais como: que há falta de ônibus, que os estudantes estão longe na casa de familiares, que a universidade não têm verbas, etc. etc. Problemas sempre houve, a questão é, primeiro, eles não podem ser um impeditivo para a volta e, segundo, só serão resolvidos se bradarmos por ela concretamente. Além disso, não podemos cair no idealismo de pensar num retorno perfeito. A universidade pública sempre teve problemas, e ainda mais depois de quase 2 anos de fechamento e cortes.

Colocar o centro das atenções e da luta somente nesses problemas é desviar o foco. Devemos sim brigar por melhores condições de volta, mas estas são parte da luta pela volta às aulas presenciais que devem estar junto em nossa propaganda. E não basta abrirmos a biblioteca, melhorar os transportes, ter álcool em gel, testes, abir o RU se não voltarmos com as aulas presenciais. Nesse sentido, devemos cuidar para não abrir brechas que façam com que o oportunismo, invertendo os papéis, faça uma lista de requisitos e jogue a volta presencial para as calendas! Até porque com os cortes de verbas, tais condições vão ficar cada vez mais difíceis, por isso não podemos colocar uma coisa condicionando a outra, senão nunca as aulas presenciais voltarão. A luta pela volta às aulas presenciais faz parte da luta contra o corte de verbas, e claro, dentro disso, elevarmos a luta pela volta presencial brigando por melhores condições sanitárias e participação estudantil no planejamento do retorno.

Existe uma grande massa de estudantes e professores que anseia pela volta às aulas presenciais, mas que pela dispersão e coerção dos imobilistas, ainda não tem a iniciativa para se lançar a essa luta e é preciso confiar nela. É papel dos estudantes, ainda mais de sua vanguarda, unidos aos professores verdadeiramente democráticos e à própria comunidade, levantar bem alto essa bandeira. E tenhamos a certeza de que centenas e milhares nos seguirão, pois esse é o interesse da maioria, comprovado cada vez mais! Assim, o que nos demanda hoje é ter postura ativa e audácia! Se apoiar nas massas e na luta presencial e combativa para retomar nossas universidades e barrar todos os ataques privatistas contra o ensino público e gratuito e o direito de ensinar, estudar e aprender!

Pela reabertura imediata das universidades e retorno das aulas presenciais já!
Abaixo os cortes de verbas no ensino público!

Desencadear greves de ocupação e implementar o co-governo estudantil
contra os cortes de verbas e a privatização do ensino público!

Defender a autonomia e democracia universitárias!

Pelo direito de ensinar, estudar e aprender!

MEPR – Movimento Estudantil Popular Revolucionário
AP – Alvorada do Povo

Movimento Estudantil

MEPR-GO entra em campanha de pichação pela liberdade do campoês preso político Luzivaldo.

por MEPR
Publicado em janeiro 28, 2022
1 minuto de leitura

Pichações exigindo a liberdade imediata do campoês Luzivaldo e apontando que “Lutar não é crime” assinadas pelo Movimento Estudantil Popular Revolucionário são encontradas em Goiais. Em nota a Liga dos Camponeses Pobres denunciou que Luzivaldo está sendo mantido preso sem julgamento por um crime que ele não cometeu e que o preso político corre risco de vida.

Pichação na Avenida Goiás Norte, em Goiânia/GO, exige a liberdade imediata para Luzivaldo.
Pichação na Avenida Goiás Norte, em Goiânia/GO, exige a liberdade imediata para Luzivaldo.
Movimento Estudantil

PR: Estudantes da UEM conquistam retorno das atividades presenciais

por MEPR
Publicado em janeiro 27, 2022
5 minutos de leitura

Reproduzindo matéria publicado por AND em 26/01/22.

Em grande manifestação, estudantes defendem a Universidade Pública contra o sucateamento. Foto: Banco de dados AND.

No dia 24 de janeiro, os estudantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM) conquistaram uma importante vitória: o retorno das aulas presenciais. A decisão da Reitoria ocorreu somente após intensa mobilização.

No dia 19/01, dois dias após o início das aulas presenciais, a Reitoria da UEM publicou uma portaria que suspendia as aulas presenciais e retornava para o Ensino Remoto Emergencial (ERE). Tal medida levou os estudantes a se mobilizarem através das redes sociais, organizando uma manifestação para o dia seguinte (20), reunindo mais de 200 pessoas.

A decisão de suspender as aulas foi entendida como arbitrária pelos alunos por ter sido decidida sem qualquer diálogo entre as demais instâncias universitárias e o corpo discente. A atitude unilateral da Reitoria foi fundamentada através de um decreto da Prefeitura de Maringá, que informava sobre o risco de contaminação por Covid-19 e a ocupação de leitos de UTI. Os estudantes, favoráveis à ciência nacional, não admitiram que a pandemia fosse usada como desculpa para a imposição de novos períodos de ensino remoto.

Estudantes se manifestam contra o ensino remoto. Foto: Banco de dados AND.
Cartaz denuncia o sucateamento da UEM. Foto: Banco de dados AND.

ESTUDANTES OCUPAM LOCAL DA COLETIVA DE IMPRENSA

Também no dia seguinte (20), a Reitoria convocou uma coletiva de imprensa, que acabou sendo ocupada pelos estudantes e teve de ser finalizada em outro lugar. Finda a coletiva, os acadêmicos pressionaram e conseguiram ser atendidos pelo Reitor Julio Cesar Damasceno. Como encaminhamento da discussão com o Reitor, foi acordado que um ofício seria redigido formalizando suas demandas. Não satisfeitos, os estudantes ficaram receosos de que seu direito a estudar não estaria ainda garantindo e decidiram marcar uma nova manifestação para a manhã do dia 24.

