Logo

  • Sobre
  • Nacional
  • Internacional
  • Movimento Estudantil
  • Cultura Popular
  • Teses
    • Tese – Dois Caminhos no Movimento Estudantil
    • Tese – A Universidade Latinoamericana e as Históricas Bandeiras do Movimento Estudantil
    • Tese – O caráter revolucionário e nacional da ciência e da técnica em nosso país
    • Tese – Derrubemos os Muros da Universidade
  • Teoria
  • Contato

Logo

Movimento Estudantil

PE: Diretório academico de FIlosofia da UFPE rompe com a UNE e puxa manifestação vitoriosa em assembleia estudantil

maio 22, 2025
Movimento Estudantil

RJ: Luiz Inácio/MEC: tirem suas mãos da UFRJ!

maio 21, 2025
Movimento Estudantil

PE: Estudantes da UFPE repelem fascistas em evento da extrema-direita

maio 20, 2025
Movimento Estudantil

RO: Militantes do MEPR penduram faixa em apoio à Área Revolucionária Gedeon José Duque

maio 18, 2025
Movimento Estudantil

(PE) Estudantes exigem abertura imediata das universidades!

por MEPR
Publicado em janeiro 26, 2022
2 minutos de leitura

No dia 15 de janeiro, graduandos da Universidade Federal de Pernambuco e da Universidade Federal Rural de Pernambuco se reuniram presencialmente para discutir o editorial “Universidades de costas para o povo” do jornal A Nova Democracia, com o objetivo de debater o que está posto na ordem do dia para as universidades brasileiras: a luta pela não só sua abertura mas também pela garantia de permanência dentro das mesmas.

No debate, os estudantes colocaram o desalento que é a educação a distância, que além de deixar os alunos a margem de um ensino extremamente precarizado, também acaba contribuindo para o aumento de problemas relacionados a saúde mental justamente em razão da menor sociabilização e do peso da carga horária vindas com o surgimento da modalidade das atividades síncronas e assíncronas, denunciando que as universidades fecharam no momento que o povo mais precisaria dos seus aparatos.

Um licenciando em História da UFRPE compartilhou sua experiência pondo na mesa os problemas enfrentados pelos estudantes do seu curso, em que acabou desistindo de uma cadeira pelo fato da disciplina estar exigindo a leitura de livros completos (!) por semana, não levando em conta que muitos desses estudantes não possuem uma estrutura ideal para estudar em casa, tendo que muitas vezes conciliar trabalho com as atividades remotas. No curso de Pedagogia da UFPE, um estudante denunciou o fato de ter feito a cadeira de Pesquisa e Práticas Pedagógicas de forma completamente remota, o que ocasionou numa disciplina bastante desorganizada e desprovida de conteúdo, gerando a revolta de seus colegas de classe. Estudantes da área de Engenharia também mostraram sua indignação, afirmando o absurdo de estarem fazendo disciplinas exclusivamente práticas de forma remota.

O debate contou também com discussões em torno do papel que cumpre a burocracia acadêmica, onde fazem das universidades o seu feudo, esperneando pela manutenção da educação a distância e, consequentemente, sendo coniventes com a política do governo federal que usa de tal instrumento para suas investidas privatistas.

A Universidade Federal de Pernambuco e a Universidade Federal Rural de Pernambuco afirmaram o retorno das aulas, porém mantendo o farsante modelo “híbrido”, prolongando o contato de seus estudantes com a EaD, usando como justificativa as diretrizes do próprio MEC que impôs uma “flexibilização” das atividades graduandas até o semestre referente a 2021, com disciplinas “excepcionalmente” remotas – sendo uma das artimanhas usadas pela burocracia universitária para barrar o retorno presencial. É bastante claro que para garantir um ensino de qualidade é necessário o retorno, de fato, presencial, ainda mais com os últimos informes do GT Covid da UFPE onde foi afirmado que apenas 1% do contingente do corpo discente e dos servidores da universidade é que não está vacinado.

Desta forma, os estudantes presentes se prontificaram de colocar em prática o que foi debatido acerca do editorial, atestando a luta presencial, combativa e independente como única via possível para barrar o aprofundamento do sucateamento das universidades, tendo um movimento estudantil consequente para colocar as universidades a serviço do povo.

Com tamanha ânsia pela luta classista, foi planejado uma ação de colagem de cartazes em torno do bairro da Várzea onde localiza-se a Universidade Federal de Pernambuco – que continua sendo um local de muita mobilidade mesmo após seu fechamento – exigindo a abertura das universidades para defender o ensino público e gratuito. A ação foi realizada quatro dias após o debate, no dia 19 de janeiro. Na atividade, estudantes que caminhavam pelo entorno e os moradores locais que estavam voltando dos seus trabalhos se depararam com a juventude realizando a colagem de cartazes, sendo notável seus olhares curiosos junto dos sorrisos aquiescentes de outros jovens que se viam nas palavras de ordem dos cartazes.

Publicado em 22 de janeiro de 2022 pela Executiva nacional dos estudantes de pedagogia.

Movimento Estudantil

‘Vencer as torturas é dever revolucionário’

por MEPR
Publicado em janeiro 24, 2022
5 minutos de leitura

Manoel Lisboa (1972)

A ditadura militar brasileira necessita do terror policial como o peixe necessita da água. Ela surgiu no nosso cenário histórico, justamente para impor o terror. Era preciso proteger os interesses do capital estrangeiro, da alta-burguesia nacional e dos latifundiários, ameaçados pela relativa liberdade existente no governo João Goulart. Tal liberdade facilitava o esclarecimento e a organização do povo pelas forças revolucionárias. Esse esclarecimento e essa organização desembocariam, mais cedo ou mais tarde, numa rebelião total contra a dominação imperialista em nosso país. Para esmagá-la no nascedouro, a Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos revolveu o museu de nossa história, lá encontrando os agentes indicados, os generais mais fascistas, mais fiéis aos monopólios norte-americanos e seus aliados nacionais.

