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MA: Passe Livre Estudantil em São Luís: Braide é alvo, mas Brandão protegido?

por MEPR
Publicado em fevereiro 23, 2025
6 minutos de leitura

Republicamos a seguir nota do Coletivo Estudantil Flihos do Povo, que pode ser encontrada em seu site clicando aqui.


O Coletivo Estudantil Filhos do Povo (CEFP) vem a público denunciar a postura covarde
e oportunista de setores que, encastelados no governo estadual, tentam manipular a luta
pelo Passe Livre Estudantil em São Luís para atender aos seus próprios interesses
políticos.

Diante da urgente necessidade de garantir o direito dos estudantes ao Passe Livre, não
apenas na cidade de São Luís, mas em toda região metropolitana, nos deparamos com
vergonhosa resistência de grupos como JPT, UJS/PCdoB e JS/PDT que preferem usar
essa pauta apenas como ferramenta para atacar o prefeito Eduardo Braide, enquanto se
recusam a cobrar qualquer compromisso do governador.

O oportunismo, desesperado pelo risco de perder seus carguinhos rendosos no governo,
tentam ampliar cada vez mais sua “frente ampla contra a extrema direita”, o que resulta,
em todo o país, em uma aliança cada vez mais firme com governos de direita.

Isto é evidente no Maranhão, onde o governo conta com partidos oportunistas como
base de apoio, apesar de a gestão de Brandão estar amplamente comprometida com o
latifúndio e com diversos grupos reacionários, incluindo bolsonaristas. Além disso, a
própria família Sarney continua inserida no governo. Não há nada melhor do que uma
boa mamata, não é mesmo?

Mas o PCdoB sempre prova que pode ser pior e veio desavergonhadamente a público
reafirmar sua posição de partido que integra a base desse governo reacionário. Mas isso
não é qualquer novidade, pois, afinal, nada mais é do que dar sequência ao que de fato
foi o gerenciamento do ‘enxadrista’ Flávio Dino (PCdoB), não é mesmo?

Não foi esse mesmo ‘grande estrategista político’ que trouxe o irmão do assassino dos
advogados comunistas paraenses João Batista (1988) e Paulo Fonteles (1987), o ex-
Deputado e grileiro de terras Penaldon Jorge, para seu governo?
Também não foi ele
que trouxe a família Sarney para dentro do governo depois de fingir ser um ‘rompimento
com as velhas oligarquias’? Fazer unidade política com os setores mais sinistros,
perversos e criminosos da política brasileira nunca foi um problema para esses grandes
defensores do “Estado Democrático de Direito”.

Não foi esse mesmo ‘grande estrategista político’ que trouxe o irmão do assassino dos
advogados comunistas paraenses João Batista (1988) e Paulo Fonteles (1987), o ex-
Deputado e grileiro de terras Penaldon Jorge, para seu governo? Também não foi ele
que trouxe a família Sarney para dentro do governo depois de fingir ser um ‘rompimento
com as velhas oligarquias’? Fazer unidade política com os setores mais sinistros,
perversos e criminosos da política brasileira nunca foi um problema para esses grandes
defensores do “Estado Democrático de Direito”.


Com efeito, os interesses eleitoreiros no movimento estudantil chegam a tal ponto que os
oportunistas que hoje dirigem a UNE no Maranhão (JPT, UJS e JS), entidade estudantil
pelega e imobilista responsável unicamente por frear os filhos e filhas do povo que se
lançam corajosamente à luta, têm a ousadia de dizer que os estudantes não poderiam
cobrar também do governo Brandão o passe livre. O cúmulo dessa traição se revela
na absurda justificativa de que a inclusão do governo estadual na política do
Passe Livre só poderia acontecer mediante um plebiscito estadual
.

Esse argumento lamentável, dito em uma reunião da Frente Pelo Passe Livre por um
representante da UNE, militante da UJS, não apenas desconsidera a urgência da
demanda estudantil, mas expõe, com todas as letras, aquilo que antes apontávamos de
forma metafórica e caricatural:
eles realmente defendem que o governador só pode
ser cobrado mediante um plebiscito!

Ora, então o governador, que é responsável pelo transporte público intermunicipal da
região metropolitana de São Luís, só poderá entrar em cena para assegurar que
estudantes de toda grande ilha tenham acesso ao transporte de forma gratuita depois de
2026? E somente depois de um novo plebiscito? É isso mesmo!?

Quando dizíamos que os nossos sonhos não cabiam em urnas e que os direitos se
conquistam nas ruas, houve alguns insetos do tipo UJR/PCR e Juntos/PSOL – a eterna
minoritária da UNE
– que ainda ousaram levantar seus dedos sujos contra nós para
falsamente afirmar que éramos contra o passe livre estudantil! Era de se esperar isso
desses oportunistas que, ao fim e ao cabo, sempre servem para seguir e legitimar o que
eles chamam de ‘majoritária’ da UNE, i.e., os já referidos PT, PCdoB e PDT.

Também não é nenhuma novidade essa postura suja e covarde desses últimos
grupelhos, os quais já tivemos a oportunidade de rebater de forma arrasadora sobre a
situação podre no Congresso de Estudantes da UFMA.

Mas, depois desses ataques nefastos, qual o resultado? Apesar de 90% dos eleitores
ludovicenses terem votado pela aplicação imediata o direito ao passe livre estudantil e do
Ministério Público e Defensoria Pública Estadual já terem se manifestado favoráveis à
sua aplicação, ainda assim o Prefeito Eduardo Braide e Governador Carlos Brandão
ignoraram tudo.

O que garantirá de fato o Passe Livre Estudantil é a luta combativa das massas
estudantis, pouco importa se o pontapé inicial foi o plebiscito municipal.
O que
cabe aos verdadeiros democratas, comprometidos com a luta do povo brasileiro, é
impulsionar o descontentamento popular para fazer germinar protestos cada vez maiores
e mais combativos. Se os políticos alegam não conseguir cumprir nossas demandas,
esse é um problema deles!

Ainda mais, qual a única corrente do movimento estudantil maranhense que pode ter o
orgulho de dizer que tem desafiado a tudo para chegar aos estudantes universitários e
secundaristas, que tem encurralado o prefeito, os vereadores, os promotores e
defensores para impor o nosso sagrado direito ao passe livre estudantil? Os únicos que
podem fazer isso somos nós: o Coletivo Estudantil Filhos do Povo – CEFP.

Isso se deve, exatamente, porque fazemos essa luta de forma abnegada e sem
interesses mesquinhos eleitoreiros
que são os que movem toda essa escumalha que
vai do grupo de bandidos ladrões de dinheiro público de PT, PCdoB e PDT até seus
seguidores menos importantes do PSOL e PCR.

Não à toa, hoje (18/01), um dia antes do ato que nossa corrente vem construindo há
mais de um mês, que ocorrerá amanhã (19/01), a UNE e UBES (PT/PCdoB/PDT),
tentaram implodir uma plenária da Frente Pelo Passe Livre para tomarem para si as
vagas em uma entrevista a ser dada à plataforma dos companheiros da Agência Tambor,
no dia 21/01, assim como queriam por tudo impedir que a Frente realizasse qualquer ato
sob pretexto de que era impossível fazer qualquer coisa por causa da greve dos
rodoviários.

Outra cena deplorável foi a manifestação conjunta de vários militantes dessa maçaroca
de UNE/UBES/PT/PCdoB/PDT terem como um de seus pontos de argumentação a
atitude policialesca de dizer que o CEFP estava pichando patrimônios históricos
tombados.

Isso só mostra o que temos denunciando há muito tempo: essa turma são nada mais
nada menos que canalhas que há muito já deixaram de ser pelegos e passaram
efetivamente ao campo da reação.
Seguramente, estão cumprindo com seu
vexaminoso e lamentável papel de espionagem e delação, que há muito fazem às
escondidas, mas que chegam ao ponto de agora o afirmar plena e publicamente. Mas,
aguardemos, pois, este certamente não será o fundo do poço para essa gente!

Senhores, sabemos muito bem o que aconteceu: vocês que estavam sumidos há muito
tempo e agora querem aparecer com seus militantes em entrevistas para alçá-los a
candidatos nas futuras eleições, não é mesmo? Com a luta real e a mobilização dos
estudantes que é a parte mais difícil, vocês nunca se importaram, mas com a entrevista
que pode gerar visibilidade vocês não vão abrir mão. Vergonhoso!

E sobre o ato, uma vergonha ainda maior! Ora, se não é precisamente nesse momento
que os rodoviários estão em greve e que o Prefeito acaba de dizer que há uma máfia do
transporte que realiza lock out e ameaça que vai revogar os seus contratos, que a
juventude e, sobretudo, a sua vanguarda, precisaria mover céus e terras para realizar um
protesto que colocasse o dedo na ferida?

Precisamos ir para as ruas agora com ainda mais urgência e dizer:

PASSE LIVRE ESTUDANTIL JÁ! NÃO AO AUMENTO DAS PASSAGENS! ABAIXO A
MÁFIA DO TRANSPORTE! e AUMENTO SALARIAL PARA OS RODOVIÁRIOS!

Ao que tudo indica, a UNE e UBES estão mesmo é com medo de que a luta reverbere e que eles
não consigam controlar os estudantes que, se vierem às ruas, inevitavelmente vão cobrar o seu
direito de todos os bandidos que estão aí no poder, seja do prefeito ou do governador.

Caros oportunistas, o seu plano deu errado: amanhã (19/02), com todas as dificuldades,
o bloco consciente da luta estudantil e popular vai colocar o seu bloco na rua e vão fazer
o que vocês se ocupam de tentar impedir, que é colocar uma linha política justa para a
luta de nosso povo. Vocês fracassaram!

O movimento estudantil independente e combativo na cidade de São Luís, que não se
curva a cálculos eleitoreiros ou a interesses de grupos políticos anti-povo, mobiliza e
seguirá mobilizando os estudantes em cada escola e à revelia dos carreiristas que hoje
dirigem a UNE/UBES, seguiremos levantando alto a bandeira do passe livre estudantil
em toda a região metropolitana. O Passe Livre é um direito, não moeda de troca!

ABAIXO O OPORTUNISMO E IMOBILISMO DA UNE !
VIVA O MOVIMENTO ESTUDANTIL INDEPENDENTE E COMBATIVO!
PASSE LIVRE ESTUDANTIL JÁ!

Movimento Estudantil/Nacional

O malabarismo da direção do PCR no apoio à Dilma e ao governo Lula (MEPR, 2010)

por MEPR Autor
Publicado em fevereiro 19, 2025
17 minutos de leitura

O destacado dirigente internacional do proletariado, o revolucionário russo Vladimir Lenin ensinava que na sociedade burguesa, a tática eleitoral dos comunistas, como toda tarefa de denúncia política, deve ser a de revelar o seu caráter de classe, do Estado e suas instituições visando a sua destruição completa. Como uma luta dos comunistas para elevar a consciência de classe das massas proletárias e populares, revelando a elas e educando seus ativistas, sobre o papel de cada classe e de cada partido em ditas eleições.

E nada melhor como a posição de um partido frente às eleições burguesas para se comprovar se este é de fato, e não só em palavras, verdadeiramente revolucionário. Pois, tem gente que passa o ano todo falando em revolução, lutas anti-imperialistas, greves, etc, mas quando chega uma eleiçãozinha fica com “a mão coçando para votar”. É o caso da direção do PCR, partido que se intitula “comunista” e “revolucionário”, mas que desde sua fundação, em 1998, não deixou de participar de uma eleição sequer…

Até 2002 atuavam dentro do PT de onde lançavam seus candidatos, foram entusiastas defensores da candidatura de Lula, apesar das declarações deste de que manteria a política econômica de FHC. Em 2003, acompanhando o grupo de Heloísa Helena saem do PT e nas eleições seguintes lançam seus candidatos pelo PSOL. Em 2006, envergonhados, conclamaram o voto em Lula no segundo turno, para derrotar Alckmin do PSDB. Agora em 2010, sem vergonha alguma, defenderam o voto na candidata do PT já no primeiro turno, apesar de continuarem lançando seus candidatos pelo PSOL e deste ter Plínio Sampaio como candidato a presidente. Mais do que nunca revelam a natureza oportunista dos que agem por conveniência, além de ser governista e eleitoreira, prática revisionista típica e muito em voga atualmente na América Latina.

Em sua obra Um passo a frente e dois passos atrás, Lenin afirmou: “Quando se fala da luta contra o oportunismo, não há que se esquecer nunca um traço característico de todo o oportunismo contemporâneo em todos os terrenos: seu caráter indefinido, difuso, inapreensível. O oportunista, por sua própria natureza, esquiva sempre colocar os problemas de um modo preciso e definido, busca a resultante, se arrasta como uma cobra entre pontos de vista que se excluem mutuamente, esforçando-se por ‘estar de acordo’ com um e outro, reduzindo suas discrepâncias a pequenas emendas, a dúvidas, a bons desejos inocentes, etc., etc.”

Vamos demonstrar mais como isto se aplica perfeitamente à direção do PCR.

A Verdade ou A Mentira?

A grande diferença entre os governos Lula e FHC é a capacidade do petista em iludir o povo. Pois em seus oito anos de mandato aplicou, em essência, a mesma política do PSDB. A propaganda governista, repetida pelos monopólios de comunicação (inclusive Rede Globo), é de que a economia vai bem, que aumentou a classe média, que os brasileiros estão comprando mais, que a dívida externa foi paga etc. Estes são os motivos apresentados por Lula para pedir votos a sua candidata Dilma Rousseff. A direção do PCR, além de não desmentir estas falsidades, que tem enganado tanta gente, vai mais longe em sua argumentação oportunista afirmando que votar em Dilma é “votar contra as privatizações e pelo socialismo” (Editorial A Verdade – agosto de 2010).

