
No dia 02 de fevereiro de 1943, as tropas do exército vermelho e o povo soviético, sob direção do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), derrotaram as hordas nazifacistas, na batalha que marca o início do fim das tropas de Hitler por parte da URSS.
Batalha duríssima, bairro por bairro, rua por rua, casa por casa, cômodo por cômodo, linha por linha, na maior confrontação ideológica entre os nazistas e os comunistas da segunda guerra mundial. Do lado nazista foram enviados somente soldados filiados ao partido de Hitler, um contingente altamente ideológico. Do lado soviético a maioria dos combatentes foram instruídos pessoalmente pelo generalíssimo Stálin, que conhecia cada canto da cidade, já que dirigiu pessoalmente o exército vermelho em diversas batalha nessa cidade.
Devido ao seu caráter altamente ideológico cada confronto era levado até as últimas consequências. Além do exército vermelho, as massas soviéticas aplicaram todo tipo de tática de guerrilha para sabotar as tropas nazistas. No dia 02 de fevereiro de 1943 ocorreu a primeira rendição de uma general nazista na segunda guerra mundial, após ficar completamente cercado foi obrigado a se render, um duro golpe não apenas militar, mas também ideológico de onde iniciou a marcha soviética rumo a vitória. Goebbels e Hitler diziam que a bandeira nazista tremularia no Kremlim em pouco tempo, mas no final foi a bandeira vermelho da foice e martelo que tremulou no Reichstag.
A luta do povo soviético na batalha de Stalingrado representou a saga heroica das classes oprimidas na sua luta pela libertação de toda a humanidade. Em tempos de asceção da extrema-direita, fascismo e nazismo em todo mundo em função da crise de decomposição do sistema imperialista, temos que levantar alto a bandeira daqueles que enviaram o nazifascismo para lata de lixo da história.
E diante da Heroica Resistência Nacional Palestina, palmo a palmo em Gaza, lutando por cada centímetro na defesa do seus território, derrotando o Estado nazissionista de Israel parte por parte, não tem como não fazer o paralelo com os heroicos combatentes do Exército Vermelho nas trincheiras de Stalingrado. Assim como Stalingrado foi o túmulo dos nazistas, Gaza será o túmulo do nazisionismo!
Aproveitamos para indicar a leitura da matéria de 80 anos de Stalingrado publicada no blog Servir ao Povo.
Assim como para republicar o porme Carta a Stalingrado retirado do livro A Rosa do Povo de Carlos Drummond de Andrade, publicado em 1945:
Stalingrado. . .
Depois de Madri e de Londres, ainda há grandes cidades!
O mundo não acabou, pois que entre as ruínas
outros homens surgem, a face negra de pó e de pólvora,
e o hálito selvagem da liberdade
dilata os seus peitos, Stalingrado,
seus peitos que estalam e caem
enquanto outros, vingadores, se elevam.
A poesia fugiu dos livros, agora está nos jornais.
Os telegramas de Moscou repetem Homero.
Mas Homero é velho. Os telegramas cantam um mundo novo
que nós, na escuridão, ignorávamos.
Fomos encontrá-lo em ti, cidade destruída,
na paz de tuas ruas mortas mas não conformadas,
no teu arquejo de vida mais forte que o estouro das bombas,
na tua fria vontade de resistir.
Saber que resistes.
Que enquanto dormimos, comemos e trabalhamos, resistes.
Que quando abrirmos o jornal pela manhã teu nome (em ouro oculto) estará firme no alto da página.
Terá custado milhares de homens, tanques e aviões, mas valeu a pena.
Saber que vigias, Stalingrado,
sobre nossas cabeças, nossas prevenções e nossos confusos pensamentos distantes
dá um enorme alento à alma desesperada
e ao coração que duvida.
Stalingrado, miserável monte de escombros, entre tanto resplandecente!
As belas cidades do mundo contemplam-te em pasmo e silêncio.
Débeis em face do teu pavoroso poder,
mesquinhas no seu esplendor de mármores salvos e rios não profanados,
as pobres e prudentes cidades, outrora gloriosas, entregues sem luta.
aprendem contigo o gesto de fogo.
Também elas podem esperar.
Stalingrado, quantas esperanças!
Que flores, que cristais e músicas o teu nome nos derrama!
Que felicidade brota de tuas casas!
De umas apenas resta a escada cheia de corpos;
de outras o cano de gás, a torneira, uma bacia de criança.
Não há mais livros para ler nem teatros funcionando
[nem trabalho nas fábricas,
todos morreram, estropiaram-se, os últimos defendem pedaços negros de parede,
mas a vida em ti é prodigiosa e pulula como insetos ao sol.
ó minha louca Stalingrado!
A tamanha distância procuro, indago, cheiro destroços sangrentos,
apalpo as formas desmanteladas de teu corpo,
caminho solitariamente em tuas ruas onde há mãos soltas e relógios partidos,
sinto-te como uma criatura humana, e que és tu, Stalingrado, senão isto?
Uma criatura que não quer morrer e combate,
contra o céu, a água, o metal a criatura combate,
contra milhões de braços e engenhos mecânicos a criatura combate,
contra o frio, a fome, a noite, contra a morte a criatura combate,
e vence.
As cidades podem vencer, Stalingrado!
Penso na vitória das cidades, que por enquanto é
[apenas uma fumaça subindo do Volga.
Penso no colar de cidades, que se amarão e se defenderão contra tudo.
Em teu chão calcinado onde apodrecem cadáveres,
a grande Cidade de amanhã erguerá a sua Ordem.