Para cumprir sua missão, sabiam e sabem os generais, era indispensável prolongar a secular miséria de nosso povo, desde que a melhoria das condições de vida do mesmo é incompatível com a dominação de nossa economia pelos monopólios estrangeiros e a estrutura agrária, em que predomina o latifúndio. Sabiam e sabem os generais que sua missão se constituía na mais vergonhosa traição, no mais terrível crime contra o povo. No entanto, aceitaram, e cumprem com perfeição o papel de fiéis lacaios do imperialismo ianque. Para eles, nada mais honroso que os dólares recebidos e os elogios de Nixon ao “milagre brasileiro”.

Da noite para o dia, o Brasil se transformou no reino do capital estrangeiro. Empresas ianques, alemãs, japonesas, inglesas, francesas, etc. investem no Brasil, pois aqui está garantida a expansão dos seus lucros. Os generais brasileiros, chibata em punho, protegem o capital estrangeiro contra os “altos salários”, as greves e outros atropelos, mesmo que isso resulte em mais fome, mais desemprego, mais doenças para os trabalhadores.

Para ocultar seus crimes contra o povo, os militares montaram a mais poderosa máquina de propaganda da história brasileira. A cada instante, ela vomita mentiras e procura explorar cinicamente o amor das massas pelos esportes e pelas festas. Tudo isso, para impedir que o povo compreenda a causa real de seus sofrimentos; no entanto, por maior que seja a propaganda, sabem os generais ser impossível esconder indefinidamente a verdade. É absurdo tentar convencer um homem a amar “uma pátria” que lhe mata de fome. Faça o que fizerem os generais, jamais conseguirão transformar o povo num rebanho de mansos carneiros dispostos ao sacrifício.

O povo brasileiro, estes milhões de explorados, nunca esteve satisfeito com sua miséria. Resta-lhe apenas entender claramente quem são os responsáveis por essa miséria. É aí onde reside o imenso papel da vanguarda revolucionária. Essa vanguarda é o destacamento organizado, consciente, da classe operária. Sua missão histórica consiste em ligar-se às massas oprimidas e dirigi-las para a conquista do poder. Sem a ação da vanguarda, sem a direção de um Partido Comunista Revolucionário, a revolta do povo será sempre cega e inconseqüente.

Compreendendo a importância da vanguarda no processo revolucionário, a ditadura militar, assistida e apoiada pelos patrões ianques, resolveu aniquilar todos os grupos que atuam como vanguarda. Além das prisões em massa, os carrascos da ditadura torturam e matam todos aqueles que não aceitam sua dominação e lutam contra ela. A ordem é esmagar totalmente as forças revolucionárias, para impedir seu trabalho de esclarecimento junto ao povo. Nessa tentativa, os militares têm uma arma poderosíssima, considerada, inclusive, por muitos “revolucionários” como infalível: A TORTURA, física e psicológica.

Graças à tortura, os militares conseguiram grandes vitórias no seu intento de aniquilar as forças revolucionárias. Grande parte dos grupos revolucionários foi profundamente atingida pela repressão, causando o desbaratamento de suas organizações e gerando profundo ceticismo quanto às possibilidades de enfrentar vitoriosamente a ditadura. É que uma parte bastante significativa dos revolucionários presos não conseguiu comportar-se com firmeza diante dos torturadores, delatando seus companheiros e abrindo para a polícia os esquemas revolucionários.

Aliada ao liberalismo em questões de segurança, a DELAÇÃO tem sido a causa principal dos profundos golpes que ameaçam destruir totalmente grande parte dos grupos revolucionários brasileiros. Por que a delação? Por dois motivos:

  1. — pela falta de maior preparação ideológica dos militantes presos;
  2. — pela tese oportunista, bastante difundida em alguns grupos, de que “existe um ponto máximo, além do qual ninguém pode resistir às torturas”.

Consideramos de importância capital, afastar a delação como regra do comportamento revolucionário ante as torturas. Caso contrário, assinaremos o atestado de óbito do movimento revolucionário brasileiro, desde que a ditadura jamais abandonará as torturas e conseqüentemente o processo de desbaratamento das forças revolucionárias conduzirá à sua total destruição e desmoralização.

É inadiável adquirir uma postura correta diante de todas as armas utilizadas pelo fascismo. Nossa prática tem confirmado que o militante revolucionário tem obrigação de não delatar, de nada informar aos carrascos policiais, que possa ajudá-los a golpear a revolução. Para tanto, é essencial que o militante esteja armado com uma compreensão científica da revolução, com a convicção de seu papel de instrumento consciente de um processo inevitável, o que lhe dará a certeza de que a delação, a traição, é um mal muito maior que a morte. O revolucionário consciente é capaz de vencer qualquer obstáculo; não há “ponto máximo” de tortura capaz de quebrar sua dignidade de combatente da mais justa das causas — a libertação do homem. Marx afirma que a teoria se transforma em força material quando se apossa das massas. A teoria revolucionária também se transforma em poderosa força material quando se apossa do combatente da causa proletária, uma força tão potente que faz tremer, ante um homem indefeso, as feras do fascismo sedentas de sangue.

A causa revolucionária gera nos seus militantes uma resistência que termina apenas com a morte. Devemos e podemos resistir a qualquer tortura. O movimento revolucionário está cheio de exemplos que comprovam nossa tese. A opinião oportunista a respeito “do ponto máximo” é um contrabando ideológico trazido para o seio do movimento revolucionário pela pequena-burguesia, historicamente vacilante e covarde. Devemos repeli-la, juntamente com todos os vícios pequeno-burgueses como o liberalismo, o amoralismo e outros que tanto têm contribuído para o enfraquecimento da revolução brasileira.

