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Internacional

Liga Anti-Imperialista: Convocatória Pública (2024)

por MEPR
Publicado em abril 21, 2025
18 minutos de leitura

Nota inicial: Publicamos a convocatória pública da Liga Anti-Imperialista (LAI), traduzida para o português de forma não-oficial pelo blog Servir ao Povo.

CHAMADO À OPINIÃO PÚBLICA DO COMITÊ FUNDADOR DA LIGA ANTI-IMPERIALISTA

Anti-imperialistas do mundo, uni-vos!

ORGANIZEMOS UMA LUTA UNIDA CONTRA AS GUERRAS DE AGRESSÃO IMPERIALISTAS, AS GUERRAS INJUSTAS, TODAS AS FORMAS DE ATRASO E FASCISMO. ENVIEMOS O IMPERIALISMO E TODAS AS FORMAS DE REAÇÃO À LATA DE LIXO DA HISTÓRIA! LIGA ANTI-IMPERIALISTA

Nossa convocatória ao proletariado internacional, aos povos oprimidos do mundo, às forças anti-imperialistas, aos revolucionários e democratas!

Como todos os grandes sistemas soberanos de exploração que existiram na história, o sistema imperialistas debate-se em crises econômicas, políticas, sociais e militares. Luta para sobreviver apesar das suas incessantes guerras predatórias, da sua opressão e exploração ilimitadas.

Nosso mundo se encontra em um momento de turbulência, profunda inquietude e mudança. Há apenas trinta anos, o imperialismo, especialmente o imperialismo ianque (EUA), proclamava o “fim da história”! Com a “Pax Americana”, declarou que a “paz eterna” era uma realidade. Através de uma gigantesca propaganda, difundiu-se por todo o mundo que a partir de agora se abriria o caminho para um futuro cheio de paz, democracia e prosperidade, garantido pela “polícia mundial”. A evolução dos acontecimentos desde estas palavras até hoje demonstrou que o “paraíso” prometido pelos imperialistas é um inferno na terra para as massas oprimidas dos povos do mundo. Desde a promessa dos imperialistas da “vida no grande paraíso”, não se passou um só dia sem guerra e destruição. Nunca na história da humanidade houve tanta comida e tanta fome. Mais de 25 mil pessoas morrem de fome todos os dias. Segundo dados oficiais, 280 milhões de pessoas em 59 países sofrem de fome extrema, enquanto mais de 1 bilhão de pessoas sofrem de grave escassez de alimentos.

Por outro lado, uma enorme riqueza está concentrada nas mãos de poucos. Os 26 maiores multimilionários têm tanta riqueza quanto as 800 milhões de pessoas mais pobres. Enquanto os operários e trabalhadores do mundo perdem rapidamente o seu poder aquisitivo e o seu direito ao trabalho, se cria cada vez mais riqueza através de uma maior exploração em benefício dos monopólios. Enquanto as cinco pessoas mais ricas duplicaram a sua riqueza nos últimos três anos, 500 milhões de pessoas caíram na pobreza.

A dominação dos imperialistas em todos os países semifeudais, semicoloniais e atrasados e as políticas agrícolas aplicadas estão provocando o despejo massivo de camponeses em todo o mundo. A terra agrícola é saqueada continuamente pelos grandes monopólios agrários e os grandes latifundiários, e a terra agrícola se concentra nas mãos de alguns poucos monopólios agrários internacionais e grandes latifundiários. A questão camponesa, isto é, a questão da terra, aumentou enormemente. Os maiores exploradores da agricultura mundial, os 1%, cultivam mais de 70% das terras agrícolas do mundo. Os camponeses pobres, os pequenos proprietários e os camponeses sem terra, que constituem quase metade da população mundial, possuem 30% das terras agrícolas do mundo e produzem ao menos 70% dos alimentos consumidos em todo o mundo. As políticas agrícolas impostas pelos imperialistas pioraram a situação dos camponeses pobres e sem terra, em particular através do aumento da exploração e do confisco de terras. As massas camponesas, cuja pobreza aumentou, que lutam contra a fome e foram expulsas das suas terras, são obrigadas a viver em barracos pobres nas cidades. Especialmente nos países semifeudais e semicoloniais, o domínio dos imperialistas e as políticas agrárias aplicadas estão provocando o despejo massivo de camponeses em todo o mundo. As crescentes ondas de migração nas zonas rurais são uma consequência do semifeudalismo e do semicolonialismo causados pela dominação imperialista.

Desde a Cúpula da Terra no Rio de Janeiro em 1992, as emissões aumentaram 60% em vez de diminuir. Especialmente nos países oprimidas, foram criadas novas zonas para que os imperialistas aumentem a sua exploração sob o pretexto de proteger o “meio ambiente natural”. As indústrias e os recursos naturais destes países foram ainda mais destruídos e a situação das massas, especialmente dos camponeses e dos povos indígenas, piorou.

As guerras que começaram apenas em 2001 – Iraque, Líbia, Afeganistão, etc. – causaram direta e indiretamente a morte de 4,7 milhões de pessoas. Na atualidade, mais de 110 milhões de pessoas em todo o mundo se viram deslocadas por guerras, perseguições e conflitos de todo tipo. A guerra de agressão sionista contra o povo palestino não é uma exceção, nada mais é do que a verdadeira face do imperialismo e da reação mundial. Só a ocupação sionista assassina de Gaza provocou a morte de mais de 35.000 palestinos desde outubro de 2023, para além dos mais de dez mil desparecidos sob os escombros. Na Palestina foram mortos mais jornalistas, médicos e trabalhadores humanitários do que nos vinte anos da Guerra do Vietnã ou nos oito anos da Guerra do Iraque.

O imperialismo é reacionário em todos os âmbitos, é uma perda de direitos. É uma reação permanente que abre o caminho ao fascismo. As leis e tratados internacionais sobre genocídio, crimes de guerra e os chamados direitos humanos são jogados ao mar pelos seus criadores e só são aplicados quando os interesses dos diversos imperialistas estão em jogo. A supressão da solidariedade com a Palestina na Europa, Estados Unidos e outros países demonstrou que, nos países imperialistas, os direitos democráticos básicos de liberdade de expressão, reunião e organização, dos quais as sociedades burguesas tanto se orgulham, são facilmente violados. Nem sequer os direitos mínimos dos presos políticos confinados nos cárceres do imperialismo e seus sequazes em todo o mundo estão garantidos. Há também centenas de milhares de perseguidos, detidos, assassinados e desaparecidos.

O imperialismo existiu ao custo de guerras terríveis e destrutivas para a imensa maioria da humanidade. Por todas as suas contradições e putrefação, o sistema imperialista não desparecerá por si só. Apesar de todas as suas contradições e putrefação, o sistema imperialista não desparecerá por si só.

Só através da organização e da luta de bilhões de pessoas em todo o planeta será possível erradicar os imperialistas e os seus lacaios da face da terra. As massas são as criadoras da história e nada pode ser alcançado sem elas. A tarefa dos setores avançados do povo, comunistas, revolucionários, democratas, operários e camponeses conscientes, intelectuais progressistas e a juventude é unir-se à maioria do povo, superar as vacilações e mobilizar a luta da imensa maioria.

O imperialismo desperta a profunda ira dos povos do mundo e prepara as condições materiais e morais para a luta das grandes massas populares. Em muitas partes do mundo, os operários e trabalhadores estão organizando protestos e manifestações massivas pelos seus direitos econômicos, democráticos e políticos.

É uma tarefa urgente unir o proletariado internacional, os povos oprimidos e as lutas das nações oprimidas do mundo para alcançar uma ampla unidade nacional e internacional contra a agressão bélica imperialista, as guerras injustas, a reação e o fascismo. As condições são favoráveis para unir a maioria dos povos contra os imperialistas e os seus instigadores.

“Os imperialistas são tigres de papel”. O Poder Unido dos Povos Oprimidos e Explorados do Mundo destruirá o “Tigre de Papel”!

O imperialismo, fase superior do capitalismo, é um sistema monopolista, decadente e moribundo de exploração e saqueio que existe com contradições que inevitavelmente preparam o seu próprio fim. Todo o sistema se baseia na capacidade do capital monopolista de maximizar o lucro. O aprofundamento e ampliação da exploração, a destruição ilimitada da natureza e a aniquilação dos habitats naturais dos seres vivos, o apoio a todo tipo de reação, a criação e apoio de inimizades entre os povos, a prevenção do autogoverno e independência nacional dos povos, as intermináveis guerras injustas para redistribuir os mercados, o enorme aumento dos fundos destinados aos orçamentos de guerra servem apenas a um propósito: garantir a manutenção da dominação do mundo pelos monopólios a todo custo. Desde a transição do capitalismo de livre concorrência ao capitalismo monopolista, vimos duas grandes guerras imperialistas de redistribuição que custaram milhões de vidas para manter este sistema, ocupações diretas por parte dos imperialistas e dezenas de guerras regionais sob a direção e provocação dos imperialistas. Na época em que estamos, estas guerras continuam e continuarão. As guerras injustas e as ocupações são, por um lado, o resultado da política de dominação absoluta dos imperialistas e, por outro, significam a criação de enormes lucros para a indústria bélica. O imperialismo é responsável por bilhões de pessoas que vivem na escravidão, pela opressão de povos inteiros. Os operários e trabalhadores do mundo, os povos oprimidos, carregam o fardo de todo tipo de exploração e brutalidade para a dominação do capital financeiro. Bilhões de pessoas lutam pelas suas vidas nas condições mais duras e sofrem a opressão dos imperialistas e seus lacaios.

O imperialismo norte-americano é a potência hegemônica desde a Segunda Guerra Mundial, a repartilha imperialista do mundo, é o ator principal de todo tipo de exploração, saqueio, guerras injustas e ocupações no mundo. Embora o imperialismo chinês, russo, britânico, alemão, francês, etc. tenha ganho mais influência nos parâmetros econômicos, políticos e militares do mundo em comparação com o passado, o imperialismo norte-americano segue estando no centro do sistema imperialista e é o principal ator que determina o curso dos acontecimentos. Por outro lado, paralelamente à intensificação das contradições entre eles, os imperialistas tentam consolidar as suas posições mútuas repartindo entre si as potências que dependem deles. Portanto, apesar das contradições entre eles, formam diversas alianças econômicas, militares e políticas para garantir a continuidade do sistema e a sua própria posição. Como sempre, são os trabalhadores, os pobres e os povos oprimidos do mundo que são afetados pelas consequências destrutivas do aprofundamento das contradições e desavenças entre os imperialistas e os seus seguidores.

A Grande Revolução de Outubro de 1917 e a onda de novas revoluções democráticas e revoluções socialistas que libertaram um terço da população mundial do sistema imperialista, bem como os reveses do socialismo, prepararam o terreno para os imperialistas continuarem impiedosamente a sua agressão cada vez maior contra os trabalhadores e os povos oprimidos do mundo. No entanto, as condições que dão aos imperialistas e aos seus lacaios uma vantagem relativa estão chegando ao seu fim.

