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O que ocorreu ‘às portas de Moscou’ – Uma breve resenha da obra de Aleksandr Bek

por MEPR
Publicado em junho 25, 2021
9 minutos de leitura
  • Momych-Uli (Bauyrzhan Momyshuly/Бауыржан Момышұлы), comandante cazaque-soviético, é o fio condutor da história narrada por Aleksandr Bek – Banco de dados/AND

“O homem sofre para se tornar um soldado. O comandante, para disciplinar suas tropas. Mas ainda é mais difícil fazer a guerra”.

A importância de obras literárias como Às portas de Moscou (também chamada A estrada de Volokolamsk) atravessa os limites temporais. O registro histórico da bravura dos combatentes soviéticos no combate à besta nazifascista, que o livro retrata, pode fazê-la parecer quase como um superpoder, porém trata-se da simples e pura decisão de viver em função de uma causa, no caso, a defesa da primeira pátria soviética, superando a iminência da morte. Este é um exemplo do poder de uma ideologia verdadeiramente encarnada e levada adiante nos momentos tempestuosos.

O livro é como uma escrita literal, pelo romancista Aleksandr Bek, do que foi narrado anos depois pelo comandante de batalhão, Baurdjan Momych-Uli, encarregado de defender a estrada de Volokolamsk, que dava acesso à capital Moscou – objetivo estratégico imediato dos nazistas. Inseguro a princípio, o comandante de batalhão havia sido colocado nesse posto de improviso pelo general de divisão Panfílov, com a tarefa nada fácil de defender uma faixa de oito quilômetros de território contra a qual, em suas palavras, seria lançada “uma divisão inteira” de nazistas.

MORRER PELA PÁTRIA?

Clausewitz, proeminente teórico militar prussiano, afirmou que a guerra é o domínio do sofrimento, do esforço e do perigo, de tal modo que sobre aqueles que nela participam atua uma força que desgasta a todos, torna tudo mais difícil e mais penoso: a fricção geral. No caso da guerra promovida pelos nazistas, este elemento era ainda mais presente como parte da estratégia, e eles próprios faziam questão de dizer que quem venceria os soviéticos era o “General Medo”.

Vejamos um caso narrado na obra em que a ação psicológica da guerra afetou os revolucionários. O comandante do batalhão, Momych-Uli, assistia a uma agitação levada a cabo pelo Comissário Político de uma companhia subordinada a seu batalhão1, na qual frisava constantemente o dever de um combatente de “morrer pela pátria”. O comandante, escutando atentamente e fatigado da agitação pela morte, refletia sobre uma frase escutada outrora: “O soldado não vai à guerra para morrer, mas para viver”. Ele aprendera, advertido por Panfílov, certa vez, que é preciso que um comandante guie seus combatentes à vitória, à vida, e não à morte. A guerra não é apenas perda, é transformação também. No caso da assim chamada Grande Guerra Patriótica, homens e mulheres superaram a si mesmos para cumprir com o seu dever patriótico e revolucionário, levando a vida na ponta dos dedos.

O que Panfílov manejava com excelência e buscou ensinar, reiteradas vezes, a Momych-Uli, é que o senso de dever e o espírito de autopreservação constituem dois aspectos duma contradição, especialmente violenta em meio à guerra. Eles se enfrentam e se excluem mutuamente e ao mesmo tempo não existem um sem o outro, de forma que um bom soldado só o é porque sobrepõe o primeiro ao segundo, convertendo a autopreservação, de medo ou autocomplacência puros e simples, em autopreservação para cumprir o dever! Essa é a forma mais honrosa de autopreservação, viver para transformar o mundo (e, no caso de uma guerra, combater), porque guiada pelo senso de dever, enfrentando, também, a morte. É disso que fala Momych-Uli, quando diz: “Não é preciso morrer pela pátria. É preciso matar pela pátria!”. Ele o disse porque era uma questão chave: inverter, na mentalidade dos soldados, qual o norte durante as batalhas, ou seja, que era preciso a audácia e a coragem para matar, e não o conformismo e “coragem” para ser derrotado e morto. É claro, todavia, que para adquirir a qualidade de verter a vida em combate era preciso forjar-se através do batismo no fogo, sem apegos covardes.

Observemos a decisão de Momych-Uli frente a um capitulador, o sargento Barambáiev, um habilidoso atirador que preferiu atirar na própria mão do que combater pela sua pátria. O comandante tomou uma decisão difícil, mas necessária, de ensinar uma lição aos que ficaram. Ordenou à unidade que o sargento comandava que o fuzilasse, tomado por uma onda de sentimentos, sobretudo de tristeza e dever, por ver um dos seus renunciar à luta enquanto outros davam provas de valentia. Nosso protagonista diz: “Haverá mortos nos combates, mas a pátria se lembrará daqueles que morreram de armas nas mãos”, e prossegue, após a execução do traidor: “Tinha o dever de gravar em letras de sangue, nas suas almas, que o traidor não poderia receber mercê!”. O que para alguns pode soar severo e desumano, contradição vivida por Momych-Uli antes de ordenar a execução, serve como exemplo da firmeza de um comandante frente aos seus soldados, sobretudo de tomar decisões difíceis e nada agradáveis.

Todavia, o elemento medo não afetava somente os soldados ou oficiais rasos. Embora firme como aço, o próprio comandante Momych-Uli relata uma reação indesejada sua, de medo, de aflição. Após mandar seu chefe de Estado-maior a uma excursão de reconhecimento nas linhas de frente, ainda antes de começadas as batalhas com os alemães, recebe dele um papel dobrado, no qual vinham escritas as palavras: Os alemães estão à nossa frente. “Estremeci, a contragosto. Teria chegado a hora H?”, conta. Noutro momento, ao levantar de sua trincheira para sair em revista à tropa, foi perturbado novamente: “Senti medo. Simplesmente medo”.

O tenente Brudny é outro exemplo na obra. Ele, que bateu em retirada sem receber ordens do comando durante uma batalha, por covardia, também relata a ação pelo medo: “Eu mesmo não compreendo nada disso que aconteceu, comandante… Foi como uma bordoada no crânio… como se outro me substituísse naquele momento, apavorado e incapaz de raciocinar”.

De fato, em todo o livro Momych-Uli relata o medo que pairava sobre os soldados, sobretudo antes do início das batalhas. Claro! Tratava-se de um batalhão formado por civis recém-ingressados, da reserva, convertidos rapidamente em militares. A guerra, terreno no qual os soldados são assediados a todo instante pela morte, só se enfrenta com a têmpera militar, advinda da instrução militar e, sobretudo, da prática militar, problema bem conhecido por Momych-Uli. 

A guerra é confronto militar, mas sobretudo ideológico, é o que evidencia a história. O medo e as amarguras da guerra afetam a todos, e não poderia ser diferente, impondo-lhes enormes desafios os quais são obrigados a superarem, sobrepassando limites seus antes desconhecidos.

A INSTRUÇÃO E O CARIZ DA TROPA

Uma das grandes preocupações de Momych-Uli era transformar a massa de civis que compunha seu batalhão em soldados rígidos, partes da legião de aço do Marechalíssimo Stalin. Era preciso ensiná-los a obedecer, em toda circunstância, prontamente às ordens, e não só obedecê-las, mas com a energia e o vigor, assim como a  trabalhar bem com a severidade e superar a frouxidão, condições subjetivas sem as quais não se é possível atravessar as dificuldades e os sacrifícios. A nível do batalhão, ele fizera isso praticamente só, já que sua unidade não dispunha de um Comissário Político.