Nossa grande tarefa histórica, no momento, é forjar um Partido Revolucionário da Classe Operária, um destacamento consciente, organizado, de vanguarda, capaz de se ligar ao povo e conduzi-lo para a libertação definitiva. Para cumpri-la, temos de ser “homens de uma têmpera especial”, incapazes de se dobrar diante do látego, sejam quais forem às circunstâncias, incapazes de delatar, trair. Se assim agirmos, dentro de algum tempo, a ditadura fascista demonstrará como é frágil sua estrutura ante o povo organizado, rebelado, decidido a construir de vez o caminho da felicidade.

Que, sejam quais forem as condições, fique gravado no espírito de cada um que DELAÇÃO É TRAIÇÃO; que ao homem digno, honesto, nada é mais terrível que servir ao “lobo com rosto de homem”, o capitalismo e seus lacaios fascistas. Para eles, somente nosso ódio, nossa certeza inquebrantável no amanhã livre, todas as nossas energias e, se preciso, a última gota de nosso sangue para que nasça o amanhã.

Movimento Estudantil

Grande mobilização na Universidade Estadual de Maringá (UEM) contra a suspensão das aulas presenciais

por MEPR
Publicado em janeiro 23, 2022
1 minuto de leitura

Reproduziremos nota publicada pelo site da Executiva Nacional dos Estudantes De Pedagogia, publicado dia 21/01/22

Ontem no dia 20 de janeiro na UEM, ocorreu uma grande mobilização com mais de 200 estudantes contra a suspensão das aulas presenciais realizada pela Reitoria da Universidade. As aulas presenciais iniciaram nessa semana na segunda-feira e repentinamente na noite do dia 19 foram suspensas pela reitoria, sem qualquer debate com os estudantes e sem qualquer reunião do CEPE. Em resposta a isso estudantes, enquanto gritavam palavras de ordem como “ERE (“Ensino Remoto Emergencial”) não!”, ocuparam a coletiva de imprensa concedida pela reitoria exigindo respostas. Diante da mobilização dos estudantes e do protesto o Reitor se retirou para finalizar a coletiva de imprensa, fugindo dos questionamentos dos alunos e foi obrigado a retornar depois, diante da pressão destes para dialogar.

Durante as falas dos alunos foi ressaltado que muitos estudantes tinham vindo de longas viagens, inclusive de outros estados e já tinham fechado contratos de aluguel. Ademais a situação no município de Maringá é de 0 óbitos na média móvel e de baixo número de internações, considerando a capacidade absoluta de leitos disponíveis, tendo em vista que atualmente existem 30 leitos, mas no ápice da pandemia o número já chegou a mais de 100. Considera-se também que atualmente a cidade está em situação de “bandeira amarela”, que possibilita eventos com até mil pessoas e o funcionamento de escolas, bares e festas estão permitidos, tendo o fechamento da universidade uma eficácia nula na diminuição no número de contágios nesse contexto. Foi ressaltado também que todos os estudantes e professores e servidores já tem ao menos 2 doses da vacina e que negar isso e os efeitos da vacina é de fato negacionismo e obscurantismo. A UEM aberta de forma plena possibilita o maior desenvolvimento da ciência e da universidade que serve ao povo através de pesquisas e inovações com, por exemplo, o desenvolvimento do capacete de oxigenação por professores da Universidade.

Após essa reunião com a reitoria os estudantes se reuniram e demarcaram a necessidade de se continuar a luta pelo retorno presencial através de ofícios, reuniões e de uma manifestação marcada para dia 24, no período da manhã, para exigir o retorno presencial.

Movimento Estudantil

“Não olhe para cima”, de Adam Mckay – expressão de desamparo frente à crise

por MEPR
Publicado em janeiro 22, 2022
9 minutos de leitura

Crítica publicada pelo Jornal A nova Democracia, escrito por: Daniel Moreno

Novo filme da Netflix representa conflito entre “elites” e técnicos em contexto de crise. Foto: Reprodução

O novo filme de Adam McKay para a Netflix, “Não olhe para cima” (Don’t Look Up, 2021), foi meticulosamente planejado para gerar engajamento, para vender-se como um evento – desde sua escolha de elenco até sua promoção. De maneira igualmente meticulosa, dirige-se diretamente a um sentimento de desamparo político e social legítimo frente às crises de nossa era, oferecendo, nos entremeios de seu purgatório, no máximo, um diagnóstico liberal do estado atual de coisas; e no mínimo, um sentimento de superioridade moral para aqueles que “se importam” à distância, os que “enxergam o problema” – os que “olham para cima”.

Esse tipo de crítica liberal não é necessariamente uma novidade no cinema norte-americano, que é historicamente marcado por seu humanismo, desde Charlie Chaplin até Sidney Lumet. Mas é um sinal dos tempos que, confrontado com tamanha decadência social, econômica e política nos EUA, tal preocupação humanista empacou e, como água parada, começou a infeccionar-se.

O filme toma o ponto de vista de um trio de cientistas frente uma sociedade hostil, idiota e corruptora frente um “agente externo” – um asteróide devastador, alegoria simultânea à mudança climática e à pandemia. O filme tenta manejar essa desgraça toda com um tom de sátira e de piadas fáceis, até porque de outra maneira seria intragável para o público-alvo do filme. O resultado é de uma inconsistência tonal delirante [1], bem nesse espírito “contemporâneo” que palpita entre a autocomplacência, a angústia social e a chacota – expresso sobretudo no ethos das redes sociais.