Os centros imperialistas, que propagam as “virtudes” do seu sistema explorador com o argumento de ser um “regime democrático”, aumentam a influência e a autoridade das forças repressivas do Estado burguês, tanto de direito como de fato, e utilizam cada dia mais a violência de Estado contra a população devido aos problemas de governabilidade, agravados pelo aprofundamento da crise geral do imperialismo. Além da polícia e da gendarmaria, as forças do exército também estão sendo utilizadas contra o povo, enquanto os partidos e organizações racistas-fascistas dentro e fora do parlamento estão tornando-se eficazes e as forças de reserva da contrarrevolução estão sendo reforçadas. A crise geral do sistema imperialista e o aprofundamento e ampliação das contradições fazem com que os Estados burgueses acentuem o aparato de violência, o façam mais visível e o utilizem na prática. Isto é um sinal do recrudescimento da luta de classes e de que esta se recrudescerá ainda mais nos próximos períodos e de que os Estados soberanos burgueses se organizarão contra os seus “coveiros”.

À medida que se aprofunda a crise do capitalismo e aumenta o preço imposto aos povos, as manipulações da burguesia sobre o povo perdem cada vez mais o seu efeito, e a classe operária e os povos oprimidos expressam nas ruas, inclusive nos países centrais do sistema imperialista, a sua ira e a sua resistência contra as contradições dominantes. Apesar dos enormes recursos e poder de opressão de que dispõem os imperialistas e os seus lacaios, os operários, camponeses e povos oprimidos, especialmente na Ásia, África e América Latina, resistem gloriosamente ao custo de grandes sacrifícios. A heroica resistência das forças de libertação nacional e anticolonialistas palestinas contra a reação sionista de Israel, apoiada pelos imperialistas com todos os seus meios, é uma das expressões concretas disto. Estes acontecimentos são sinais de que uma nova onda revolucionária está em pleno desenvolvimento. O que ainda não se desenvolveu suficientemente são as organizações que podem assumir e dirigir esta onda progressista. Precisamos criar alianças de forças mais fortes, mais sistemáticas e o mais amplas possíveis. Não temos tempo a perder e nos distrairmos. Os pontos de inflexão históricos requerem intervenções históricas. O ditado de que a história não perdoa lacunas expressa uma realidade. Se não realizarmos as intervenções adequadas, se não encontrarmos os meios e métodos para cumprir o nosso papel subjetivo nestes momentos de ruptura histórica, os imperialistas e os seus lacaios se beneficiarão ao máximo.

A luta anti-imperialista é uma parte direta da luta de classes. A fundação da LAI é uma das formas concretas de intervenção revolucionária nas condições em que a luta de classes se recrudesce e a agressão imperialista e reacionária tenta impiedosamente manter o seu domínio. A linha política da LAI enfatiza a necessidade de uma estrutura anti-imperialista coerente e sublinha a necessidade de uma linha anti-imperialista fundamentada pela concepção científica de mundo do proletariado. Portanto, fará parte da transformação revolucionária e desempenhará um papel ativo e decisivo na luta contra o sistema imperialista que governa o mundo.

A linha política anti-imperialista da LAI tem um caráter mobilizador para uma luta consequente contra o imperialismo. A ira e a resistência das classes e setores alheios ao proletariado contra o imperialismo conterão limitações e ambiguidades devido à sua compreensão do anti-imperialismo e ao significado que atribuem à luta anti-imperialista. A ampliação destes limites e a superação das contradições podem ocorrer paralelamente ao desenvolvimento da concepção de mundo do proletariado nesta luta.

A linha defendida pela LAI representa as justas e legítimas reivindicações dos operários, trabalhadores, camponeses pobres e sem terra, povos e nações oprimidas de todo o mundo. A LAI não está em um estado de oposição geral ou de lamentações sobre a situação existente; pelo contrário, quer mudar esta situação e se posiciona como sujeito ativo da luta para realizar esta mudança.

Em nossa época, a luta anti-imperialista também está estritamente vinculada à luta democrática. Os princípios e valores da democracia à escala mundial desintegraram-se nas mãos da burguesia, e a luta pela democracia e o democratismo consequente adquiriram uma unidade de caráter anti-imperialista. Isto significa uma maior integração dos povos oprimidos nos valores, princípios e linha política da democracia proletária com o seu caráter anti-imperialista consequente.

Neste contexto, a luta democrática à escala mundial também se caracteriza pela resistência à exploração, aos valores, à hegemonia política e à ideologia do imperialismo.

A LAI sublinha que a causa principal da fome, da pobreza generalizada, da desigualdade e das guerras injustas é o sistema imperialista. Este sistema está conduzindo o mundo a uma grande catástrofe. A humanidade assistirá em silêncio este visível declínio e deslizará para a extinção ou resistirá a ela com todas as suas forças. Neste contexto, a LAI se define como parte direta da luta de classes e representa uma das duas linhas fundamentalmente opostas nesta luta.

A LAI defende seus princípios básicos: resistência ás guerras injustas, apoio às lutas de classe e de libertação nacional, defesa dos presos políticos. A LAI apoia as lutas econômicas e políticas dos trabalhadores, defende os direitos dos camponeses contra a exploração e apoia as lutas pela independência social e nacional. Se opõem à discriminação e defende o direito dos povos oprimidos à autodeterminação.

A LAI está cada vez mais comprometida com os direitos das mulheres, dos jovens e das minorias, e dá ênfase na educação, no desenvolvimento cultural e na proteção do meio ambiente. Aborda questões como o trabalho infantil, a destruição de habitats e o direito à moradia, já que considera que são consequências da exploração imperialista.

A LAI se opõe à privatização generalizada dos sistemas de saúde, denuncia os crimes dos monopólios farmacêuticos e luta pelo acesso universal aos serviços de saúde. A LAI se opõe às políticas de migração repressivas, mas centra-se nas causas profundas da migração forçada e luta contra estas causas.

A LAI rechaça as alianças a serviço da indústria bélica e enfatiza como os problemas ambientais estão vinculados à exploração imperialista. Defende diretamente os objetivos anti-imperialistas no movimento ambientalista e dá prioridade ao bem-estar das pessoas na resolução dos problemas ambientais.

Nossa convocatória a todas as forças anti-imperialistas:

Para o sistema capitalista, tudo serve como mercadoria para obter lucros e utilizá-los para a reprodução ampliada do capital. As pessoas, as comunidades, os demais seres vivos e a própria natureza não têm outro significado para o sistema capitalista senão ser uma mercadora para obter lucros. Estas relações de produção e distribuição são a causa de todos os problemas da humanidade. Este sistema não se limita a realizar-se apenas através da exploração econômica, ou seja, estas relações de produção e distribuição criam formas de homem e de sociedade adequadas para isso. Com a hegemonia ideológica e cultural que cria, cria formas humanas e sociais que lhe obedecem e aceitam o que existe como uma necessidade. Embora seja a origem dos problemas, força os problemas a ocorrerem fora de si mesmo. Objetiva garantir que a solução para os problemas seja desdobrar-se em si mesmo e esperar a ajuda de si mesmo. Portanto, devemos lutar contra o sistema capitalista, devemos lutar em diferentes frentes para centralizar ao máximo todos estes âmbitos de resistência e de luta, para não romper o vínculo entre eles e dirigi-los à fonte principal que cria os problemas.

A pobreza, o desemprego, as condições de trabalho sob escravidão, o acesso aos direitos humanos mais elementares é cada dia mais difícil, as guerras injustas aumentam, dezenas de milhões de pessoas abandonam as suas terras e convertem-se em refugiados. O despejo de milhões de massas camponesas e de povos indígenas das suas terras devido à apropriação de terras agrícolas em interesse dos monopólios internacionais e dos grandes latifundiários, a difusão de organizações racistas, fascistas e religiosas, a destruição inimaginável da natureza, são os resultados visíveis da ordem imperialista de saqueio e pilhagem em que vivemos.

Em todas as regiões do mundo há oposição e resistência a esta situação, que atingiu proporções insuportáveis para a classe operária e as massas oprimidas, exploradas e reprimidas que vivem nestas condições e estão diretamente expostas às práticas deste sistema brutal. Todavia, ainda não possuem uma linha de luta e organização que una as suas forças com uma perspectiva e organização adequadas para lutar contra os seus inimigos comuns. Não podem repelir os ataques dos imperialistas e das classes dominantes que deles dependem, ainda que consigam êxitos, eles são temporários e mesmo a sua forte resistência pode ser esmagada pelos imperialistas e os seus serviçais.

A classe operária e as massas oprimidas e exploradas só podem travar uma luta vitoriosa contra este sistema cruel e apodrecido em que vivem se estiverem unidas sob um ponto de vista e uma direção corretos. Esta é uma realidade necessária e obrigatória para cada país e para o mundo inteiro. Não importa quão forte que seja a opressão e o terror contra as massas que não têm um ponto de vista correto e não se unem sob uma direção correta, não importa quão profunda e insuportável se torne a exploração, esta ordem cruel continuará. A história milenar das sociedades de classes demonstrou esta realidade inúmeras vezes.

Temos a experiência de luta e os êxitos do proletariado internacional e dos povos oprimidos. Sabemos como podemos vencer e porquê perdemos. Na época atual, os imperialistas e os seus lacaios têm dominado o mundo, mas os trabalhadores, os povos e as nações oprimidas do mundo têm sido capazes de derrotá-los muitas vezes e construir o seu próprio poder. Só conseguiram isto unindo as suas forças contra o imperialismo e todo tipo de reação sob uma direção correta. É disso que precisamos hoje também. A organização da LAI é um passo para satisfazer esta necessidade.

Os princípios e objetivos básicos da Liga Anti-Imperialista (LAI) proporcionam um quadro global para uma luta anti-imperialista consequente à escala mundial. A LAI oferece uma compreensão global e baseada em princípios da luta anti-imperialista, abarcando uma ampla gama de questões e unindo diferentes classes e grupos oprimidos em uma causa comum.

A classe operária e os povos oprimidos e reprimidos pagam um alto preço por viverem sob os efeitos da opressão e exploração imperialistas. Enfrentamos a injustiça de classe, o saqueio das nossas terras, a exploração da classe operária, a violação dos direitos da mulher e muitos outros problemas. Mas em vez de lutar separadamente, podemos unir-nos para aumentar a nossa força e oferecer uma resistência unida a este sistema apodrecido.