Vejamos a importância desse adestramento. Numa conversa com o general Panfílov, Momych-Uli ficara sabendo que um dos batalhões vizinhos passava apuros. Seus soldados não aguentavam as marchas e aquele ambiente carregado de fricção geral, mesmo antes de iniciarem-se os combates, pesava-lhes os ombros como toneladas. Panfílov culpara seu chefe: “Foi preciso dispensar seu comandante… Ele tinha relaxado os soldados, por ter pena deles… Um imbecil! Pois é justamente quando temos pena deles que devemos ser mais impiedosos!”.

Evidentemente, na instrução militar soviética não se admitia torturas, como ocorrem nos exércitos burgueses, de que nada servem, aliás. Mas o livro nos faz lembrar que uma instrução militar é militar, visa a preparar a massa para suportar as terríveis privações e sofrimentos da guerra, portanto, foi preciso ministrar grandes doses de dificuldades, tensão permanente e sacrifícios sobre os soldados juntamente com um vívido trabalho político. Afinal, dissera Panfílov, “não se comanda aos berros”.

DISCIPLINA DURA EM TORNO DOS CHEFES

Mas é claro que se precisou comandar, e com mãos grandes, de aço temperado. “Na batalha, o soldado sofre o assalto de duas forças vivas: o sentimento de dever e o instinto de preservação. Depois mistura-se a isso uma terceira força, a disciplina, que assegura, no fim das contas, o triunfo da primeira”, lembrara dessa frase o nosso comandante de batalhão.

Tendo em conta isso, Momych-Uli logo fizera seu batalhão entender que para exercer o domínio sobre os efeitos do medo, para vencer o desespero, é chave e exige-se, além do sentimento de dever – que é a consciência política e decisão ideológica –, a disciplina. Ele dissera, em discussões com seus soldados: “Aprenda: o mais duro, o mais penoso no Exército é obedecer! Muitas vezes você achará injusto o seu comandante, terá vontade de responder-lhe e ele lhe dirá: silêncio! Nossa disciplina é dura, mas um exército só pode existir por tal preço!”. A quem discorda de Mumych-Uli, basta procurar sobre o já citado batalhão vizinho ao de Momych-Uli, cujo chefe tinha pena de seus soldados. Quem ler o livro saberá qual fim tiveram aqueles soldados entregues a um comando pusilânime.

Na batalha contra a besta nazista, a falta de um cabeça, de um chefe, mesmo nas unidades de base, fez o batalhão de Momych-Uli entrar em apuros, assim como todo o Exército Vermelho. Quando o chefe estremece, estremece toda a unidade.

Mesmo para Momych-Uli, a simples presença do seu chefe, Panfílov, era algo de esplêndida. Ele relata o sentimento extraordinário que o assaltava ao trocar simples palavras com o general, ou ao saber que ele ali estava. A infusão de coragem, de clareza, de convicção na vitória após longas ou curtas conversas. Daí a força e importância de um reconhecido chefe.

Temperado na mais elevada disciplina e senso de dever, diferentemente do exército reacionário e seus comandos, Momych-Uli nos ensina que todo heroísmo coletivo e individual, de soldados e do Exército Vermelho, em geral se deveu aos chefes exemplares e que encarnaram com vigor o que se demanda na guerra. Diz ele: “Não é absolutamente coisa fácil lançar os soldados a uma carga. Eles nunca obedecerão a uma tal ordem, se não houver um chefe que se levante por primeiro e se jogue para frente”. E tais palavras são verdadeiramente corretas! O comandante é o exemplo em que os soldados devem se mirar, aquele que sacrifica primeiro seus interesses pessoais, se despe de toda sorte de individualismo e leva aos seus comandados o ânimo e otimismo revolucionários, sabendo conduzi-los como hábil maestro, sem o que qualquer batalha seria levada à derrota.

A leitura dessa importante obra é um divisor de águas para todos os ativistas populares. Em especial para os mais avançados. Lenin disse, não à toa, que o Partido Bolchevique devia se espelhar na forma orgânica e na disciplina dos Exércitos profissionais e, em diferentes graus e níveis de exigência, pode-se dizer o mesmo para toda organização popular em tempos como este. Lenin também foi formulador, em 1918, das consignas: Realizar tudo à maneira militar! e Disciplina militar nos assuntos militares e em todos os demais!  Enquanto durar imperialismo, em um ambiente assim estamos submersos. Ademais de seu valor literário, esta é a base da importância atemporal dessa obra. O final de sua história, que compõe a história de luta do proletariado internacional, nos dá valiosas lições e motivos para se comemorar.
Nota:

  1. As unidades militares, habitualmente, são, do menor ao maior: equipe; esquadra; grupo de combate ou seção; pelotão; companhia, bateria ou esquadrão; batalhão ou grupo; regimento, brigada, divisão, corpo-de-exército, exército, grupo de exércitos e teatro de operações. Cada unidade é formada por uma determinada quantidade de unidades inferiores.
Movimento Estudantil

México: Massas e revolucionários rechaçam e boicotam eleições para deputados

por MEPR
Publicado em junho 24, 2021
1 minuto de leitura

Matéria retirada do jornal A Nova Democracia

Em 6 junho de 2021, durante as eleições federais para deputados, movimentos populares, junto das massas organizadas, realizaram marchas e pichações conclamando ao boicote ativo à farsa eleitoral.

Nas cartilhas de voto, onde se assinala qual será o partido/candidato votado, as massas escreviam coisas como As eleições não são a solução! Assim como também denunciavam o desaparecimento de familiares, a repressão e o sequestro de normalistas durante os protestos estudantis recentes – em casos que evidenciam o alto nível de feminicídios no país.

Nas cartilhas de voto, onde se assinala qual será o partido/candidato votado, as massas escreviam coisas como As eleições não são a solução! Assim como também denunciavam o desaparecimento de familiares, a repressão e o sequestro de normalistas durante os protestos estudantis recentes – em casos que evidenciam o alto nível de feminicídios no país.

  • Povo de Michoacán rechaça a instalação de cabines de voto. Foto: http://solrojista.blogspot.com/
Em diversas partes do país apareceram pichações escritas Não votar! Reconstituir o Partido Comunista do México!. Foto: http://solrojista.blogspot.com/

Movimento Estudantil

Manifestantes tomam as ruas!

por MEPR
Publicado em junho 23, 2021
1 minuto de leitura

Juventude aponta o caminho da luta presencial, independente e combativa.

Sem ilusões! Já apontamos que o caminho para garantir os nossos direitos é através da luta presencial. E com esse espirito que nós, do MEPR, intervimos nas manifestações de Sábado. Nossas palavras de ordem apontando o caminho da revolução agrária, denunciando a perseguição ao movimento camponês, exigimos liberdade imediata para os quatro camponeses presos de Rondônia.

Intervenção no Rio de Janeiro – AND
RJ – Foto: AND
Manifestantes usavam boné da LCP, alguns confeccionados a mão. foto : AND
BH – Foto: AND
Curitiba –  Foto: APUFPR-SSIND.
Belém. Foto: AND
Porto Velho – RO. FOTO: AND
Porto Velho – RO. Foto: AND
Recife – PE. Foto: AND
Recife – PE. Foto: AND
Dourados – MS. Foto: AND[
No Distrito Federal, manifestantes levantam faixa em repúdio a governo de Bolsonaro e generais e conclamam: Viva a LCP!. Foto: Banco de dados AND

Abaixo o governo militar e genocida de bolsonaro!