“Não olhe para cima”, como nos outros filmes recentes de McKay, é um projeto de boas intenções, que tem certeza de que sabe o que está fazendo, que abraça a sua atualidade e o dever de ser claro e incômodo. Todavia, a que pese o caráter objetivamente universal desse agente externo (o que explica seu sucesso internacional), não nos deixemos enganar – é um filme absolutamente norte-americano em sua concepção, forma e função, expressão do atual estado de ânimos em seu país. 

Vale a pena levantar algumas limitações de sua crítica social, porque esta é expressão de uma época histórica, assim como de um estado de espírito da cultura política norte-americana.

AS ‘ELITES’ MALDITAS

Partindo desse espírito, o filme se desenvolve como uma tragédia clássica – inicia com uma “profecia”, seguida de tentativas de fugir do destino e terminando com os protagonistas “furando os próprios olhos” por não aguentar ver tal profecia se cumprindo.

Após os cientistas descobrirem a realidade do cometa, apelam para que os políticos olhem para cima, mas são vencidos pela indiferença e ganância; apelam para que a imprensa olhe para cima, mas são vencidos pela decadência e pelos memes; apelam, através do onguismo, para que a “opinião pública” olhe para cima, mas são vencidos pelas fake news e pela estupidez. Terminam, ao fim, resignados, em comunhão com o núcleo familiar (à semelhança do final niilista de Melancolia (Melancholia, 2011, de Lars von Trier) na patética cena dos ateus rezando “no avião caindo”, ainda que de maneira performática.

No entanto, diferentemente de Melancolia, a tragédia não está no asteroide em si, mas no fato de que seu impacto é evitável. Ao focar na questão do gerenciamento da crise, as conclusões do filme são de grande escopo, para muito além da questão ambiental. Isto é um aspecto muito importante aqui, é onde reside todo o seu conteúdo político, desde o diagnóstico do problema nas “elites” à possível “solução” dada – ainda que nas entrelinhas.

Nota-se na obra recente de McCay um reflexo bem-acabado de uma característica da cultura política dos EUA, a sociologia da Teoria das Elites (Elite Theory), na qual a sociedade seria constituída por uma aristocracia conspiratória de “poderosos” (muitas vezes representados como as “grandes corporações”), que tudo controlam, contra um grande rebanho de massas desamparadas. A particularidade de McKay é que ele enxerga essas “elites” não só como moralmente corruptas e repugnantes em sua totalidade, mas também como incompetentes, o que abre brecha para a comédia. Pelo papel dirigente que elas ocupam, isto significa catástrofe. 

Essas ideias se expressam em seus últimos filmes. No biópico “Vice” (2018) o ex-vice-presidente Dick Cheney manipula, quase sozinho, todo o globo para a guerra, como um habilidoso enxadrista. Em “A grande aposta” (The Big Short, 2015), do qual “Não olhe para cima” nada mais é que um remake, a crise dos subprimes de 2007-2008 é prevista, advertida e poderia facilmente ser contornada não fosse a ganância abjeta de um punhado de acionistas estúpidos.

Por mais “de esquerda” que possa se pintar este conceito, trata-se do núcleo do pensamento tanto dos “liberais” quanto dos “conservadores” norte-americanos, além da sua extrema-direita. Basta ver a ênfase paranóica da vida política desse país a figuras como Mark Zuckerberg, Elon Musk e George Soros, além das mais esdrúxulas teorias da conspiração. Tais ideias negam ou mistificam o caráter de classe do Estado e da luta de classes; simplificam o sistema capitalista aos pensamentos e vontades dos capitalistas, seja na forma de indivíduos parasitas ou pequenos grupos que “administram a sociedade”. Isso abre espaço para a demanda por regeneração social e das instituições – que pode ser capturada tanto pelo reformismo como pelo fascismo [2].

ELITES, TÉCNICOS E MASSAS

Por outro lado, o grupo de cientistas, os técnicos, apesar de vacilantes, formam a única categoria social dentro da alegoria que não parte de nenhum interesse próprio. Isso tem implicações políticas relevantes, porque representam, em meio ao catastrofismo do filme, um lampejo de alternativa.

Isso está destilado naquela que é a cena mais importante do filme: os técnicos conseguem convencer momentaneamente a presidente do USA a olhar pra cima e explodir o meteoro. O foguete com explosivos é enviado… Mas o plano é sabotado por interferência de um lobista megalomaníaco. Aqui está o argumento: se as diretrizes dos cientistas fossem obedecidas sem rodeios pelo Estado, a catástrofe poderia ser evitada. Após essa interferência, tudo foi perdido; isso é confirmado pelos personagens posteriormente. 

Aqui localiza-se o centro da tragédia: o USA seria inflexivelmente organizado de tal modo que os únicos que podem impedir o desastre são um punhado de egoístas e canalhas, e isso é motivo para desespero… Mas a “solução” está aí, nas entrelinhas: se o “sistema” ouvisse a voz dos especialistas, tudo poderia ter dado certo naquele exato momento.

A ciência aqui aparece como pura técnica, como força neutra. Mesmo a ciência corrupta, a que está a serviço do lobista, só é apresentada como tal porque suas conclusões não passam por peer review (ou seja, revisão de pares da comunidade científica). Os cientistas, técnicos, especialistas, deveriam ser a vanguarda humana em época de crise… mas, pragmaticamente, isso não pode ser alcançado devido à centralização de poder numa elite que administra a sociedade e está submersa na politicagem e na ganância.