Os operários e trabalhadores do mundo, os camponeses pobres e sem terra, os povos indígenas que estão sendo despejados das suas terras e do seu habitat em nome de megaprojetos, estão respondendo e lutando contra a agressão dos imperialistas e os seus lacaios. Na luta dos camponeses pobres e sem terra e dos povos indígenas, do Brasil ao México, para proteger as suas terras, na fúria dos trabalhadores do Bangladesh que trabalham para os monopólios imperialistas em condições de escravidão, na forte resistência de milhões de pessoas que enchem as ruas em muitos cantos do mundo contra os massacres do sionismo israelense contra o povo palestino, nas ações da classe operária estadunidense, britânica, grega, indiana e italiana, que se negam a transportar ou tentam impedir o transporte de material bélico. Em suma, os convocamos para que sejam a voz unida e o portador unido desta voz daqueles que lutam contra as consequências do sistema imperialista em quase todo o mundo e levam a sua ira às ruas.

Estamos conscientes do peso histórico que a luta de classes colocou sobre os nossos ombros. Temos a consciência e a fé para derrotar os imperialistas e todos os reacionários. Acima de tudo, acreditamos no poder de bilhões de pobres e oprimidos que anseiam e merecem um mundo mais habitável.

Convocamos à criação de uma organização internacional anti-imperialista (a Liga Anti-Imperialista) que una as amplas massas populares sob a direção do proletariado contra o imperialismo e todas as formas de reação, que apoie firmemente as guerras populares e as lutas de libertação nacional, que sirva às lutas dos povos de todo o mundo, que empreenda a tarefa indispensável de formar uma frente mundial anti-imperialista.

Seguindo este chamado, formamos a barricada anti-imperialista dos povos pobres e oprimidos contra todas as formas de agressão imperialista.

Com esta perspectiva, convidamos todas as forças anti-imperialistas a organizarem-se e a lutarem na LAI.

Unamos as lutas do proletariado internacional, dos povos oprimidos e das nações oprimidas para varrer o imperialismo e os seus sequazes da face da terra!

Contra as guerras de agressão imperialistas, as guerras injustas, o fascismo e todas as formas de reação: Construamos a Liga Anti-Imperialista!

ORGANIZEMO-NOS NA LIGA ANTI-IMPERIALISTA, AMPLIEMOS JUNTOS A LUTA ANTI-IMPERIALISTA!

COMITÊ ORGANIZADOR DA LIGA ANTI-IMPERIALISTA:
PARTİZAN (TURQUIA)
FRENTE REVOLUCIONÁRIA DE DEFESA DOS DIREITOS DO POVO (BRASIL)
FRENTE DE DEFESA DAS LUTAS DO POVO (EQUADOR)
CORRENTE DO POVO-SOL ROJO (MÉXICO)

1 de junho de 2024

Movimento Estudantil

DF: Na UnB, estudantes colocam “galinhas verdes” para voar

por MEPR
Publicado em abril 8, 2025
5 minutos de leitura

A comunidade acadêmica da Universidade de Brasília (UnB), partidos e organizações fizeram um ato antifascista contra as tentativas de intimidação e invasão feitas por um grupelho de extrema-direita que buscava fincar suas garras na universidade e levantar sua bandeira com ideias reacionárias e antipovo.

Os bolsonaristas, covardes como são, haviam anteriormente invadido a UnB vazia, durante as férias, para filmar os centros acadêmicos, os grafites e cartazes que ficam espalhados pelo campus Darcy Ribeiro. Em seus perfis nas redes sociais espalharam mentiras afirmando que os espaços da universidade são para orgias entre alunos e professores, mostraram cartazes em apoio a Palestina como “referências ao terrorismo” e criaram toda sorte de espantalhos reacionários em ataque a universidade pública. Nada de novo.

A comunidade acadêmica logo se manifestou e marcou para o dia 24/03 um ato antifascista, mesmo dia que os “galinhas verdes” marcaram sua manifestação pela anistia dos golpistas da bolsonarada.

O agitador reacionário, Wilker Leão, tentou tumultuar o primeiro dia de aula, mas acabou expulso pelos estudantes na base dos socos e pontapés, precisando do suporte dos vigilantes para bater suas asas por outro lugar. Cenas como essas ocorreram aos montes ao longo do dia em todas as tentativas dos bolsonaristas, que sequer alunos são, de entrar na Universidade e fazer suas agitações e provocações.

No fim da tarde, os estudantes já reunidos na entrada Instituto Central de Ciências (ICC-Norte) realizaram uma marcha pelo prédio para impedir a entrada dos bolsonaristas por qualquer lado que tentassem. Mas o oportunismo, que sofre com a maldição reversa do Rei Midas, tudo que tocam vira merda, buscou transformar o ato em mero espetáculo de discursos vazios.

Foram muitas falas dos nobres representantes do oportunismo ligados à UNE sobre “resistência” e combate ao fascismo. No entanto, na prática, evitaram a todo custo o combate direto com os reacionários, temendo por sua segurança, até mesmo chamando a Polícia Militar para fazer a segurança do campus. A mesma PM assassina, que dia sim e dia também, estão lado a lado dos reacionários para bater em estudantes e professores nas justas lutas por seus direitos.

No momento certo, estudantes independentes junto ao MEPR, romperam com a direção oportunista do ato e tomaram a dianteira, indo em direção ao que restava dos grupos bolsonaristas, arrastando até um número de estudantes organizados nas bases dos revisionistas. A mera aproximação, com o medo de uma surra necessária, causou a fuga e desistência dos bolsonaristas em permanecer na UnB. Onde um dos cabecilhas do

movimento, Victor Jansen, saiu chorando nas redes sociais suas mentiras de que foram “ameaçados de morte”, em mais uma tentativa de lacrar para seu público e conseguir palco para suas choramingas reacionárias.

No fim do ato, manifestantes atearam fogo em bandeiras de Israel e do imperialismo ianque, bradando aos quatro ventos “estado de israel, estado assassino! Viva a lua do povo palestino!” e “Fora israel das terras palestina, fora ianques da america latina!”. A ação causou burburinho entre a extrema-direita e todo tipo de choro dos reacionários nas redes sociais.

Cartazes com uma nota assinada pelo MEPR contra os ataques da extrema-direita e denunciando o falso antifascismo dos oportunistas, ao lado de um cartaz de um soldado sionista capturado pela Resistência Palestina que afirmava “Seja na UnB ou na Palestina, sionistas e fascistas encontrarão resistência!”, foram espalhados pela UnB. A nota completa da Coordenação Regional do Distrito Federal pode ser lida a seguir:

PÔR OS GALINHAS VERDES PRA VOAR

A carestia cada vez maior da população, causada pelo falido governo de falsa-esquerda de Luiz Inácio, que atende a todos os interesses do latifúndio, vêm reacendendo ainda mais o fascismo à moda brasileira, o bolsonarismo e todos os seus “galinhas verdes”, desejosos de sua anistia na bolsonarada de 8 de janeiro, para retomarem seus planos de um golpe contrarrevolucionário preventivo, com uma reedição do golpe militar fascista de 64.

Buscando aumentar sua popularidade, os “galinhas verdes” vão atrás de espantalhos para bater. Por isso fazem seus vídeos atacando as universidades públicas, pautas democráticas, e cada dia mais retornam ao mais velho espantalho, o fantasma do comunismo. Usam de preconceitos arraigados nesta velha sociedade, propagandeados por todo lixo que é o monopólio de imprensa e a velha cultura burocrática e semifeudal que nos é transmitido desde o nascimento, e com isso buscam conquistar as pessoas para suas verdadeiras pautas antidemocráticas.

Por trás dessa máscara, o bolsonarismo e toda extrema-direita nada mais são que uma maior exploração das massas e uma entrega ainda maior de tudo que é nacional ao imperialismo, principalmente ianque. Assim mostrou a história brasileira.

Mas enquanto o oportunismo se pergunta como as massas caem na armadilha do bolsonarismo, devemos responder: “por causa de vocês que enganam o povo! Vocês que se vestem de esquerda e trocam todo ato, toda greve, toda luta revolucionária por um prato de lentilhas com suas reuniões a portas-fechadas, seus acordos políticos internos, que quem mais ganha sempre são vocês e nunca as massas!”. Combater a extrema-direita sem combater o oportunismo em todas suas formas é mera fraseologia oca!

Esse sério ataque dos bolsonaristas à universidade e às liberdades democráticas dos estudantes deve ser repudiado, e estes “galinhas verdes” devem ser expulsos, não pela burocracia universitária, mas pelos estudantes, que não devem dar paz a fascistas. Não lutamos por uma democracia em abstrato, e nem eles, que querem “se livrar do comunismo”. Se é guerra que os reacionários querem, pois que guerra seja feita! Estamos prontos e preparados para tudo.

Mas a grande mobilização frente esta pauta mostra também a fraqueza do oportunismo que não leva com a mesma seriedade pautas que também são lutas pelos direitos democráticos do povo: onde está a luta unida contra o preço do RU? A luta unida por aumento das bolsas? A luta unida pela expulsão dos professores agressores? A luta unida por vagas nas creches e condições para estudantes mães? A luta unida pelo tão esquecido co-governo estudantil?

Temos a obrigação de pôr todos os “galinhas verdes” para voar, para voltarem ao buraco a que pertencem. Mas temos também a obrigação de lutar por todos os direitos democráticos dos estudantes e de verdadeiramente mobilizá-los, sem acordos a porta-fechada com a reitoria, como é praxe para esse DCE, vendido e oportunista, e para a UNE, inimiga dos estudantes.

Sem uma verdadeira mobilização estudantil, sempre voltarão a aparecer novos “galinhas verdes” de todas as espécies, devido à falência da própria falsa-esquerda de cumprir o trabalho revolucionário de organizar e mobilizar os estudantes para a luta pelos seus direitos e ser tropa de choque da revolução.

Devemos ainda partir desta luta pelos direitos para a conquista do co-governo estudantil, e desta para ainda maiores tomadas do poder. Este é o trabalho para todos os que lutam de maneira independente, combativa e classista, preceitos sob os quais cada dia mais estudantes se organizam no país inteiro, prontos para as tarefas que estão por vir!

A Heroica Resistência Nacional do povo palestino em luta contra o sionismo assassino e a resistência da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) no campo brasileiro contra os crimes do latifúndio, desenvolvendo a Revolução Agrária, são faróis para nossa luta e devemos levantar bem alta e com orgulho essas bandeiras. Não há tolerância para ideias nefastas e atrasadas na UnB, iremos combater com mãos de ferro todos os inimigos do povo!

VIVA A HEROICA RESISTÊNCIA NACIONAL PALESTINA!
VIVA A REVOLUÇÃO AGRÁRIA!
MORTE AO FASCISMO!

Teoria

Formação: Trotski e o Trotskismo (I)

por MEPR Autor
Publicado em abril 2, 2025
6 minutos de leitura

Companheiras e companheiros, ao longo das próximas semanas faremos uma série de publicações com textos originalmente publicados em conjunto pela Editora Maria da Fonte com o título “Trotsky e o Trotskismo” no final dos anos 30. Trata-se da luta no Movimento Comunista Internacional contra o trotskysmo em geral, e no Partido Bolchevique em particular. Os textos e documentos são em sua maioria do grande Lênin e do Camarada Stalin.