Liberdade imediata para os quatro camponeses presos de Rondônia!

Rebelar-se é justo!

Movimento Estudantil

DF: Em mais um dia de manifestação, cerca de 2000 indígenas enfrentam repressão em frente a Funai

por MEPR
Publicado em junho 23, 2021
1 minuto de leitura

Repercutimos aqui a matéria do Jornal A Nova Democraica.

No dia 16 de junho, cerca de 2000 indígenas de 40 povos e de todas as regiões do país, que participam da mobilização em Brasília intitulada “Levante Pela Terra”, realizavam uma manifestação na entrada do prédio da Fundação Nacional do Índio (Funai), quando foram atacados pelos Policias Militares (PM) com bombas lacrimogêneo, spray de  pimenta e ameaças de arma de fogo as lideranças.

Altivamente responderam ao ataque da PM com pedras e flechadas. Em palavras de ordem, durante todo o ato, diziam: Sangue indigena nem uma gota a mais! Demarcação Já! Fora Bolsonaro!

Em entrevista a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) durante o ato, Thiago Karai, liderança indígena dos Guarani Mbya da Terra Indígena (TI) Jaraguá, denunciou: “O único interesse da Funai é abrir as terras indígenas para os madeireiros, especuladores e fazendeiros, o único interesse da Funai é abrir as aldeias para os invasores”. E seguiu afirmando: “A Funai hoje vem sendo usada para tirar os nossos direitos, e nós vamos resistir, vamos continuar aqui! E se for preciso eles vão derrubar sangue indígena na Funai, mas nós vamos resistir aqui! Nós vamos continuar lutando!”.

Tiago também denunciou a repressão e as ações da Funai: “O presidente da Funai recebe os ruralistas, recebe aquelas pessoas que nos ameaça, aqueles que são contra os nossos direitos, mas no momento que estamos aqui exigindo falar com ele, ele se acovarda e esconde lá dentro e coloca seus cães de caça aqui!”. Disse ainda: “Mas nós vamos continuar aqui, não importa quantos capitães do mato eles coloquem na nossa frente!”.

Denunciam também que quem se opõe hoje ao governo é preso, perseguido, criminalizado. Em ato simbólico, queimaram a foto do presidente Marcelo Xavier e o destituíram do cargo.

Indígenas resistem a ações de repressão da PM durante ato em frente a Funai. Foto: Mídia ninja
  • Manifestantes chamam batalhão do choque de “Cães de guarda” do “covarde” presidente da Funai.

Teoria

Nota conjunta: Liberdade para os 4 camponeses presos!

por MEPR
Publicado em junho 12, 2021
7 minutos de leitura

Todo apoio à luta dos camponeses do Acampamento Manoel Ribeiro

Liberdade para os 4 camponeses presos!

Desde abril deste ano o acampamento Manoel Ribeiro, em Chupinguaia – RO, dirigido pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP), tem sido alvo de uma verdadeira operação de guerra criminosa contra os camponeses que lutam por um pedaço de terra para plantar e sobreviver.

A fazenda Nossa Senhora Aparecida, ocupada pelas 200 famílias, é a última parte da antiga fazenda Santa Elina. Tomada em agosto de 2020 as famílias camponesas resistiram por 10 meses sob ataques de pistoleiros e fustigamentos da polícia militar enviada pelo governador pau mandado dos latifundiários coronel PM Marcos Rocha e seu secretário de segurança, também coronel PM Hélio Cysneiros Pachá, conhecido como o carniceiro de Santa Elina. Estas terras, em 1995, foram palco de uma das maiores resistências armadas camponesas da nossa história recente. O acampamento com mais de 600 famílias foi covardemente atacado às 3 horas da madrugada, quando homens, mulheres, crianças e idosos dormiam. Sob intenso tiroteio, a autodefesa dos camponeses respondeu ao fogo assassino das tropas de policiais e pistoleiros. O tiroteio terminou às 6 horas da manhã com o fim das munições dos camponeses, sendo o acampamento invadido pela fúria assassina de policiais que desferiam golpes de facão em feridos, mulheres e homens rendidos e arrastados e levados para uma área vizinha. Feridos foram arrematados, inclusive uma menina de 7 anos, a pequena Vanessa foi alvejada, morrendo na hora, e centenas, inclusive mulheres e crianças, foram torturadas, aterrorizadas e pelo menos 16 assassinadas. Tal episódio, que ficou conhecido mundialmente como “Massacre de Corumbiara” (sendo lembrado pelo movimento camponês combativo como “Batalha de Santa Elina”) teve participação direta do à época tenente PM Hélio Cysneiros Pachá, o coronel atual secretário de segurança pública. O mesmo que preparava um novo cerco e massacre dos camponeses do acampamento Manoel Ribeiro.

O governo de Rondônia através dos seus aparatos policiais (primeiro como pistoleiros) a soldo do latifúndio e depois com todo o aparato policial do velho Estado, logo reforçado por tropas federais da Força Nacional de Segurança, promoveram uma operação de cerco militar às centenas de famílias do acampamento Manoel Ribeiro. Neste criminoso cerco, praticaram todo tipo de intimidação à população circundante da fazenda, áreas já conquistadas pelas massas camponesas, com abordagens e revistas humilhantes e toda forma de abusos: interrogatórios, corte de cerca e invasão da área ocupada, entre outras ilegalidades. Além de manter as estradas controladas e a região como verdadeira zona militarizada. Nas ações repressivas a polícia militar lançou bombas de efeito moral, de gás lacrimogêneo, gás de pimenta, disparos de balas de borracha e de munição letal. Ademais dos sobrevoos de helicóptero na área do acampamento e tentativas de despejos totalmente à revelia das próprias leis que dizem defender, dentre outras práticas de tortura psicológica contra as famílias durante todo o dia e noite, inclusive durante a madrugada. Ainda mais, o governo chegou a suspender os atendimentos do serviço público de saúde e, de forma completamente absurda, paralisou a vacinação contra o Covid-19 nas cidades da região durante o momento mais crítico da pandemia em nosso país.

Mesmo após a ordem judicial que suspendia a reintegração de posse, fruto da resistência combativa dos camponeses e da ampla solidariedade que se desenvolveu em apoio ao acampamento, os fustigamentos e ataques persistiram, mostrando que, de fato, o Estado reacionário, para defender os interesses dos latifundiários ladrões de terras da União, violam suas próprias leis. Declaram abertamente que seu objetivo é barrar a luta camponesa e de que, se preciso for, farão novos banhos de sangue. Porém, seus planos têm sido frustrados diante da combatividade e determinação dos heroicos camponeses em luta e do amplo apoio de revolucionários e democratas no Brasil e em todo o mundo.

Em meio a essas criminosas investidas, dois camponeses foram presos, covardemente espancados e absurdamente condenados a dois anos de prisão. Além disso, no dia 14 de maio, policiais cortaram a cerca e invadiram com duas viaturas, perseguindo e atropelando alguns acampados que protegiam o acampamento, prendendo 4 deles, que agora são alvos de acusações infundadas e flagrantes forjados, como o caso do revólver plantado na mochila da acampada Estefane, uma entre os presos. A arma tinha um cartucho deflagrado e com isto a acusação de que esta acampada teria disparado contra os policiais, daí terem entrado na área.