Bem, se esse é o diagnóstico, a quem se dirige então a convocação de olhar para cima? Melhor dizendo, quem, ao olhar para cima, pode solucionar o problema? A conclusão que se tira da cena onde tudo quase deu certo é somente uma: às mesmas “elites” e chefes de Estado que o filme está criticando. É aí que a demanda civilizatória contra as “elites”, através dessa concepção, se torna completamente estéril. No pior dos casos, ela se tornaria uma posição tecnocrata de cabo a rabo, de que bastaria seguir a ciência, os especialistas; montar gabinetes com técnicos e não políticos – posição que tem ganhado muito espaço no decorrer da pandemia, e que desenvolve-se erguendo necessariamente um desprezo completo das massas…

Por que, enfim, onde elas estão? Para o filme, as massas são forças completamente reativas, tão manipuladas e alienadas que, quando não estão diretamente atrapalhando, também não alteram o curso das coisas. Assume, para a crítica das “elites”, um ponto de vista literalmente elitista, olhando para baixo. Reconhece, de fato, que elas estão em disputa; mas o máximo a que podem servir é em pressionar pela moralização do Estado e o controle das “elites”. Mesmo que elas também devam olhar para cima, é para, em última instância, pressionar os “poderosos” a fazê-lo também (uma vez que estes seriam o fator social principal); consolidando o prestígio dos especialistas na sociedade, como intermediários.

ERA DE CRISE

Essa cena reconfigura o filme inteiro e consegue unir o pânico catastrofista com a crítica às “elites”. Apesar destas serem subumanas, são elas que controlam tudo, então é delas a responsabilidade de tudo, de todo o planeta. O resto do mundo aqui é um mero apêndice do USA, o fracasso do USA é o fracasso da humanidade. Além do quê, o resto do mundo de fato é irrelevante na narrativa, nem ao menos se explica o porquê da tentativa comum de outros países ter fracassado – como já colocado, este não é um filme de pretensão universalista, mas especificamente sobre a crise de representatividade norte-americana.

Todavia, é impossível não considerar o lugar que o USA ocupa no mundo, de império em decadência. A “geopolítica” aqui nada mais é que a expansão da Teoria das Elites ao nível dos países, seguido de todas suas conclusões lógicas: o USA (portanto, as “elites” do USA) têm responsabilidade direta pelo que acontece no mundo, mas são muito decadentes para salvar-se e aos demais.

É exatamente através dessas ideias que têm se construído um clima político reformista de tipo alt (alternativo) no USA nesses últimos anos. McKay é abertamente alinhado à crescente demanda por moralização e “renovação” do Partido Democrata ianque – representada por figuras como Bernie Sanders e Elizabeth Warren e suas propostas de “Novo Acordo Verde” (Green New Deal), de “Taxação de Grandes Fortunas”, de anti-lobismo, etc. É nesse sentido que deve se ver a personagem da presidente no filme, caricatura ora dos democratas, ora dos republicanos. Ou seja, reflexo dum espírito de “rejeição” da velha política sujeita às “elites” econômicas lobistas e em favor de uma moralização do estado frente a seu povo e ao mundo. Acontece que a direita norte-americana têm se reorganizado sob o mesmo espírito, e os slogans de Trump sobre “drenar o pântano” se dirigiam exatamente aos lobistas.

A catástrofe ambiental, com seu atributo despersonalizado e de inimigo de todos, veio a substituir no ideário norte-americano o espaço cultural deixado, desde o fim da Guerra Fria, pela aniquilação nuclear. “Não olhe para cima” se destaca pelo didatismo, por possibilitar ler nos entremeios de suas palhaçadas e angústias, ainda que relutantemente e por exemplo negativo, um possível “programa mínimo” necessário para controlar a crise: há que tentar moralizar o Estado, dividir o comando de setores-chave com os técnicos, responder administrativamente às demandas das massas, servir de vanguarda para o mundo… e salvar a ecologia. Posto dessa forma, estaríamos num campo de direita. 

Mas McCay nunca chega a ser tão assertivo, porque também sente-se vencido. É sobretudo o estado de crise que faz com que o reformismo liberal, seguindo todas as ferramentas ideológicas que lhe são próprias, dê de cara com uma realidade implacável e só consiga produzir o pessimismo. Há uma correlação entre o que os protagonistas tentam fazer e o que McCay acha que está fazendo ao lançar esse filme. E, da maneira que as massas são apresentadas no filme, McCay deve temer que sua audiência seja igualmente desconfiada quanto à sua nobre tentativa de matar a burrice no grito. 

A demanda por civilização e transparência é justa e ressoa, mas os próprios meios da crítica liberal levam ao desespero, à capitulação do “pelo menos tentamos”; ao limite pragmático, pouco criativo, acorrentado ao segundo que passa. Vale a pena, então, confiar nas massas, rejeitar a tentação da misantropia e olhar para frente.

NOTAS:

1 – A exemplo de uma cena catártica onde o cientista interpretado por Leonardo DiCaprio explode, pedindo por seriedade e pelo fim da abordagem “agradável” da televisão – que ameniza a dureza da tragédia – enquanto é isso que o filme, de certa forma, vem fazendo até então.

2 – Vale a pena rememorar que, no início da social-democracia, o marxismo precisou se livrar dessas concepções nas duras lutas contra Eugen Dühring na Alemanha e Georges Sorel na França; é fato conhecido que o primeiro foi retomado posteriormente pelos nazistas e o segundo pelos fascistas italianos.

Movimento Estudantil

Oh Gaza! Em ti ardem as chamas da rebelião!

por MEPR
Publicado em dezembro 29, 2021
1 minuto de leitura

Oh Gaza! Em ti ardem as vermelhas chamas da rebelião!
Quanto heroísmo brota do seu arenoso e pedregoso chão!
Quanto sangue derramado nestas terras,
quantos séculos de batalhas sem tréguas!

Quantos pais e mães choraram pelo sangue derramado de seus filhos,
quantos amores desfeitos,  quantos sonhos perdidos,
quantas alegrias sufocadas, quantas noites não dormidas.