Faremos as publicações com cerca de dois à três textos por vez, como um periódico, e em nossa primeira publicação, também postaremos nota importante presente na primeira edição francesa de 1937.

Trotsky e o trotskismo

Os velhos militantes marxistas russos conhecem Trotsky e é inútil falar-lhes dele… Mas a jovem geração operária não o conhece e é necessário falar-lhe dele…
É preciso que a jovem geração saiba com quem tem de se haver quando certas pessoas erguem pretensões inacreditáveis…
Lênin

As preocupações que nos incitaram a publicar este compilado de textos e documentos são as mesmas que ditavam a Lênin linhas que acabamos de ler no frontispício.1

Fomos, por outro lado, encorajados a fazê-lo pelos numerosos e insistentes pedidos que nos chegaram de leitores pertencentes às mais diversas tendências do movimento operário.

Antes de mais precisemos que, se se trata de uma escolha, não há nesta nada de arbitrário. Tomamos simplesmente os problemas essenciais que, desde há mais de trinta anos tem dividido leninismo e trotskismo e demos, a propósito de cada um, os extratos mais característicos. Poderíamos dar o dobro destes, todos tão humilhantes para Trotsky para a sua doutrina e para a sua ação.

Da leitura abundante das obras de Lênin, Stalin, Trotsky etc., que nos foi necessário voltar a fazer, ressaltou, à medida que avançavamos no nosso trabalho uma conclusão incontestável. No decurso dos quarenta anos da sua vida política, o acordo e a colaboração de Trotsky com Lenin e o Partido Bolchevique foram apenas excepcionais e acidentais, a regra foi, pelo contrário, a sua oposição ao leninismo. A Revolução de Outubro arrastou no seu turbilhão muitos elementos incertos, a que emprestou um pouco da sua glória e da sua auréola, e que a deixaram quando o seu fluxo passou e as primeiras dificuldades da construção do mundo novo surgiam. Trotsky foi o mais típico destes “companheiros de viagem”, chegados tarde e saído cedo. (grifo nosso)

Quarenta anos de atividade política, dez anos apenas (1917-1927) no Partido Bolchevique, e dois terços desta década ocupados em lutas fracionistas incessantes contra a maioria do Comitê Central do PC da URSS. Estes números são sugestivos.

Não se pode atribuir a Trotsky uma falta de constância. Na realidade, há nele uma persistência singular no erro, que sempre o afastou do marxismo consequente, e depois do movimento operário revolucionário. (grifo nosso)

Segue-se, lendo estes extratos, o caminho que ele percorreu e que o conduziu do menchevismo à contrarrevolução, à colaboração mais desavergonhada com o fascismo mais declarado. Portanto, as vias de Lênin e de Trotsky não apareciam como paralelas, mas como incessantemente e cada vez mais divergentes.

Depois de tudo isto, o que é que resta das “pretensões inacreditáveis”, de que Lênin já falava, de Trotsky e dos seus adeptos, pequenas seitas de conspiradores contrarrevolucionários sem apoio nas massas operárias? De que valem as etiquetas demagógicas, mentirosas e enganadoras com que se disfarçam para passar de contrabando a sua mercadoria putrefata: “bolchevique-leninista”, “partido comunista internacionalista”, “partido operário internacionalista?” Queriam cobrir-se com a bandeira de Lênin para trair o leninismo, como outrora outros se reclamaram de Marx para rever o marxismo.

Esperamos que este rápido trabalho ajude o esclarecer esta questão das relações do trotskismo com o marxismo-leninismo. Ele constitui apenas uma primeira e modesta tentativa, e continua por escrever uma obra mais completa.

Tal como está, pensamos que vai ter alguma utilidade, pois é necessário que todos os trabalhadores, todos os militantes do comunismo e da Frente Popular “saibam com quem têm de se haver”.

1937

SOBRE A CONCEPÇÃO DO PARTIDO DO PROLETARIADO

A discussão dos estatutos do Partido no II congresso do POSDR (Londres, 1903)

A atividade política de Trotsky remonta aos últimos anos do século passado. Mas apenas em 1902 teve encontro pessoal com Lenin, em Londres. Este último tentou utilizar Trotsky, como o fazia com todos os jovens militantes, no interesse do movimento revolucionário. Foi assim que o fez colaborar durante algum tempo no Iskra, Órgão Central do Partido, então sob a direção de um comitê de redação que compreendia, além de Lenin, Plekhanov, Axelrod, Potressov e Vera Zasulitch.

Quando, no II Congresso do POSDR (Londres, 1903), rebentaram as primeiras divergências profundas entre os sociais-democratas revolucionários bolcheviques e os oportunistas mencheviques sobre a questão dos estatutos do Partido, que deviam no fundo definir a verdadeira natureza do Partido do proletariado, Trotsky enfileirou no campo dos oportunistas de direita.

Enquanto Lenin propunha um projeto de programa do Partido que punha à frente, fato único na II Internacional, a palavra de ordem da ditadura do proletariado, Trotsky pronunciou-se contra Lenin e defendeu tese segundo a qual a ditadura do proletariado só era possível no dia em que a classe operária e o Partido “se tivessem tornado quase, idênticos”, em que o proletariado constituísse a maioria da população e os socialistas pudessem conquistar pacificamente a maioria parlamentar.

Os estatutos propostos por Lenin tinham por objetivo criar um Partido de novo tipo, homogêneo e combativo. Para ser nele admitido, não bastava, de forma alguma, aceitar o seu programa e pagar as quotas, mas, e sobretudo, militar na prática numa das organizações de base. Foi contra este último ponto, que fechava a porta do Partido aos elementos hesitantes, pouco firmes, que se levantaram todos os oportunistas, entre os quais, Trotsky. Na passagem a seguir, Lenin refuta certos argumentos de Trotsky, mostra a sua debilidade e o seu carácter anti-marxista. Trotsky tinha declarado nomeadamente: “Não sabia que era possível combater o oportunismo por meio de estatutos… Não atribuo aos estatutos uma importância mística!”

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Os Estatutos e o Oportunismo

Entre estas considerações destinadas a justificar a fórmula de Martov2 é preciso destacar a frase em que Trotsky declara que o oportunismo tem causas muito mais complexas (ou muito mais profundas) do que este ou aquele ponto dos estatutos, que deriva da diferença de desenvolvimento da democracia burguesa e do proletariado. Não se trata de saber se os pontos dos estatutos podem criar o oportunismo, trata-se de forjar, com estes pontos, uma arma mais ou menos eficaz contra o oportunismo. Quanto mais profundas forem as causas do oportunismo, tanto mais cortante deve ser esta arma.

É por isso que justificar pelas causas profundas do oportunismo a fórmula que lhe abre a porta, é simplesmente pôr-se do lado dos “seguidistas”. Quando Trotsky estava contra Liber3, compreendia que os estatutos são como a “desconfiança organizada” da vanguarda contra a retaguarda; mas quando se viu do lado de Liber, esqueceu as suas declarações e pôs- se a justificar por “razões complexas”, pelo nível de desenvolvimento do proletariado, o fato desta desconfiança estar entre nós fracamente organizada.

Eis ainda outro argumento de Trotsky: É muito mais fácil para os Jovens intelectuais organizados de uma ou de outra forma inscreverem-se nas listas do Partido.

De fato, e é justamente por isso, que esta fórmula, em virtude da qual elementos não organizados se declaram membros do Partido, está impregnada de amorfismo intelectualista, contrariamente à minha que recusa a esses elementos o direito de “se inscrever nas listas do Partido”.

Trotsky diz que se o CC “não reconhece” as organizações dos oportunistas, é apenas devido ao carácter das pessoas, mas que sendo estas pessoas conhecidas como individualidades políticas, deixam de ser perigosas e podem ser eliminadas pelo boicote do Partido. Isto não é verdade senão para os casos em que é preciso eliminar do Partido (e ainda neste caso é apenas meia verdade, porque um partido organizado elimina por um voto e não pelo boicote). Mas isso é completamente falso para os casos muito mais frequentes em que seria estúpido eliminar e é necessário apenas controlar. Em certas condições, o CC pode incluir intencionalmente no Partido uma organização não completamente segura, mas capaz de trabalhar, para experimentá-la, para tentar dirigi-la no bom caminho, para paralisar os seus desvios parciais, etc. Uma tal admissão não é perigosa, desde que não se permita as organizações “inscreverem-se” elas próprias “nas listas do Partido”. Muitas vezes, será mesmo útil para o esclarecimento de pontos de vista errados ou de uma tática falsa.

Mas se as normas jurídicas devem corresponder às relações reais, a fórmula de Lenin deve ser rejeitada, declara mais à frente Trotsky. Aí também, ele fala como oportunista. As relações reais não são imutáveis; vivem e desenvolvem-se. As normas jurídicas podem corresponder ao desenvolvimento progressivo destas relações, mas podem também (se forem más) corresponder a uma regressão ou a uma paragem no desenvolvimento. Este último caso é o de Martov.

Maio de 1904

V. I. Lenin: “Um passo em frente, dois passos atrás”

Obras completas. tomo VI, pp. 216-217, ed. r.

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Notas de rodapé:

  1. Bureau d’Éditions, Paris, 1937. As Éditions Norman Béthune (76, Boulevard Saint-Michel, Paris 6*) publicaram, em 1971, uma edição fac-similada desta 1.ª edição francesa. ↩︎
  2. Os estatutos de Martov (Menchevique), que apenas pediam aos aderentes o reconhecimento do programa do Partido, o seu apoio financeiro, abriam a porta do Partido a todos os elementos instáveis, não proletários, propensos ao oportunismo (nota da edição francesa). ↩︎
  3. (1880-1937): Um dos dirigentes da organização nacionalista judaica Bund No II Congresso do POSDR (1903) encabeçou a delegação do Bund, manteve uma posição anti-iskrista de extrema-direita; depois do Congresso tornou-se Menchevique (descrição presente em marxists.org). ↩︎
JEP/Movimento Estudantil/Nacional

Editorial do Jornal Estudantes do Povo número 23

por MEPR
Publicado em março 27, 2025
7 minutos de leitura

Na próxima sexta-feira dia 28 de março, Dia do Estudante Combatente, já estará em circulação por todo o Brasil a nova edição do Jornal Estudantes do Povo, aproveitamos aqui para publicar o editorial dessa edição.