Diante disso, conclamamos a todos a se somarem na campanha pela liberdade imediata dos 4 camponeses presos: Ezequiel, Luís Carlos, Estefane e Ricardo, e pelo fim imediato do processo injusto contra eles e os 2 camponeses presos em março e injustamente condenados a 2 anos de prisão! Lutar não é crime e sim um justo direito do povo!

Enquanto realizam essas barbaridades, cinicamente atacam os camponeses acusando-os de “terrorismo” em conluio com as difamações da imprensa “marrom”. Afirmamos que os verdadeiros terroristas em Rondônia são os latifundiários ladrões de terra da União, com seus bandos armados, seu velho Estado, e demais serviçais e porta-vozes. E o que dizer de Bolsonaro e o governo militar de fato, que já levou à morte quase 470 mil brasileiros e brasileiras! Terrorismo é o que ocorreu também na favela do Jacarezinho, onde a polícia assassina executou 28 pessoas e cerceou, como de costume, todos os direitos civis e individuais da população de mais ou menos 80 mil pessoas que lá residem.

Denunciamos que toda a enxurrada de calúnias para criminalizar a luta pela terra e a satanização da LCP é no claro objetivo de criar opinião pública e justificar a repressão desenfreada, a perseguição e prisão dos camponeses organizados na luta. Inclusive a aplicação de seus sinistros planos de execuções encobertas, como são os casos de apoiadores, ativistas e dirigentes da LCP assassinados.

Ainda mais, denunciamos que tal campanha tem por objetivo criminalizar não só a luta do acampamento Manoel Ribeiro e a luta pela terra, mas também toda luta popular em nosso país. Dessa forma, é dever de todos os democratas e revolucionários denunciar essa investida da reação. A defesa da luta dos camponeses pobres em Rondônia é a defesa do direito de nosso povo deter um pedaço de terra para plantar e sobreviver, de lutar por suas necessidades mais básicas, por uma nova sociedade, por umBrasil Novo e pelo fim desse sistema de exploração e opressão! A revolução agrária é a base para se estabelecer uma nova e verdadeira democracia em nosso país.

Também devemos nos perguntar: por que esse Estado burocrático-latifundiário ataca com tamanha ferocidade os camponeses do acampamento Manoel Ribeiro organizados pela Liga dos Camponeses Pobres? É porque sabem dessa situação em que, por um lado temos o latifúndio e a concentração de terras nas mãos de um punhado de parasitas ladrões de terra (roubadas dos camponeses, povos indígenas e quilombolas e da União), enquanto do outro temos milhões de famílias sem acesso à terra para plantar e viver com dignidade. Ademais de outros milhões de famílias de pequenos e médios agricultores que produzem mais 70% do alimento básico da população do país e que sobrevivem como uma economia permanentemente arruinada, sem créditos minimamente suficientes e sem política de preços dos governos que privilegiam indecentemente o “agronegócio”. Tal é a questão agrário-camponesa, o problema secular nunca resolvido e base da situação de atraso da Nação. É a causa da pobreza da maioria do nosso povo e de todas as desigualdades e injustiças absurdas de nossa sociedade. E que, enquanto esse problema não for resolvido, nada nem ninguém pode parar a luta pela terra.

Além disso, sabem que os camponeses do acampamento Manoel Ribeiro apontam o caminho da solução desse problema, através da tomada e distribuição de terra aos camponeses pobres sem terra ou com pouca terra em nosso país, da destruição do latifúndio parte por parte, ou seja, através da Revolução Agrária. Este é o caminho para a emancipação do nosso povo e da Nação e sabem que ele arrastará milhões. Milhões de massas que se levantarão para varrer o latifúndio, a semifeudalidade e tudo o que é atrasado e caduco, a começar pelos corruptos grupos de poder das frações da grande burguesia e latifundiários, serviçais do imperialismo, principalmente ianque e seu moribundo Estado burocrático-latifundiário.

É por isso que os latifundiários e toda a reação mostram seus dentes, esbravejam furibundos e lançam toda a repressão contra os camponeses do acampamento Manoel Ribeiro, a começar pelo seu presidente falastrão, Bolsonaro, que no 1º de maio, falando para criadores de gado, atacou a LCP, voltando a ameaçá-la no 7 de maio ao inaugurar a ponte sobre o rio Madeira na divisa de Rondônia e Acre. A luta camponesa é um fantasma que os assombra e farão de tudo para tentar barrá-la. Mas será em vão, pois com sua repressão só fazem aumentar o ódio e rebeldia das massas contra este sistema de exploração e a unir nosso povo mais firmemente contra todos esses ataques covardes.

Dessa forma, fazemos um chamado aos estudantes e toda a juventude de nosso país a se colocarem ativamente em defesa do acampamento Manoel Ribeiro e da LCP, impulsionando a campanha de solidariedade e pela liberdade dos 4 presos, que toma cada dia mais força e se estende a todos os cantos de nosso país e internacionalmente. Que façamos de nossas escolas, universidades, nossos bairros e cidades caixas de ressonância e que ecoe em todos os lugares a justa bandeira de “terra para quem nela trabalha!” É nosso dever levantar nossas vozes e bandeiras em defesa dos heroicos camponeses de Rondônia.

Se o governo militar genocida de Bolsonaro quer levar uma verdadeira guerra civil reacionária contra nosso povo e principalmente as massas camponesas, a juventude combatente responderá contundentemente, lutando firmemente ao lado dos camponeses, dos operários e todo nosso povo, se vinculando às suas lutas e levantando, contra esses ataques, a bandeira de uma grande e completa transformação em nossa sociedade, a bandeira de um Brasil Novo, que passa inevitavelmente pela Revolução Agrária, como parte da revolução de Nova Democracia ininterrupta ao socialismo.

Todo apoio ao Acampamento Manoel Ribeiro e à LCP!

Viva a Liga dos Camponeses Pobres!

Abaixo a criminalização da luta pela terra!

LIBERDADE PARA OS PRESOS POLÍTICOS DO ACAMPAMENTO MANOEL RIBEIRO!

Terra para quem nela trabalha!

Abaixo o governo militar genocida de Bolsonaro!

Viva a Revolução Agrária, morte ao latifúndio!

AP – Alvorada do Povo

MEPR – Movimento Estudantil Popular Revolucionário

UV-LJR – Unidade Vermelha – Liga da Juventude Revolucionária

Movimento Estudantil

Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) marca presença em manifestação nacional dia 29 de maio.

por MEPR
Publicado em junho 11, 2021
3 minutos de leitura

Diversas organizações populares, estudantis, sindicatos, e trabalhadores saíram as ruas no último 29 de maio para protestar contra o governo genocida de Bolsonaro e seus generais que massacra diariamente nosso povo no campo e na cidade. As milhões de massas saíram as ruas nacionalmente exigindo vacina, emprego, protestando contra os cortes de verbas nas universidades e rechaçaram de forma contundente o governo que já ceifou a vida de mais de 450 mil brasileiros durante a pandemia do novo coronavírus. De norte a sul do Brasil o movimento estudantil combativo se organizou em blocos vermelhos demarcando uma linha entre os que escolheram o caminho da luta e os que escolheram os caminhos das ilusões e das eleições.

Nossos blocos vermelhos e combativos prestaram solidariedade aos camponeses do Rondônia, exigindo a libertação imediata para Ezequiel, Luís Carlos, Estefane e Ricardo, os quatro camponeses presos. Denunciamos os crimes e o cerco militar ao acampamento Manoel Ribeiro – RO, deixando claro que fazemos da bandeira da LCP a nossa, sendo a revolução agrária o caminho para iniciar a libertação da Nação. Entoamos: De norte ao sul, do sul ao norte: avança a liga dos camponeses pobres!