Mas em ti indomável Gaza, em teus filhos e filhas,
a chama da liberdade flameja e crepita.
Nos corpos e mentes dos teus filhos e filhas,
pulsa vibrante o clamor pela expulsão dos vis invasores e libertação da Pátria.

Na heroica resistência e luta de teus filhos e filhas, Gaza,
há o clamor pelo histórico dia em que o Sol da soberania
irradiará pelo seu corpo, tornando o dia mais belo, forte, leve,
queimando a infame estrela azul que hoje tanto vos oprime.

Vinicius Alves

Movimento Estudantil

Estudantes da UFF realizam aulas públicas dentro da universidade.

por MEPR
Publicado em dezembro 28, 2021
1 minuto de leitura

No último dia 16/12 a Executiva Fluminense de Estudantes de Pedagogia (ExFEPe) realizou no bloco da pedagogia no campus Gragoatá, uma aula pública para todos estudantes de cursos variados para debater a BNC, e a reabertura dos espaços da universidade, além de reafirmar seu compromisso com a produção científica nacional e apontando o caminho da luta estudantil como único meio para garantir os direitos dos estudantes. A aula contou com a presença de uma professora da UFF, que apontou em sua aula a importância da participação dos estudantes no movimento estudantil.

No dia 17/12 foi realizado uma aula pública da Filosofia organizada pelo centro acadêmico de filosofia, rebatizado de Centro Acadêmico de Filosofia Pedro Seidl SIlva antes da aula, em homenagem ao colega de curso que morreu vítima de suicídio recentemente. A aula realizada em sala de aula em um bloco no Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (ICHF) contou com a presença de um professor da UFF e esteve presente por volta de 40 estudantes, muitos dos quais sequer tinham entrado no espaço da universidade, fechado aos estudantes durante toda pandemia

A pedagogia, a filosofia e tantos outros cursos vem se mobilizando e reabrindo os espaços da universidade negado aos estudantes por tanto tempo, e apontam o único caminho possível para garantir nossos direitos, a luta. Nas últimas duas semanas duas manifestações seguidas por assembleias estudantis ocuparam o espaço da reitoria da universidade, que logo teve repercussão nos cursos da universidade levantando o debate sobre a reabertura da UFF para garantir Internet, Restaurante Universitário (bandejão), Busuff (ônibus da universidade que levam os estudantes de outras cidades para a uff e que transportam os estudantes dentro da cidade) e o próprio espaço universitário.

Em defesa da ciência nacional !
Viva o Movimento estudantil combativo !

Movimento Estudantil

Viva o natalício do Presidente Mao Tsetung

por MEPR
Publicado em dezembro 27, 2021
1 minuto de leitura
Foto de Mao Zedong

” No que nos diz respeito, quer se trate de um indivíduo, um partido, um exército ou uma escola, julgo que a ausência de ataques do inimigo contra nós é má, porque significa, necessariamente que fazemos causa comum com o inimigo. Se somos atacados pelo inimigo, é bom, porque isto prova que traçamos uma linha de demarcação bem nítida, entre o inimigo e nós. E se ele nos ataca com violência, pintando-nos nas cores negras de denegrindo tudo quanto fazemos, melhor, porque isto prova não só que estabelecemos uma linha de demarcação nítida entre o inimigo e nós, mas ainda que conquistamos êxitos em nosso trabalho. “ – Presidente Mao Tsetung

Celebramos no dia 26 de dezembro o nascimento de um dos grandes chefes da revolução proletária mundial, chefe da revolução na China e da Grande Revolução Cultural Proletária.

Povos do mundo todo comemoram o natalício do Presidente Mao Tsetung, tão atacado nos dias de hoje quanto fora em vida pelo mesmo tipo de corja oportunista e revisionista. O presidente Mao sempre ao lado do povo e militante comunista desde jovem, desenvolveu o marxismo em sua teoria militar, na política, na economia e principalmente na filosofia, onde elevou a dialética a seu posto mais avançado, travando duras lutas de duas linhas sempre à esquerda no partido, dirigiu a Grande Marcha, desenvolveu a teoria da revolução de Nova Democracia e da necessidade das revolções culturais.

Quando o camarada Stalin morre, é o presidente Mao Tsetung quem trava luta pelo comunismo, pela guerra popular e pelo caminho da revolução, tão atacado após o XX congresso da URSS tomada pelo revisionismo Kruchovista, é o pensamento Mao tsetung (hoje sintetizado como maoísmo) quem dá os aportes para proseguir e desenvolver os processos de libertação nacional e por luta pela revolução de Nova Democracia nos países semicoloniais e semifeudais.

” Qual é o critério que permite determinar se um jovem é ou não revolucionário? Como fazer tal distinção? Apenas existe um critério: verificar se esse jovem quer ou não ligar-se às grandes massas operárias e camponesas e se, efectivamente, se liga a elas. Se ele quer ligar-se aos operários e camponeses, e se o faz efectivamente, então é um revolucionário; no caso contrário, é um não revolucionário ou um contra-revolucionário. Se hoje ele se liga às massas de operários e camponeses, hoje ele é um revolucionário. Mas se amanhã ele deixar de ligar-se a elas ou passar a oprimir as pessoas simples do povo, então será um não revolucionário ou um contra-revolucionário. “ – Mao Tsetung

VIVA O NATALÍCIO DO PRESIDENTE MAO TSETUNG!

Movimento Estudantil

MEPR- GO entra em campanha pela liberdade de Luzivaldo.

por MEPR
Publicado em dezembro 20, 2021
1 minuto de leitura

O Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) manifesta publicamente solidariedade ao camponês da Área São José da Boa Vista (Campina Verde – MG), Luzivaldo, perseguido desde 2018 e preso político desde 2020. Denunciamos mais uma vez o velho estado brasileiro que criminaliza e demoniza a luta pela terra, taxando os camponeses pobres como invasores, vagabundos, bandidos e agora como assassinos.