Elevar o protesto popular contra os ataques privatistas ao ensino público e gratuito

Em 2022 durante a campanha eleitoral, Luiz Inácio, em diversas oportunidades fez questão de ressaltar que orçamento não seria um problema para o ensino público, enchia o peito para falar que acabaria o “apagão científico” promovido pelo governo militar genocida de Bolsonaro e generais. Quando no segundo semestre de 2022 se aprofundaram os cortes de verbas na educação, e em consequência a elevação da luta no movimento estudantil, esse discurso eleitoral ficou ainda mais forte como justificativa para frear a mobilização popular, sob argumentação enganosa eleitoreira de que “o novo governo resolveria” e pelega de que “protestar nesse momento atiçaria a extrema-direita”, inclusive em diversas universidades as lideranças do velho movimento estudantil propuseram paralisar tudo para que os estudantes se dedicassem a fazer campanha eleitoral para a coalizão direitista Lula-Alckmin.

Calejado nas batalhas contra as políticas privatistas embrulhadas em papel brilhante do governo de turno do oportunismo de 2002 até meados de 2016, 13 anos e meio seguindo a risca as diretrizes da “reforma do ensino” do Banco Mundial/FMI, ainda que a conta-gotas, o novo movimento estudantil se manteve em combate em todo esse período, dirigindo, participando e apoiando importantes greves de ocupação, inclusive no período eleitoral, denunciando e desmascarando esse discurso imobilista do oportunismo, mostrando que só existe caminho para luta estudantil através da independência e combatividade.

Em 2023, bastou pouco tempo de aplicação do criminoso “Novo Ensino Médio (NEM)”, para que a faísca se alastrasse por todo o País, com amplas mobilizações, onde o novo governo em conjunto com a UNE/UBES governistas buscaram paralisar a luta para realizar uma “consulta pública” sobre o tema. Fizeram de tudo para que não se desenvolvesse uma nova onda de greves de ocupação nas escolas secundaristas fazendo frente com os governadores da direita/extrema direita, boicotaram manifestações, fizeram sucessivos discursos em defesa de uma “suposta modernização do ensino” já em conluio com a proposta vergonhosa de “reforma” feita pelo MEC e no final buscavam apelar novamente para o discurso de que “não era a hora de protestar para não atiçar a extrema direita”. E quando se viram na impossibilidade de barrar as importantes greves de ocupação nas escolas e universidades naquele ano, passaram a condenar a tática como um todo, dizendo que eram a favor de “paralisação”, mas não de “ocupação”, já que essa era tática dos “maoistas”!?…

Se já não bastasse a posição vergonhosa do governo de coalizão reacionária de Luiz Inácio sobre o NEM e a sua enganosa “reforma da reforma”, a Lei do Arcabouço Fiscal prosseguindo com a mesma política de austeridade econômica do governo Bolsonaro, foi dado um novo passo no ataque ao ensino público gratuito. Além dos cortes de gastos, o BNDES passou a financiar projetos de PPP (Parcerias Públicas Privadas) nas mais diversas áreas, inclusive a “concessão” de escolas públicas para empresas privadas, como foi visto no leilão realizado pelo fascistoide Tarcísio de Freitas em São Paulo.

Foram nessas condições que em 2024 se desencadeou a Greve Nacional dos trabalhadores da educação, onde o MEC se recusou categoricamente a se reunir com os grevistas, tratando o assunto como se fosse somente um “problema de orçamento”, que não teria reajuste nenhum já que prejudicaria “as contas públicas”, discurso reacionário da oligarquia financeira local e internacional que recebem volumosos recursos dos governos de turno do velho Estado, enquanto condenam qualquer tipo de benefício que atenda o interesse dos trabalhadores e trabalhadoras. Também se deu uma das lutas recentes mais importantes do movimento estudantil universitário, a vitoriosa ocupação dos estudantes da UERJ contra a AEDA da fome, na qual durante 57 dias os estudantes ergueram alto a bandeira em defesa do ensino público, gratuito e a serviço do povo, da democracia e autonomia universitária, desmascarando por completo a REItoria “progressista” do PT e PSOL (Gulnar Azevedo e Bruno Deusdará). Contra a privatização das escolas estaduais os estudantes tomaram as ruas do Paraná, chegando a invadir a Assembleia Legislativa Estadual. Em São Paulo diversas mobilizações ocorreram contra a privatização e militarização das escolas, assim como contra o NEM, tendo como ponto mais alto a combativa ocupação secundarista da escola estadual Antônio Ablas na cidade de Santos, que mesmo sob a mais bruta repressão saiu vitoriosa.

O ano de 2025 iniciou, já com a ocupação da secretaria de educação do Pará, realizada por diversos povos indígenas contra a criminosa Lei 10.820/24 aprovada a toque de caixa, na última sessão da câmara legislativa estadual no final de 2024. Essa Lei extinguia o Some (Sistema de Organização Modular de Ensino), e também a sua extensão o Somei (Sistema de Organização Modular de Ensino Indígena), responsável por levar o ensino médio presencial às comunidades indígenas. A ocupação foi vitoriosa com a lei sendo revogada por completo, derrota dessa tentativa vergonhosa de aplicação da EaD. Essa luta demonstrou, uma vez mais, que a tática da greve de ocupação é a forma mais avançada de luta na defesa do ensino público gratuito.

Todas essas lutas recentes apontam que não existe outro caminho para barrar os sucessivos cortes de verbas e ataques privatistas que não seja o da mobilização ativa, em especial através da tática da greve de ocupação. Aqueles que acusam as mobilizações de atiçar a extrema direita, oportunistas imobilistas do velho movimento estudantil que enchem a boca para falar de defesa da democracia e contra o fascismo, mas se portam como covardes e cagões que temem tanto o fascismo quanto a radicalização das massas estudantis, e buscam transformar as entidades estudantis em meros apêndices governistas das políticas privatistas do MEC.

O que realmente atiça e alimenta a extrema direita é transferir bilhões de reais para o latifúndio através do plano Safra, verba zero para o “programa de reforma agrária”, se calar ante a ação terrorista das hordas paramilitares bolsonaristas do “Invasão Zero”, enquanto sucessivos cortes são realizados na saúde, educação e nos benefícios sociais como o BPC; é aplicar a política reacionária de “ajuste fiscal”, enquanto bilhões são transferidos do BNDES para a grande burguesia, o latifúndio travestido de “agronegócio” e o imperialismo, financiando privatizações e projetos vende pátria de todo o tipo.

Não existe verdadeiro combate à extrema direita e ao fascismo sem mobilização das massas na luta revolucionária, principalmente quando aqueles mobilizam massas. A extrema direita vive e se alimenta não da revolta popular como querem fazer crer os oportunistas, mas sim da repressão a todo protesto popular, principalmente quando de lutas espontâneas se transformam rebeliões consciente contra a velha ordem de exploração e opressão em crise de dominação, tal como há mais de dez anos se arrasta no País a ofensiva contrarrevolucionária preventiva ao inevitável levantamento das massas, por resolver suas três tarefas reacionárias de: 1) reestruturar seu velho Estado com a concentração máxima do poder no Executivo via golpe de Estado branco através do esquartejamento da Constituição vigente ou pela culminação aberta do golpe militar; 2) impulsionar seu capitalismo burocrático e fazer frente a sua crise de decomposição que se acha no País; e 3) combater o perigo de revolução reprimindo todo protesto popular e adotando leis draconianas contra a livre organização e manifestação das classes trabalhadoras.

A elevação do protesto popular contra os ataques privatistas e em defesa do ensino público, gratuito e a serviço do povo se faz mais necessário do que nunca. A gratuidade, democracia e autonomia da Universidade devem ser defendidas com unhas e dentes. Devemos prosseguir elevando, com o governo estudantil as formas de luta não somente para defender os direitos conquistados, mas para ampliá-los: construção de moradias estudantis, criação de creche nas Universidades, passe livre estudantil, funcionamento gratuito dos restaurantes universitários, ampliação da autonomia e democracia universitária, a adoção do Co-governo estudantil, ampliação dos programas de pesquisas científicas, fim do vestibular e etc. O movimento estudantil não pode ficar refém do discurso reacionário das classes dominantes de ajuste fiscal, de que não se tem verbas para isso, de que devemos nos contentar com o mínimo.

O que crucial para as classes dominantes locais e seu amo, o imperialismo que se estreme ante as grandes desordens provocadas pela crise geral de decomposição do capital monopolista, em que os mesmos e velhos provocadores das I e II Guerras Mundiais, voltam a ameaçar arrastar o mundo para uma nova e III, desta vez, com a superpotência hegemônica única, o EUA, o imperialismo ianque, à cabeça, como único meio de tentar confrontar sua crise agônica, resolver suas contradições internas para ganhar sobrevida sob uma maior e colossal centralização do capital e esmagar a democracia e impedir a revolução proletária para seguir escravizando os povos do mundo.

Companheiros e companheiras, façamos de 2025 mais um ano histórico de luta do movimento estudantil. Erguendo mais alto ainda a bandeira da heroica Resistência Nacional Palestina e da luta anti-imperialista, rechaçando todo tipo de discurso conciliador e imobilista, apoiando decididamente a revolução agrária em curso, combatendo junto às massas a extrema direita e o fascismo, devemos persistir na luta por transformar cada vez mais as escolas e Universidades em luminosas trincheiras da luta de classes.

Movimento Estudantil/Nacional

PR: UV-LJR se soma à rebelião das massas contra a violência policial fascista em Londrina!

por MEPR
Publicado em março 24, 2025
8 minutos de leitura

Nota do site: Republicamos importante nota da Unidade Vermelha – Liga da Juventude Revolucionária publicada em seu site, podendo ser encontrada aqui. Demonstramos total concordância e apoio ao conteúdo da nota, convocamos todos os estudantes e a juventude tomarem parte ativa na campanha contra a violência policial fascista em todo o Brasil.


“Só povo salvará o povo, depende de nós, ‘zé porva’ não acredita mas o povo tem a voz. Morador, por favor, desce pra rua, que a luta não é só minha, ela também é sua.[…]

Nunca foi confronto, foi execução!”

Atitude Consciente, Mano Fler, Ticano Beats – Nunca Foi Confronto (rap em homenagem aos jovens Wender e Kelvin).

A Unidade Vermelha – Liga da Juventude Revolucionária (UV-LJR) saúda efusivamente a rebelião que tem tomado as ruas de Londrina há praticamente um mês, após o covarde e odioso assassinato dos jovens trabalhadores Wender Natan da Costa Bento (20) e Kelvin William de Oliveira (16), pela carniceira Polícia Militar do Paraná (PMPR).

Desde 15 de fevereiro, quando a PMPR abordou, rendeu e executou com dezenas de disparos os jovens Wender e Kelvin quando saíam do serviço, contundentes manifestações têm sido realizadas pelas mães, familiares, colegas e moradores do Jardim Santiago (ou “Bratac”, bairro pobre onde os jovens residiam), contra a violência policial, nas quais apoiadores de toda Londrina e dos municípios vizinhos têm se somado, dando vazão ao ódio acumulado contra as recorrentes chacinas e injustiças perpetradas pelos assassinos de farda.