No dia 21/01, os estudantes redigiram e protocolaram um ofício junto à Reitoria, embasado política e cientificamente, pedindo o retorno imediato das atividades presenciais, a ser levado para o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEP), a ser realizado no dia 24/01. No Conselho de Entidades Estudantis de Base (CEEB), realizado no mesmo dia, votaram o retorno presencial imediato, contando com 26 Centros Acadêmicos favoráveis, 5 abstenções e 1 voto contrário.

MANIFESTAÇÃO COM MAIS DE 400 ESTUDANTES

Ato dos estudantes na UEM. Foto: Banco de dados AND.
to dos estudantes na UEM. Foto: Banco de dados AND.
Ato dos estudantes na UEM. Foto: Banco de dados AND.

Na manhã do dia 24, conforme definido na última manifestação, cerca de 400 estudantes realizaram um novo ato em frente a Reitoria da UEM, com cartazes e entoando palavras de ordem contra o ERE e pedindo a volta do ensino presencial.

A estudante Isabela Shimano, do 1º ano do curso de Matemática, expôs sua frustração com o ERE: “O curso é difícil e online é pior para aprender. Aprendo matemática na sala de aula, mas no ensino remoto tenho que aprender sozinha”.

As estudantes Maria Fernanda e Amanda, do 3º ano do curso de Psicologia, afirmaram que o ERE parecia algo bom, pois estavam há 6 meses sem qualquer tipo de atividade acadêmica, mas com o tempo foi se tornando exaustivo para todos.

— Além da dificuldade para manter o foco, ainda reduziu a carga horária das disciplinas, prejudicando a nossa formação. A volta presencial foi um ponto de esperança. Voltar para o ERE é uma frustração.

Amanda ainda complementou:

— O ERE passou de necessário a ser algo insustentável. No começo, tudo estava fechado, depois, tudo voltou a funcionar e a UEM não. Ficamos revoltados pois queremos estudar. As atividades práticas são todas online, perde a qualidade e os alunos perdem o ânimo. O que indigna é ter eventos de até 1000 pessoas e nós não podermos estudar.

Ato dos estudantes em frente à Reitoria da UEM. Foto: Banco de dados AND.

A estudante Lorena Primon, caloura do curso de Engenharia Química, que teve somente um semestre de ERE, pontuou sobre as distrações do ambiente doméstico: “temos as distrações como ajudar a mãe, lavar a louça, cuidar do irmão, distrações básicas, mas que nos desviam da aula, já o ensino presencial é 100% foco na aula, muito melhor”.

Os estudantes ressaltaram a defasagem que o ERE proporcionou em sua formação, prejudicando a atuação como profissional futuramente.

Para o estudante Gustavo Mandotti Olher Pernias, do 3º ano do curso de Direito, “a qualidade é drasticamente diferente do ensino presencial e para pior, e a questão da socialização e da rede de contatos ficou prejudicada”. E colocou ainda que “menos esforço foi exigido, de alunos e professores, o que prejudicou nossa capacidade de comunicação também, certamente poderá ter impacto direto no exercício da profissão”.

O estudante Eduardo Yaegashi, do 2º ano de Psicologia afirmou o seguinte:

— Aprendi mais em 3 dias de ensino presencial do que em 3 semestres de ERE.

No período da tarde, no Restaurante Universitário (RU), foi realizado o CEP, que contou com a presença híbrida de 135 conselheiros. A sessão foi acompanhada de perto pelos estudantes presentes e virtualmente por mais de 1200 pessoas. Com 112 votos favoráveis, 22 contrários e 1 abstenção, foi aprovado o retorno das atividades presenciais para o dia 31/01.

Estudantes acompanhando o CEP na área externa do RU. Foto: Banco de dados AND.

Após a conquista, os estudantes comemoraram. Tiago Ryan, calouro do curso de Engenharia Química, que veio do interior de São Paulo, como muitos outros estudantes que se deslocaram para a cidade com o anúncio prévio do retorno das aulas presenciais, afirmou:

— Estou me sentindo realizado porque é um sonho de todo calouro estar aqui. Estava online e a gente ficou muito ansioso para este momento. A faculdade retrocedeu na decisão, a gente conseguiu reverter a situação e agora finalmente todo mundo vai poder estar junto e tirar proveito das aulas presencialmente, que é o mais importante. É um momento de muita alegria!.

Estudantes recebidos pela reitoria na manifestação do dia 24. Foto: Banco de dados AND.

POR TODO PAÍS: ESGOTAMENTO DO EAD

Não somente em Maringá o EaD é visto com preocupação. No terceiro ano da pandemia, as consequências do ensino remoto está sendo sentido por estudantes de todo o país. E em muitas localidades a insatisfação gera reivindicação exposta através de lutas, como a que ocorreu na UEM. Os estudantes, professores e demais trabalhadores da educação sentem que já passou da hora de discutir seriamente o retorno imediato às atividades presenciais como condição que as escolas e universidades sigam sendo espaços que sirvam à ciência e à educação, além de espaços de denúncia do obscurantismo e negacionismo que também busca a privatização do ensino público.

Estudantes de diversos cursos se manifestam contra o ensino remoto. Foto: Banco de dados AND.
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Somente um novo movimento estudantil, popular e revolucionário pode impulsionar as massas estudantis para servir ao povo, servir aos interesses de nosso país e à humanidade, através do único caminho possível: o de mobilizar-se para a revolução, pela transformação completa de nossa sociedade, pela destruição de todo este sistema apodrecido, de exploração, miséria e opressão e pela construção de um novo poder de nova democracia que marche ininterruptamente para So socialismo, o poder das massas populares, baseado na aliança da classe operária com os camponeses pobres.

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