Luzivaldo é um dos principais coordenadores do movimento na Área. Enfrenta, junto com seu irmão Robélio, uma acusação de assassinato. Desde 2018 o Promotor de Campina Verde José Cícero Barbosa da Silva Júnior, antes mesmo do inquérito, feriu a honra dos “assentados” taxando-os como suspeitos do assassinato em 25/11/2018 de Danilo Silva. Na ordem de investigação do delegado, há uma adulteração escrita à caneta, do status de apurar quem seria o acusado para o nome de Luzivaldo e Robélio. Isso é apenas a comprovação do que já falamos: criminalização de quem luta por um pedaço de terra.

Luzivaldo não é criminoso, é um perseguido político. Saiu da Bahia para o triângulo mineiro, trabalhou, trouxe uma parte dos 14 irmãos que estavam com destino incerto. Por conhecer as dificuldades da vida, não se abaixa, não rasteja, e por isso os “homens de bem” querem a sua cabeça. O que Luzivaldo está passando é o que o povo passa, perseguido por lutar por seus direitos e os de seus companheiros.

Desde 2020 ele está preso, não há nenhuma prova de que Luzivaldo tenha cometido essa acusação, as únicas testemunhas sobre o ocorrido são policiais, e sabemos bem a quem servem: ao latifúndio!

Está sendo negado pela “justiça” brasileira o seu direito à atendimento médico, e acesso a medicamentos de uso contínuo que lhe é necessário , sendo, inclusive, transferido do presídio da cidade de Ituiutaba para Itapegipe, distante da família, de forma a impedir às visitas.

O companheiro Luzivaldo relata à Associação Brasileira de Advogados do Povo (ABRAPO) sofrer maus tratos e agressões físicas. A mesma entidade fez uma denúncia no núcleo de direitos humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais sobre a situação dele. Não aceitamos que mais um camponês seja preso! Soma-nos a campanha pela liberdade imediata de Luzivaldo!

Pelo fim das perseguições e mentiras contra Luzivaldo!

Terra para quem nela vive e trabalha!

Viva o Acampamento São José da Boa Vista!

Viva os camponeses de Campina Verde e Ituiutaba!


Movimento Estudantil

Carta a Stalingrado (1945)

por MEPR
Publicado em dezembro 20, 2021
2 minutos de leitura

Stalingrado…
Depois de Madri e de Londres, ainda há grandes cidades!
O mundo não acabou, pois que entre as ruínas
outros homens surgem, a face negra de pó e de pólvora,
e o hálito selvagem da liberdade dilata os seus peitos,
Stalingrado, seus peitos que estalam e caem,
enquanto outros, vingadores, se elevam.
A poesia fugiu dos livros, agora está nos jornais.
Os telegramas de Moscou repetem Homero.
Mas Homero é velho.
Os telegramas cantam um mundo novo que nós,
na escuridão, ignorávamos.
Fomos encontrá-lo em ti, cidade destruída,
na paz de tuas ruas mortas mas não conformadas,
no teu arquejo de vida mais forte que o estouro das bombas,
na tua fria vontade de resistir.
Saber que resistes.
Que enquanto dormimos, comemos e trabalhamos, resistem.
Que quando abrimos o jornal pela manhã teu nome (em ouro oculto)
estará firme no alto da página.
Terá custado milhares de homens, tanques e aviões, mas valeu a pena.
Saber que vigias, Stalingrado,
sobre nossas cabeças, nossas prevenções
e nossos confusos pensamentos distantes
dá um enorme alento à alma desesperada e ao coração que duvida.
Stalingrado, miserável monte de escombros,
entretanto resplandecente!
As belas cidades do mundo contemplam-te em pasmo e silêncio.
Débeis em face do teu pavoroso poder,
mesquinhas no seu esplendor de mármores salvos
e rios não profanados,
as pobres e prudentes cidades, outrora gloriosas,
entregues sem luta, aprendem contigo o gesto de fogo.
Também elas podem esperar.
Stalingrado, quantas esperanças!
Que flores, que cristais e músicas o teu nome nos derrama!
Que felicidade brota de tuas casas!
De umas apenas resta a escada cheia de corpos;
de outras o cano de gás, a torneira, uma bacia de criança.
Não há mais livros para ler nem teatros funcionando
nem trabalho nas fábricas,
todos morreram, estropiaram-se,
os últimos defendem pedaços negros de parede,
mas a vida em ti é prodigiosa e pulula como insetos ao sol,
ó minha louca Stalingrado!
A tamanha distância procuro, indago, cheiro destroços sangrentos,
apalpo as formas desmanteladas de teu corpo,
caminho solitariamente em tuas ruas
onde há mãos soltas e relógios partidos,
sinto-te como uma criatura humana, e que és tu, Stalingrado, senão isto?
Uma criatura que não quer morrer e combate,
contra o céu, a água, o metal, a criatura combate,
contra milhões de braços e engenhos mecânicos a criatura combate,
contra o frio, a fome, a noite, contra a morte a criatura combate, e vence.
As cidades podem vencer, Stalingrado!
Penso na vitória das cidades,
que por enquanto é apenas uma fumaça subindo do Volga
Penso no colar de cidades, que se amarão e se defenderão contra tudo.
Em teu chão calcinado onde apodrecem cadáveres,
a grande Cidade de amanhã erguerá a sua Ordem.

Carlos Drummond de Andrade.