Logo após a covarde execução dos dois jovens, centenas de trabalhadores enfurecidos tomaram as ruas de toda a cidade, levantando mais de 25 barricadas em chamas, incendiando um ônibus e interrompendo o transporte público municipal para denunciar aos quatro ventos que o povo está farto de ter seus filhos executados e tachados de bandidos!

Em resposta à justa revolta popular, os reacionários inimigos do povo, Ratinho Jr. (governador) e o bolsonarista Tiago Amaral (prefeito), mobilizaram centenas de policiais da capital, forças especiais da Civil e da PM, helicóptero, drones e toda uma parafernalha de guerra para reprimir as massas, resultando na prisão de alguns manifestantes e repugnantes incursões no bairro para ameaçar e aterrorizar moradores, invadir e revirar casas, ameaçar forjar flagrantes e provas, bater e xingar os moradores, inclusive mulheres e crianças, tudo sob o criminoso silêncio e cumplicidade do monopólio de imprensa reacionário e vendido, que foge das massas como o diabo foge da cruz e vomita toda sua mentirada a serviço das classes dominantes, inventando “confrontos” onde a polícia nunca é ferida e tachando os jovens de bandidos (como se isso justificasse a execução policial) e os manifestantes de criminosos, sem escrever uma linha sequer sobre a prática fascista da polícia e a verdade dita pelos familiares e amigos.

Contudo, longe de aterrorizar o povo rebelado, tais investidas não fizeram mais do que aumentar o ódio da massa contra seus inimigos! O Presidente Mao nos ensina que onde há opressão, há resistência, e que rebelar-se é justo!, verdades que são comprovadas diariamente em todos os rincões de nosso país e do mundo, nas mais variadas lutas contra a opressão e exploração, as quais se desenvolvem em saltos, gerando abalos cada vez maiores na colina do inimigo e da reação, enquanto aceram e forjam a colina popular e revolucionária, que cresce e se tempera sob o fogo da luta de classes dentro deste brilhante momento que vive a Nova Grande Onda da Revolução Proletária Mundial. Assim, a revolta popular em Londrina – a maior em décadas – após os dois assassinatos é também sintomática e atesta a definição do grande Lênin acerca das situações revolucionárias, pois o povo não aceita mais ser governado como antes e a reação, em crise terminal, mesmo recorrendo à mais abjeta repressão, já não consegue governar como antes.

Assim, como não podia deixar de ser, mesmo com as incursões policias e prisões, a massa seguiu levantando alto suas consignas por justiça e pela prisão dos quatro policiais assassinos. Na última manifestação, com pneus em chamas, faixas denunciando a violência policial e cartazes com as caras dos policiais assassinos estampadas com a frase ASSASSINO DE TRABALHADOR!, os moradores do Bratac e seus apoiadores fecharam novamente a principal avenida da cidade. A PM e a Tropa de Choque com todas as suas tranqueiras, espumando como cães raivosos e com um contingente de dezenas de viaturas e um helicóptero, tentaram intimidar e reprimir para acabar com a manifestação, mas foram rechaçadas e escorraçadas pela massa revoltosa e pelas mães dos jovens assassinados, que com fúria de leoa gritaram a plenos pulmões que não sairão das ruas enquanto os assassinos de seus filhos não estiverem atrás das grades! Impotentes perante as centenas de massas combativas e organizadas e pelo apoio do povo que, mesmo preso no trânsito, buzinava e saudava a revolta, restou aos cães de fila da reação apenas observar a manifestação e assistir em silêncio a podre face de seus pares e corporação serem denunciados a todos, à luz do dia e em frente às câmeras, como o que realmente são: ASSASSINOS DE TRABALHADORES!

Nós, da Unidade Vermelha – Liga da Juventude Revolucionária, externamos mais uma vez nossa profunda solidariedade de classe às mães, familiares e amigos que sofrem a dor da perda dos queridos Wender e Kelvin, jovens que como muitos outros Brasil adentro tiveram suas vidas ceifadas pela violência policial, que hoje escala a novos patamares como expressão do profundo estágio de decomposição que atingiu a crise do capitalismo burocrático dentro da crise geral do imperialismo.

Com humildade e decisão proletárias nos somamos à massa de Londrina e do Bratac para lutar pela prisão dos carniceiros da PM Júlio César da Silva (envolvido na “Noite Sangrenta”, quando em 2016 a PM de Londrina chacinou 12 pessoas), Luiz Ricardo Monteiro da Silva, Jeferson Fontes Longas (carniceiro que responde a mais de 20 inquéritos policiais e é conhecido por tatuar caveiras no braço para cada pessoa que assassina) e Gabriel Ferreira de Lima Bosso, executores de Wender e Kelvin, e convocamos especialmente a juventude pobre e trabalhadora, que odeia de morte esse podre sistema agonizante que ceifa a vida de nossos familiares e amigos, a cerrar fileiras conosco na UV-LJR!

Vivemos um momento ímpar da história da humanidade, onde o sistema imperialista, encabeçado pelo imperialismo ianque (Estados Unidos), encontra-se na sua mais grave crise e tenta salvar-se do seu inevitável varrimento através do aumento ainda mais draconiano da opressão e exploração do proletariado em seu país e dos povos e Nações oprimidas, o que só faz aumentar a explosividade das massas e acelera a destruição desse decadente sistema.

Em nosso país, que até hoje é dominado pelas potências imperialistas, especialmente pelos Estados Unidos, o incremento da opressão contra o povo acontece principalmente no campo, onde o velho Estado latifundiário-burocrático brasileiro aplica uma política de guerra contra o campesinato pobre. De norte a sul, as hordas fascistas organizadas pelo latifúndio no movimento Invasão Zero durante o governo militar do ultrarrecionário Bolsonaro, procedem a ataques e execuções contra os camponeses, indígenas e quilombolas, tudo com o apoio das polícias e dos poderes do velho Estado, contando inclusive com o silêncio cúmplice e abjeto do oportunismo e seu cabecilha, o presidente Luiz Inácio. E nas cidades não é diferente: para evitar que o povo pobre se revolte contra as péssimas condições de vida e a retirada de direitos imposta pelo velho Estado e seus consecutivos governos de turno, as polícias em todo o Brasil executam operações quase que diariamente nas favelas para manter o povo sempre aterrorizado, acuado e com medo de se rebelar contra as desgraças que vive diariamente, realizando as mais odiosas chacinas, como vimos em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e também no Paraná.

Contudo, como já afirmamos, apesar do sangue que corre, toda a violência reacionária jamais poderá afogar a justa e sagrada revolta popular! Seguimos o glorioso e invencível exemplo da Heroica Resistência Nacional Palestina que, mesmo com seu território ocupado, cercado e vigiado 24h pelo inimigo, botou o imperialismo ianque o Estado nazisionista de Israel de joelhos com a grandiosa operação Dilúvio de Al-Aqsa, mostrando ao mundo que um povo organizado e decidido pode vencer o maior dos inimigos e qualquer dificuldade, que toda a reação e o imperialismo são tigres de papel, gigantes com pés de barro e que, sem sombra de dúvidas, vivemos num resplandecente momento revolucionário!

Em nosso país, defendemos e seguimos também o caminho apontado pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP), que avança com a Revolução Agrária, mobilizando, politizando, organizando e armando as massas do campo para destruir com a secular chaga da Nação, o podre latifúndio, causador das desgraças de nosso povo e país, e abrir caminho para a edificação de um Brasil Novo, com uma nova política, economia e cultura.

Nós, juventude combativa e revolucionária da UV, devemos ter em alta conta os ensinamentos que tais movimentos nos dão. Tal qual fizeram as massas sob direção da LCP na Batalha Feroz de Barro Branco/PE, escorraçando a pistolagem e a polícia quando tentaram invadir as sagradas terras do povo, baleando inclusive o chefete daquela, devemos também organizar a juventude em nosso bairro, formar grupos de autodefesa com nossos vizinhos para impedir que a polícia lá entre para nos vigiar, reprimir, prender e executar. Devemos fazer das favelas e periferias verdadeiras trincheiras da luta de classes, locais onde a polícia não é bem-vinda e o povo organizado se mobiliza para resolver seus próprios problemas, inclusive os de segurança, e lutar por seus direitos!

Com essa perspectiva e exemplos, mais uma vez, conclamamos toda a juventude pobre e trabalhadora a se somar à nossa organização e ao glorioso caminho da revolução democrática em nosso país! Lutemos por fazer justiça aos jovens Wender e Kelvin e a todos os assassinados pela polícia e pela pistolagem a mando do latifúndio, mas tenhamos também a certeza que a verdadeira justiça somente pode vir das mãos do povo, não deste velho e podre sistema latifundiário e burguês, serviçal do imperialismo, que é quem paga e forma as forças repressivas para assassinar nosso povo, amigos e irmãos.

A verdadeira e cabal justiça só pode surgir da revolução, a qual já se desenvolve no Peru, Índia, Turquia e Filipinas, dirigidas por Partidos Comunistas maoistas, pulsa na luta de libertação nacional do povo palestino e se desenvolve crescentemente também no interior de nosso país, dirigida pela LCP como Revolução Agrária. Assim, é nosso dever, enquanto juventude revolucionária, fazer com que a revolução ecoe e se desenvolva também nas cidades.

Somente trilhando o caminho da Revolução de Nova Democracia – cuja Revolução Agrária é a primeira fase –, após uma longa e árdua luta, derrotando um por um os nossos inimigos, vencendo dificuldades e alcançando grandiosas vitórias, finalmente terão fim todas as injustiças e desgraças que assolam nosso povo e país!

A revolução vem aí e a ela nós dizemos: seja bem-vinda a tormenta! Façamos justiça pelos que já se foram e um mundo novo para os que estão por vir!

JUSTIÇA PARA WENDER E KELVIN E TODOS OS ASSASSINADOS PELA POLÍCIA E PELA REAÇÃO!

WENDER E KELVIN, PRESENTES NA LUTA!

PRISÃO PARA OS ASSASSINOS E CARRASCOS DO POVO!

ABAIXO A VIOLÊNCIA POLICIAL FASCISTA CONTRA O POVO POBRE, PRETO E TRABALHADOR NAS PERIFERIAS E FAVELAS!

VIVA A REVOLUÇÃO AGRÁRIA! MORTE AO LATIFÚNDIO!

REBELAR-SE É JUSTO!

Londrina, 14 de março de 2025.

Movimento Estudantil/Nacional

RJ: MEPR realiza plenária estudantil contra os ataques à assistência estudantil na UERJ

por MEPR
Publicado em março 23, 2025
2 minutos de leitura

Na última semana de fevereiro, o MEPR realizou uma plenária na UERJ em meio às férias para debater sobre os próximos passos da luta do movimento estudantil independente face aos recentes ataques à permanência estudantil que os estudantes enfrentam. A plenária contou com a participação estudantes independentes de diversos cursos de diferentes cursos da UERJ e também de outras universidades, além de estudantes secundaristas e de cursos pré-vestibular.