É de fato curioso acompanhar os malabarismos da direção do PCR na defesa de sua política reformista. Como atraem principalmente jovens estudantes com o discurso da revolução e do socialismo, fica mais difícil convencer as bases na hora das eleições. Precisam dar uma volta danada… É o que podemos ver nos artigos publicados em agosto e setembro no jornal A Verdade. Centram seus ataques ao PSDB, a Serra e FHC, até porque isto é muito fácil para qualquer colegial, como gostava Lenin de ironizar o “heroísmo” dos oportunistas. Porque difícil mesmo é demonstrar as diferenças entre FHC e Lula e entre Dilma e Serra. É aí que eles se embananam e acabam recorrendo À Mentira.

Participar ou não da farsa eleitoral?

Obviamente, antes de defenderem a candidatura de Dilma precisavam justificar a participação na farsa eleitoral montada pela burguesia. No artigo de agosto, o dirigente do PCR, Luiz Falcão, faz a seguinte afirmação:

“Devido a essa contradição, as eleições na chamada democracia burguesa são profundamente antidemocráticas. Com efeito, as classes ricas, donas das riquezas produzidas pelos trabalhadores, apoiam e lançam candidatos que dispõem de gráficas e de enormes recursos financeiros […]. Não bastasse, os candidatos dos ricos têm muito mais tempo de propaganda na TV […].”

Certo, até aí não estão mentindo. E ele continua:

“O resultado dessa desigualdade é que na democracia burguesa os ricos elegem a imensa maioria dos governantes e dominam o parlamento. […] Eleitos, os políticos dos ricos tratam de pagar em dobro o dinheiro que receberam para suas campanhas: entregam obras públicas às empresas que o financiaram, elevam os juros para aumentar os lucros dos bancos – o país paga por ano cerca de R$ 160 bilhões de juros aos banqueiros – superfaturam obras, fraudam licitações e privatizam empresas públicas.”

Já aqui, ao traçar o perfil dos governos, espertamente, omite nominá-los! Pois é, a farsa eleitoral é assim mesmo e é o retrato de todos esses governos seja o de FHC, de Lula e os demais antecessores. Mas como o cara consegue dizer isto tudo e ainda ter coragem de pedir voto para Dilma? Pois vejamos, vamos seguir o raciocínio dele: 1º) as candidaturas dos ricos arrecadam mais dinheiro para suas campanhas; 2º) não bastasse isto, “os candidatos dos ricos têm muito mais tempo de propaganda na TV”. Logo, podemos concluir que as candidaturas dos ricos são as mais caras e as que têm mais tempo na TV? Então vejamos, qual é a candidatura mais cara e a que tem mais tempo na TV? É a da Dilma Rousseff, ora bolas. Assim fica difícil Luiz Falcão…

Mas apesar disto continuemos acompanhando os raciocínios do ex-vice-presidente da UNE:

“Diante dessa realidade, alguns creem que o mais correto é não apoiar ou lançar candidatos e pregam o voto nulo. É um equivoco […] porque desprezam a principal lei de uma revolução: a melhor maneira das massas desenvolverem sua consciência e desacreditarem na democracia burguesa é por meio de sua própria experiência política ou, como ensina a sabedoria popular, vivendo e aprendendo.”

Muito interessante este raciocínio… Vamos ver se entendemos: a vanguarda revolucionária sabe que as eleições não mudam nada, mas como o povo acredita que muda, os revolucionários devem conclamar o povo a votar, para que votando “aprenda pela sua própria experiência” que votar não adianta. Difícil, não!? O líder da revolução chinesa, Mao Tsetung, de maneira mais clara afirmou que: “Se aprende a lutar, lutando”, de forma bem mais confusa a direção do PCR está tentando dizer que: “Se aprende a lutar, votando…”.

Conversa fiada! Segundo Lenin em sua obra Que fazer?, a vanguarda revolucionária tem por objetivo esclarecer os operários e camponeses, revelar o caráter burguês do Estado e do governo de plantão, de que pretender combater o imperialismo de forma separada do combate ao  oportunismo não passa de fraseologia oca, de educar o partido, o proletariado e as massas na violência revolucionária e no combate ao oportunismo e de em cada luta demonstrar ao povo que “Afora o poder tudo é ilusão!”.

A vanguarda não pode atuar como mero espectador e utilizar o baixo nível de consciência de classe do povo como justificativa para suas posições medrosas e reformistas. Povo, aliás, que em suas lutas tem demonstrado consciência muito maior do que estes que se intitulam sua vanguarda, povo que tem demonstrado, pois aprendeu “por sua própria experiência”, que eleições não mudam nada a seu favor. Ou será que as 34 milhões de pessoas que votaram branco, nulo ou se abstiveram no 1º turno destas eleições não fazem parte do povo?

Apelando para fraseologia “revolucionária”, Luiz Falcão conclui assim sua justificativa de participação da farsa eleitoral:

“O erro, portanto, não está em participar das eleições e de utilizá-las para derrotar parcialmente as classes dominantes, mas em ter a ilusão de que é possível conquistar o poder sem uma revolução e sem a formação de um exército revolucionário.”

Palavras jogadas ao vento, simplesmente para agradar e iludir a militância combativa, a juventude revolucionária. Mas como avançar para a conquista do poder semeando ilusões no governo Lula e na candidatura de Dilma? Como avançar para a conformação de um exército revolucionário defendendo um governo que envia tropas de seu exército reacionário para massacrar a resistência popular no Haiti, para reprimir seu povo pobre como laboratório da repressão das massas nas favelas de nosso país? Nenhum malabarismo oportunista pode esconder estas contradições.

Dilma ou Serra?

O centro da argumentação dos dois artigos é a comparação entre Dilma e Serra, entre os oito anos do gerenciamento do PT e os oito anos do PSDB. O artigo de agosto parece mais tímido na defesa de Dilma e é quase um pedido envergonhado de voto na petista:

“Sem dúvida, apesar das semelhanças entre os dois principais candidatos à presidência da República Dilma Rousseff e José Serra – ambos, por exemplo, defendem a manutenção da propriedade privada dos meios de produção, o desenvolvimento do capitalismo, a continuidade do pagamento dos juros aos banqueiros e o crescimento do capital estrangeiro no país – há também diferenças entre eles […]”.

Já o artigo de setembro, assinado pelo PCR, procura corrigir as vacilações do texto de Luiz Falcão e pede, abertamente, o voto em Dilma Rousseff:

“Por essas razões, o Partido Comunista Revolucionário (PCR), partido fundado pelo revolucionário Manoel Lisboa – covardemente assassinado pela ditadura militar em 1973 – convoca os trabalhadores e a juventude a derrotarem o candidato do PSDB e eleger Dilma Rousseff, do PT, presidente da República.”

Antes de tratarmos do significado político desta conclamação somos obrigados a abrir um pequeno parêntese. É simplesmente absurdo que a direção do atual PCR utilize o nome de Manoel Lisboa, grande revolucionário brasileiro, para pedir votos à Dilma Rousseff. Este é um grande desrespeito! Manoel Lisboa foi assassinado pelo regime militar porque dirigia a resistência armada contra os militares. E mais. O senhor Edval Nunes Cajá, que gosta de repetir solenemente uma máxima defendida em teoria e prática por Manoel Lisboa como regra de ouro dos comunistas de que “delação é traição”, esconde que sua candidata a presidente é uma dedo-duro confessa. Em reportagem da Folha de S. Paulo, de 5 de abril de 2009, são citados depoimentos e relatórios arquivados no Superior Tribunal Militar que Dilma “indicou endereços e acompanhou [a polícia] a ao menos uma casa de militantes”. Na mesma reportagem, ao ser questionada por que entregou seus companheiros, Dilma respondeu de forma cínica e vulgar: “para parar de apanhar”. Ora senhores, peçam votos em nome de vocês e não em nome de revolucionários que infelizmente não estão mais presentes para se defenderem!

É tempo ainda de esclarecer aos incautos de que o atual PCR, muito ao contrário do que alardeiam Edval Cajá e Luiz Falcão, nada tem a ver com o PCR fundado por Amaro Luiz de Carvalho (o Capivara) e Manoel Lisboa. O PCR foi fundado em 1966, seus principais dirigentes foram assassinados em 1971 e 1973. Em 1979, parte do antigo PCR, apesar das discordâncias da companheira de Manoel Lisboa, a dirigente Selma Bandeira, se funde com o MR-8 e deixa de existir formalmente. O atual PCR se formou em 1998 quando realizaram seu II Congresso (sic); propositalmente chamaram de II Congresso tentando estabelecer, formalmente, um vínculo com o PCR de Manoel Lisboa. Mas até nisto são ridículos, pois o PCR de Capivara e Lisboa não chegou a realizar seu I Congresso…

Mas prossigamos a análise. O artigo de setembro, que orgulhosamente convoca o voto em Dilma, é intitulado: “Programa do PSDB para o Brasil é privatização, repressão aos trabalhadores e arrocho dos salários”. O texto inicia com um retrospecto do governo FHC que muito bem poderia sintetizar a gerência petista. Comecemos pelas privatizações. O governo Lula não só não apurou a roubalheira feita por FHC com a negociata das estatais como seguiu o mesmo processo, claro que à sua maneira, fazendo o mesmo só que às escondidas. A diferença aqui, é que FHC defendia, fazia e assumia e Lula faz o mesmo e diz que faz outra coisa. A direção do PCR sabe que durante o governo Lula houve o processo de privatização da Petrobras e que hoje mais de 50% das ações da empresa encontram-se nas mãos de especuladores. Sabe também que neste momento o governo Lula está fazendo o maior processo de “capitalização” (leia-se privatização) da Petrobras para explorar o petróleo da camada do pré-sal. Onde a direção do PCR meteu a consigna “O pré-sal é nosso!”? Parece que em época de eleições esta palavra de ordem do populismo patrioteiro pode não ser muito conveniente…

No artigo, onde mais se procura revelar a diferença entre Lula e FHC é no quesito repressão ao movimento popular. Vejamos na própria letra:

“É verdade que o governo Lula frustrou os trabalhadores ao não reestatizar as estatais privatizadas, continuar pagando juros bilionários da chamada dívida pública, manter privilégios para o agronegócio e cumprir um triste papel na intervenção do Haiti. Mas é verdade também que não reprimiu os trabalhadores […].”

Repressão aos trabalhadores no governo Lula

Argumentação malandra típica de sofistas… Dizer meias verdades não é dizer a verdade, senhores materialistas dialéticos de prosa! Enumeram uma série de verdades para logo depois querer nos enfiar goela a baixo uma mentira gigantesca. Aonde, senhores revisionistas, que o governo Lula “não reprimiu os trabalhadores”? Vamos refrescar a memória cansada destes velhos reformistas. Luiz Falcão, o senhor se lembra do Jornal A Verdade de 2006 onde anunciaram o apoio à candidatura de Heloísa Helena? Pois bem, nesta mesma edição há um artigo assinado pelo senhor denunciando a repressão covarde do governo Lula aos manifestantes do MLST no Congresso Nacional. Aquela onde centenas de camponeses foram presos a mando do presidente da Câmara, o também revisionista Aldo Rebelo (PCdoB) e que depois foram confinados no estádio de Brasília. Pois é, naquela época quando vocês eram oposição comportada ao governo denunciaram esta repressão, agora colocam isto para debaixo do tapete.

O governo Lula iniciou a repressão aos trabalhadores logo em seu primeiro ano de mandato. Em 2003, durante a votação da reforma da previdência, o então presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha do PT, chamou a tropa de choque para reprimir os manifestantes. Nem durante o regime militar a tropa de choque da polícia militar entrou no Congresso Nacional. Foi no governo Lula que isto aconteceu pela primeira vez. Lula numa entrevista, bajulando a burguesia, declarou: “Aquele estudante que quebrou o vidro do Congresso tem que ser processado e tem de pagar o vidro quebrado”. (sic)

Foi também no primeiro ano do mandato de Lula quando ocorreu o maior número de assassinatos no campo. Governo este que ficou marcado pelo baixíssimo número de trabalhadores beneficiados por projetos de reforma agrária. Governo que juntamente com a gerência petista do Pará desencadeou, em 2007, uma gigantesca operação de repressão às 1.500 famílias organizadas pela Liga dos Camponeses Pobres que tomaram o latifúndio Forkilha da família de Jairo Andrade, um dos fundadores da UDR – União Democrática Ruralista (organização criminosa de latifundiários). A repressão denominada de “Paz no campo”, saudada efusivamente pelos latifundiários do sul do Pará, contou com tropas de elite da polícia militar e do Exército. Centenas de camponeses foram presos e dezenas foram barbaramente torturados. Após a desocupação e ao longo do ano de 2008, bandos paramilitares assassinaram 13 lideranças e participantes desta luta, sendo o último o companheiro Luis Lopes, histórica liderança camponesa do sul do Pará. Como na imprensa burguesa, as páginas do Jornal A Verdade não dedicaram uma linha sequer para registrar estes crimes, pois, convenientemente, parecem estar mais preocupados em demonstrar que não houve repressão ao movimento popular durante o governo Lula.