Movimento Estudantil

Viva o natalício do Grande Camarada Stalin.

por MEPR
Publicado em dezembro 19, 2021
2 minutos de leitura

” Se é verdade que a passagem das mudanças quantitativas lentas a mudanças qualitativas bruscas e rápidas é uma lei do desenvolvimento, é claro que as revoluções realizadas pelas classes oprimidas constituem um fenômeno absolutamente natural, inevitável. Consequentemente, a passagem do capitalismo ao socialismo e a libertação da classe operária do jugo capitalista podem ser efetuadas, não por transformações lentas, não por reformas, mas somente por uma mudança qualitativa do regime capitalista, pela revolução. Assim, para não nos enganarmos em política, é preciso sermos revolucionários e não reformistas. ” – Stalin

Em 18 de dezembro de 1878 nascia na atual Geórgia, Stalin: grande dirigente comunista e herói dos povos do mundo todo.

Stalin, ainda jovem se interessou pelo marxismo, participou de grupos clandestinos onde adotou o nome ”Koba” baseado em um romance georgiano, estudou desde jovem as obras classicas do marxismo clandestinamente dentro da escola religiosa onde estudava. Se manteve durante toda vida jovem e adulta ao lado do povo e dos revolucionários, particularmente de Lênin, quem sempre defendeu e por conseguinte tornou-se continuador, defendendo, sistematizando e aplicando o Leninismo, o marxismo de sua época. Ainda jovem se destacou como grande comunista realizando diversas ações armadas e de propaganda revolucionaria. Sob direção de Stalin, o povo soviético viu os rastros do feudalismo, da miséria e da guerra imperialista na União Soviética se tornando potência militar, industrial e econômica, pela primeira vez na história da humanidade as mulheres alcançavam liberdades políticas jamais vistas na humanidade, os camponeses e operários passaram a ter vida digna recusada no velho mundo capitalista, a educação antes negada pelo Kzar ao povo se tornou universal alfabetizando milhões de famélicos analfabetos, e a nação antes oprimida por todas as potências imperialistas se levantou em marcha na Grande Guerra Patriótica (1941 – 1945) gerando atos de resistência e heroísmo e um esforço militar jamais visto antes na história.

Ainda nos dias de hoje, e cada vez mais, a imagem do camarada Stalin é atacada, e até a menção de seu nome cada vez mais presente principalmente entre a juventude no mundo todo causa espanto aos que por mais que tentem ferir a imagem do grande revolucionário que pôs fim ao Nazismo, não conseguem apagar seu legado. Revisionistas, trotskistas e todo tipo de corja oportunistas vociferam contra uma das figuras mais temidas da burguesia, todos em vão, jamais apagarão a imagem dos chefes do nosso povo e da nossa classe.

” No que nos diz respeito, quer se trate de um indivíduo, um partido, um exército ou uma escola, julgo que a ausência de ataques do inimigo contra nós é má, porque significa, necessariamente que fazemos causa comum com o inimigo. Se somos atacados pelo inimigo, é bom, porque isto prova que traçamos uma linha de demarcação bem nítida, entre o inimigo e nós. “ – Presidente Mao Tsetung.

Viva o Camarada Stalin.

Prévia 1 … 11 12 13 14 15 … 21 Próximo

As mais lidas

Internacional: Defender os cinco de Durham (RSU)!

Campanha nacional em defesa da Revolução Agrária [Atualizado 06/05]

Iniciando a semana

Sobre a Organização

Somente um novo movimento estudantil, popular e revolucionário pode impulsionar as massas estudantis para servir ao povo, servir aos interesses de nosso país e à humanidade, através do único caminho possível: o de mobilizar-se para a revolução, pela transformação completa de nossa sociedade, pela destruição de todo este sistema apodrecido, de exploração, miséria e opressão e pela construção de um novo poder de nova democracia que marche ininterruptamente para So socialismo, o poder das massas populares, baseado na aliança da classe operária com os camponeses pobres.

Liga Anti-Imperialista

O MEPR é uma das organizações de todo o mundo que é parte ativa do processo de construção da Liga Anti-Imperialista (LAI).

receba as matérias

CONTATO

Sempre quando sair um novo documento, iremos enviar para o seu email.

Mao-tsetung

Categorias

  • Cultura Popular10
  • Internacional7
  • JEP10
  • Movimento Estudantil152
  • Nacional20
  • Teoria20
  • Teses16

Mais Lidas

Tese – Dois Caminhos no Movimento Estudantil

24 minutos de leitura
Quadro de Stalin

Realismo Socialista: A Revolução de Outubro nas Artes

5 minutos de leitura

110 anos da comunista Frida Kahlo

2 minutos de leitura
KAHLO - O marxismo dará saúde aos enfermos

Por quê o imperialismo estampa Che Guevara em camisetas e Frida Kahlo em maiôs de praia?

1 minuto de leitura
Placeholder Photo

Drogas: Por quê somos contra?

3 minutos de leitura

A fortaleza literária de “Assim foi temperado o aço”

61 minutos de leitura
facebook-lixo

FACEBOOK: dominação ideológica do imperialismo e instrumento de sua espionagem!

9 minutos de leitura

Cantos de Trabalho e Resistência Camponesa

5 minutos de leitura

Viva a gloriosa guerrilha do araguaia!

Osvaldão
Helenira Resende
Dina Oliveira
Maurício Grabois
Pedro Pomar
Telma Corrêa
  • Sobre
  • Nacional
  • Internacional
  • Movimento Estudantil
  • Cultura Popular
  • Teses
    • Tese – Dois Caminhos no Movimento Estudantil
    • Tese – A Universidade Latinoamericana e as Históricas Bandeiras do Movimento Estudantil
    • Tese – O caráter revolucionário e nacional da ciência e da técnica em nosso país
    • Tese – Derrubemos os Muros da Universidade
  • Teoria
  • Contato