Nesta terça no dia 18 de junho, os estudantes, técnicos e professores da UFF ocuparam a sede da reitoria da universidade após serem menosprezados pelo reitor, Antônio Cláudio, que se negou a ir para a audiência pública cujo o objetivo era debater as propostas da reitoria sobre a questão orçamentaria da universidade. Ao invés de ir, o reitor mandou quatro pró-reitores, os quais foram denunciados pelos estudantes, pois estes estavam apenas enrolando os estudantes e atrapalhando a sua luta.
Além desse descaso do reitor, os estudantes da UFF de campus do interior tiveram sua participação na audiência boicotada pela reitoria, pois apesar dela ter fornecido o transporte para que estes estudantes fossem até o local, os motoristas que levariam estes estudantes foram instruídos pela reitoria a tomar um caminho bem mais longo, impedindo os estudantes de chegarem a tempo da audiência.
Depois do início da audiência, estudantes independentes revoltados com a postura covarde do reitor começaram a se mobilizar exigindo a sua ida a audiência e denunciando sua postura. Nisso, os estudantes encabeçados pelo Comitê Independente de Lutas da UFF (CILU) fecharam as portas do auditório e junto dos demais estudantes começaram a gritar palavras de ordem que só sairiam dali no momento em que o reitor aparecesse. Nisso, diversos estudantes foram agredidos por funcionários da Superintendência de Operações e Manutenção Administrativa (SOMA) da UFF.
Segundo os estudantes, um funcionário da SOMA, que se chama Igor, já tinha agredido estudantes da UFF em um ato que ocorreu ano passado na reitoria da universidade. Este funcionário proferiu vários insultos transfóbicos contra os estudantes trans que estavam tentando fechar a porta.
Quando a porta foi fechada, os estudantes continuaram com as palavras de ordem e realizando falas que exigiam a presença do reitor. Mas após aproximadamente meia hora de bloqueio, o DCE da UFF decidiu conciliar com os pró-reitores e abrirem as portas, contrariando assim a posição do CILU e dos outros estudantes de manter o bloqueio. Ao saírem os pró-reitores riram e debocharam da cara dos estudantes.
Após essa ação covarde do DCE o Sindicato dos Técnicos da UFF (SINTUFF) apresentou a todos os presentes no momento, estudantes, professores e técnicos, a proposta deles seguirem em um ato até a reitoria da UFF exigindo as pautas da greve dos três setores e que o reitor aparecesse para explicar sobre o orçamento da universidade e propostas para as pautas da greve. Chegando na sede da reitoria os estudantes se depararam com seguranças armados, o que não impediu que os estudantes combativos mostrassem a sua indignação e seguissem para dentro da sede da reitoria.
Assim, eles entraram no complexo da sede da reitoria, no centro de Artes da UFF e o Cine UFF e iniciaram a sua ocupação. Neste processo os estudantes foram agredidos, xingados e intimidados pelos seguranças da universidade e um desses seguranças arrancou o cabelo de uma estudante. Durante todo esse processo, os seguranças tentaram com todas as forças impedir os estudantes de exercerem o seu direito de protestar e ocupar universidade, espaço que lhes pertence.
Na manhã do seguinte ao da ocupação, dia 19 de junho, a reitoria lançou uma nota absurda que não só criminaliza a luta consequente em defesa da educação realizada pelos estudantes, professores e técnicos, mas também mente descaradamente sobre o que ocorreu. Na nota eles dizem que foram os estudantes que agrediram, desconsiderando e ignorando todas as inúmeras agressões realizadas pelos seguranças.
Após a entrada no prédio e o estabelecimento da ocupação, foi realizada uma assembleia para decidir os termos e pautas da ocupação. As pautas propostas pelo CILU foram de que a reitoria se comprometesse a iniciar as obras para os bandejões nos campi do interior e a expansão do transporte da UFF, o Busuff, para municípios vizinhos, para o interior e também para outras regiões de Niterói. Enquanto isso, o DCE teve uma postura recuada e quis colocar apenas a pauta da participação do reitor em uma audiência pública. Mas a proposta do DCE foi vencida pelos estudantes independentes e a ocupação seguiu com as propostas dadas pelo CILU.
É GREVE DE OCUPAÇÃO, NEM SUCATEAMENTO E NEM PRIVATIZAÇÃO!