E o que dizer da invasão ao Haiti? Como vocês têm coragem de dizer que o governo Lula “não reprimiu os trabalhadores”? Quer dizer que para vocês os operários, camponeses e estudantes do Haiti não são trabalhadores? Ou então, nas suas contas de repressão só são computados os crimes cometidos em território nacional? Senhores revisionistas: onde vocês guardaram o internacionalismo proletário que exibem em sua retórica? Vocês, de maneira bem suave e delicada, avaliam esta invasão do Exército Brasileiro a mando de Lula como “um triste papel na intervenção do Haiti”. Todos os dias, milhares de soldados brasileiros patrulham as ruas das favelas do Haiti, as tropas de Lula são acusadas de centenas de assassinatos e de repressão a manifestações populares. E quem mandou Lula enviar tropas ao Haiti? Uma rápida recapitulação: em 2004, o governo norte-americano patrocinou um golpe de Estado no Haiti, o presidente haitiano Jean-Bertrand Aristide foi preso por fuzileiros navais ianques e extraditado no Congo. Uma força de paz da ONU foi montada para “estabilizar” o país e o Exército reacionário de Lula foi escalado para comandar as tropas invasoras. Quem era o presidente do EUA na época? George Bush, que atolado com sua invasão no Iraque não podia dispor de soldados para ocupar a ilha caribenha. Sem problemas: o senhor Lula deu uma mãozinha enviando tropas brasileiras, secundadas por tropas enviadas pelos “governos populares” da Bolívia, Paraguai, Uruguai, etc. Depois a direção do PCR vem dizer que Lula não é de direita, não apoia golpes, e não é serviçal do imperialismo…

E o que dizer da matança de pobres, principalmente de jovens, nas favelas e periferias das grandes cidades? As políticas fascistas de repressão e controle social executadas pelas gerências estaduais, em particular pelo governo do aliado Sérgio Cabral com suas pavorosas UPPs e massacres, como do Morro do Alemão na cidade do Rio de Janeiro, não por acaso patrocinada e estimuladas pelo senhor Luiz Inácio? Que diga o vídeo feito por um jovem negro que gravou ocultamente a visita de Lula e Cabral em sua Vila, Ali o senhor Lula e o senhor Cabral falaram sem fazer demagogia mostrando suas verdadeiras caras (Acesse no YouTube: Lula preocupado com prejuízo eleitoral e Sérgio Cabral xingando menino de 17 anos (na época)).

Não foram reprimidos no governo Lula aqueles que não lutaram! CUT, Une e Ubes, entidades governistas das quais o PCR participa, realmente não foram reprimidas. Ao contrário, receberam verbas milionárias do governo federal, exatamente porque atuaram como departamentos do Ministério do Trabalho e do Ministério da Educação no meio do movimento popular.

Reformistas confessos

Por fim, analisemos o último e “definitivo” argumento da direção do PCR em seu apoio à Dilma e ao governo Lula:

“Porém, não há dúvida de que se o governo fosse do PSDB, essa situação seria ainda pior. E nós, os comunistas revolucionários, lutamos para melhorar as condições de vida do povo e não para piorá-las.”

Estamos diante de uma pérola do economicismo, melhor da argumentação típica de um reformista orgulhoso: “os comunistas revolucionários, lutamos para melhorar as condições de vida do povo”! Não senhores, não usem em vão o nome dos comunistas. Os comunistas lutam sim pela transformação radical da sociedade, lutam pela emancipação da classe operária, pela libertação do campesinato e da nação do jugo imperialista. Será que por acaso Marx e Engels escreveram no Manifesto do Partido Comunista algo como: “Nós comunistas, propomos melhorar as condições de vida do povo, mesmo no capitalismo”?

Nada disto senhores! Deixemos que Marx e Engels, estes dois gigantes do proletariado, digam por suas próprias palavras: “Os comunistas não se rebaixam a ocultar suas posições e seus fins. Proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda ordem social existente.” Ou como sintetiza Lenin em sua obra Nosso Programa:“A doutrina de Marx estabeleceu as verdadeiras tarefas de um partido socialista revolucionário: não formular planos de reorganização da sociedade nem ocupar-se na prédica aos capitalistas e a seus acólitos da necessidade de melhorar a situação dos operários, nem tampouco urdir conjurações, senão organizar a luta de classes do proletariado e dirigir esta luta que tem por objetivo final a conquista do poder político pelo proletariado e a organização da sociedade socialista.” (sublinhado nosso)

Quanta diferença, não?

Ah reformistas… que se alegram em comer as migalhas que caem das mesas da burguesia e ainda, sem se envergonhar, agitam suas bandeiras amareladas afirmando às massas que “as condições de vida do povo estão a melhorar”… Impossível não recordar Bertolt Brecht em a Canção do Remendo e do Casaco:

“Sempre que o nosso casaco se rasga,
vocês vem correndo dizer:
– Assim não pode ser! Isto vai acabar!
Custe o que custar!
Cheios de fé vão aos senhores,
cheios de frio nós esperamos.
E ao voltar, sempre triunfantes
exibem a grande conquista:
um pequeno remendo…
Mas onde está, o nosso casaco?”

Conclusão

A verdadeira libertação do povo brasileiro, a verdadeira melhoria das condições de vida de nosso povo será obra de nossa revolução. Somente destruindo este velho Estado genocida de grandes burgueses e latifundiários, serviçais do imperialismo, poderemos erguer uma nova ordem onde o povo, que hoje nada tem, seja dono de tudo. Mudar governo, eleger candidatos reformistas “comprometidos com a causa popular”, pode no máximo trazer pequenos ganhos temporários que facilmente são arrancados pelas classes dominantes. Não faltam exemplos na história de “governos populares” derrubados por golpes que terminaram em verdadeiros banhos de sangue para o povo, exatamente porque as massas não estavam organizadas e conscientes, senão iludidas, porque do contrário, não seria este o seu governo e sim um outro, erguido pela luta revolucionária.

Não cansaremos de citar Lenin: “Afora o poder, tudo é ilusão!” Esta é uma grande verdade histórica. E também é verdade que o oportunismo, o reformismo e o revisionismo, sempre tentaram apresentar ao povo a lorota de que apoiando um “líder reformista” ou um “bom burguês” poderemos criar condições melhores para a luta revolucionária. Mentira! O que se conseguem com isto é semear ilusões, é desarmar o povo e enfraquecer o espírito de luta. Não se enganem companheiros e companheiras: não se caminha para uma estratégia revolucionária através de táticas reformistas; quem hoje planta oportunismo colhe traição.

Todo este circo – onde até que enfim ganhou um palhaço de profissão – só existe porque o proletariado e as massas populares ainda estão muito desorganizados, exatamente devido a ação combinada da política exercida continuamente sobre eles pelos sucessivos governos e o trabalho realizado no seio das massas pelos oportunistas e reformistas. E depende, para quebrar tal dominação e esmagamento, que uma vanguarda autenticamente revolucionária realize o mais paciente e meticuloso trabalho de denúncia desta ação e de seus executores, revelando o seu caráter de classe e de como estes governos e ditos “movimentos e organizações populares” servem a estas classes para impedir a eclosão e desenvolvimento do movimento revolucionário.

E tal tarefa se inicia por denunciar a farsa eleitoral, organizar o boicote das eleições e propagandear a revolução. Eis a tática eleitoral dos revolucionários hoje.

Internacional/Teoria

O significado dos Guardas Vermelhos

por MEPR Autor
Publicado em fevereiro 19, 2025
9 minutos de leitura

O texto a seguir é parte de uma série de textos publicados por AND em razão da comemoracão aos 50 anos da Grande Revolução Cultural Proletaria.

Logo após a realização da 11ª Sessão Plenária do VIII Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh), realizada de 1º a 12 de agosto de 1966, e a publicação do ‘Documento de 16 Pontos’ e da Decisão do Comitê Central do PCCh sobre a Grande Revolução Cultural Proletária (GRCP), surgiram os grupos de Guardas Vermelhos que se multiplicaram.

Um novo grupo ligado diretamente ao Comitê Central do PCCh, Grupo Executivo da Revolução Cultural, foi criado e nomeados para compô-lo destacados quadros do partido como Chen Po-ta, Chiang Ching, Chang Chun-chao, Yao Wen-yuan, entre outros, conferindo aos trabalhos de direção da GRCP uma nova fisionomia e um grande impulso.

No seguinte 18 de agosto, mais de um milhão de Guardas Vermelhos fizeram sua primeira grande manifestação pública na Praça Tiananmen, em Pequim. O Presidente Mao passou em revista os batalhões de jovens que, orgulhosos, com suas braçadeiras vermelhas, saudavam o grande timoneiro entoando canções revolucionárias e palavras de ordem. Em oito ocasiões, entre o histórico 18 de agosto e 26 de novembro, o Presidente Mao Tsetung recebeu mais de treze milhões de Guardas Vermelhos e a essa altura, nada nem ninguém podia deter o avanço da GRCP.

“Que Pequim vá ao restante do país!”. Atendendo a esta voz de comando do Presidente Mao Tsetung, o Exército Popular de Libertação colocou seis mil caminhões a disposição dos Guardas Vermelhos, que a todo momento chegavam a Pequim vindos de todas as partes. Legiões de Guardas Vermelhos se dirigiram a pé, de trem, barco, caminhão e bicicletas a todo o vasto campo da China para difundir a Grande Revolução Cultural Proletária e atrair milhões para aprofundar a luta de classes. Empreenderam verdadeiras “longas marchas” de até 1.000 quilômetros, passando por fábricas e comunas para propagar a Revolução.

Nas fábricas, intervinham paralisando a produção e organizando palestras e debates. Esta intervenção, que a princípio provocou desordens nos cronogramas de trabalho e na organização da produção, representou de fato um grande salto com o ingresso de milhões de massas de proletários na GRCP.

A atividade catalizadora dos Guardas Vermelhos, assim como foi decisiva para o despertar das massas de todo vasto interior da China, foi também para que o proletariado fabril criasse suas próprias organizações revolucionárias, designadas por eles mesmo de “rebeldes” ou “rebeldes proletários”.

A importância dos Guardas Vermelhos é indiscutível e seu papel foi determinante para anunciar a Grande Revolução Cultural Proletária e tornou-se um movimento irresistível que levou a “Decisão de 16 Pontos” do Comitê Central a todo o país.

O papel desempenhado pelos guardas vermelhos*

A atividade da Guarda vermelha respondeu a dois objetivos principais: o primeiro de tipo psicológico e o segundo de caráter político. Ambos tinham como finalidade aumentar o número de participantes voluntários na realização da Revolução Cultural Proletária.

Em agosto de 1966, esta participação apresentava um desenvolvimento muito desigual. Havia suscitado debates e efervescência nas universidades e cursos preparatórios, porém, em menor medida nas fábricas e oficinas. Por outra parte, a revolução cultural se desenvolvia e se concentrava sobretudo em Pequim e, em uma escala menor, em Cantão e Xangai que haviam sofrido também sua influência. Como consequência, era necessário modificar esta situação.

Para começar, era preciso atingir as consciências por meio de manifestações espetaculares e aportar provas palpáveis de que a luta de classes entre o proletariado e a burguesia ainda não havia desaparecido. Uma vez que se houvesse logrado criar esta atmosfera, se poderia incorporar mais facilmente a população no movimento. Bruscamente e com toda a força que pôde demonstrar, o aparato de propaganda do Partido focou em suas baterias sobre os guardas vermelhos de Pequim, que ao sair dos recintos de suas escolas se espalhavam por toda a cidade. Uma de suas primeiras ações consistiu em renomear as ruas e lojas que evocavam a antiga China imperial e recobrir com pintura branca as esfinges dos mandarins pintadas nos pórticos de madeira do Parque do Palácio de Verão. Este passo tinha como objetivo fazer ressaltar, partindo de um exemplo muito simples e compreensível para todo mundo, a persistência das influências feudais no seio do regime socialista. Esta ação fez com que os guardas vermelhos fossem qualificados de maneira demasiado exagerada de iconoclastas fanáticos pela imprensa ocidental. Contudo, destruição e o vandalismo foram fenômenos muito limitados porque as autoridades haviam tomado a precaução de fechar os museus e proteger os monumentos desde os primeiros dias da revolução cultural1 .

A segunda ação empreendida pelos guardas vermelhos foi indagar e investigar as casas dos antigos capitalistas e proprietários de bens e imóveis. Nessas casas, confiscaram ouro, joias, cachimbos e reservas de ópio, que os antigos proprietários conservavam, assim como armas e velhos títulos de propriedade. Estes feitos foram divulgados pela imprensa chinesa e os objetos requisitados foram expostos ao público e apresentados como provas de que a burguesia seguia existindo e que ainda não havia perdido a esperança de que voltariam os “bons tempos”. Estas ações dos guardas vermelhos foram acompanhadas, em algumas ocasiões, por inúteis violências que contribuíram para criar a imagem pouco lisonjeira que lhes traçou a imprensa ocidental, embora deformando e exagerando sempre os fatos e sua verdadeira magnitude.

A direção comunista se encarregou, mediante artigos e filmes e diversas emissões radiofônicas, de familiarizar todos os chineses à atividade destes jovens que se viam desfilar aos enxames pelas ruas da capital. A imprensa não escamoteava os elogios dedicados a estes guardas vermelhos hostis a toda ideia conservadora, puros e generosos em suas aspirações. Desta maneira, a imprensa preparou a opinião pública em vistas da segunda fase de seu movimento que não tardou muito tempo em produzir-se e que se estendeu durante vários meses, enquanto a primeira fase, que acabamos de descrever, não durou mais que três semanas.

Esta nova etapa se propunha a alcançar um objetivo mais complexo: se tratava de que estes jovens estudantes dos cursos preparatórios e universitários estendessem o fogo da Revolução cultural a todo o território da China. Dado que os jovens intelectuais não estavam integrados na produção e não estavam cercados pelas moléstias das rotinas profissionais ou de outro tipo, sua liberdade de espírito e seu sentido de iniciativa não haviam sido mutilados pelos enredos burocráticos. Os guardas vermelhos estavam menos inibidos que alguns de seus superiores e pouco dispostos a respeitar uma disciplina. É certo que lhes faltava muita experiência, porém esta carência tinha um aspecto positivo, porque seus ideais ainda não haviam sido extinguidos pelas provações ou as decepções. Portanto, os guardas vermelhos constituíam o fermento ideal para sublevar uma sociedade que corria o perigo de esclerosar-se, pela falta de controvérsias internas. Graças a influência destes jovens, se propagou o costume de questionar, de falar alto e livremente. A habilidade de Mao Tsetung e seus partidários se demostrou na forma em que souberam utilizar esta força dentro do marco de sua estratégia geral, sem com isso deixar se perder a espontaneidade dos jovens, orientando-a sempre para a preservação e reforço do ideal revolucionário e não para um estéril rechaço do mesmo.