No Rio de Janeiro, onde a manifestação se concentrou no monumento Zumbi dos Palmares, um enorme bloco independente se formou com o Movimento Estudantil

Popular Revolucionário (MEPR), Unidade Vermelha – Liga da Juventude Revolucionária (UV – LJR), Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação (MOCLATE) e o Coletivo UFF Para O Povo. O bloco carregou faixas que denunciavam o governo genocida de Bolsonaro e generais, outra que exigiam a liberdade imediata aos camponeses presos do Acampamento Manoel Ribeiro em Rondônia assinada pelo MEPR, e uma contra os cortes de verbas nas universidades assinada pelo Coletivo UFF Para O Povo.

Próximo ao final do ato, ativistas incendiaram duas bandeiras do autointitulado

“Estado de Israel” sob palavras de ordem “Fora de Gaza, Israel fascista” e “E vivam as bombas e as malvinas da heroica resistência Palestina”.

Em São Paulo na capital paulista, centenas pessoas foram às ruas em rechaço ao governo. O ato cotou com centrais sindicais, organizações populares e muitos trabalhadores que se uniram aos estudantes para denunciar os crimes do velho Estado contra as massas.

O MEPR levou um bloco com uma faixa que dizia: Liberdade aos presos políticos do Acampamento Manoel Ribeiro em apoio a luta pela terra e contra os crimes do latifúndio contra os camponeses pobres.

Em Minas Gerais milhares de pessoas foram as ruas. Na capital mineira o ato contou com mais de 50 mil pessoas que se concentraram na Praça da Liberdade (em frente ao palácio do governo) encerrando na Praça da Estação.

Um bloco independente e combativo com a bandeira da Palestina ergueu uma faixa que dizia: Nem Bolsonaro e nem Mourão, nem congresso de corruptos e Fora as forças armadas reacionárias! E outra que prestava solidariedade aos camponeses do Acampamento Manoel Ribeiro.

Em Rondônia onde a luta pela terra do movimento camponês combativo é a principal luta do estado, o Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Rondônia – DCE/UNIR, Centros Acadêmicos e Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior – ANDES mobilizaram a manifestação em Porto Velho com concentração no prédio da UNIR Centro a partir das 9 horas da manhã.

Em um bloco combativo os estudantes independentes e os trabalhadores denunciaram o governo genocida de Bolsonaro e generais, exigiram liberdade aos presos políticos do Acampamento Manoel Ribeiro e puxaram palavras de ordens por vacina, comida e educação. Enquanto as massas mais pobres apoiavam e gritavam “Bolsonaro genocida” pelas ruas de Porto Velho, grupelhos fascistas e policiais à paisana ameaçam a manifestação e atacavam os manifestantes com insultos, logo a juventude combatente garantiu que esses grupelhos desistissem de continuar com os insultos.

Por todo país foram vistos blocos combativos e independentes exigindo liberdade aos presos políticos de Rondônia, denunciando o governo genocida que reprime o povo pobre no campo e na cidade, gritando palavras de ordem por vacina, educação e comida e demarcando uma linha clara entre as massas combativas que se preparam para grandes levantes populares e os inimigos da nossa classe.

Por uma educação pública, gratuita e que sirva ao povo!

Liberdade imediata para os quatro camponeses presos de Rondônia! 

Rebelar-se é justo!

Movimento Estudantil

Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) se une à campanha de pichações em apoio aos camponeses da LCP.

por MEPR
Publicado em junho 11, 2021
1 minuto de leitura

Desde que os camponeses retomaram todas as terras da antiga fazenda Santa Elina, palco da heroica resistência armada de Corumbiara em 1995 e formaram o Acampamento Manoel Ribeiro, o latifúndio ao lado do velho Estado vem promovendo uma odiosa campanha de perseguição, intimidação e assassinatos aos camponeses que resistem bravamente ao cerco da polícia e dos pistoleiros da região.

Desde a retomada das terras, uma verdadeira operação terrorista foi imposta aos camponeses com gás lacrimogênio, sprays de pimenta, uso de helicópteros e cercos que impediram a entrada de insumos e a ação de profissionais de saúde em plena pandemia do novo coronavírus prejudicando mais de 200 famílias do acampamento. 

Além disso, o próprio gerente de turno desse velho Estado, o genocida Bolsonaro ameaçou a Liga dos Camponeses Pobres (LCP) dizendo que os camponeses da LCP estavam levando terror ao estado de Rondônia numa clara tentativa de criminalizar o movimento camponês.

Desde então movimentos combativos e independentes vem prestando seu apoio aos camponeses nos muros das cidades por todo Brasil, em defesa da Revolução Agrária e em apoio aos camponeses em luta.

Pichações foram vistas em Goiânia (GO) com assinatura do Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) e no Rio de janeiro (RJ) no Túnel Noel Rosa no bairro de Vila Isabel.

VIVA O ACAMPAMENTO MANOEL RIBEIRO!

VIVA A LIGA DOS CAMPONESES POBRES!

VIVA O MOVIMENTO ESTUDANTIL COMBATIVO!

REBELAR-SE É JUSTO.

Movimento Estudantil

VITORIOSO CINEDEBATE SOBRE QUESTÃO PALESTINA É REALIZADO NO RIO DE JANEIRO

por MEPR
Publicado em junho 4, 2021
1 minuto de leitura

No último dia 21 de maio, cerca de 30 militantes do Movimento Estudantil Popular
Revolucionário (MEPR) com participação online da organização Sanaúd – Juventude
Palestina, realizaram um cinedebate com o documentário “A história Sionista”, que
retrata da formação do processo de colonização da Palestina e a relação do
imperialismo inglês e estadunidense na criação do autodenominado “Estado de
Israel”.
No início da atividade uma representante da Sanaúd expôs brevemente sobre a
situação da Palestina nos últimos meses principalmente desde os recentes ataques
fascistas aos palestinos, e logo após o documentário, houve uma rodada de falas e
discussões sobre a questão palestina e a origem política da ocupação sionista na
Palestina.
Os militantes do MEPR também falaram sobre a questão camponesa e a luta pela
terra no país e a relação das lutas populares no mundo todo com as lutas populares
no Brasil.

(Ao lado da bandeira palestina, a bandeira do companheiro Renato Nathan)

Teoria

Nota conjunta em defesa do caminho da luta presencial classista e combativa!

por MEPR
Publicado em junho 3, 2021
11 minutos de leitura

A juventude revolucionária escolhe o caminho da luta presencial combativa e classista e não o da conciliação! Fascistas não passarão!
Abaixo o imobilismo dos pós-modernos e oportunistas, traidores do povo!

Estamos vivendo a mais grave crise econômica, política, social e sanitária de todos os tempos. O Brasil já ultrapassou o horrendo número de 460 mil mortos pela covid-19, números que se assemelham a guerras mundiais, e mais de 16 milhões e 500 mil infectados. O sistema de saúde no país entrou em colapso, pessoas estão morrendo nas filas dos hospitais esperando por atendimento, não sendo possível identificar 1ª, 2ª ou 3ª ondas, já que em nenhum momento houve de fato uma queda significativa de casos/óbitos. Pilhas de cadáveres se acumulam em valas comuns, como no caso de Manaus. Já não bastasse a letalidade desse vírus, soma-se a isso a política de genocídio do governo militar de Bolsonaro, estando à frente do Ministério da Saúde durante o maior período da pandemia o general da ativa Pazuello, substituído por um novo coveiro com diploma de medicina, já sendo o quarto ministro da saúde a ocupar o posto macabro.