A plenária se iniciou com alto espírito de combatividade, sendo entoada a canção Bella Ciao. Logo em seguida foi feita uma exposição sobre a situação política nacional, sendo destacada a revolução agrária em curso em nosso país como a luta mais avançada e como vanguarda no combate à extrema direita fascista. Como parte da exposição foi passado o minidocumentário produzido pelo Jornal A Nova Democracia que retrata a luta dos posseiros de Barro Branco em Jaqueira-PE que, organizados na Liga dos Camponeses Pobres (LCP), derrotaram o movimento bolsonarista Invasão Zero. O documentário também serviu para ilustrar que o dever dos estudantes é de se ligar às massas camponesas em luta e que é este o único critério para definir se um jovem é ou não revolucionário. Foi destacado o exemplo da estudante de pedagogia da UFPE que foi baleada por pistoleiros enquanto participava de uma missão de solidariedade.

Após esse o primeiro momento de exposição iniciou um momento aberto para falas de estudantes. Já na primeira fala uma estudante, inspirada na luta camponesa, propôs a realização de uma campanha de propaganda da revolução agrária nas escolas e universidades da cidade.

O ponto principal debatido pelos estudantes presentes foi os próximos passos dos estudantes na luta contra a Minuta do Retrocesso que será votada em abril no Conselho Universitário da UERJ e definirá a política de assistência estudantil a ser implementada nesta universidade. Os companheiros do MEPR e demais estudantes independentes vem denunciando que tal Minuta apresenta pontos que representam um verdadeiro ataque a assistência estudantil na UERJ, excluindo o direito ao acúmulo de bolsas (direito este conquistado através da luta combativa em 2015) e estabelecendo quantidades pré determinadas de bolsas e auxílios a serem disponibilizados por período, o que significa que os estudantes teriam que disputar entre si para poder receber os auxílios, como já ocorre atualmente em outras universidades do estado, como a UFRJ.

Também foi denunciado o fato de que as correntes oportunistas do movimento estudantil e as entidades controladas por elas não terem se manifestado publicamente contra a Minuta e nem mobilizado nos cursos onde atuam para a luta contra a mesma, o que expõe claramente a capitulação de tais movimentos à REItoria fascista de Gulnar e Deusdará. Ditos movimentos já capitularam completamente da tarefa de defender a educação com unhas e dentes, e muitos literalmente assumem cargos nas pró-reitorias (como é o caso dos estudantes ligados ao PT e, mais recententemente, também de militante da UJC/Pcbrasileiro) e também fazem reuniões amistosas com a REItoria, como é o caso das correntes do PSOL Afronte e RUA.

Neste sentido, foi tomada por consenso a decisão de organizar e levar à frente a luta contra a Minuta do Retrocesso. Todos os presentes se comprometeram em mobilizar os estudantes de seus cursos e de toda a universidade.

Movimento Estudantil/Nacional

RJ: Estudantes da UERJ fazem ato para condenar invasão do choque na universidade a mando da REItoria

por MEPR
Publicado em março 22, 2025
2 minutos de leitura

Na última quinta feira, 20 de março, estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro realizaram um ato para lembrar os seis meses da invasão da tropa de choque no campus Maracanã e protestar contra a REItoria de Gulnar Azevedo e Bruno Deusdará. O ato condenou a invasão dos policiais na exata data que marcavam os seis meses do 20 de setembro de 2024, dia que se tornou uma mancha na história da nossa universidade, pois nem mesmo durante o regime militar fascista a Polícia invadiu a UERJ.

A manifestação foi convocada por Centros Acadêmicos e estudantes independentes, especialmente os CAs de Pedagogia, Artes, Enfermagem e Filosofia, este último alvo de uma invasão ilegal por parte dos policiais, que quebraram os cadeados e reviraram todo o espaço com o aval da chefe de segurança e da REItoria.

O ato contou com a presença de cerca de 40 alunos, incluindo os Centros Acadêmicos já citados assim como estudantes independentes de diversos cursos. O ato começou no décimo segundo andar por volta das 18h e caminhou pelas rampas até o hall do queijo, onde houve falas e denúncias contra a REItoria e o governo fascista do estado (o bolsonarista Cláudio Castro).

Os estudantes também convocados a somarem-se na luta pela democracia universitária, assistência estudantil verdadeira e contra a nova minuta do retrocesso, que será votada no próximo Conselho Universitário. Esta minuta prevê o fim do acúmulo de bolsas e a limitação mais rígida da concessão de auxílios. Neste dia será realizado um grande ato de suma importância para barrar o desmonte da permanência estudantil.

Histórica ocupação da Reitoria terminou com grande resistência do Movimento Estudantil

Durante a luta contra a AEDA, os estudantes inicialmente ocuparam a reitoria da Universidade e rapidamente a luta se expandiu para a ocupação de todo o Pavilhão João Lyra Filho e também de outros campi (como a Faculdade de Enfermagem e a FEBF). Ao longo de mais de três meses, o movimento estudantil combativo denunciou a prática fascista da REItoria e exigiu a participação dos estudantes nas decisões, único caminho para condenar a decisão antidemocrática que reflete a posição antipovo, elitista e alinhada aos interesses privatistas.

A REItoria antidemocrática, revelou-se completamente fascista ao entrar com pedido de reintegração de posse na justiça. Nesse pedido, solicitou o uso de forças policiais e a presença de viaturas permanentemente. Desta forma, atentando contra a democracia e autonomia universitárias.

Ao longo desta histórica luta, estudantes denunciaram também o DCE do PT e seus chegados do Correnteza (PCR) e demais eleitoreiros. Assim, impediram na prática o desvio da justa luta para os interesses dos oportunistas da UNE. Mantendo a ocupação mesmo após o início da farsa eleitoral de 2024, os estudantes fizeram manifestações combativas fechando as ruas do entorno do campus com barricadas e enfrentando o Choque mesmo antes da sua invasão em 20 de setembro, para chororô de todos oportunistas.

No fatídico dia 20 de setembro de 2024, quando os estudantes já havia decidido pela resistência ativa à tropa de Choque dos fascistas da PM, a REItoria, mesmo com a iminência da invasão policial, seguiu mentindo, dizendo que “a ocupação não quis dialogar”. Mas a organização combativa já estava toda ela montada, e com um plano de retirada estratégica preparado. Mesmo com todo aparato de guerra com que a PM de Cláudio Castro invadiu o campus, no fim a maior parte dos 100 estudantes ocupantes saíram ilesos. Além da prisão de três estudantes que foram cercados de solidariedade até serem soltos no início da noite, o saldo final ficou muito pior para os porcos: um deles perdeu um dedo ao tentar soltar uma bomba vencida contra os estudantes em retirada. Ao fim, deixamos a Universidade com uma grande inscrição no corredor da REItoria de que “VOLTAREMOS MAIS FORTES E MAIS PREPARADOS!”

Movimento Estudantil/Nacional

Companheiro Fausto Arruda, presente na luta!

por MEPR Autor
Publicado em março 12, 2025
1 minuto de leitura

Foi com profundo pesar recebemos a notícia do falecimento do grande e amado Professor Fausto Arruda, fundador do jornal A Nova Democracia e destemido defensor das lutas revolucionárias do nosso povo e da juventude. O Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) expressa suas saudações revolucionárias ao inesgotável legado do intrépido e incansável companheiro Fausto Arruda, eterno formador de revolucionários e grande exemplo para toda a juventude combatente.

O professor Fausto Arruda enfrentou com ousadia os gorilas do regime militar fascista durante a juventude. Ainda secundarista, aos 15 anos, iniciou sua grandiosa jornada de lutas nas manifestações de 1968, em Fortaleza, Ceará. Militante secundarista, atuou no grêmio estudantil da escola Joaquim Nogueira. Foi também um corajoso estudante de sociologia na Universidade Federal do Ceará, se vinculando sempre às massas populares.

Além de parte da heroica resistência contra o fascismo decrépito do Regime Militar, não se vendeu às ilusões parlamentares do oportunismo com a dita “redemocratização”. Como grande revolucionário que é, nadou contra a corrente e ousou defender a Revolução, única saída possível para o Povo brasileiro alcançar uma verdadeira e Nova Democracia, em tempos onde quase todos alardeavam ser “o fim da história”.

O professor Fausto Arruda desbravou o espinhoso caminho que seguimos hoje e com seus artigos e científicas análises de situação política nos permitiu chegar onde chegamos e construiu uma importante base para as grandes vitórias que alcançaremos. O nosso grande professor sempre esteve rodeado pela juventude e demais massas populares; seus ensinamentos robusteceram a firmeza inabalável da juventude combatente de 2013 até os dias de hoje, que se vincula decididamente com o povo, principalmente o campesinato pobre na luta pela Revolução Agrária e massas populares nos grandes centros urbanos.

Prestamos nossa singela homenagem em honra ao gigante Fausto Arruda, cientes de que qualquer homenagem é insuficiente diante dos inolvidáveis feitos deste companheiro que dedicou toda sua vida à causa mais nobre do proletariado brasileiro e internacional. O companheiro Fausto Arruda é um dos indispensáveis que Bertold Brecht descreveu em seus poemas e seguirá não somente na história e memória do povo brasileiro, mas também presente em suas lutas.

Honra e Glória eternas ao grande e amado Professor Fausto Arruda!

Coordenação Nacional do Movimento Estudantil Popular Revolucionário

Março de 2025

Movimento Estudantil

Iniciando a semana

por MEPR Autor
Publicado em março 11, 2025
1 minuto de leitura

Companheiras, companheiros e leitores, estaremos organizando neste formato uma serie de notícias da semana ou da quinzena sobre as lutas estudantis.

No Rio de Janeiro, no último dia 05 em matéria publicada por AND, estudantes denunciam caso de fechamento arbitrário de turno noturno em uma escola no município de Duque de Caxias.

A decisão tomada pela própria diretoria da escola sem consulta alguma aos discentes, obrigou os estudantes a terem que tomar a decisçao de se transferirem para uma escola mais distante, ou desistir totalmente ou parcialmente dos estudos, já que parte majoritária dos estudantes do período noturno ou trabalham durante ou dia ou fazem cursos profissionalizantes. Em uma entrevista dada ao correspondente local do AND, um dos ex alunos da escola mostrou sua preocupação. “Eu acordo às 04h50 da manhã para trabalhar, eu largo do colégio às onze horas da noite, se eu for pegar moto eu vou gastar 10 reais por dia, a pé até a minha casa é 15 a 20 minutos, como vou ter condições de acordar no outro dia?”