Portanto, os guardas vermelhos deviam aportar seus ideais, seu entusiasmo e seu espírito crítico até aqueles centros em que o movimento não se havia propagado mais que em forma medíocre e, ao mesmo tempo, deviam estimular a investigação e a crítica dos quadros que haviam escolhido o caminho capitalista, dos direitistas e dos “bandidos negros” da fração de Peng Cheng.

Anteriormente estava implícita a existência de guardas vermelhos em todas as partes. Em Shangai, outra cidade de vanguarda, haviam surgido em grande número e algo similar ocorriam em Cantão e na maior parte das cidades chinesas. Assim mesmo, era conveniente que os guardas vermelhos pudessem circular livremente pelo país e pudessem chegar até os lugares em que o movimento revolucionário havia se estendido pouco, o que não era raro naqueles momento iniciais.

Acaso o ponto três da Declaração de 8 de agosto não precisava que “em vários organismos, os responsáveis ainda entendem muito mal seu papel de dirigentes nesta grande luta” e que “sua direção está longe de ser séria e eficaz”?

A direção do Partido Comunista da China animou os guardas vermelhos para que se deslocassem por toda China para efetuar os Chuan-lien, ou seja, para participar nos intercâmbios de experiências revolucionárias. Foram adotadas medidas especiais para que a maioria dos guardas vermelhos do interior pudessem vir a Pequim para informar-se sobre o que havia ocorrido, tomar exemplo dos revolucionários da capital e atuar como eles em seu regresso as suas cidades de origem. Por sua parte, os guardas vermelhos de Pequim viajavam às províncias para relatar suas lutas e incitar as pessoas que encontravam para que examinassem as atividades dos quadros do Partido e tratassem de descobrir se entre eles havia promotores da linha negra. Os animavam a redigir cartazes, a se organizarem para resistir aos abusos e medidas burocráticas de certos responsáveis. Ademais, os guardas vermelhos de Pequim davam a conhecer as diretivas do Partido e a Declaração de 16 Pontos, procuravam sua discussão e compreensão. Em efeito, se tratava de mobilizar milhões de homens e, em vários lugares afastados, as informações circulavam muito mal ou demasiado lentamente. Em certos casos, as pessoas mais velhas ou relativamente velhas não sabiam ler ou não tinham o costume de fazê-lo. Ademais, algumas vezes, certos quadros do Partido restringiam a difusão das notícias provenientes da capital. Estes eram os motivos que justificavam a extraordinária importância da propaganda oral realizada pelos guardas vermelhos. Se puseram a disposição destes viajantes transportes gratuitos, ainda que alguns deles se deslocassem também a pé, renovando assim as tradições do exército comunista chinês.

Alguns guardas vermelhos realizaram deslocamentos consideráveis. Vários destacamentos empreenderam “longas marchas” de mais de mil quilômetros. Durante o transcurso destas caminhadas, os guardas vermelhos se detinham nas comunas, nas fábricas, participavam nos trabalhos manuais, distribuíam as citações do Presidente Mao Tsetung. Algumas vezes estas citações do Presidente Mao eram impressas pelos mesmos guardas vermelhos em pequenas impressoras portáteis, muito ligeiras, que eram um de seus atributos característicos. Os guardas vermelhos davam a conhecer por todas as partes o famoso pequeno livro vermelho de citações de Mao Tsetung, que até então não era popular além do exército e que a partir deste momento se difundiu até alcançar uma importância histórica inigualável.

Depois da 11ª Sessão Plenária do Comitê Central, havia se decidido a publicação em massa das obras de Mao assim como da breve, porém célebre seleção de suas citações. O pequeno livro vermelho, que os chineses agitavam alegremente em suas reuniões ao longo de toda a Revolução cultural, foi concebido para ser utilizado pelos soldados do Exército Popular de Libertação em 1965. De maneira concisa, as citações apresentavam as ideias fundamentais de Mao Tsetung sobre diferentes problemas: a luta de classes, o Partido Comunista, a guerra e a paz, a literatura e a arte, as relações entre o exército e o povo, etc. A partir de agosto de 1966 se publicaram centenas de milhões de exemplares do pequeno livro vermelho: era um meio engenhoso de pôr ao alcance das massas chinesas os aspectos essenciais do marxismo.

Em Pequim, a recepção dos guardas vermelhos foi organizada pelos militares de maneira notável: providenciou seu alojamento, seu abastecimento e transporte de tal forma que a capital pôde acolher, durante quatro meses, um milhão de habitantes suplementares, cuja presença era constantemente renovada, sem que por isso nem os transportes nem os abastecimentos normais fossem seriamente perturbados, o que revela um giro extraordinário que somente pode ser realizado pela organização de um regime como o maoísta.

As ruas da cidade adquiriram um aspecto pouco habitual: jovens mongóis com botas, vestidos com longas túnicas de franjas claras, passava ao lado de Uiguros de trajes multicores típicos da longínqua província de Sinkiang. Entre os guardas vermelhos provenientes desta região do oeste da China, que durante muitos séculos foi a encruzilhada de diversas correntes migratórias, se distinguiam, ao lado dos tipos locais bastante puros, próximos da etnia turca, alguns com cabeleira ruiva e olhos azuis. Também vieram jovens tibetanos de pequena estatura e rosto curtido pelo vento das altas montanhas, envolvidos em grandes e grossos abrigos de vivas cores e cobertos com chapéus de feltro de aba larga parecidos a dos índios do Peru. Nas tendas, jardins e restaurantes, se escutavam os mais diversos dialetos e timbres. Toda a China estava em Pequim, representada por suas prodigiosas multiplicidade e variedade.

____________________
Notas

* Texto extraído do livro “História da Revolução Cultural Proletária na China” do escritor francês Jean Daubier.

  1. Foi dito que os guardas vermelhos queimaram livros. Eu jamais testemunhei fatos semelhantes, me parece um excesso. Em uma comarca de Pequim, os guardas vermelhos destruíram os leões de pedra e, em outro lugar, um baixo-relevo. Em um cemitério, profanaram tumbas. Os dirigentes da Revolução cultural condenaram estes atos que, em nenhum momento, tomaram envergadura. Não tem fundamento escrever, como fez uma grande revista francesa, que destruíram “pelo ferro e pelo fogo” os tesouros de arte da antiga China. A morte do escrivão Lao She sucedeu em condições obscuras e atribuir a responsabilidade direta aos guardas vermelhos significa ir muito além dos dados da informação atual. ↩︎

Teoria

O problema do “propagandismo” e da ilusão do ativismo exclusivamente virtual (UV-LJR) – 2021

por MEPR Autor
Publicado em fevereiro 18, 2025
10 minutos de leitura

Republicaremos a seguir, um artigo publicado pela Unidade Vermelha – LIga da Juventude Revolucionaria (UV-LJR) em 2021 dado sua importancia crescente no meio da juventude.

Que critério permite determinar se um jovem é ou não revolucionário? Como fazer tal distinção? Apenas existe um critério: verificar se esse jovem quer ou não ligar-se às grandes massas operárias e camponesas, e se efetivamente se liga a estas. Se quer ligar-se aos operários e camponeses e o faz efetivamente, é um revolucionário; no caso contrário é um não revolucionário ou um contrarrevolucionário. Se hoje ele se liga as massas de operários e camponeses, hoje é um revolucionário. Mas se amanhã deixa de ligar-se a elas, ou se, pelo contrário, passa a oprimir a gente simples do povo, passa a ser um não revolucionário ou um contrarrevolucionário.

Presidente Mao Tsetung, 1939
Discurso para a juventude em Ienan em comemoração do XX Aniversário do Movimento de 4 de Maio.

Marx dizia que ninguém deve ser julgado pelo que diz de si mesmo, senão que pela sua prática. A redação dos “belos programas”, como diziam Marx e Engels, dos prenúncios ribombantes de surgimento de novas “organizações” a cada dia, as discussões filosóficas idealistas infindáveis à moda dos Jovens Hegelianos, são bem conhecidas do movimento comunista. Bem como, não é novidade nenhuma o culto aos livros, as enormes quantidades de tinta e papel (hoje, bytes e mais bytes de informação), gastos para se afirmar coisas sem qualquer correspondência com uma prática revolucionária concreta na luta de classes e de ligação com as massas. Contudo, se por um lado, o surgimento da rede de internet permitiu que as ideias dos revolucionários alcançassem lugares mais distantes mais rapidamente, por outro, as possibilidades de se afirmar algo que não corresponda à prática também se potencializaram enormemente. Se difundiu dentro do movimento popular, especialmente entre a juventude, a ilusão de que qualquer um pode colocar seu rosto na tela e exprimir suas opiniões livremente, sem maiores consequências. Alguns, inclusive, trilhando sua carreira oportunista, sendo muito bem recompensados para tal, o que também se torna um atrativo e até uma tentação para muitos. A disseminação da cultura do ‘influencer’ (influenciador digital) é, portanto, um primeiro problema que queremos abordar.

Antes de mais nada, devemos separar certos ‘influencers de esquerda’ das pessoas sérias que divulgam seu trabalho nas redes, entendendo esta como uma ferramenta hoje imprescindível até mesmo para a sustentação material de muitos. Estes últimos cujo trabalho teórico intelectual ou orgânico tem o reconhecimento das massas exploradas, por serem defensoras – mais recentes ou mais veteranos – dos direitos do povo, possuem um prestígio obtido junto à luta concreta ao lado do povo, prestígio cuja extensão virtual é algo natural e legítimo. Muito diferente daqueles a quem denunciamos com nossa crítica, cujo prestígio se dá por impulsionamento movido a enormes quantidades de dinheiro, de forma artificial e manipulada, financiados por fundo eleitoral, pelos monopólios ou por tráfico de influência dissimulado de “patrocínio”, advindo de indivíduos burgueses degenerados – de ideologia e de origem! – com interesses, no mínimo, suspeitos. Gente essa que nunca deu um tostão furado sequer para o avanço da luta ou para o movimento popular, que até ontem estavam na Rede Globo vomitando seu preconceito de classe e que agora teriam uma súbita crise existencial e de consciência que os faria apoiar ou ajudar a difundir a proposta mais radical de transformação da realidade. Quem não os conhece que os compre!

Tais ditos “influenciadores” atribuem a si uma nobre tarefa: Estariam “propagandeando a revolução” ou mesmo se inserindo nos espaços da burguesia para “furar a bolha” e saírem de seus “pequenos círculos” para, assim, atingir mais gente com sua dita “propaganda revolucionária”. Devemos relembrar que só se acha em “pequenos círculos” aquele que não tem prática nem vínculo real com as massas do povo, sendo assim, devemos exigir que não meçam o movimento revolucionário com a sua régua oportunista e que não “transponham dogmaticamente” seu próprio marasmo e crise existencial à situação objetiva e subjetiva que vivemos, esta que é extremamente favorável à luta do povo.

Mas, diriam alguns: “… o conteúdo é o que importa e se divulgam o marxismo, tão melhor!”. Bem, vejamos se isso se sustenta: O que podemos observar da prática de ditos “influenciadores”? Muito discurso para, ao fim e ao cabo, salvo raríssimas exceções, convocarem sua audiência (ou melhor, “influenciarem”) a votar no candidato ‘a’ ou ‘b’, defender a experiência e o legado do oportunismo e do revisionismo no seio do movimento operário, tecerem loas ao social-imperialismo, calar e, não raro, atacar os verdadeiros e consequentes revolucionários e o movimento revolucionário como um todo por não aprovarem (ou seria não “curtirem”?) sua tática e propaganda eleitoreiras, etc. Portanto, não importa a quantidade de vídeos ou cursos queiram fazer sobre Marx, Lenin etc., se o nome dos grandes chefes do proletariado internacional são utilizados para fins eleitoreiros e comerciais, isso é e sempre será oportunismo, logo, não corresponde, nem de longe, a uma suposta “disseminação do marxismo”, pois não está a serviço da luta do povo, mas sim dos projetos pessoais de uns quantos carreiristas e seus conchavos eleitorais.

E mesmo do ponto de vista teórico, o que difundem travestido de marxismo é puro tráfico da doutrina revolucionária, no meio da qual buscam enxertar todo seu ecletismo academicista e pequeno-burguês para tentarem passar pela doutrina de Marx, Lenin e o Presidente Mao, doutrina esta sempre difundida por estes segmentos intelectualoides como mero acessório teórico e não como necessidade de encarnação enquanto ideologia científica de classe. Termo este que causa arrepios ao intelectual pequeno-burguês.

A natureza de classe deste tipo de prática (dos ‘influencers’) é pequeno-burguesa, pois não está a serviço das massas do povo, é egocêntrica, personalista e individualista. Os marxistas devem se fiar na máxima do Grande Lenin de que “o marxismo é um guia para a ação” e de que “a teoria sem a prática é inútil e a prática sem a teoria é cega”. Tomar teoria e prática como uma unidade de contrários, dialeticamente; esta é uma boa prática comunista e não de forma unilateral, desprezando uma em detrimento da outra, ou como negação absoluta uma da outra.