Enquanto Bolsonaro tagarela seus disparates populistas, supostamente de defesa do emprego e da sobrevivência econômica do povo, dá de ombros para as milhares de vidas perdidas diariamente. Sua preocupação com a economia é restrita apenas aos grandes burgueses, aos latifundiários, nunca foi com o trabalhador ambulante, o dono do espetinho, enfim, com o povo trabalhador. Vivemos a máxima desvalorização humana e a máxima valorização das coisas, dos produtos, das milhares de quinquilharias que o sistema imperialista produz e precisa comercializar a qualquer custo, inclusive ignorando milhões de mortes numa pandemia. Pandemia esta que se assemelha a uma guerra mundial, gerando maior concentração de riquezas e destruição de forças produtivas, além do incremento das políticas contrainsurgentes.

Desde o início da pandemia nós, jovens revolucionários, seguimos lutando para manter firme os nossos compromissos com o povo. Compreendendo esse momento dramático que vive as amplas massas em nosso país, lutamos para quebrar os muros das escolas e universidades e servir ao povo no campo e na cidade, encarnando com firmeza essa nossa consigna. Com as massas mais profundas do nosso país, participamos ativamente da construção de comitês sanitários, realizamos centenas de ações de solidariedade e atuamos ativamente com a parcela mais pobre do nosso povo na luta por suas reivindicações: vacina, alimentação, auxílio emergencial de 1000 reais, saneamento básico, saúde, lazer, esporte e moradia. Compreendemos todos os riscos de atuar presencialmente, não somos negacionistas, pelo contrário, manejamos a ciência em todos seus âmbitos, principalmente na luta para transformar essa sociedade, e em toda a nossa atuação lutamos para garantir todas as medidas sanitárias necessárias. Tomamos essa decisão por entender que na maior crise que o mundo e o nosso país já enfrentou, não poderíamos estar em outro local que não fosse com as massas, não para “combater o vírus” (palavra de ordem dos monopólios de imprensa), e sim nos organizando para nos proteger do vírus e combatendo e resistindo aos ataques desse governo militar genocida de Bolsonaro.

Assim como no âmbito da luta por um ensino público, gratuito e a serviço do povo, levantamos alto a bandeira de luta contra a EaD, mostrando o caráter reacionário e privatista dessa medida, estimulada por grandes monopólios como o grupo Cogna, pavimentando o caminho da privatização do ensino público no país, em especial do ensino superior. Aliás, importante ressaltar aqui como o governo financiou medidas para facilitar a imposição da EaD, distribuindo ‘tablets’ e ‘notebooks’, chegando inclusive a pagar planos de internet e chip de celular para que os estudantes tivessem acesso. É no mínimo curioso como o mesmo governo que pregou desde o início que nada deveria ser fechado e tudo deveria funcionar normalmente, tenha se empenhado tanto em manter a EaD no ensino fundamental, médio e superior. Seguimos em luta enfrentando a EaD, puxando o boicote ativo, mobilizando por vacinação para todos professores e demais trabalhadores do ensino e ampla testagem dos estudantes, para abrir escolas e universidades para o povo, não para ter aulas seguindo o calendário do ano letivo regular, e sim com projetos de extensão para ligar o conhecimento científico da Universidade às necessidades do povo, para arrecadação e distribuição de alimentos, reforço de conteúdos que já foram transmitidos presencialmente em turmas reduzidas, aulas online somente optativas e não obrigatórias, garantia de alimentação para todos os alunos e aulas públicas de instrução sanitária (seguindo todas medidas de distanciamento) para reforçar as medidas de controle sanitário e organizar toda a comunidade para brigar por melhores condições de infraestrutura das escolas e universidades para que na retomada das aulas tenham condições de aplicar as medidas de controle sanitário.

Por termos tomado a decisão de seguir o caminho da luta fomos duramente atacados, chegando inclusive a sermos acusados de genocidas por distribuir máscaras, álcool em gel e cestas básicas junto das massas. Ataques esses originados principalmente dos imobilistas pós-modernos, corrente essa que é dirigida diretamente pelos monopólios de imprensa e humanistas de ocasião (João Dória, Eduardo Paes, Alexandre Kalil, Ronaldo Caiado, Ratinho Jr, Eduardo Leite e etc), que acusam todos aqueles que não estão deitados em cima da cama assistindo netflix e pedindo comida por aplicativos de serem espalhadores de vírus, dizendo que só é pra sair de casa se for para ‘trabalhar’. Para essas pessoas pouco importa se os trabalhadores estão amontoados no transporte público, se as geladeiras estão vazias e nosso povo está passando fome, se as torneiras não possuem água potável, se os esgotos estão a céu aberto, se existem casas minúsculas que abrigam famílias inteiras e os filhos do povo estão largados a própria sorte nos rincões do nosso país enquanto seus pais vão à luta pelo prato de comida. Se arvoram defensores da vida, questionamos: que vida? Desde quando largar o povo a própria sorte e sofrimento é defesa da vida? Esses ataques não passam de uma maneira rasteira e podre de justificar o próprio imobilismo e individualismo, acham que diante de tantos crimes cometidos contra o povo, basta simplesmente fazer ‘tuítaços’ e aguardar as eleições de 2022 para que tudo seja resolvido.

Desde que foram anunciados os cortes escabrosos na verba das universidades federais e estaduais, se colocou de imediato a necessidade da mobilização presencial jogando para luta inclusive setores que antes faziam coro com o imobilismo. Ainda assim grupelhos pós-modernos e eleitoreiros (crentes de que basta ficar em casa e aguardar a farsa eleitoral de 2022) já iniciaram, ainda na fase de mobilização, a disparar ataques contra todos que estavam dispostos a ir as ruas para a lutar, igualando as manifestações aos atos fascistas dirigidos pela extrema-direita bolsonarista. Aqui é importante destacar, todas as pessoas que ainda que não se sentem seguras para atividades presenciais, mas não condenam aqueles que lutam, pelo contrário apoiam e ajudam na medida do possível, em nada tem relação com os imobilistas que apontam os canhões chegando a chamar manifestantes de genocidas.

Para esses grupelhos eleitoreiros e pós-modernos egoístas, que ganharam reforço dos monopólios de imprensa com suas análises do ‘erro tático de ir massas para rua’ onde o correto seria ‘esperar Bolsonaro se desgastar e cair sozinho em 2022’, gostaríamos de expressar nosso mais profundo desprezo. Uma nova época da luta de classes em todo o mundo foi inaugurada com a condição similar de guerra mundial imposta pela pandemia, as massas em rebelião nos Estados Unidos contra o assassinato do trabalhador preto George Floyd abriram com fogo o caminho dessa nova época, como despretensiosamente se pronunciou Gianna, filha do George: ‘O papai mudou o mundo’. Durante todo esse período manifestações combativas varreram o mundo de cima a baixo, passando pela Sérvia, Myanmar, Reino Unido, Bélgica, França, Argentina, Chile, Paraguai, recentemente na Colômbia e a heroica resistência do povo palestino. Inclusive soa no mínimo como hipocrisia todo entusiasmo, fotos e vídeos que esses grupelhos publicavam desses protestos, recebendo animados as justas derrubadas de estátuas de colonialistas e escravocratas, e hoje jogam pedras contra aqueles que foram às ruas em nosso país. Aliás, estudos realizados para analisar as infecções por covid-19 nos EUA após os protestos não identificaram nenhuma explosão de casos, isso ocorre porque aqueles que foram às ruas são a parcela das massas que mais toma em consideração as medidas sanitárias de proteção contra o vírus.