Em Ribeirão Preto (SP), Grupo de Trabalho Popular Pedagogia em Ação (GTPPA) conquista importante espaço na Escola Municipal Prof. Honorato De Lucca.

Em nota o grupo afirmou: “A busca de um espaço durou quatro anos e, embora as dificuldades não tenham sido poucas, o GTPPA não desistiu! Enfrentando cada obstáculo com determinação e ânimo para derrubar os muros das universidades e estar ao lado das massas.”

“O GTPPA é um projeto social, que em 2023 tornou-se também um projeto acadêmico, fundado em 2020 por estudantes do curso de Pedagogia da Universidade de São Paulo (USP) – Campus Ribeirão Preto, juntamente com a Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia (ExNEPe) e da Executiva Paulista de Estudantes de Pedagogia (ExPEPe) e a Frente de Luta Combativa da USP-RP em resposta à crise educacional e sanitária agravada pela pandemia de COVID-19.”

A matéria pode ser lida intagralmente Aqui.

Em meio à onda de calor, estudantes de Igarassu (PE) protestam contra a falta de climatização nas escolas

Estudantes da Escola Técnica Estadual Jurandir Bezerra Lins, em Igarassu, realizaram um protesto no dia 11 de fevereiro para exigir a reparação dos ar-condicionados nas salas de aula, que estão sem manutenção há mais de três anos. O protesto aconteceu em um momento em que a sensação térmica na região ultrapassou os 40 graus.

“O ar-condicionado das salas nunca funciona, mas o da diretoria sempre está gelado. Parece que conforto é só para alguns”, relatou um dos estudantes em luta.

A matŕia na íntegra pode ser lida Aqui.

Movimento Estudantil/Nacional

70 anos da grande dirigente revolucionária Sandra Lima!

por MEPR
Publicado em março 6, 2025
6 minutos de leitura

Publicamos o presente texto por ocasião do dia internacional da mulher proletária e pela data de nascimento da grande dirigente revolucionária Sandra Lima, que em 2025 completaria 70 anos.

A inolvidável memória de Sandra Lima

Citando Sema Tsien, escritor da China antiga, Mao Tsetung assinalou que embora a morte colha a todos igualmente, a morte de alguns tem mais peso que o monte Tai, enquanto que a de outras pesa menos que uma pena. Morrer pelos interesses do povo tem mais peso que o monte Tai, mas empenhar-se ao serviço dos fascistas e morrer pelos exploradores e opressores do povo pesa menos que uma pena (Servir ao povo, 8 de setembro de 1944).

Sandra Lima empunha orgulhosa a bandeira do MEPR junto aos jovens ativistas que forjou

Na noite de 26 de agosto, cumpriu-se um mês do falecimento da companheira Sandra Lima. Em seus funerais, no dia 27 de julho passado, a intervenção da Frente Revolucionaria de Defesa dos Direitos do Povo(FRDDP), organização que Sandra foi uma das fundadoras e dirigentes, impactou todos profundamente. Em suas palavras finais, o dirigente da FRDDP conclamou todos “aqueles que conviveram e que a conheceram, que a conhecessem mais, conhecessem mais as suas ideias, que conhecessem mais da sua causa, que conhecessem mais essa grande mulher”.

À sua inolvidável memória e trajetória de militante revolucionária dedicamos as nossas duas últimas edições e também a atual. Tivemos a oportunidade de desfrutar da casualidade histórica de o AND — desde seu surgimento e durante seus primeiros 15 anos — poder contar com a companheira como colaboradora e propagandista, e de poder, com ela, participar de debates e lutas, além de absorver um pouco de sua experiência acumulada ao longo de mais de quatro décadas dedicadas à luta dos povos brasileiro e de todos os países.

E foi com grande honra que recebemos o convite para o ato em sua homenagem organizado pelo Movimento Feminino Popular (MFP), realizado no último dia 26 de agosto, em Belo Horizonte (MG).

No salão repleto da Escola Popular Orocílio Martins Gonçalves, a bandeira vermelha do MFP se destacava sobre a mesa ornamentada com flores vermelhas e amarelas. Faixas com consignas revolucionárias e o vai e vem de jovens vestidas de camisetas brancas e com lenços vermelhos estampados com a sigla do movimento — ativistas da juventude forjada por Sandra Lima — iam e vinham com passos rápidos e decididos nos últimos preparativos para o ato.

As organizações populares, democráticas e revolucionárias nas quais e junto das quais Sandra lutou a maior parte de sua trajetória estavam presentes à mesa, cuja Presidência de Honra foi ocupada pela Liga Operária. Além das diversas organizações presentes, lá estavam pessoas que conviveram e lutaram com a companheira, familiares e amigos. Operários, camponeses, professores, estudantes e famílias proletárias da Vila Corumbiara e da Vila Bandeira Vermelha — ocupações urbanas de Belo Horizonte e Região Metropolitana, cujas batalhas por moradia contaram com a intensa e decisiva atuação de Sandra Lima em seu apoio, propaganda e, sobretudo, mobilização, politização e organização das mulheres nessas lutas.

Foram citadas as mensagens enviadas por diversas organizações de outros países em honra à memória de Sandra Lima como o blog Dazibao Rojo (Estado espanhol), Movimento Feminista Proletário Revolucionário (Itália), Comitê de Redação do Periódico El Pueblo (Chile), Associação de Nova Democracia (Alemanha), Frente Revolucionária do Povo (Equador), entre tantas outras enviadas por companheiros e amigos.

O hino dos trabalhadores em todo o mundo, A Internacional, foi cantado de pé, solenemente.

A Frente Revolucionária de Defesa dos Direitos do Povo fez um pronunciamento resgatando a trajetória da companheira, desde a sua infância no interior de Minas Gerais e sua forja como destacada militante revolucionária e dirigente do Movimento Feminino Popular. Em cada marco da trajetória de Sandra Lima, ativistas recitaram poemas de sua autoria que revelavam toda a sua inquietude pulsante, indignação e firme convicção na necessidade de uma transformação radical da sociedade. Foi destacado seu otimismo, sua confiança nas massas e em sua organização, sua conduta firme no combate ao oportunismo de forma indissociável do combate ao imperialismo e toda a reação. A combatividade e firmeza com que sempre enfrentou os inimigos de classe e os problemas de saúde que fustigaram seu corpo durante décadas sem fazer vergar sua decisão revolucionária. A solidez ideológica da dirigente revolucionária que, incansavelmente, fustigou e conclamou as companheiras a combaterem a auto-subestimação, a se formarem como quadros ideológicos e políticos, a servirem sem reservas ao povo e as suas lutas.

Ativistas do MFP fizeram uma apresentação especial do hino do Movimento Feminino Popular portando a bandeira do movimento e uma foto de Sandra Lima. Elas expressaram em sua organização e evolução compacta a organização necessária para as massas destruírem o velho e construírem o novo.

Um grupo cultural apresentou, ao longo da homenagem, canções populares e revolucionárias, em homenagem a companheira que sempre foi uma grande entusiasta e admiradora da cultura popular-revolucionária em todas as suas expressões.

Também foi exibido um belo vídeo com imagens da atuação de Sandra Lima em lutas como a pela punição dos criminosos militares e civis, mandantes e executores de torturas, assassinatos e desaparecimentos forçados do regime militar fascista; sua participação em reuniões com mulheres trabalhadoras na cidade e no campo e seu papel destacado como fundadora e formuladora da linha revolucionária do Movimento Feminino Popular; sua atuação junto às famílias proletárias em luta por moradia e outros direitos. As imagens revelaram a dedicada mãe e avó revolucionária e a militante que, paciente e inquieta, consagrou-se como poucos a educar as novas gerações no fogo da luta de classes e na ideologia científica do proletariado.

Essa última característica, especialmente,  ficou marcada na fala de uma jovem camponesa. Vinda especialmente de Pernambuco para a homenagem, com seu forte acento nordestino e com simplicidade, ela disse não ter conhecido pessoalmente Sandra Lima, mas muito ouvira sobre a dirigente. Como ativista do MFP, expressando a mesma firmeza de Sandra Lima, ao falar da dirigente, primeiramente tímida, mas encorajando palavra após palavra, afirmou: “A firmeza com que as companheiras gritam nas reuniões, Despertar a fúria revolucionária da mulher!, é isso que a companheira Sandra Lima nos ensinou e vamos levar conosco. É isso que vamos fazer!”.

Empenhou-se sem poupar esforços na politização e organização das massas

Camponesas de diversas regiões do país, dirigentes regionais e ativistas do MFP foram à frente e destacaram a passagem marcante de Sandra Lima em suas áreas, para realizar reuniões e encontros que deixaram lembranças e exemplos. Reafirmaram perante os presentes o compromisso de continuar o trabalho da dirigente.

À convocação de uma jovem militante, as ativistas do MFP, portando braçadeiras e lenços vermelhos, perfilaram-se. Ao longo de sua construção, o Movimento Feminino Popular — a exemplo de outras organizações classistas do movimento revolucionário proletário — adotou seu Juramento de Honra. Nessa noite, em homenagem a sua fundadora, o MFP fez pela primeira vez o seu, repetido em uníssono pelas ativistas de punhos erguidos.

Os acordes da canção revolucionária italiana Bella Ciao se elevaram no salão: “Numa manhã de sol radiante, ó Bella Ciao, Bella Ciao, Bella Ciao! Numa manhã de sol radiante, terei nas mãos o opressor! É meu desejo seguir lutando…”.

Empenhou-se sem poupar esforços na politização e organização das massas

Encerrando o vibrante e emocionante ato, todos os camponeses presentes cantaram o Hino da Revolução Agrária e todos repetiram seu refrão com entusiasmo e imbuídos do exemplo combativo da grande revolucionária Sandra Lima: “Já chega de tanto sofrer, já chega de tanto esperar. A luta vai ser tão difícil, por mais que demore vamos triunfar!”.

O materialismo dialético e histórico nos ensina que uma vez que as massas aprendam a ideologia científica do proletariado, esta se converte em uma força material capaz de transformar o mundo, uma força sob cujo impacto toda a velha superestrutura e ideologia é posta abaixo. A presença impactante de Sandra Lima se fez sentir naquela noite de forma intensa expressada por aquelas e aqueles que empunham suas bandeiras de luta, seus continuadores.

“Companheira Sandra Lima: presente na luta!”

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Somente um novo movimento estudantil, popular e revolucionário pode impulsionar as massas estudantis para servir ao povo, servir aos interesses de nosso país e à humanidade, através do único caminho possível: o de mobilizar-se para a revolução, pela transformação completa de nossa sociedade, pela destruição de todo este sistema apodrecido, de exploração, miséria e opressão e pela construção de um novo poder de nova democracia que marche ininterruptamente para So socialismo, o poder das massas populares, baseado na aliança da classe operária com os camponeses pobres.

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