Um outro problema que queremos tratar aqui é uma questão política importante e bem particular de nossa época, pois também na internet, se vê um terreno fértil para se disseminar falsidades e mesmo para criar organizações, entidades, fóruns e até mesmo pessoas (com os chamados ‘perfis fake1’) meramente virtuais. De forma que muito do que se vê hoje nas ditas “redes sociais”, fóruns e afins, é a proliferação de organizações de fachada, até mesmo algumas delas sabidamente criadas pelos serviços de inteligência para atrair jovens ingênuos na luta política e também os incautos. Há enorme quantidade de material falso nestes sites e redes. Mas não como pretensamente o monopólio de imprensa ou os positivistas afirmam como não sendo passível de “verificação” de suas agências monopolistas, anticiência e mistificadoras da realidade, mas sim, de material desligado das massas, sem um sentido prático revolucionário e concreto na luta de classes, frequentemente com conteúdo provocador, que em última instância, serve à polícia política e à reação. Em meio a isso, vemos também a ação policialesca de elementos direitistas que se servem da enorme quantidade desse material falso (alguns criados por eles mesmos) para atacarem verdadeiros revolucionários com acusações de que são pequenas organizações de internet, na sua vã tentativa de com isso impugnar os avanços conquistados junto às massas e referendados por legítimas organizações revolucionárias de vanguarda ou de base, cuja prática desconhecem completamente. Curioso notar que, via de regra, aqueles que são mais histéricos em acusar a tudo e a todos como organizações ‘web’, nunca saíram da web e do mundo virtual para tecerem tais acusações. Antigamente se dizia revolucionários de botequim, daqueles que estavam prontos para esgrimar todo seu conhecimento ultrarrevolucionário, mas apenas numa mesa de bar, regado a bastante álcool. Ao menos naquela época, nem que fosse com o balconista ou garçom, ainda se tinha alguma interação com a massa trabalhadora. Hoje, o botequim é o twitter ou o reddit, redutos mais infestados por tais tipos de falastrões, que não têm qualquer inserção no movimento real das massas e sequer a isto se propõem, nem qualquer tipo de prática revolucionária além da retórica e, ainda assim, se acham campeões de marxismo.

Este é um segundo tipo de problema e devemos repudiar firmemente como uma prática oportunista e, no nosso entendimento, aqueles que se reivindiquem comunistas e revolucionários não devem embarcar nestes embustes. Devemos observar criteriosamente organizações sérias, com longa trajetória de inserção no movimento de massas ou principiante, bisonha, que seja, com sua prática revolucionária comprovada na luta de classes e aprendermos a diferenciá-los de farsantes. Notadamente existem organizações novas, que têm pouco tempo de luta e nem por isso devem ser descreditadas. Mas nessas circunstâncias, aconselharíamos a estes companheiros e companheiras que busquem se diferenciar e fazer diligentemente seu trabalho conspirativo, construção clandestina e de ligação com as massas, escolhendo bem o que devem publicizar para não fornecer informações ao inimigo.

Isso leva a um terceiro problema e é o que chamamos de “propagandismo”. Entendemos que muitos acabam caindo no erro de publicizar tudo, desde informações sobre a organização, do seu trabalho prático, posições políticas sobre todo tipo de assunto (dos mais aos menos relevantes), teoria etc. Com isso, acabam dando de bandeja para os serviços de inteligência e espionagem da reação uma enorme quantidade de informações que podem ser muito danosas para o movimento revolucionário como um todo. Consideramos este aspecto como um problema importante, de disciplina e vigilância revolucionária e que tem fundo ideológico. As mais de oito décadas de predomínio do oportunismo de direita e do revisionismo no movimento popular e operário no país, particularmente nos últimos 45 anos aproximadamente, infundiu uma prática de ativismo meramente legal, de ilusões constitucionais democráticas, de aceitar toda cultura imperialista acriticamente ou de considerar toda sua propaganda ou parafernália criadas, tal como emprego massivo de tecnologias novas como “revoluções tecnico-científicas” etc. Isso se traduziu em baixa vigilância revolucionária, ilusão de classe, pouco espírito e pouca prática de construção clandestina da vanguarda revolucionária e pouca ou nenhuma cultura de organização proletária, quando a história do movimento proletário internacional ultrapassa 170 anos, de uma riqueza imensurável da prática revolucionária de classe, de conhecimento sistematizado, de ensinamentos preciosos, de heroísmo imortal, enfim de tradição proletária revolucionária .

A ideia de que vivemos numa democracia plena sempre foi algo falso em nosso país, mas particularmente na situação que vivemos, de desenvolvimento formidável da situação revolucionária, também devemos observar que em razão desta e do perigo que abriga, a reação desatou uma ofensiva contrarrevolucionária preventiva tendente para o fascismo e que frente a um maior desenvolvimento do movimento revolucionário desembocará no regime militar fascista como medida extrema para tentar impedir o colapso e fim do sistema de exploração e opressão secularmente vigente. Que tenhamos isso bem claro.

Por último, mas não menos importante, devemos ter em conta que é um problema ideológico compreendermos que o ativismo exclusivamente virtual reproduz um estilo de vida antissocial, degenerado e uma atuação política de fantasia, pois as ditas redes sociais são feitas e pensadas para criação de mundinhos fictícios, bolhas virtuais de manipulação de opinião pública, de exaltação do indivíduo, com um conteúdo massificante e alienante, para oferecer prazeres instantâneos em troca de seus dados pessoais sensíveis e da sua privacidade (recordar os enormes escândalos em que estes conglomerados se envolveram com relação a comercialização e tráfico de dados pessoais e a quebra da privacidade de seus usuários, como os casos do Facebook, Twitter, Whatsapp, Telegram etc). Aqui vale a máxima de que “no capitalismo, se o serviço é gratuito, a mercadoria é você”. Sem a menor sombra de dúvida, companheiras e companheiros, o imperialismo e a reação se utilizarão de toda essa massa de dados coletada, a que têm acesso, não só para continuar empurrando todo tipo de lixo que produzem, mas principalmente, para combater a revolução e tentar evitar ou adiar sua bancarrota.

Mesmo o uso mais consciente que se faça destas ferramentas, em sendo este individual e não coletivo, sendo artificial e não tradução da nossa prática revolucionária, acaba por difundir e reproduzir formas que não correspondem ao conteúdo da propaganda revolucionária que muitas vezes queremos honestamente fazer. Esta propaganda deve ser observada com critérios de organização e disciplina proletárias e, mesmo assim, não são o principal meio, sendo este a propaganda feita junto às massas na sua luta no mundo real. Entender que o “ativismo” exclusivamente virtual, para as massas que nos assistem, infunde degeneração cultural, hedonismo e alienação, seja esta do “bem viver” ou do “foda-se o mundo”; para os ativistas que nos seguem, abrimos caminho para contrainformação, espionagem e ilusões do democratismo e, no âmbito da militância organizada, no limite, o propagandismo e o ativismo exclusivamente virtual propaga liberalismo, vanguardismo e capitulação.

Abaixo às formas decadentes da burguesia e do imperialismo de propagação de ilusões!
Viva a organização e disciplina proletárias!
Viva a propaganda revolucionária!
Viver, trabalhar e lutar com as massas!

  1. Falso, postiço, encenado – tradução do inglês. ↩︎
Movimento Estudantil/Nacional

AND republica reportagem sobre Batalha de Barro Branco no YouTube

por MEPR Autor
Publicado em fevereiro 17, 2025
1 minuto de leitura

Recomendamos aos nossos companheiros e leitores que acessem o video republicado sobre a Batalha Feroz de Barro Branco em Jaqueira-PE onde a juventude combatente se colocou ombro a ombro com os camponeses e resistiram contra 50 paramilitares do “Invasao Zero“.

Movimento Estudantil/Nacional

16° Coneb da UNE é marcado por governismo e capitulação frente a ataques do governo contra o ensino público

por MEPR
Publicado em fevereiro 16, 2025
12 minutos de leitura

O 16° Conselho Nacional de Entidades de Base da UNE, realizado em Recife-PE, entre os dias 29 de janeiro e 02 de fevereiro, mostrou, em suas resoluções, claramente o caráter governista, pelego e reformista da entidade falida que se tornou a União Nacional dos Estudantes.

Apenas uma olhada em questões relacionadas a organização, programação e as resoluções que foram aprovadas ao final do evento já são suficientes para o alerta de qualquer estudante honesto diante da ausência total de críticas ao governo federal. Chama a atenção o fato de figuras abertamente anti-povo terem composto as mesas durante o evento, como foi o caso do ministro da educação, Camilo Santana, um dos principais responsáveis pela aprovação do “Novo Ensino Médio”, maior ataque ao direito de ensinar e aprender dos últimos anos, e também da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que vem realizando uma série de demissões de professores no estado. Vale a pena destacar que não é de agora que a UNE estende tapetes vermelhos a representantes das classes dominantes que atacam os direitos do povo. É emblemática a participação do ministro do STF Luís Roberto Barroso no Conune de 2023, sendo ele responsável por barrar o piso nacional da enfermagem naquele mesmo ano em que o país era tomado por uma contundente greve da categoria.

Porém é no aspecto politico que fica claro o real caráter da UNE como um braço do governo do oportunismo dentro do movimento estudantil. E basta uma leitura rápida nas resoluções aprovadas para comprovar isto. Mas antes de passar às resoluções, é fundamental destacar qual é o contexto político que se realiza o convescote da UNE.

Governo de conciliação nas mãos do latifúndio bolsonarista

Em dois anos, o latifúndio e ao Congresso receberam verbas como nunca, expressão do caráter de classe do governo Luiz Inácio-Alckmin. O latifúndio recebeu através do Plano Safra R$ 364 bilhões em 2023-2024 e receberá, até o fim deste ano, mais de R$ 400 bilhões. Já os parlamentares reacionários receberam, somente em dezembro, R$ 8,1 bilhões do governo para “emendas extras” (contando o ano inteiro, o governo repassou R$ 45 bilhões em emendas parlamentares). Nas duas frentes (latifúndio e Congresso) o bolsonarismo hegemoniza politicamente. O grupo Invasão Zero – verdadeira organização fascista legalizada que tem como chefe Jair Bolsonaro – segue com atuação livre de Norte a Sul, porém enfrenta resistência cada vez maior. Em outubro de 2024, os companheiros e companheiras do MEPR foram até Barro Branco, nas terras da antiga Usina Frei Caneca, no objetivo de unir-se com os camponeses da LCP para, diante do ataque armado dos pistoleiros a mando do fazendeiro Guilherme Maranhão, resistir até repelir os fascistas. Uma estudante de Pedagogia foi baleada, além do dirigente estadual do Invasão Zero, que também foi atingido. Quanto ao fato do latifúndio ter alvejado uma estudante de Pedagogia, nenhuma palavra da UNE e de todas as organizações que a compõem.

A verdade é que a UNE quer esconder o fato de que o governo federal mantém a mesma política econômica do governo anterior: tudo para o latifúndio e centrão bolsonaristas, nada para o povo. E enquanto o “agronegócio” lucra enviando carne ao exterior, as previsões de alta dos preços dos alimentos mais básicos não param de aumentar. A Revolução Agrária é a única saída para a grave crise que assola o Brasil. E é aos camponeses, indígenas e quilombolas que os estudantes devem se aliar e enfileirar-se – e não ao governo reacionário, como quer a UNE.

Especificamente no contexto da Educação, o ano de 2024 foi marcado pela greve de mais de 400 mil servidores federais das Instituições Educacionais. Iniciada em 3 de abril, a greve chegou ao fim após três meses sem ter conquistado o conjunto de suas reivindicações, sobretudo o aumento salarial. O “Novo” Ensino Médio foi sancionado por Luiz Inácio em agosto de 2024. Fruto de um acordão entre parlamentares no Congresso Nacional, o “novo” texto mantém os itinerários formativos, a possibilidade de uma parte do currículo ser ofertado à distância e outras medidas que aprofundam a precarização e a não-cientificidade da formação de milhões de jovens.

UNE aprofunda governismo e reboquismo ao governo de frente ampla

A resolução de conjuntura aprovada no congresso e proposta pelos partidos que dirigem a entidade (UJS/Pecedobê e PT) não passa de uma adaptação à linguagem do movimento estudantil do programa reacionário da frente ampla de Luiz Inácio/Alckimin. Em nenhum lugar da resolução é exposta crítica alguma ao governo federal, que pelo contrário, é defendido como um “governo popular e democrático” e com um “projeto voltado para o povo” (sic). Essa ausência de críticas, além de constituir um paradoxo, visto que é contraditório querer combater os “ataques à educação” em geral sem combater o governo que promove e amplia esses mesmos ataques, explica em grande parte a posição recuada (isso pra não dizer reacionária) da UNE em relação à greve das federais de 2024. Onde a luta dos trabalhadores encontrou no Movimento Estudantil um forte aliado foi justamente onde a UNE e sua tática surrada de impedir a radicalização foram desmoralizadas. Como consequência, muitos campi foram ocupados dando consequência à luta em defesa da educação.

Apesar de a resolução política fazer denúncias à extrema direita e aos generais golpistas, apontados como “maiores inimigos da democracia e da educação”, a prática da entidade e dos partidos eleitoreiros que a dirigem vão em sentido contrário, ignorando por completo as já citadas benesses ao latifúndio e centrão bolsonaristas, assim como política de apaziguamento com os militares reacionários. Ao fim, como poderia ser diferente, se é cada vez mais recorrente ver os parlamentares do PCdoB, PT e PSOL votarem junto com os partidos da extrema direita, como o PL e o União Brasil, isto tanto em âmbito federal quanto estadual e municipal? Isto pôde ser visto no Rio de Janeiro, onde a vereadora Tainá de Paula, do PT, votou a favor do PLC 186 de Eduardo Paes, que aprofunda a precarização das condições de trabalho dos profissionais da educação daquele município, que realizaram uma greve no último mês de novembro que enfrentou a repressão do batalhão de Choque da PM.