Não houve um momento sequer na história de toda a sociedade de classes em que a luta foi suspensa ou paralisada por qual motivo que seja, pois, para que isso ocorresse seria necessário um fenômeno inédito na sociedade, em que milagrosamente a existência e antagonismo das classes fosse paralisada. Não existe isso de que toda a sociedade tem o inimigo comum o vírus do covid-19, isso é ignorar completamente a profunda divisão de classes que existe em todo mundo, não somente em nosso país. Quanto oxigênio faltou nos hospitais privados mais caros do nosso país? Quantos ricaços ficaram sem atendimento médico por superlotação desses hospitais? Quantos pobres viajaram para os EUA para serem vacinados por fora da fila? Quantos milhões lucraram as grandes redes de supermercado (fechando em raríssimos momentos), em contrapartida das lojas de bairro que foram forçadas a fecharem por um longo período? Quantas pessoas do nosso povo tem reserva financeira suficiente para ficar em isolamento permanente na pandemia? Não se precisa de nenhum esforço profundo para ver que essa unidade geral de combate ao vírus não passa de fraseologia oca e demagogia. A maior fortaleza do nosso povo para se proteger do vírus é a sua organização, mais do que nunca se faz necessário reforçar a mobilização, politização e organização das massas, fora desse caminho o que resta ao povo é o genocídio escancarado ou velado.

Os camponeses pobres em luta em Rondônia são um exemplo a seguir por todos nós, vemos centenas de famílias mobilizadas, tomando em suas mãos o direito a um pedaço de terra, mesmo sob o cerco do velho Estado, sofrendo ataques de grupos repressivos policiais e paramilitares, tendo interrompido atendimento a saúde pública, mesmo assim durante mais de um ano de pandemia estão mobilizados impondo diversas derrotas ao latifúndio e ao velho Estado, o que obrigou Bolsonaro a sair para o confronto direto com a Liga dos Camponeses Pobres. A mobilização dos camponeses é o norte para nossa luta, demonstração de valentia, de que nem mesmo a pandemia pode parar a marcha irrefreável de nosso povo para a luta combativa, pois a pandemia ao contrário de amenizar as contradições fundamentais de nossa sociedade, as agravou ainda mais, pois as condições de vida tem sido cada vez mais difíceis e a miséria atinge milhões de famílias.

Não houve um só direito conquistado no nosso país em toda história que não seja no terreno da luta popular, muitas vezes em condições duríssimas. Os mesmos que se colocam hoje contra os que lutam, seriam os que acusariam de irresponsáveis todos aqueles que foram para as trincheiras na primeira grande guerra imperialista boicotar a guerra e mobilizar os soldados para apontarem suas armas contra as classes dominantes locais. Diriam ‘fique em casa e esperem o fim da guerra, depois resolvemos com o governo’, seriam os mesmos que condenariam todos aqueles no mundo inteiro que enfrentaram o nazifascismo. Em nosso país condenariam quem não se trancou em casa no AI-5 e decidiu ir para a luta contra o regime militar fascista, afinal é ‘loucura decidir lutar em condições duras de repressão, o ideal é esperar que as coisas se ajeitem por si mesmas’.

Sem luta presencial não conquistaremos nada, os cortes de verbas passarão, as universidades entrarão na esteira dos leilões das ditas ‘parcerias público-privadas’, vacinas vão continuar sendo um sonho distante e o genocídio prosseguirá. Somente a luta popular revolucionária decidida é capaz de enfrentar e derrotar o fascismo, eleição nenhuma em nenhum momento da história derrotou o fascismo, é um erro gravíssimo manter o movimento popular na paralisia a espera de um milagre que resolva essa infinidade de desgraças que as amplas massas em nosso país estão submetidas.

Nós, jovens revolucionários, gostaríamos de saudar calorosamente todos aqueles, que mesmo em condições tão difíceis, persistiram no caminho da luta e não o da conciliação. Saudar especialmente a Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia que enfrenta bravamente todo tipo de cerco do velho Estado no Acampamento Manoel Ribeiro, enchendo de ânimo e entusiasmo as massas populares em nosso país e no mundo, tendo naquele território a expressão de um novo Brasil que se aproxima. Saudar a todos que, ainda que não tenham decidido ir para luta presencial, seguem apoiando da forma que conseguem todas as iniciativas e lutas daqueles que tomaram o caminho da luta presencial. Deixamos aqui um recado especial para aqueles que estão rompendo o cerco do imobilismo nesse momento: persistir no caminho da luta presencial, são os que lutam que carregam a verdadeira solidariedade com a situação escabrosa que se encontra o país hoje, são os que lutam que carregam consigo a verdadeira defesa da vida e manejam a ciência em sua totalidade, não uma defesa oportunista e parcial como faz o monopólio de imprensa e os políticos eleitoreiros. Chamamos de defesa oportunista, pois esses mesmos apoiaram e apoiam a privatização da Universidade Brasileira, o fim das bolsas de financiamento de pesquisas e a própria privatização de grandes institutos como o Butantan (não esquecermos que uma das primeiras medidas do governo João Dória em 2019 foi ir atrás de empresas para comprarem o instituto).

Persistir na mobilização presencial para barrar o projeto nefasto de privatização do ensino público no nosso país, principalmente das Universidades, compreendo que a EaD é parte dessa política privatista, sendo assim necessário organizar e promover um vigoroso boicote, vinculando essa luta diretamente à construção de comitês sanitários de defesa popular e brigando pelos projetos de extensão, vinculando a pesquisa e conhecimento científico à necessidade das massas, quebrando os muros das Universidades colocando-as a serviço do povo no campo e na cidade. Aos fascistas que se assanham em querer equivaler o cercadinho bolsonarista com as milhares de massas que foram às ruas, inclusive acusando as manifestações legítimas do povo de espalhadora de vírus (que ironia): a história não falha, não existe outro caminho para o fascismo que não seja a lata de lixo e o museu da história. Lembrem-se sempre: não foi a suástica que tremulou no Kremlin em 1945, foi a bandeira vermelha com a foice e o martelo que tremulou no Reichstag!

Fascistas não passarão!
Abaixo o governo militar genocida de Bolsonaro!
Viva a luta combativa e classista das massas do campo e da cidade!
Viva a luta presencial! Ousar lutar, ousar vencer!
Combater e resistir aos ataques contra os direitos de nosso povo!
Viva a luta popular revolucionária!
Defender com unhas e dentes o ensino público e gratuito, a serviço do povo!