A ideia geral que o documento pretende vender é a de que o governo, pelo seu caráter de “frente ampla” e com “característica central a heterogeneidade das forças que o elegeu e governa” está – vejam só! – em disputa entre as forças “populares, democráticas e progressistas” e o “centrão” – mas não foi o próprio Luiz Inácio que defendeu um governo amplo e, inclusive, ampliar a frente ampla para as próximas eleições? –, logo seria o papel do movimento estudantil (e de todo movimento popular) apenas fazer pressão para que as “forças progressistas” tenham capacidade de governar. Esta ideia no final das contas leva à conclusão de que o movimento estudantil deve servir como um instrumento das ditas frações democráticas (em verdade: frações das classes dominantes reacionárias, latifundistas e antipovo) do governo fazerem barganhas politicas com os elementos do dito “centrão” que compõe o governo.

O que está oculto é que semelhante postura de subordinar os rumos da luta popular à disputas que existem entre setores das classes dominantes é um erro histórico. Expressão da direção do revisionismo, esta posição paralisou a UNE diante do golpe civil-militar em abril de 1964. E, nos dias de hoje, esta tese levantada pelos filhotes de Amazonas (UJS) juntamente com o PT busca os mesmos objetivos nefastos, e ainda esconde que, de fato, quando se trata de atacar os interesses do povo, reina a união entre todos os reacionários. Foi justamente com o rompimento com esta linha revisionista e todo o pacifismo, reformismo e eleitoreiralismo que, nos anos seguintes ao golpe, a UNE, sendo dirigida pelo movimento revolucionário, serviu, de fato, à luta por um Brasil Novo.

Resoluções mostram alinhamento da UNE com politicas privatistas do MEC

Passando às resoluções sobre o movimento estudantil e sobre a educação, que supostamente deveriam servir pra nortear as lutas da entidade até o próximo Conune, não passam de uma defesa descarada da politica do MEC e do Banco Mundial para a educação. A resolução, que tenta atacar aos tubarões da educação (dizendo que a privatização não pode ser a solução para a crise da educação, como defende em tese a UJS) não faz nenhuma critica às politicas privatistas como o Fies e o Prouni, que, pelo contrário, são descritos como programas que ofereceram “oportunidades para milhões de jovens de baixa renda ingressarem na universidade e completarem seus estudos”.

Não há nenhuma definição no sentido de colocar como tarefa do dia a luta pelas bandeiras históricas do movimento estudantil, como o co-governo estudantil, a autonomia universitária, a democracia universitária, e especificamente a derrubada do “teto de gastos” de Temer e do “novo teto fiscal” de Haddad e a utilização da verba orçamentária obrigatória segundo as decisões das instâncias de cada Universidade com a participação de 50% de representação estudantil em seus Conselho Universitário (instâncias máximas de deliberação). No lugar disto, as organizações pelegas defendem a “Reforma Universitária” estatal, propondo que o movimento estudantil brasileiro reivindique a volta do falido Reuni para a “construção e ampliação das universidades públicas”, uma caricatura de Reforma Universitária sob a batuta do velho Estado.

É visível a posição governista da UNE em relação ao movimento estudantil e a educação. Em nenhum momento a resolução aprovada critica o governo petista pelo seu papel no sucateamento da educação pública no país, como por exemplo os cortes de verbas em R$ 332 milhões para a CAPES e R$ 116 milhões para os IFES realizada pelo governo Luiz Inácio no ano passado. Pelo contrário a entidade faz entender que esses ataques teriam começado apenas a partir dos governos Temer e Bolsonaro, o que é uma grande mentira, bastando olhar o que foi o programa de governo de Dilma Rousseff e sua “Pátria Educadora”, mantendo o repasse de verbas para os tubarões da educação no lugar de priorizar as Universidades Federais.

Por fim, as resoluções lançam a consigna de “unidade como bandeira da esperança”, defendendo uma suposta unidade dentro do movimento estudantil para combater a extrema direita e defender a educação. Porém cabe a nós perguntar o óbvio: Unidade com quem? Unidade sob quais princípios? A defesa de uma unidade abstrata e sem princípios propugnada pela UNE (e suas duas bandas, a majoritária e a “oposição”) nada mais é do que a unidade dos estudantes com o governo que ataca a educação, a unidade dos estudantes em luta por todo o país com as mesmas organizações e entidades que cotidianamente sabotam essas lutas, e que agora estão representados no governo federal. É a unidades dos oprimidos com seus opressores. Enfim, é colocar o movimento estudantil a reboque do governo oportunista de frente ampla de Luiz Inácio e Alckmin.

Romper com a UNE, condição primeira para avançar a luta dos estudantes

Apesar da direção majoritária da UNE se regojizar pelo tamanho do 16° Coneb, que teria sido o maior até então, fica claro que o evento não representa os anseios dos estudantes brasileiros na luta por uma educação pública, gratuita e a serviço do povo. Além das diversas denúncias de que movimentos como a UJS e as diversas juventudes do PT criaram entidades falsas em diversas universidades (particularmente as privadas) com o intuito de obter mais delegados que pudessem votar em suas propostas, fica visível que as resoluções aprovadas estão totalmente descoladas da realidade da luta dos estudantes brasileiros nos últimos anos. Ao contrário do que a UNE defende, a situação política atual não permite que, na luta de classes, os estudantes se aliem com o suposto governo “democrático e progressista”, mas sim exige uma dura luta contra ele para arrancar os direitos que vem sendo atacados por este mesmo governo em conluio com a extrema direita.

Cada dia fica mais visível que a tal unidade que a UNE defende é a unidade com o governo. Esse atrelamento da UNE ao governo federal e a velha política eleitoreira pode ser observada nas posições recuadas da entidade frente a temas de extrema importância para a educação pública em nosso país. Por exemplo, enquanto milhares de estudantes e professores lutavam (e ainda lutam) pela derrubada completa do “Novo Ensino Médio”, a UNE se limitou a pedir uma “reforma da reforma”. Ou seja, em vez de pedir a derrubada completa do NEM, se ajoelharam para pedir sua reformulação, isso ao mesmo tempo em que sabotava a luta combativa dos estudantes apontando seus dedo-duros contra os que queriam radicalizar. Mesmo assim, através de manifestações e greves de ocupação que tomaram todo o país, especialmente em 2023, está em curso uma luta decidida que só irá parar após derrotar o ataque representado pelo NEM.

Não cabe dúvidas. As aparentes disputas que ocorrem dentro da entidade não passam de um grande teatro que visa apenas legitimar a perpetuação da direção dos mesmos movimentos que ocupam há mais de 40 anos os cargos mais altos da UNE. Muitos movimentos oportunistas que usam desse argumento para enganar os estudantes, como a UJR/PCR, UJC/PCB e UJC/PCBR, escondem para suas bases que eles próprios ocupam cargos em diversas diretorias da UNE, seja em instâncias nacionais ou estaduais, e que portanto também são cúmplices do atual estado da entidade.

As ditas “Oposições de esquerda” na UNE, como a conformada pelo Correnteza/UP, JUNTOS e UJC/PCBR, ou a outra “Oposição de esquerda”, que os trotskistas de Rebeldia/PSTU e Faísca/MRT buscam criar, não passam de disputas entre os próprios movimentos oportunistas e revisionistas pelos cargos de direção da entidade, mas não representam um rompimento com a velha politica e as velhas práticas que a UNE representa dentro do movimento estudantil.

Todos estes que advogam pela “retomada do caminho revolucionário da UNE”, no fim das contas, seguem o mesmo caminho pacifista, reformista e eleitoreiro, afirmando que “não é hora de lutar”. Alguns chegaram até firmarem alianças, anos atrás, com a direção majoritária (como é o caso do PCR) e, ano após ano, tentam enganar os estudantes de que há espaço para disputa dentro de uma entidade que se converteu em subsecretaria do Ministério da Educação, a exemplo do que foi durante os dois governos de Luiz Inácio e o de Dilma Rousseff.

Portanto, nós do MEPR defendemos que não cabe aos estudantes, aos Centros, Diretórios Acadêmicos e Diretórios Centrais de Estudantes que são realmente de luta a participação em quaisquer eventos puxado pela UNE. A única posição consequente é a de denunciar a traição constante que a UNE e desmascará-los, no dia a dia da luta, sobre o que boicote que esses pelegos tentam impôr ao movimento estudantil brasileiro. Assim como desnudar o seu papel de agente corporativizador de uma parcela dos estudantes para os projetos nefastos do governo de conciliação de Luiz Inácio-Alckmin. O que corresponde as tarefas atuais do ME brasileiro é elevar a luta independente e combativa contra os ataques à educação que os governos de turno vem promovendo sucessivamente contra a educação pública, tanto no ensino superior quanto na educação básica, luta esta que cada dia mais se dá por fora da UNE, como comprovam as recentes greves de ocupação que ocorreram nos últimos anos.

Abaixo a UNE governista, oficial, pelega e reformista!

Abaixo o Novo Ensino Médio!

Viva o movimento estudantil classista e combativo!Terra a quem nela vive e trabalha! Morte ao latifúndio! Viva a Revolução Agrária!

Movimento Estudantil Popular Revolucionário – Fevereiro de 2025.

Internacional/Teoria

O surgimento dos Guardas Vermelhos (Hong Wei Bing)

por MEPR Autor
Publicado em fevereiro 15, 2025
12 minutos de leitura

Com o desencadear da Grande Revolução Cultural Proletária foi dada a voz de comando para a luta contra os zu zi pai (os seguidores do caminho capitalista) em toda a China Popular. Na Universidade de Pequim, grandes dazibaos marxistas-leninistas-pensamento mao tsetung se multiplicam concitando a luta contra a “linha negra” de Peng Cheng e seus seguidores.

Mao Tse-Tung recebe os guardas vermelhos em Pequim.

São constituídos os Grupos de Trabalho com o objetivo de dirigir a GRCP, principalmente nas universidades sublevadas. Aproveitando-se de que o Presidente Mao se ausentara de Pequim para levar a Revolução Cultural ao interior do país, Liu Chao-Chi, presidente da república, e Teng Siao-ping, secretário geral do Partido, tomaram a frente dos Grupos de Trabalho para impor um sentido completamente diferente do definido pela alta direção do PCCh sob a orientação do Presidente Mao Tsetung, passando a reprimir e perseguir os elementos revolucionários das massas que denunciavam os maus dirigentes do Partido e do Estado, taxando-os de contrarrevolucionários.

Núcleos de jovens resistem e denunciam a atuação dos Grupos de Trabalho sob a direção de Teng Siao-ping, Liu Chao-Chi e sua esposa Wang Kuang-mei, que já no Movimento de Educação Socialista, desencadeado em 1964, vinham atuando sob uma orientação oposta da traçada pelos “10 pontos” estabelecidos pelo Presidente Mao Tsetung e se opunham a incluir os camponeses das comunas nos debates e investigações.

Do início de junho a meados de julho de 1966, foi o período em que os adversários da GRCP nas altas esferas do PCCh se lançaram para opor resistência, tentar frear o movimento revolucionário desviando-o de sua orientação e atacar todas iniciativas das massas revolucionárias através dos Grupos de Trabalho. Este período fica conhecido como “os 50 dias”. É também período de intensa atividade revolucionária do Partido Comunista da China, empenhado nos preparativos da XI Sessão Plenária do Comitê Central.

Em 16 de julho, a imprensa do partido noticia uma ação desportiva realizada pelo Presidente Mao Tsetung, que em Wuhan, realizou uma façanha nadando 15 quilômetros no rio Yangtsé. É uma grande demonstração de decisão e vitalidade, do vigor e audácia da Grande Revolução Cultural Proletária, um chamado a aprofundar a Revolução e uma vigorosa derrota para os zu zi pai, que maquinando contra o Presidente Mao, diziam estar ele debilitado fisicamente.

No dia seguinte à excepcional façanha, o Presidente Mao retorna a Pequim e se coloca em contato com os núcleos de jovens que resistem à nociva atuação dos Grupos de Trabalho e os anima a prosseguir seu combate com audácia. Havia grandes problemas a enfrentar: o USA bombardeara Hanoi e Haifong, no Vietnã, e a guerra de agressão imperialista chegava às portas da China Popular.

Entre os dias 1º e 12 de agosto de 1966, é realizada a XI Seção Plenária do VIII Comitê Central do Partido Comunista da China (CC resultante do VIII Congresso), preparada e dirigida pelo Presidente Mao Tsetung. Nas edições anteriores, publicamos importantes documentos aprovados nessa reunião: a ‘Decisão do Comitê Central do PCCh sobre a Grande Revolução Cultural Proletária’, ou  ‘Documento de 16 Pontos’, que vai dar todo o ordenamento e roteiro da Grande Revolução Cultural Proletária; e o Comunicado da XI Sessão Plenária do Comitê Central do Partido Comunista da China.

O surgimento da Guarda Vermelha é decorrência direta das ações revolucionárias da esquerda no PCCh sob a direção do Presidente Mao e das históricas decisões do 8 de maio e 12 de outubro de 1966 com a XI Seção Plenária do CC do PCCh.

Os 16 pontos exortavam os revolucionários a pôr a audácia acima de tudo, agitar e mobilizar as massas de operários, camponeses, soldados, assim como os intelectuais e juventude revolucionária para destruir o velho e construir o novo. Os núcleos de estudantes e professores revolucionários passam a desenvolver intensa atividade.

Inicialmente pequenos, os grupos de Guardas Vermelhos surgidos primeiramente em Pequim, desenvolvem grande agitação nas escolas e ruas. Eram distinguidos pelo bracelete vermelho estampado com os caracteres Hong Wei Bing (Guarda Vermelha). Sua idade variava dos 12 aos 30 anos. Portavam grandes bandeiras vermelhas e grandes fotos do presidente Mao Tsetung, agitando palavras de ordem e canções revolucionárias quando se dirigiam às suas reuniões e atividades.