Assinam:

Unidade Vermelha – Liga da Juventude Revolucionária (UV-LJR)
Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR)
Alvorada do Povo (AP)

Teoria

Violência revolucionária: o caminho da revolução!

por MEPR
Publicado em junho 1, 2021
6 minutos de leitura
MARX E ENGELS

No início da década de 1990 o imperialismo lançou uma ofensiva geral contrarevolucionária. Para abrir caminho para suas políticas de “globalização” e “neoliberal” desatou uma ofensiva ideológica anunciando o “fim da história”, o fim das classes sociais e da luta de classes. Decretou-se que revolução era coisa do passado, que o “capitalismo é eterno” e o melhor mundo possível, prometendo uma era de prosperidade. Difundiu-se o pacifismo, pois no mundo da democracia capitalista, a violência é monopólio do Estado, de seus aparatos de “segurança pública”. E para encobrir isto difunde-se, até exaustão, um conceito genérico de violência, pintando-a de barbárie, incivilidade, mal de todos os males, antidemocrática e moralmente inaceitável. E mais, de que a violência não leva a nada, senão que a mais violência. Tudo isso baseado na ampla e funesta corroboração dos meios acadêmicos, que sem cessar lançam pseudo-teorias para justificar e perpetuar a atual e cruel realidade social. Mas, por mais teorias que criem nunca poderão esconder que a violência existe, que ela existe de forma permanente na existência do Estado. E que, por isto mesmo, as classes oprimidas necessariamente lançarão mão da violência revolucionária para se libertarem. Como o maior cientista de todos os tempos, Karl Marx, descobriu, “a violência é a parteira da história”. Vivemos em uma sociedade de classes. Assim como todas as sociedades de classes que precederam a nossa, existe uma ferrenha luta entre elas, fruto de interesses econômicos inconciliáveis das classes.

E a classes dominantes exploradoras sempre impuseram e asseguraram sua dominação através da violência reacionária. Foi assim na sociedade escravagista, na contradição entre os escravos e seus senhores, no feudalismo, na contradição entre senhor feudal e servos, e como é hoje no capitalismo entre burgueses e proletários. O que há de comum é que em todas essas sociedades existia uma estrutura para garantir essas relações de produção baseadas na exploração do homem pelo homem, que só poderia ser através da violência, da repressão: o Estado. A própria existência do Estado é uma prova de que os interesses das classes são inconciliáveis. O Estado é a estrutura das classes dominantes para reprimir a revolta das classes dominadas. Ele se sustenta principalmente em uma força armada.

Em última instância podemos afirmar que o Estado é exatamente a violência organizada da classe dominante sobre a classe dominada e explorada. Como escreveu Engels, companheiro de armas de Marx e também fundador do marxismo: “Como o Estado nasceu da necessidade de refrear as oposições de classes, mas como nasceu, ao mesmo tempo, em meio ao conflito dessas classes, ele é via de regra, o Estado da classe mais poderosa, daquela que domina do ponto de vista econômico e que, graças a ele, se torna também classe politicamente dominante e adquire assim novos meios para esmagar e explorar a classe oprimida.” “Não somente o Estado antigo [escravagista] e o Estado feudal foram os órgãos de exploração dos escravos e dos servos, mas o Estado representativo moderno [burguês] é o instrumento de exploração do trabalho assalariado pelo capital.” Então, apesar da aparente naturalidade daatual situação, o cotidiano das massas é regido por uma constante violência das classes dominantes. As massas são vítimas de um sistema social que gera a fome, miséria, a falta de moradia, o desemprego, a entrega das nossas riquezas naturais de nosso país. Enfim, um sistemático empobrecimento e opressão fruto das relações de exploração. Ao mesmo tempo em que sofrem dessas mazelas, a presença violenta do Estado é uma constante. Basta dar uma olhada nos noticiários para ver que a polícia assassina jovens na periferia, aborda trabalhadores o tempo todo e o exército ocupa as favelas no Rio.

E quando o povo se revolta, organiza-se e luta, necessariamente é alvo da mais furiosa e odiosa ação do Estado como ocorre nas greves, tomadas de terra, manifestações, etc. Quando as massas utilizam da violência para se defender como foi o caso dos índios no Pará que não queriam a implantação de uma usina hidrelétrica na região de Altamira na Amazônia, ou quando em 2006; quando os camponeses invadiram dependências do

congresso nacional; quando os estudantes da Unifesp quebraram a reitoria; quando estudantes ocupam reitorias e entram em confronto com a polícia e quando os camponeses ocupam a terra e resistem, logo os monopólios de imprensa lançam uma campanha de ataques numa gritaria histérica interminável com acusações de baderna,

vandalismo e violência. O que não falam é que o que as massas estão fazendo é exatamente respondendo a violência com que são tratadas em suas mínimas demandas. O berreiro cínico contra a violência só aparece para condenar, difamar e atacar o povo. A matança de jovens e pobres perpetradas pela polícia é tratada como rigor em prol da ordem pública. E nos casos mais escandalosos ponderam cinicamente tratando-os como excessos ou falta de preparo.

 Exatamente pelo fato de existir uma constante violência do Estado contra as massas é que elas também inevitavelmente usarão da violência para se defenderem. Como comprova a história, só com a violência revolucionária que as massas têm transformado a sociedade. Novamente tomaremos aqui os escritos de Engels: “Que a violência desempenha ainda na história um outro papel, um papel revolucionário;que segundo as palavras de Marx, ela seja a parteira de toda velha sociedade que traz em si uma nova; que ela seja o instrumento graças ao qual o movimento social vença e destrua formas políticas petrificadas e mortas .” Em toda a História das sociedades de classes, as classes oprimidas só conseguiram derrubar as classes dominantes do poder e transformar a ordem social através da violência revolucionária. Na antiga Roma, numerosas revoltas de escravos derrubaram a aquela sociedade. Para destruir a sociedade feudal e instaurar a sociedade capitalista moderna, a burguesia pôs abaixo todo o sistema político do poder vigente. Na Inglaterra a burguesia revolucionária criou um exército para derrotar o Rei, na França ela colocou a guilhotina em praça pública para julgar e castigar os inimigos do povo. No EUA a guerra de independência pôs fim ao domínio inglês e a “Guerra de Secessão” liquidou o escravismo no sul do país. No século passado o proletariado russo após anos de lutas grevistas passou à insurreição armada derrotando o exército czarista, estabelecendo um novo Estado, o do proletariado, o Poder Soviético. Também na China as massas tiveram que empreender décadas de guerra revolucionária contra o feudalismo, o capitalismo burocrático e a dominação imperialista até a conquista do poder em toda a China para o povo e o estabelecimento do socialismo. Diversos povos conquistaram a sua libertação nacional mediante a luta armada, ainda no século XX, lutas de libertação nacional e revoluções se desenvolveram mediante a violência revolucionária como a luta de libertação contra o colonialismo europeu e norte-americano de inúmeros países africanos, o povo do Irã e da Nicarágua.

 Outros seguiram intrépida e heroicamente lutando por sua libertação como o povo palestino, as guerras populares dirigidas pelos partidos comunistas maoístas no Peru, Filipinas, Turquia e Índia. No iniciante século XXI o povo iraquiano através da guerra de guerrilhas combate de frente o imperialismo mais forte do mundo, o ianque. A História nos dá a lição. Para fazer a revolução de verdade, não basta tomar o poder. Como dizia Lenin ao fazer uma síntese sobre a teoria marxista do Estado:

“Este curso dos acontecimentos obriga a revolução ‘a concentrar todas as forças de destruição’ contra o poder do Estado; ele lhe impõe como tarefa, não melhorar a máquina do Estado, mas demoli-la, destruí-la”, e isso significa que para fazera revolução tem-se que enfrentar edestruir o velho Estado, seu aparatopolicial e exército reacionário, uma vezque estes são a medula do Estado. Se sequer empreender uma verdadeiratransformação social, se se quer fazer uma revolução e transformar definitivamente a vida do povo, acabandocom a exploração e todas suas mazelas há que marchar necessariamente pelo caminho da violência revolucionária’’

Publicação retirado do JEP n° 10

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