Eles foram os primeiros a se perfilar e responder o chamado para aprofundar a revolução elevando a mobilização e ações revolucionárias desmascarando todos os seguidores do caminho capitalista até apontar para o “Kruschov chinês”, Liu  Shao-chi, quando o Presidente Mao conclamou a “canhonear o quartel general da burguesia”. Sua organização foi recebida com grande entusiasmo e estimulada pessoalmente pelo Presidente Mao Tsetung. Após a sua primeira saudação pública de aprovação dos Guardas Vermelhos, eles se multiplicaram aos borbotões por todo o país predicando que “somos os críticos do velho mundo” e fazendo a revolução reafirmavam que “rebelar-se é justo”.


Guardas Vermelhos destroem o velho e constroem o novo

Artigo publicado em Pequim Informa, órgão da imprensa revolucionária dirigido pelo Partido Comunista da China, em sua edição nº 36, 2 de setembro de 1966.

Desde 20 de agosto, os jovens guardas vermelhos de Pequim, destacamentos de estudantes, tomaram as ruas. Com o revolucionário espírito rebelde do proletariado, eles lançaram uma ofensiva furiosa para varrer as influências reacionárias decadentes, burguesas e feudais e todas as velhas ideias, cultura, costumes e hábitos.

Esta tempestade revolucionária está varrendo as cidades de toda a nação. “Fazer o pensamento de Mao Tsetung ocupar todas as posições; usá-lo para transformar as ideias de toda a sociedade; varrer todos os fantasmas e monstros; transpor todos os obstáculos no caminho e realizar resolutamente a Grande Revolução Cultural Proletária até o fim!”. Este é o objetivo militante dos jovens combatentes revolucionários. Suas ações revolucionárias em todos os lugares receberam o apoio entusiástico das massas revolucionárias.

Pequim: Nas últimas semanas, os Guardas Vermelhos alcançaram vitória atrás de vitória em seus ataques contra os costumes decadentes e hábitos das classes exploradoras. Rufando tambores e cantando canções revolucionárias, destacamentos de guardas vermelhos estão nas ruas realizando trabalho de propaganda, erguendo grandes retratos do presidente Mao e trechos de suas obras além de grandes faixas com as palavras de ordem: “Nós somos os críticos do velho mundo; nós somos os construtores do novo mundo”. Eles têm promovido reuniões e concentrações nas ruas, fixado cartazes com grandes caracteres e distribuem folhetos contra todas as velhas ideias e hábitos das classes exploradoras.

Como resultado das propostas da Guarda Vermelha e com o apoio das massas revolucionárias, placas de lojas que veiculavam ideias feudais e burguesas foram removidas, e os nomes de muitas ruas, avenidas, parques, edifícios e escolas contaminados com o feudalismo, o capitalismo ou o revisionismo, ou que não tinham significado revolucionário, foram substituídos por nomes revolucionários. Os estabelecimentos comerciais têm posto fora regras e regulamentos obsoletos.

O apoio às ações revolucionárias dos Guardas Vermelhos tem sido expressado em inúmeros cartazes em grandes caracteres que as massas de trabalhadores revolucionários fixaram nas principais ruas recém-renomeadas da capital. Eles também expressaram o seu apoio com manifestações de rua.

Diante de vários prédios recém-renomeados de Departamento Comercial de Pequim, estão fixados banners gigantescos com as palavras: “Firme apoio às ações revolucionárias dos estudantes revolucionários!” E “Saudações aos jovens combatentes revolucionários!”.

Trabalhadores da Fábrica de Aço de Pequim, encorajados pelas ações dos estudantes revolucionários, lançaram ataques vigorosos contra as velhas ideias, estilos de trabalho, métodos e sistemas que dificultam a revolução e a produção em sua fábrica. Eles apresentaram muitas propostas revolucionárias e já iniciaram as reformas. Os trabalhadores da Fábrica Têxtil Pequim nº 2 de Algodão, animados pelo espírito revolucionário rebelde dos Guardas Vermelhos, estão atacando todas as velhas influências. Os trabalhadores sustentam que todo o povo tem o direito de varrer as influências do velho, não só fora, nas ruas, mas também nas fábricas e em todas as outras empresas e em escritórios do governo. Desta forma, agindo juntos, a Grande Revolução Cultural Proletária vai sendo realizada até sua vitória completa.

Comandantes e combatentes do Exército Popular de Libertação na capital manifestaram por unanimidade o apoio às ações revolucionárias dos estudantes revolucionários e à determinação de fazer avançar a Grande Revolução Cultural Proletária até o fim. Eles afirmam que as grandes ações revolucionárias dos estudantes revolucionários em atacar a ideologia, costumes e hábitos da burguesia é outro exemplo do grande poder material gerado pelo pensamento de Mao Tsetung, uma vez que este se funde com as massas revolucionárias.

Em uma reunião da 12ª Unidade de Guarnição de Pequim, comandantes e combatentes disseram que as ações revolucionárias dos jovens lutadores estão destruindo o velho mundo e construindo um novo mundo.

 Xangai: Nesta grande cidade, que tem a maior concentração de capitalistas no país e que, até a libertação, esteve, por muito tempo, sob o domínio dos imperialistas e reacionários locais, os estudantes revolucionários e as grandes massas de trabalhadores empunharam suas “vassouras de ferro” para varrer todos os velhos hábitos e costumes. As vitrines da Companhia Wing On, uma das maiores lojas de departamento da cidade, são cobertas por cartazes com grandes caracteres confeccionados pelos Guardas Vermelhos e pelos trabalhadores da loja, propondo que “Wing On” (Paz Eterna) deve ser alterado para “Yong Hong” (Sempre Vermelho) ou “Yong Dou” (Sempre na Luta). Os cartazes destacam que, na velha sociedade, o chefe da loja escolheu o nome “Wing On” porque ele queria ser deixado em paz para sempre para explorar os trabalhadores. “Agora a loja está nas mãos do povo e nós certamente não vamos tolerar este nome odioso nem um dia a mais”, dizem os cartazes.

Em “O Grande Mundo”, o maior centro de diversões de Shanghai, os operários e funcionários do parque, juntamente com os Guardas Vermelhos, retiraram a placa com nome antigo, que possuía vários metros de comprimento. Quando o último pedaço foi retirado, milhares de pessoas nas ruas e nas janelas de edifícios vizinhos aplaudiram e comemoraram: “Viva a Grande Revolução Cultural Proletária” e “Viva o Presidente Mao!”.

A zona ribeirinha do rio Whangpoo em Xangai foi, até a libertação, o centro de pilhagem imperialista do povo chinês. Os edifícios aqui ainda sofrem muita influência dos imperialistas e aqui a Guarda Vermelha, operários revolucionários e trabalhadores têm desenvolvido grande atividade revolucionária. Eles têm posto abaixo todas as placas imperialistas e removidos os leões de bronze fora de um dos grandes edifícios.

Os trabalhadores revolucionários e funcionários das barbearias de Xangai adotaram medidas revolucionárias em resposta às propostas dos Guardas Vermelhos: eles já não cortam ou penteiam os cabelos nas formas grotescas e espalhafatosas que eram adotadas por uma minoria de pessoas, nem prestam serviços que antes eram especialmente elaborados para a burguesia, como: manicure, tratamentos de beleza e assim por diante. Nestas lojas que vendiam apenas produtos para atender às necessidades de uma pequena minoria de pessoas, os trabalhadores tomaram a decisão revolucionária de fornecer a população bons produtos populares a preços baixos.

Tientsin: Nos últimos dias tem reinado uma nova atmosfera revolucionária nas ruas. Os tambores e gongos soam em torno da Praça Binjiang, centro de negócios. Fogos de artifício estouram durante todo o dia. Muitas lojas têm abandonado seus antigos letreiros que são substituídos por novos letreiros revolucionários. Inspirados pelo espírito revolucionário dos Guardas Vermelhos, os trabalhadores revolucionários e membros da equipe de “Quanyechang”, um dos maiores mercados da cidade, quebraram o painel que esteve incrustado em sua parede durante os últimos 38 anos e estabeleceu um novo: “Mercado do Povo”. A Fábrica Textil Beiyang, que foi criada no tempo dos senhores da guerra do norte há 45 anos, está agora renomeada “Quarta Nova Fábrica Têxtil”, e agora é exemplo de novas ideias, nova cultura, novos costumes e novos hábitos. O “Tripé de Ouro”, velho slogan da fábrica, foi alterado por um novo, “Operários e Camponeses”.

Hangchow: O Teatro Tung-po, a Rodovia Tung-po, e o Dique Su, no Lago Oeste de Hangehow, nomeado depois Su Tung-po, em referência ao senhor feudal de oito séculos atrás, passaram a ter novos nomes com significados revolucionários. A loja de tesouras que utilizou o nome do ex-proprietário – Chang Hsiao-chuan – como nome da loja durante os últimos três séculos, agora se chama: “Loja de tesouras Hangchow”.

Sining: Na capital da província de Xingai, oeste da China, as grandes massas de operários revolucionários e trabalhadores, quadros revolucionários, camponeses pobres e médios estão dando apoio decidido aos jovens combatentes revolucionários por seu espírito revolucionário rebelde de desafiar o céu e a terra. Algumas lojas, cinemas e teatros passaram a ter novos nomes revolucionários. Carregando grandes retratos do presidente Mao e batendo tambores e gongos, os trabalhadores da fábrica de veículos Sining Transportes, uma empresa modelo, desfilaram pelas ruas, declarando o seu apoio aos jovens combatentes. Seguindo o exemplo dos jovens combatentes revolucionários, os camponeses pobres e médios da Comuna Popular Mafang mudaram o nome de seu município para o de “Comuna dos Operários, Camponeses e Soldados”.

Lhasa: As ruas desta cidade transbordam de alegria ao longo dos últimos dias. Carregando grandes retratos do Presidente Mao, exibindo declarações de guerra contra o velho mundo e batendo tambores e gongos, centenas de guardas vermelhos, estudantes revolucionários e professores da Escola Normal tibetana e da Escola Média Lhasa tomaram as ruas em uma ofensiva vigorosa para destruir os “quatro velhos” – velhas ideias, velha cultura, velhos costumes e velhos hábitos. Na sua declaração, os Guardas Vermelhos, estudantes revolucionários e professores da Escola Média Lhasa proclamaram: “Após vários anos, finalmente a Escola Lhasa foi libertada. Foi o grande Partido Comunista da China e do nosso grande líder Presidente Mao que nos guiaram e nos deram suporte para conquistarmos nossa emancipação e, assim, fomos conduzidos para uma vida feliz. As amarras espirituais colocadas sobre nós pelos senhores feudais ainda estavam apertadas em torno de nossos pescoços. Isto já não pode ser tolerado. Já é hora de acertar as contas com eles.”

Guardas Vermelhos, estudantes revolucionários e professores em Lhasa têm propostas para alterar os nomes dos lugares, ruas e casas que são contaminados com a servidão feudal e a superstição. Eles também propõem que os grupos literários e artísticos proíbam a realização de óperas e peças que emanem os ares fétidos do imperialismo e do feudalismo. As grandes massas de operários e camponeses em Lhasa comprometeram-se, por unanimidade, a dar forte e decidido apoio aos jovens combatentes da Guarda Vermelha e avançar ombro a ombro na batalha com eles para transformar a cidade de Lhasa em uma cidade nova, proletarizada e revolucionária.

Carta de Mao Tsetung aos Guardas Vermelhos

A seguinte carta do Presidente Mao Tsetung aos Guardas Vermelhos da Secretaria Adjunta da Universidade Tsinghua, de 1º de agosto de 1966, foi extraída do livro “Ensino e Revolução na China. Mao Tsetung e outros autores”, Editorial Anagrama, Barcelona 1977.

“As ações revolucionárias dos guardas vermelhos são uma demonstração de ódio e condenação a todos os proprietários de terras, a burguesia, os imperialistas, revisionistas e seus lacaios, que exploram e oprimem os operários, camponeses e intelectuais revolucionários. Elas mostram que é justo rebelar-se contra os reacionários. Manifesto a eles meu caloroso apoio.

Os apoiamos e, ao mesmo tempo, pedimos que se esforcem em alcançar a unidade com todas as forças possíveis de se unir.

Quanto àqueles que cometeram erros graves é necessário, uma vez denunciados seus erros, que lhes seja dado um trabalho e que se forneça uma saída aqueles que se corrijam e se tornem homens novos. Marx disse que o proletariado deve emancipar não só a si, mas deve emancipar toda a humanidade. Se não está em condições de emancipar toda a humanidade, o proletariado não pode emancipar-se definitivamente. Peço aos camaradas que prestem atenção também a essa tese”.

Nacional

Bolsonaristas querem censurar o RAP e funk nacionais (AND)

por MEPR Autor
Publicado em fevereiro 12, 2025
4 minutos de leitura

Republicamos a seguir materia publicada pelo Jornal A Nova Democracia (AND) em conjunto com outra materia publicada tambem por AND sobre o caso da reacionaria persguigução ao RAP e ao Funk nacional.

Foto: Captura de tela/PodPah

Um senador, vereadores e deputados estaduais e federais apresentaram, em conjunto, um projeto de lei para censurar artistas do RAP e do funk nacionais. A justificativa do projeto, que ignora a ligação de cantores de outros gêneros com o tráfico de drogas ou mesmo trabalho escravo, é proibir a apresentação de artistas que façam “apologia ao consumo de drogas e ao crime organizado”. 

A medida mira principalmente o rapper carioca Oruam, filho do líder do Comando Vermelho Marcinho VP. Outros funkeiros, como MC Poze, também estão na mira dos reacionários. 

Os vereadores por trás da medida são, em maioria, bolsonaristas do PL e do União Brasil. Os projetos já tramitam em ao menos 12 capitais: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Campo Grande, Fortaleza, Curitiba, Vitória, João Pessoa, Porto Alegre, Cuiabá, Porto Velho e Natal, segundo apuração do monopólio de imprensa Uol. 

O conteúdo verdadeiro da medida é censurar previamente artistas do funk e do RAP, sobretudo aqueles que denunciam temas como a violência policial e a guerra reacionária imposta pelo Estado brasileiro contra o povo pobre. 

Dias antes da movimentação reacionária, o MC Poze foi no Complexo do Alemão se solidarizar com famílias vítimas da violência policial. Ele denunciou, nas redes sociais, a brutalidade da Polícia Militar (PM) na invasão à favela. 

O uso da justificativa falsa de “apologia ao crime” para censurar cantores que denunciam a violência policial é antigo. No início dos anos 2000, a mesma ofensiva foi feita contra o grupo Facção Central. 

Os MCs do grupo escreveram, em resposta, a música “A Guerra Não Vai Acabar”. Nela, eles denunciam que a guerra contra o povo pobre é o verdadeiro motivo da violência, e não as músicas que tratam do tema. 

“Censurou o clipe, mas a guerra não acabou
Ainda tem defunto a cada 13 minutos
Da cidade entre as 15 mais violentas do mundo
A classe rica ainda dita a moda do inferno
Colete à prova de bala embaixo do terno
No ranking do sequestro, o quarto do planeta
51 Por ano com capuz e sem orelha
Continua a apologia na panela do barraco
Ao empresário na Cherokee desfigurado
180 Mil presos, menor decapitado
Cabeça arremessada no peito do soldado
O sistema carcerário ainda é curso pra latrocínio
”,

Diz um trecho da música, que tem o refrão:

“Pode censurar, me prender, me matar Não é assim, promotor, que a guerra vai acabar”.

O projeto ignora que, em outros gêneros, a prática de tráfico de drogas e mesmo de outros crimes, como o trabalho escravo, é presente e generalizada. Um exemplo é o sertanejo, gênero que tem origem no campesinato pobre mas foi adonado, nos últimos anos, por latifundiários e pelo monopólio de comunicação e música.

No ano passado, o cantor sertanejo Leonardo foi incluído na “lista suja” do trabalho escravo por conta de uma fiscalização realizada nos latifúndios Talismã e Lakanka, do cantor, em Jussara, interior do Goiás. Em 2023, um avião com 420 quilos de pasta-base de cocaína aterrisou em um latifúndio do cantor no mesmo município. Os traficantes fugiram sem que fossem interceptados pela PM. 

Também em 2023, o irmão do cantor sertanejo Diego, da dupla Diego & Victor Hugo, foi preso por envolvimento com o tráfico de drogas e com o grupo Primeiro Comando da Capital (PCC).

‘Quem denuncia violência policial, a perda de um parente, está fazendo apologia?’ – MC Hariel denuncia censura contra os MCs 

O MC Hariel, cantor de funk de São Paulo, denunciou a censura contra os MCs promovida por vários deputados bolsonaristas pelo Brasil. “Infelizmente eles vão fazer isso contra qualquer um que falam da realidade de uma forma mais calorosa. Porque é a realidade, tá ligado? O mundo não é Nárnia (…). A música tem que ter coerência com a ralidade”, disse ele. “Os moleques tão falando uma realidade que é operação policial, tiros, facção. Isso é a realidade. Os moleques vão mentir?”, questionou ele. 

“Quem é que vai isso?”, continua ele. “Quando vê um moleque que perde um pai, perde um tio, perde um conhecido, perde um parente, e fala disso, isso é apologia?”. “Tem que ter isso, esse tipo de música é importante. Já pensou se não tivesse o Facção Central? O Racionais?”. 

Facção Central e Racionais são dois grupos nacionalmente conhecidos por denunciarem as condições brutais em que vivem as massas populares. Os dois grupos foram indiciados no início dos anos 2000 por “apologia ao crime”, em uma tentativa do Judiciário reacionário de censurar os MCs. As tentativas não impediram os MCs de continuarem com as potentes denúncias. 

‘Parcela da sociedade que se acha poderosa’

As declarações do MC Hariel foram dadas ao Podcast Podpah. No episódio, ele denuncia que “o sistema” queria ver o MC Oruam, um dos alvos centrais da censura, “seguir o caminho do crime”.

“Não desmerecendo e julgando o caminho do pai dele, mas ele (Oruam) escolheu seu cantor, tá ligado? (…). É muita tiração o que ‘tá acontecendo agora com o Oruam, que ontem já aconteceu, que vai acontecer no futuro com outros menor, porque o nosso movimento sofre preconceito dessa parcela da sociedade que se acha poderosa”. 

O MC Hariel é um cantor e compositor de funk e rap. Com 27 anos, ele tem um repertório de músicas conhecido pelas denúncias da velha ordem política e da violência policial, como os títulos Congresso Nacional e Ano de Copa.

Movimento Estudantil/Nacional

PE: Diretoria antidemocrática do IFPE-Recife teme a mobilização estudantil e persegue Grêmio Livre Breno Roberto – Gestão Ventania

por MEPR Autor
Publicado em fevereiro 12, 2025
3 minutos de leitura

Publicaremos a seguir materia que nos foi enviado por companheiros secundaristas do Movimento Ventania (Recife-PE).

A luta dos estudantes do IFPE – Campus Recife em reivindicação de uma merenda de qualidade e construção do Restaurante Universitário (RU) escalonou a um nível que a direção da escola não consegue mais sustentar as desculpas para não cumprir suas responsabilidades, então recorre a censura e a perseguição para acabar com a mobilização – uma tentativa falha! O Movimento Ventania declara que continuará organizando e mobilizando os estudantes para a luta enquanto o diretor se curvar ao Governo Federal e seus cortes de verbas ao invés de lutar junto aos estudantes em defesa do Ensino Público!

“Somente quem não teme morrer cortado em mil pedaços, se atreve a desafiar o imperador”

Presidente Mao Tse-Tung

No dia 21 de janeiro, estudantes do Grêmio Livre Breno Roberto (GLBR) – Gestão Ventania realizaram uma atividade de fixação de faixas na escola, reivindicando o direito da merenda de qualidade e a construção imediata do RU, prometida há mais de um ano. Ao total foram 4 faixas que denunciavam o descaso da escola com os estudantes. No final da atividade, receberam um e-mail da Direção de “Assistência ao Estudante” (DAE), exigindo que o GLBR não somente retirasse os materiais de propaganda, mas também passasse a pedir autorização à direção da escola para realizar suas próximas atividades. Um absurdo. A atividade é legitimada pelo próprio regimento do Grêmio e assegurada pela Lei do Grêmio Livre (nº 7.398, de 1985). Aparentemente os diretores esqueceram que as entidades estudantis não são mais controladas pelo Governo Federal desde o fim da ditadura militar, e que direção do Instituto Federal não tem direito nenhum de frear quaisquer que sejam as atividades do Movimento Estudantil.

As faixas fazem parte de uma luta que está sendo travada pelos secundaristas do IFPE – Campus Recife há meses, mas que até agora não foi resolvido: a merenda continua sendo uma fruta verde e um bolinho industrializado no melhor dos dias, sem contar os recorrentes casos de frutas estragadas e com bichos.

O interessante é que na época das eleições para diretor do IFPE, todos candidatos, inclusive o atual diretor, assinaram um documento feito pelo Movimento Ventania se comprometendo com as pautas estudantis. Mera demagogia. O que vem acontecendo no IFPE não é compromisso com os estudantes, e sim uma série perseguições e censuras para esconder a negligência que a diretoria tem com os estudantes. Não há comida boa e suficiente para todos, água de qualidade, papel higiênico no banheiro, salas e materiais de estudo; e agora querem tirar até a liberdade do estudante de lutar!

Durante a antiga gestão da UBES governista e imobilista no GLBR, não existia nenhum impedimento para esse tipo de atividade. Bastou os estudantes romperem com o imobilismo propagado pelas entidades oficiais, reformistas e eleitoreiras e adotarem a via combativa como caminho para a conquistas de suas reivindicações, que o IFPE passou a perseguir a Gestão do grêmio e seus apoiadores.

Estudantes organizam recepçao aos calouros.

Esse não é o primeiro caso de perseguição que os estudantes sofrem na escola. Recentemente, a diretoria do IFPE arrombou a porta do espaço físico do GLBR e quebrou o ar-condicionado que os próprios estudantes consertaram na reforma do seu espaço físico como forma de retaliação pelos estudantes não deixarem a chave da sala em total posse da diretoria. Além disso, a escola forjou um processo mentiroso e fraudulento a um gremista por supostamente vazar um vídeo que atacava moralmente um estudante deficiente, mesmo sem ter prova alguma do ocorrido. O processo não passou de um teatro para chegar até os pais do estudante e convencê-los de proibir o filho de participar do movimento estudantil, pois na reunião que a diretoria teve com os pais para tratar do assunto, foi pautada somente a opinião da diretoria sobre o estudante ser “extremista” (com essa exata palavra!) e sobre o Grêmio se portar de forma “violenta” e “radical”.

Mesmo diante da constante perseguição, os estudantes organizados em torno do Grêmio Livre Breno Roberto – Gestão Ventania não abaixarão suas cabeças, muito pelo contrário, levantarão cada vez mais alto a bandeira da luta combativa, independente e classista. A prova disso são as reuniões lotadas do Grêmio, onde os estudantes organizam suas mobilizações, em que os estudantes precisam retirar as cadeiras de seu espaço físico e sentar no chão para caber mais pessoas.

Estudantes em manifestaçao fecham uma das vias de acesso a BR-101 e ao IFPE. A manifestacão ocorreu durante a campanha para gestão do Gremio.

ABAIXO A PERSEGUIÇÃO AO MOVIMENTO ESTUDANTIL!

IR AO COMBATE SEM TEMER! OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!

REBELAR-SE É JUSTO!

Movimento Estudantil

Todo apoio a ocupação da secretaria de educação no Pará!

por MEPR
Publicado em fevereiro 6, 2025
2 minutos de leitura

Desde o dia 14 de janeiro vários povos indígenas: Tupinambá, Borari, Munduruku, Arapiuns, Tembé, Tupaiú e Waiwai, ocupam a secretaria de educação do estado do Pará pela revogação imediata da Lei 10.820/24.

Essa Lei foi aprovada a toque de caixa no dia 18 de dezembro de 2024, a pedido do gerente estadual Helder Barbalho, dois dias após ser apresentada, na última sessão do plenário da Assembleia Legislativa do Pará no ano passado. Tudo isso feito às pressas, na tentativa vão de frear a mobilização das massas contra mais esse ataque criminoso ao ensino público. A polícia reprimiu a manifestação contrária a Lei, utilizando-se de bombas e spray de pimenta, para impedir qualquer aproximação dos manifestantes do local de votação.

Essa Lei criminosa busca extinguir o Some (Sistema de Organização Modular de Ensino), e também a sua extensão o Somei (Sistema de Organização Modular de Ensino Indígena), responsável por levar o ensino médio presencial às comunidades indígenas. O velho Estado justifica usando as velhas loas de “modernização e redução de custos”, para transferir a verba do ensino para os grandes monopólios da educação à distância, cumprindo a risca a cartilha do banco mundial.

Somos contra toda forma de EaD no ensino público, isso não serve para outra coisa senão a privatização, precarização total e a negação do direito fundamental dos estudantes de estudar e aprender. Enquanto movem rios de dinheiro e benefícios fiscais para as grandes empresas, sob os aplausos do monopólio de imprensa, retiram os parcos direitos existentes. Existe todo um lobby de empresas que estão fechando acordos milionários com o velho Estado, ofertando essas plataformas lixos com aulas gravadas. Durante toda a pandemia do covid-19 mobilizamos ativamente os estudantes contra essa medida nas escolas e Universidades públicas, e hoje é mais do que notório o estrago que foi feito achando que isso de alguma forma pudesse substituir o ensino presencial.

A legítima e vitoriosa ocupação da Seduc no Pará é uma luminosa trincheira na luta do povo contra os sucessivos crimes cometidos na tentativa de destruir o ensino público e gratuito. Pode ter uma particularidade ou outra, mas o que tem sido feito em nome dos gerenciamentos estaduais, seja com a privatização de escolas no Paraná, sejam as plataformas e terceirização em São Paulo ou o desmonte do ensino público presencial aos povos indígenas no Pará, é um plano coordenado centralizado pela aplicação do NEM que busca privatizar o ensino público no país parte por parte. Essa poderosa ocupação uma vez mais que não se pode recuar um palmo sequer na luta contra a implementação da EaD! Declaramos todo o nosso apoio aos povos indígenas em luta, e convocamos todos estudantes para de norte a sul enfrentarem todos esses ataques ocupando escolas, universidades e as secretarias de educação.

Todo apoio a ocupação da Seduc no Pará!

Não vai ter COP, vai ter luta!

Rebelar-se é justo!

Coordenação Nacional do Movimento Popular Estudantil Revolucionário

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Somente um novo movimento estudantil, popular e revolucionário pode impulsionar as massas estudantis para servir ao povo, servir aos interesses de nosso país e à humanidade, através do único caminho possível: o de mobilizar-se para a revolução, pela transformação completa de nossa sociedade, pela destruição de todo este sistema apodrecido, de exploração, miséria e opressão e pela construção de um novo poder de nova democracia que marche ininterruptamente para So socialismo, o poder das massas populares, baseado na aliança da classe operária com os camponeses pobres.

Liga Anti-Imperialista

O MEPR é uma das organizações de todo o mundo que é parte ativa do processo de construção da Liga Anti-Imperialista (LAI).

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